Capítulo 27.
Rachel.
Tirei o dia hoje para ligar pra todos falando do casamento, Leo está comigo, não me largou um minuto desde que a gente assinou os papéis, é uma coisa fofa. Eu já me sinto em casa estando aqui com ele, provavelmente porque é o lugar que ele estar e onde quer que fosse seria meu lar. Estamos deitados na cama depois do almoço e resolvo ligar primeiro pra Phill, minha mãe vai ser a última porque se eu contar primeiro pra ela vai espalhar e perde a graça de contar a novidade, eu conheço a peça só guarda segredo se a vida de alguém depender disso.
Ligação on *
- Nossa, eu já estava me sentindo abandonado. – Ele já atendeu falando.
- Meu Deus! Nem um bom dia e já vem com drama. – Reclamei rindo.
- Claro, você me ligou pedindo pra arrumar suas coisas e dizendo que ia ficar aí com seu homem. – Ouvi uma risadinha de Leo ao meu lado e eu sei que ele está ouvindo tudo. – Enfim, te desejo felicidade você sabe disso, mas disse que ia me ligar depois e não ligou.
- Desculpe aconteceram algumas coisas. – Parei não sabendo como contar. – Eu sofri um acidente...
- Você o que? – Sua voz saiu alta e esganiçada pelo telefone.
- Eu tinha ido comprar algumas coisas, foi no dia que te liguei. – Comecei a explicar uma versão mais leve resumida do que aconteceu. – Encontrei uns cara estranhos que me perseguiram e me sequestraram. – O som abafado que ele fez demonstra seu pânico, contei por alto o que aconteceu. – Eu fui resgatada e estou bem, sofri apenas alguns arranhões.
- E os remédios. – Ele lembrou, quando eu estava viciada em opioides foi ele quem me amparou, cuidou de mim todas as vezes, esteve ao meu lado.
- Eu não tomei opioides, relaxa, Layla cuidou para que a Trisha soubesse da minha condição.
- Tudo bem. – Respirou aliviado. – Foram aqueles merdas anti-espécie que lhe sequestraram não foi? – Pelo tom da sua voz eu sabia que estava falando entre dentes.
- Sim.
- Eu odeio essa gente, um bando de escroto desocupado que leva a vida em disseminar ódio por aí, os caras estão só querendo viver. – Bufou.
- Eu sei, é revoltante. – Bufei.
- Muito. – Ficou um tempo em silêncio. – Então, eu já comecei a empacotar suas coisas. – Começou a falar mudando de assunto. – Inclusive estou no seu apartamento agora mesmo, acho que na semana eu já termino e posso enviar tudo pra você.
- Obrigada Phill. – Sorri
- Por nada, sabe que por você eu faço tudo. – Ele suspirou. – Vou sentir sua falta.
- Eu também vou sentir a sua. – Leo rosnou irritado do meu lado, mas eu só ignorei. – Você pode me visitar sempre.
- E pode apostar que eu vou. – Falou. – Então, o que eu faço com os móveis?
- Entrega pra doação. – Meus móveis não são os melhores, mas estão em bom estado. – Menos a penteadeira que o Marcos fez, ela você envia junto, quando terminar você fala que eu entro em contato com a transportadora.
- Tudo bem. – Ele confirmou. – E como você está com seu namorado?
- Bem, era sobre isso que eu queria falar. – Respirei fundo.
- Vocês vão casar. – Disse antes que eu falasse, como se já soubesse. – Ele te faz feliz?
- Muito, eu o amo. – Não foi uma pergunta, mas eu respondi mesmo assim.
- Fico muito feliz por vocês dois e agradeço o convite para ser seu padrinho. – Disse contente.
- Como você sabe de tudo? – Será que Layla contou algo?
- Eu lhe conheço a vida inteira Rach. – Sua voz era calma. – Você queria me falar algo desde que eu atendi e pela sua última ação acreditei que era casamento e sinceramente se eu não fosse chamado para ser o padrinho eu nunca mais falava com você.
Gargalhei ao ouvir sua reclamação, Leo ao meu lado bufou. Continuamos conversando por mais alguns minutos, contei sobre os papéis de companheiros e que estamos morando juntos, ele me contou como tem sido sua vida, como está no trabalho e depois de um tempo nos despedimos.
Ligação of*
- Vocês são realmente muito próximos. – Leo observou.
- Tanto quanto eu sou do meu irmão. – Falei voltando a me deitar. - Ou até mais.
- Entendo. – Ele falou simplesmente.
- Agora põe uma camisa que eu vou ligar pro meu irmão pelo face time. – Ele me olhou alguns segundos como se me perguntasse o porquê disso. – Ele diz que gosta de me ver quando conversamos para saber que não estou escondendo nada.
- Tudo bem, e você quer que eu apareça? – Me olhou incerto.
- Sim, eu quero.
Assentiu e saiu da cama, ajeitei meus cabelos e fiz a ligação, pelo que falei com Iris mais cedo ele já deve estar em casa, a ligação toca algumas vezes antes de seus olhos incrivelmente verdes aparecerem na tela.
- Você lembrou que tem irmão? – Me olhou severo.
"Só tem gente dramática na minha família, meu Deus, só eu sou normal".
- E só eu tenho a obrigação de ligar pra você agora? – Franzi o cenho. – Pegue o seu dedinho e ligue você mesmo.
- Me pegou. – Sorriu.
- Como vocês estão? – Perguntei. – Cuidando bem da minha cunhada e sobrinha? – Leo voltou para a cama e sentou na cama longe do foco da câmera.
- Elas estão bem. – Ele sorriu. – Felicity cada dia chega da escola com um aprendizado novo, é uma graça.
- Minha sobrinha é muito esperta. – Falei orgulhosa.
- Ela é. – Sorriu. – Iris estava falando que queria mais um filho.
- Ela me disse e eu dou total apoio, quanto mais sobrinhos melhor. – Falei amimada.
- Sabia que você ia gostar disso. – Sorriu. – E você, me conta como está.
- Estou bem, muito bem. – Respirei fundo. – Marcos, eu conheci alguém e nós estamos juntos. – Falei de uma vez.
- O que? – Ele disse surpreso. – Você está aí tem pouco tempo.
- Não foi preciso muito tempo para eu me apaixonar. – Suspirei.
- É o cara daquele dia? que suas amigas falaram?
- É sim.
- Ele é Nova Espécie? – Confirmei com a cabeça. – Porra Rachel olha o tamanho desses cara e olha o seu. – Gesticulou para a mão. – Ele vai esmagar você. – Antes que eu pudesse falar algo Leo rosnou irritado.
- Eu nunca machucaria a minha companheira. – Falou irritado. – Eu amo a Rach.
- Marcos, vamos deixar de hipocrisia? – O olhei. – Você é bem maior que a Iris e nem por isso você a esmagou.
- Tudo bem, desculpe. – Ele bufou. – Você é minha irmãzinha.
- Eu sei, quero que você conheça ele. – Fiz um gesto com a mão chamando Leo. – Marcos este é Leo, Leo este é Marcos. – Meu irmão olhava para a tela atônito.
- Porra até sentado ele é muito maior que você. – Olhou para a tela encarando meu companheiro. – Ele deve ser enorme.
- Eu não vou machucar a minha fêmea. – Leo passou o braço possessivamente por meus ombros.
- Você realmente não quer falar disso, não é irmão? – Última coisa que eu quero é discutir minha vida sexual com ele. – Pode ter certeza que tudo funciona bem. – Leo me olhou sem entender e Marcos estava chocado.
- Tudo bem, não quero saber. – Falou rápido arrancando gargalhadas de mim.
- A gente ligou para vocês se conhecerem, mas também para avisar que vamos nos casar.
- O QUE? – Ele gritou quase deixando o celular cair. – Vocês mal se conhecem
- Mas eu sei que ele é o amor da minha vida, ao lado de quem eu quero passar o resto dos meus dias.
Conversamos com ele por mais alguns minutos expliquei como nos conhecemos, que já estamos juntos tem um tempo e que decidimos casar logo, contamos também que estamos acasalados e explicamos o que isso significa para os Nova Espécie. Depois da conversa ele compreendeu e disse que estava feliz por mim, pois percebeu o quanto estou feliz, como não me vê a anos, mas que não se importava com as leis se o Leo me magoasse ele ia se vingar.
Enquanto fazíamos o jantar foi a vez de ligar para os meus pais, a conversa com eles foi bem tranquila, eles me fizeram um milhão de perguntas, algumas constrangedoras, mas no fim tudo ficou bem e eles ficaram muito felizes com a notícia do nosso casamento, minha mãe disse que eles também se casaram rápido e são felizes até hoje, falei que tínhamos escolhido a data e ela ficou ansiosa por estar aqui. Quase morro de vergonha quando minha mãe disse que ia me dar de presente de casamento uma lingerie fácil de tirar, Leo me olhou de olhos arregalados e eu engasguei com saliva enquanto meu pai ria e dizia que eu bem conheço a mãe assanhada que tenho.
...
A segunda feira chegou mais rápido do que eu desejava, mas o trabalho me chama e mesmo a contragosto pelo manhã eu tive que sair dos braços do meu leão para me arrumar, tomamos café da manhã juntos, antes de sairmos ele tentou me convencer a não ir e permanecer ali mais um dia em casa, mas não podia ceder do contrário não voltaria para o trabalho. No caminho até o prédio onde trabalho conversei tranquilamente sobre o que faço lá e como gosto do que faço.
- Você vem almoçar comigo? – Marcamos de almoçar no restaurante do hotel.
- Claro que sim. – Sorriu mostrando seus lindos dentes pontudos. – Não perderei.
- Ótimo. – O beijei. – Bom trabalho.
- Bom trabalho. – Repetiu antes de eu sair do carro.
Olhei para ele antes de fechar a porta e caminhei para dentro, só quando a porta bateu eu ouvi o carro arrancando para longe, caminhei até a minha mesa e quando levantei a cabeça não entrei três, mais sim quatro pares de olhos me encarando pois Creek também se encontrava ali, encostada na mesa de Luna, elas me olhavam curiosas.
- Bom dia. – Falei sorrindo.
- Bom dia. – Responderam em uníssono.
- Está bem, nos conta. - Amália foi a primeira a se pronunciar.
- Contar o que? – As olhei. – Nós estamos acasalados, assinamos os papéis, comemoramos muito no fim de semana, obviamente não vou falar dos detalhes íntimos. – Minhas bochechas esquentaram. – E marcamos a data para a cerimônia de casamento.
Boa parte da manhã se passou com nós 5 falando do casamento e do compromisso de companheiro, quando Creek saiu com a promessa de nos encontrar para o almoço coloquei todas de volta ao trabalho. Quando deu a hora do almoço e Creek chegou nós saímos da sala direto para o ar livre, sorvi pelo nariz uma grande quantidade de ar limpo antes de olhar em volta a procura do meu companheiro o encontrei dentro me olhando com um sorriso no rosto.
Segui para o carro onde ele me esperava e as meninas foram no carro guiado por Hope, quando estacionamos em frente ao hotel eu podia sentir Leo tenso ao meu lado, antes de sair do carro me virei para ele, segurei sua mão e me inclinei beijando seus lábios.
- O que foi? – Olhei em seus olhos dourados.
- Será uma boa ideia?
- Você tem vergonha de mim? – Indaguei para ver sua reação.
- Não, você é minha, me orgulho de tudo em você. – Falou rápido segurando meu rosto nas mãos.
- Eu me sinto igual, você é meu e eu me orgulho do macho incrível que você é. – Seu sorriso se alargou. – Agora vamos.
O beijei brevemente de novo e nos afastamos antes de sairmos do carro e caminhamos de mãos dadas, quando entramos no hotel as meninas já se encontravam na fila para pegar sua refeição, o puxei para a fila. Quando estávamos quase lá Jinx apareceu sorridente na nossa frente.
- Oi casal. – Ele nos saldou. – Rachel senti sua falta por aqui. – Se aproximou.
Leo rosnou e se colocou entre mim e Jinx, seu corpo todo tencionando seu braço possessivamente ao meu redor.
- Não se aproxime da minha fêmea. – Seu alerta foi alto e feroz quase um rugido, rosnando na direção do macho a nossa frente.
- Leo. – O chamei tentando sair de suas costas e ele rosnou.
- Calma Leo. – Jinx levantou os braços. – Rachel é uma amiga, eu jamais tentaria algo com ela, sei que é sua.
- Leo, meu amor. – O abracei por trás. – Está tudo bem. – Contornei seu corpo me colocando ao seu lado. – Vem almoçar com a gente Jinx?
- Prefiro manter a cabeça sobre o pescoço. – Falou sorridente. – Parabéns pelo acasalamento. – Saiu se afastando.
- Vamos pegar comida. – O puxei pela não.
Algumas pessoas nos olhavam com curiosidade, não era pra menos depois da cena protagonizada pelo meu companheiro, não faço comentários sobre o assunto apenas caminhei para a fila com ele ao meu lado.
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Por hoje é só pessoal, o livro está chegando ao fim.
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Beijo da tia Leila.
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