13. i dont even have a "pla"
---> noah's vision
Como de costume, acabo de escrever e dobro o papel, logo o guardando no bolso de fora da minha mochila de forma rápida para que o professor não visse. Assim, pude me concentrar na aula e nas coisas que faria depois. Tinha muita atividade pra fazer e prova pra estudar, então não podia vacilar.
O tempo passou e eu sairia da sala para minha próxima aula se não fosse por Josh, que me parou na porta antes disso. Conversamos e segui pra minha sala.
---> josh's vision
Com o papel em mãos, acabo lendo apenas a primeira linha, pois ouço a professora me chamar para resolver algo no quadro. Com isso, me distraí e esqueci do papel. só lembrei dele ao chegar em casa, quando esvaziei a minha mochila. Decido não ler o conteúdo do papel, até porque não era da minha conta o que estava escrito. Ouço Sofya e Hina entrarem na minha casa, e logo vieram pro meu quarto.
Conversando com as meninas, elas acabam conversando de algo que eu nao sei, entao decido chamar Noah para conversar.
Noah
você
oi, tudo bem?
é o josh
Noah
ah sim, vou só salvar aqui
você
🙃
então, quando fui conversar com você um papel dobrado caiu da sua mochila, posso te devolver amanhã?
Noah
ah, pode sim
você leu?
você
não li, achei que seria muito pessoal
Noah
é bem pessoal, sim
então, até amanhã✌
você
até ✌
Fechei a conversa e coloquei o celular sobre o peito coberto com a camisa branca. Não esperava até amanhã chegar.
Pouco tempo depois as meninas foram embora, e agora me encontrava sozinho no meu quarto, até sentir fome e descer para a cozinha afim de encontrar algo que escondesse a fome. Só não contava que minha mãe estaria lá. Tentei passar o mais despercebido que pude, levando a pipoca que fiz para o quarto, mas foi em vão. Assim que pisei na escada, ela começou a falar:
-Você sabe por quê estamos assim, não sabe?- ela parecia estressada, triste, e até embriagada.
-Estamos como?- perguntei respirando fundo.
-Você sabe que tudo isso é culpa sua. Toda sua! - disse batendo o copo cheio de algo que cheirava a álcool na mesa. Ela tremia um pouco.
-Eu não faço ideia do que a senhora está falando, mas ainda sim peço desculpas.- digo e me viro de costas, subindo a escada.
-Eu tô sozinha por sua culpa! Você afastou seu pai de mim quando você nasceu. - ela dá o último gole no líquido e chega mais perto de mim. -Desde que eu estava grávida de você, a única coisa que eu mais quis na vida era me livrar de você e ter Thomas de volta pra mim, só pra mim, só nós dois. Você estragou isso. Você é a causa de tudo. Você é meu maior problema, e se você sumisse não iria fazer falta pra ninguém.
- Ok - subi as escadas com o choro preso na garganta. Mal conseguia raciocinar o que estava fazendo, só sabia que tinha que ir embora por alguns dias, porque depois dessas nossas brigas costumava ter um ar pesado em casa por pelo menos 2 dias. Soquei em uma mochila uma muda de roupas, dinheiro e outros acessórios do meu celular e saí da casa. Podia sentir o peso do olhar dela enquanto eu chegava até a porta. E então saí sem rumo pela cidade, sozinho e sem avisar ninguém. Se parar pra pensar essa é uma ideia bem idiota, mas no momento parecia ser minha única alternativa.
Cerca de 40 minutos de caminhada depois parei em uma lanchonete por razões de fome e de uma fina chuva que caía. Entrei no lugar e me sentei numa das mesas próximas a janela, e logo pedi um sanduíche e uma lata de refrigerante. A chuva ficava cada vez mais forte e eu não sabia onde passaria a noite dessa vez, estava cansado de incomodar minhas amigas. E então vi um rosto conhecido se aproximar. Era Noah. E ele veio todo sorridente se sentar comigo na mesa, e aquele seu sorriso e empolgação fez com que eu me sentisse melhor.
- E aí, cara?! - disse sentando de frente pra mim. - Que cê faz nessa lanchonete com essa chuva toda?- perguntou.
- Nada demais, bro. Acho que não tinha mais pra onde ir hoje, e eu estava com bastante fome, então meio que encaixou. - disse soltando um riso frouxo para aliviar o clima. - E você, o que faz nessa chuva toda?
- Tava com muita fome, e tinha que parar o carro em algum lugar pra voltar depois que a chuva acabar. - me respondeu.
Ele pediu o lanche dele e passamos bastante tempo conversando, rindo e nos conhecendo melhor, já que não tivemos tanto tempo assim no almoço daquele dia. Até a chuva acalmar e ele ter que ir embora.
- Que cê vai fazer depois daqui? - ele me perguntou.
- Ficar aqui até amanhã de manhã. Ou até me expulsarem, não sei. - ri um pouco pelo nariz e bebi o restante do refrigerante que estava no copo.
- Sério? - perguntou ele rindo um pouco, desacreditado.
- Sério cara. - respondi descontraído.
- E cê tem um plano?- disse ele.
- Eu não tenho nem um "pla". - respondi citando uma icônica frase de Phoebe, minha personagem de Friends.
- Você não me respondeu com uma frase de Friends não né. - disse ele enquanto ria bastante, e eu acompanhava sua risada enquanto afirmava com a cabeça.
- Se quiser pode passar a noite na minha casa. Tenho um colchão extra lá. - ele sugeriu.
- Naah, não quero incomodar ninguém hoje não.
- Cara, tá frio, chovendo, você tá a pé e não tem onde passar a noite. Aceita, sério, cê não vai incomodar, já que sou eu que tô convidando.
- Então tá, se não for atrapalhar ninguém acho que não tem problema. - disse, enfim convencido dos fatos ditos pelo moreno. Logo, pagamos a conta e fomos pra casa dele.
Já na casa dele, subimos para o quarto dele, e ele me ajudou a montar a cama no quarto dele e nos deitamos. Quando ele saiu pra pegar alguns travesseiros em outro lugar foi quando eu parei para prestar atenção no quarto dele. A bancada era bagunçada, com alguns papéis soltos e outras coisas que achei ser da escola. O quarto tinha vários enfeites, algumas luzes como um pisca-pisca azul, e por fim um violão que estava encostado na parede próximo a cama. Hmm, não sabia que ele tocava. Olhei o que eu tinha trago na mochila, para tirar meu carregador e vi o papel que Noah tinha deixado cair mais cedo, e dessa vez coloquei no bolso para não esquecer de devolver.
- Olha, consegui esse travesseiro mas não sei se você dorme geralmente com mais, então trouxe algumas almofadas também. - disse ele abrindo a porta meio desajeitado, já que almofadas empilhadas tampavam sua visão, o que fez com que ele quase tropeçasse.
- Tá ótimo, sério. - peguei as almofadas e as coloquei na cama improvisada no chão. - Hey, Noah.- disse e tirei o papel do bolso e estiquei para ele. - O papel que você deixou cair- completei.
- Ah, valeu. - disse quando praticamente arrancou o papel da minha mão. Então, um silêncio ensurdecedor desceu no quarto.
- Não sabia que você tocava violão.- disse olhando para o mesmo.
- Não toco. Quer dizer, toco, mas não é todo mundo que sabe.- respondeu rápido quando tropeçava nas palavras. Parecia nervoso.
- Ah sim. Posso ouvir uma palhinha?- perguntei.
- Melhor não, talvez outro dia. Melhor você descansar, caminhar tanto deve cansar.- disse fugindo do assunto. Apenas concordei e sorri, e então nós dois nos deitamos, usamos um pouco o celular e enfim caímos no sono.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top