Capítulo 11.



Leo.

Estava checando alguns dos animais que vivem por aqui como faço com frequência, alguns ursos estavam agindo um pouco estranhos na última checagem, resolvi olhar com cuidado para chamar o veterinário caso fosse necessário, mas felizmente hoje estavam todos normais. Em todo o momento que eu me movimentava pela floresta tinha os pensamentos presos em uma pequena humana de cabelos cacheados que está tirando o resto da minha sanidade.

Ouvi alguém correndo perto de mim, desviei meus pensamentos dela para olhar para o lado e ver quem corria contra o vento em minha direção, não demorou para que eu avistasse Valiant se aproximando, ele costuma correr pela manhã, as vezes fazemos isso juntos.

- Valiant. – Falei quando começou a correr ao meu lado.

- Leo. – Respondeu no mesmo tom. – Então. – Começou depois de corrermos alguns metros em silêncio. – Tammy chamou você pra jantar com a gente amanhã.

- Amanhã não posso tenho compromisso. – Falei rapidamente me lembrando que a Rachel vem cozinhar pra mim e sorri ao pensar nisso.

- Compromisso? – Me olhou surpreso, sabe que eu nunca saio de casa e nem recebo pessoas com frequência.

- Sim. – Sorri. – Me diz uma coisa, como você soube que era ela, a Tammy, como soube que a queria? – Perguntei curioso.

- O cheiro dela era o melhor que eu já tinha sentido. – O cheiro da Rachel é muito bom, laranja e flores e algo adocicado, não tem cheiro melhor. – Ele era convidativo e me deixava doido, ela era linda. – Falou pensativo. – Ela é a fêmea mais linda do mundo pra mim.

- E como você a convenceu a compartilhar sexo com você?

- Ela invadiu meu território, eu pensei em atacar, mas o cheiro dela era tão bom e estava no cio, fiquei excitado, quando ouvi um carro se aproximando a peguei e levei pra minha cama. – Ele esboçou um sorriso. – Ela estava com medo de mim, de eu machuca-la por ser grande demais, por mais que eu dissesse que não iria machuca-la. – Fez uma pausa. – Convenci ela a me beijar e depois a toquei até convencer ela a me deixar monta-la. – Nesse momento ele parou. – Por que a pergunta? – Colocou as mãos nos quadris quando parei ao seu lado. – Seu compromisso de amanhã é uma fêmea?

- É, ela vem cozinhar pra gente jantar.

- E você ainda não compartilhou sexo com ela? – Balancei a cabeça em negativa. – Mas quer.

- Mais que tudo.

- Olha eu não sei muito sobre fêmeas espécie, mas duvido que... - Ele começou a falar.

- Ela é humana. – Ele não aguentou e gargalhou.

- Você e uma humana, interessante, ainda mais que falava que nunca ficaria com uma.

- Você também falava isso antes da Tammy. – Seu sorriso se alargou.

- Nunca gostei tanto de estar errado. – Ele falou. – Mas, se ela vem até você o que lhe impede?

- Não sei se ela me quer. – Baixei a cabeça e só senti ele batendo com força no meu braço.

- Você é espécie, a convença. – Antes que eu pudesse falar algo ele completou. – Use seus instintos.

- Usar meus instintos? – Perguntei confuso.

- Sim, use seus instintos e a língua.

Sem me dar mais nenhuma explicação ele me deixou sozinho, correndo por onde tinha vindo. Continuei correndo imerso em pensamentos, me perguntando o que ele tinha querido dizer e como eu poderia convencer a Rachel a compartilhar sexo comigo, como eu a convenceria a ser minha. "O que eu estou pensando? Ser minha?" Ela é minha, é assim que eu me sinto, mesmo sem nunca ter tocado nela da maneira que eu quero e mesmo sabendo que ela nunca será minha.

Quando entrei em casa seu cheiro ainda estava impregnado em todo o lugar, misturado ao meu, era quase uma tortura senti-lo bem ali, mas não tê-la verdadeiramente comigo. Suspirei me sentando no sofá e segurando a vontade que sentia de enterrar o nariz no estofado para sentir seu perfume.

**

Rachel.

Recostei na minha cadeira olhando para a tela a minha frente, senti três pares de olhos postos em mim, como estiveram a manhã inteira, querendo saber o que aconteceu ontem quando fui ver o Leo, graças a bocuda da Hope as outras duas já sabiam quando eu cheguei.

- É sério que você não vai falar nada? – Amália falou não aguentando mais.

- Não aconteceu nada demais. – Levantei os olhos para elas. – Levei o jantar, comemos, conversamos e ele me trouxe de volta.

- Ele nem tentou sexo? – Luna quis saber.

- Não.

- Por isso você parece decepcionada? – Hope me provocou.

- Vocês estão criando uma narrativa que não existe em suas cabeças. - Reclamei.

- Sou uma fanfiqueira. – Amália riu.

- Quer saber? – Peguei meu celular. – Já que vocês não me deixam trabalhar vou ligar pro meu irmão.

Procurei o contato de Marcos e coloquei pra chamar, tocou algumas vezes antes de ele atender, seus olhos verdes os cabelos ondulados, um sorriso amplo e encantador. O uniforme dos bombeiros de Chicago dizia que ele estava no quartel.

Ligação on*

- Finalmente você lembrou que tem irmão? – Ele reclamou.

- Deixa de ser dramático, eu estive tão ocupada aqui que não tive tempo de ligar. – Vi uma das viaturas atrás dele.

- Dramático nada. – Continuou com o tom rabugento. – Que história é essa que você está na Reserva da ONE com a Layla e está trabalhando aí? E o seu emprego? – Vi que as três mulheres a minha frente me olhavam com expressões confusas, apenas balancei a cabeça para elas e falei pro meu irmão.

- Eu não estou mais no trabalho. – Respirei fundo. – Fui demitida tem um tempo e não estava conseguindo um emprego novo.

- Você foi demitida tem um tempo? – Ele estava preocupado. – Por que eu não soube disso?

- Eu não quis preocupar você, já tem seu trabalho e sua família. - Fiz um gesto com a mão. - Você tem coisa demais para se preocupar.

- Mas você é minha irmã, claro que eu me preocupo com você. – Franziu o cenho irritado.

- Eu sei, você me ama, eu também te amo, mas não quis lhe incomodar com isso. – Falei como se não fosse nada. – Enfim, como eu estava lhe dizendo. – Mudei de assunto. – Eu precisava relaxar, sair um pouco de São Francisco, descansar, aí vim pra cá a passeio, visitar nossa irmã, quando cheguei aqui eles precisavam de um contador.

- Ai você se ofereceu. - Adivinhou.

- Sim. – Sorri.

- Bom, agora tem um emprego e está em um lugar com árvores, você adora natureza. – Ele sorriu. – Você está gostando daí, do trabalho, de estar perto da Layla, das pessoas? – Começou o interrogatório.

- Sim, eu estou gostando de tudo. – Falei com sinceridade. – O lugar é lindo, o apartamento de Layla é confortável, é ótimo estar perto dela, sabe que eu amo meu trabalho, eu mesma controlo a "repartição", meu chefe é gente boa e me trata com respeito, todos aqui são assim. – Lhe garanti.

- Já conheceu alguém interessante? – Sorriu de lado, ele vivia falando que queria que a gente desencalhasse. – Posso ter esperanças de pelo menos uma das minhas irmãs desencalhar?

- Marcos. – Reclamei. – Isso é jeito de falar? – Ele só ria. – Não tem ninguém.

- Tem sim. – Um coro com três fofoqueiros soou.

- Quem são? – Ele franziu o cenho novamente.

- Minhas três colegas de trabalho, umas fofoqueiras que gostam de fantasiar as coisas. – Virei a câmera do celular para as três e as apresentei. – Hope, Luna e Amália esse é meu irmão Marcos, Marcos essas são as meninas.

- Prazer meninas. – Ele falou em seu melhor tom galante.

- Prazer. – Elas falaram.

- Você é muito bonito. – Luna não tirava os olhos da tela. – Pretende vir visitar as suas irmãs? – Que safada.

- Muito obrigado pelo elogio. – Ele disse de maneira gentil. – Mas, eu tenho uma esposa que amo muito.

- Compreendo. – Ela sorriu.

- Então, vocês iam dizendo que Rach tem alguém. – Ele mudou de assunto curioso.

- Sim. – Hope se pronunciou. – Ela conheceu um dos nossos machos, foi encontrar ele ontem e não quer nos conta e o que aconteceu.

- Porque não aconteceu nada demais, nós só jantamos e conversamos. – Reclamei. – Elas estão inventando coisas.

- Não sei não. – Ele disse e me olhou quando eu virei  a câmera de volta pra mim. – Esse Homem tem nome?

- Leo. – Sorri ao falar.

- Tá perdida. – Ele riu alto. - Esses caras são bem grandes... - Começou, mas o interrompi.

- Chega. – Falei séria. – Como estão Iris e Felicity?

- Estão ótimas, Felicity está aprendendo a andar de bicicleta. – Sorriu orgulhoso. – Não quer as rodinhas.

- Mas ela só tem cinco anos.

- É atrevida igual a tia. – Ri, sinto saudade dela.

- Esperta então. – Ele confirmou, uma sirene tocou e um anúncio saiu por um alto falante o chamando para o dever. – Cuidado meu irmão e bom salvamento.

- Bom trabalho minha irmã. – Falou se movendo. – Te cuida.

Ligação of *

- Seu irmão não sabe o motivo da sua demissão? – Hope falou assim que eu baixei o celular.

- Não, tenho medo da reação dele e não quero que ele se complique por isso.

- Ele parece bem protetor. – Amália falou.

- Sim ele é, por isso achei melhor não contar.

- Eu entendo. – Ela concordou, as outras ainda me olhavam.

- Tudo bem, vamos almoçar? – Luna se levantou.

- Acho uma ótima ideia. – Liguei pra Creek que disse que iria mais tarde.

Me levantei ajeitando meu vestido e seguindo com as três para a porta que dava pros fundos por onde entrávamos todos os dias. 

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Por hoje é isso.

Até a próxima. 

Beijo da tia Leila. 

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