Capítulo 52

Conte-me seus segredos
e faça-me suas perguntas
Oh, vamos voltar
pro começo

_ The Scientist, Coldplay
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Capítulo 52: My love 

Felipe

_ Ana, o pessoal tá querendo ir fazer uma trilha amanhã. Tem cachoeira e tudo no final. Vai ser nosso pote de ouro no sinal do arco-íris. Você quer ir?_ perguntei pra Ana, enquanto olhava as mensagens no grupo com meus amigos.

Estamos no meu quarto. Estou deitado na cama, enquanto meu amor está sentada no chão pintando as unhas dela dos pés de preto, mas não é perto fosco como ela diz, tem que ser preto com verniz. É incrível como ela guarda o nome das cores dos esmaltes. 

_ Ah, quem vai?_ ela pergunta,  enquanto morde o palito de laranjeira. 

_ O pessoal de sempre,  a Marina, Davi, Yuri etc_ falei olhando pra ela toda concentrada. 

_ Meu ânimo não deixa e, combinei de ir dormir na casa da Brenda. Mas vai você e não esquece de me mandar final, amor_ Ela me respondeu isso e confesso que fiquei meio triste, porque queria que ela fosse, mas como não vai ter como... 

_ Tudo bem! Da próxima você vai

_ Vou simmm. Olha! Acabei de fazer minhas unhas, gostou?_ levantou seus pés e me mostrou as unhas pintadas de preto, enquanto ao redo estava tudo borrado.

_ Gostei,  mas tá bem borrado_ falei rindo.

_ Você é muito sem graça, Felipe!_ ela disse fingindo estar brava.

_ Mas é a verdade, só falta limpar dos lados pra ficae perfeito

_ No banho quente sai. Não tenho paciência pra limpar com acetona, aí eu deixo minha unhas sujinhas de esmalte e o calor da água amolece, então eu passo minhas unhas encima e tiro rapidinho. Mil e uma utilidades, meu bem!_ ela falou se gabando se sua esperteza. 

_ Ok! Agora quero um beijo

_ Vem cá! Minhas unhas vão atrapalhar se eu for aí 

 Me levantei e fui em direção à ela no chão. Peguei ela no colo e levei-a pra cama, enquanto ela soltava gritinhos. Soltando ela, comecei a beijar sua boca. 

Ficamos nisso até minha mãe chamar a gente pra descer e almoçar. Descemos e fomos em direção a mesa. Minha mãe fez carne cozida com mandioca e cenoura, arroz, feijão e muitas saladas, meu prato preferido . Mãe mais saudável que a minha, impossível. 

_ Mãe, amanhã vou fazer uma trilha com o pessoal. 

_ Ok, Felipe, mas muito cuidado em! Não veijo graça em caminhar por horas à fio

_ Eu acho mais ou menos. Minha pessoa mais esportes definitivamente não combinam_ a Ana falou com seu jeitinho único e maravilhoso. Sou completamente apaixonado por essa menina. Às fico igual um bobo olhando pro rosto dela. Ela não gosta muito, mas fazer o quê?  A culpa é toda dela. 

Meu irmã desceu e meu pai chegou da empresa dela pra almoçarem. Ficamos conversando e rindo o tempo todo. Gosto de almoços, não, melhor dizendo, gosto de refeições assim, com o clima leve e feliz. Estar feliz, simplesmente por estar é muito bom. 

Quando acabamos, lavamos nossos pratos e fomos pro meu quarto denovo. Escovamos nossos dentes e ficamos assistindo à clipes musicais. A Ana é viciada em ficar vendo clipes, na verdade ela é viciada em música. Em qualquer lugar que a gente está, se começar a tocar uma música ela começa à cantar junto. O pessoal até fala "até essa você sabe?" e ela responde que "sim" começando à ficar vermelha e orgulhosa de seu vasto conhecimento em músicas. 

Ela diz que as antigas são mais legais, que as letras são mais profundas. Mas ela também gosta das mais recentes, mas não com tanto amor. Ela gosta desde reggae ao grunge. Ela é a minha gatinha do rock. Ela fica vidrada vendo a Courtney Love cantando, ainda mais as preferidas dela do Hole, Violet e Celebrity Skin. Ela fica toda hora voltando nas partes dos gritos. Ela ama músicas com berro,  não sei como, mas...Tá que eu gosto de algumas, mas não no nível dela.

É engraçado quando ela diz qual o vício musical do momento. Se ela disser isso, você vai ouvir essas música todos os dias, as da vez, são: Past Life, da Selena Gomez com o Travor Daniel; Always Remember Us This Way, da Lady Gaga e All apologies do Nirvana. E ela fala com tanto amor sobre as letras de cada uma delas. Pra ela músicas não são apenas músicas, são muito mais que isso. 

Ao som de "Pela Luz dos Olhos Teus", que é uma baita diferença de estilo, ela começa a me beijar. Beijos quentes e molhados, com respirações tensas e que aquecem minha alma. Minha família está em casa, mas estou mandando esse pensamento pro espaço, não estou me importando nem um pouco.

Começo à tirar suas roupas. Primeiro o sutiã preto, porque amo ver os seios dela marcando por baixo da camiseta branca. Em seguida, retiro seu short e depois, sua blusa. Espero que ela termine de beijar meu pescoço e retiro, por fim, o resto de roupa que restava nela. 

Chegou a vez dela, que não tem muita paciência e, retira minha blusa e calça as pressas, voltando a se sentar sobre meu corpo. Ela pede para apagar a luz e então ficamos no breu, com apenas alguns raios de Sol que passam pelos pequenos espaços da janela que não foram cobertos pelas cortinas. 

Puta merda! Ela é tão gostosa. Às vezes tento me segurar, mas é impossível. Virando nossos corpos fico por cima dela, me enfio no meio de suas pernas, enquanto ela enlaça meus quadris. Me aproximo mais e mais dela, querendo sentir a sensação de pertencimento, de paixão , do amor com mais intensidade. 

Começamos à nos amar. Forte e intensamente. A cada vez que fazemos isso, sinto uma emoção diferente. Gosto de sentir nossas peles nuas e suadas se encontando. Gosto de ver como ela fica balançada comigo, e é recíproco. 

Depois de termos chegado ao nosso limite,  me bate uma vontade se chorar por toda intensidade. Não sei o que aconteceu o quê estamos sentindo, mas começamos à chorar juntos e a nos beijar pra tentar estancar as águas que caem de nossos olhos como tempestade.  Nos afogamos um no outro tentando, inutilmente, apagar essa estranha sensação do nosso peito. Sensação que me deixa preocupado. 

_ Eu tô sentindo um aperto no peito, amor_ ela fala me abraçando e eu sem palavras não consigo responder, apenas beijo sua cabeça tentando confortar à ela e a mim mesmo. 

Nos levantamos depois de um tempo e vamos tomar banho. Quando voltamos ela se deita denovo e acaba adormecendo e, enquanto ela dorme, fico admirando-a como um louco apaixonado. Ela é tão linda e tão única. A voz, o cheiro,  o jeito, o sorriso dela... Tudo é tão perfeito. 

Quando vejo que são 18h acordo ela, pois sei que os pais dela irão ficar preocupados se ela demorar mais. Ela mesmo iria ficar toda perdida e preocupada. Com beijinhos leves e minhas mãos acariciando levemente os seus cabelos a acordo.

_ Hmm_ ela diz sonolenta. 

_ São 18h

_ O QUÊ? ! Meu Deus do céu, tenho que ir embora_ ela exclama toda apressada, sem mais nenhum sinal de sono no rosto e na voz.

_ Fica tranquila, eu vou te levar. Só vou tomar um copo d'água. Aceita?_ perguntei, enquanto vestia meu moletom, calçava meu chinelo e pegava as chaves do meu amado carro. 

_ Eu quero sim

Depois de ter arrumado o cabelo e calçado seu tênis, descemos as escadas e vamos para a cozinha. Bebemos a água e em seguida ela se despede de meus pais e minha irmã. Já no caminho pra casa dela, vamos conversando bobeiras dentro do carro. Quando chegamos na frente da casa dela, paro o carro e dou um beijo de despedida nela. 

Espero que ela saia do carro, mas ao fazer menção de sair, ela para e colocando suas mãos encima do colo, olha pra baixo e fica calada. Estranho seu comportamento e me pergunto se está tudo bem e penso se fiz algo.  Olhando pra ela, questiono: 

_ Tá tudo bem? _ ela não me responde, apenas se vira para mim. Minha maior surpresa é que ela começa a chorar desenfreadamente e o pior: não sei o que fazer. 

_ Calma, Aninha, tá tudo bem! O que houve?_ pergunto a abraçando. Ela começa a chorar mais forte ainda, molhando meu moletom e me vejo com medo de que ela passe mal. 

_ E-eu n-n-não sei... É uma sensação ruim no peito. O pior é que quando sinto isso alguma coisa de ruim acontece. Eu tô tão preocupada!

_ Sensação ruim em relação a quem ou o quê?  Você sabe me dizer? _pergunto preocupado com ela. Não gosto de vê-la desse jeito. 

_ Eu não sei... Ma-mas tenho medo q-que se-seja em relação a... Vo-você_ ela fala gaguejando muito_ Eu vim rezando o caminho todo,  mas dessa vez não tô c-conseguindo ficar t-t-tranquila. Tenho medo de que aconteça algo de ruim com você! 

_ Não vai acontecer nada, Ana e se acontecer é porque era pra ser assim. Mas vamos pensar que nada vai acontecer, que tudo vai ficar bem. A gente atrai o que a gente pensa_ falei, tinha pensando em prometer que nada de ruim iria acontecer comigo ou com ninguém, mas não gosto de prometer algo que não esta em meu controle. A vida é complicada e gosta de pregar peças, então...

_ Isso não ajudou muito. Você podia dormir aqui né? ! Por favor!_ ela pediu e parecia disposta a qualquer coisa pra que eu ficasse. 

_ Seus pais não devem deixar, Ana

_ A gente pergunta. Vem!_ ela abriu a porta do carro e ficou me esperando.  Desci do carro e entrelacei nossas mãos. 

Entramos na casa dela e mesmo com medo de perguntar pra mãe, lá foi ela, determinada. Como pensei a mãe dela não deixou, a Ana insistiu, mas a mãe dela disse que não do mesmo jeito e não julgo ela, ela é mãe e sabe o que faz. A mãe dela disse que apenas deixava que eu ficasse até ela dormir, mas que depois era cada um pra sua casa. Concordamos e fomos pro quarto dela. 

Depois de ficar horas tentando fazer ela dormir, finalmente ela adormeceu com sua mão agarrada a minha. Antes de dormir ela me falou umas coisas bem estranhas. Na hora quis responder que era coisa da cabeça dela, mas depois das palavras dela até eu começei a sentir uma angustia no peito que ia e vinha toda hora. Mas disse a mim mesmo para ignorar, porque se colocasse isso na cabela nem sair de casa eu ia. As palavras dela, foram as seguintes:

_ Eu não sei se vai acontecer alguma coisa ou não, mas eu tô me sentindo estranha. Mas não sei se é coisa da minha cabeça ou não. O pior que a gente nunca tem certeza de nada e isso é o que mais dói e da medo. Eu queria te proteger do mundo agora, queria te colocar em uma caixinha e te esconder do tempo. Eu não sei se alguma coisa vai acontecer, eu quero que você saiba que eu te amo MUITO_ ela falou com a voz embargada. Ela deu uma pausa e quando voltou a falar as lágrimas desceram junto_ Eu amo você, Felipe! Você é o amor da minha vida. Eu vou te amar para sempre. Em outras vidas ou o quer que for que aconteça depois que a gente se vai. Eu te amo, muito, muito, muito mesmo_ ela disse isso e me beijou amorosamente antes de terminar_  Tem uma música que diz que o tempo é longo e solitário e isso é verdade. Só o tempo vai me dizer se isso tudo é algo da minha cabeça ou não, mas antes de você ir embora da minha casa, eu quero que você saiba e que tenha isso dentro de você. Eu te amo e agora isso dói tanto, porque estou tão preocupada e no escuro. Eu queria que nada de ruim acontecesse com ninguém

_Eu amo você também, An. Mais que tudo no mundo e tenho certeza que vou te amar pra sempre e em todas as vidas que houverem.

Ela começou à chorar forte, alcalmeia-a e depois que ela dormiu, beijei sua cabeça e disse um "Amo você!" sussurrado no ouvido dela que me deu um leve sorriso embriagado pelo sono, desci as escadas e dei "tchau" pra mãe dela. Dentro do carro, sentado no banco do motorista, antes de ligar o carro e sair, olhei para a janela do quarto dela por um tempo até que finalmente fui embora. 

Naquela noite, não dormi nada bem. Acordei no meio da noite com os olhos molhados e fiquei olhando o teto por um tempo. Depois peguei meu celular e  olhando nossas conversas e fotos, olhei também as fotos minhas com meus amigos e a minha família. Depois de um tempo pensando e olhando meu celular, fui em direção ao quarto dos meus pais, subi na cama como eu sempre fazia quando era uma pequena criança com medo dos mostros maus que tinham debaixo da minha cama. Minha mãe meio sonolente me abraçou e disse que me amava e no meio dos meus pais consegui, finalmente, dormir em paz. 

Acordei no outro dia às 6h da manhã, renovado em energias. Todas aquelas sensações estranhas havuam passado. Fui pro meu quarto tomar banho e me arrumar pra sair. Peguei meu celular pra falar com a Ana e vi que  hoje ela não tinha acordado cedo como sempre. Resolvi deixar uma mensagem pra ela.

Felipe

Tô indo fazer a trilha com o pessoal. Te amo!

Depois de arrumado, desci pra sala tomar meu café da manhã.  Assim que acabei, o pessoal me ligou dizendo que iriam passar aqui pra me pegar. Pegue minha mochila e me despedi dos meus pais e da minha irmã. 

_ E aí, galera! Animados?_ perguntei pro pessoal

_ Muitoo_ a Marina respondeu, juntamente com o Davi. 

_Coloca uma música aí, Yuri

Então o Yuri colocou Queen, pra minha alegria. Depois de horas escutando música e de aturar a Marina reclamando, enfim, chegamos. Conversamos com o guia, nos arrumamos e iniciamos a trilha. 

Depois de longas horas caminhando, finalmente avistamos nosso pote de oura, a cachoeira mais maravilhosa do mundo. Acho que todo esforço que a gente faz, faz com que as coisas tenham outro valor. Elas ficam mais preciosas. 

Fomos todos cedentos em direção a parte mais rasa. Depois de refrescados, fomos nos divertir realmente. Tinham mais pessoas , famílias que haviam chegado a mais  com jovens e crianças. Tinham pessoas fazendo piquenique. Gritos,  pessoas felizes e uma cachoeira incrível, só faltou a Ana pra ficar perfeito. 

Fomos em direção a algumas partes mais altas pra pular. Só tinha um aviso de perigo e não se aproxime perto de umas pedras onde a água batia muito forte. Fiquei sabendo que algumas pessoas acabaram morrendo ali por acidente. Decidimos ficar afastados. 

Na parte onde a gente tava era tranquila. Os meninos começaram à pular dando alguns gritos bem altos. Quando fui seixar meu chinelo perto de uma pedra vi que tinha uma criança pendurada perto da área de risco. Pelo barulho alto da água as pessoas não ouviram,  ainda bem que eu percebi. Fui em direção ao menino com a intenção de pegá-lo. 

_ Fica calmo! Vou pegar você_  falei alto na direção dele que começou a chorar e pedir ajuda. Parecia ter uns 7, 8 anos.

Voltei um pouco e gritei pro meninos o que estava acontecendo.  Os meninos disseram que iam subir pra me , enquanto a Marina gritava que era pra esperar o salva-vidas que ela ia chamar. Mas eu sei que o menino não aguentaria ficar mais ali por muito tempo. As mãozinhas e os pés pequeninos iram escorregar a qualquer hora. Eu não podia deixa ele ali, porque se ele caísse  o redemoinho que tinha debaixo da queda d'água iria matar ele como a qualquer um outro. 

Com meus pés se arrastando em pequenos passos e minhas mãos se escorando nas laterais da pedra molhada, cosnegui alcançá-lo. Pedi pra que ele me desse sua mão,  mas ele estava tremendo todo e chorando, definitivamente, ele não conseguiria sair dali sozinho. Desci até o local onde ele estava, carreguei ele no colo e levantei-o até que ele alcançasse a pedra. Pedi pra ele esperar ajuda e que eu já iria subir. 

Ele se encolheu  lá encima, enquanto tremia. Subi na pedra, mas meu pé direito escorregou. Me encolhi encostado na pedra, sentindo a água como sereno intenso umedecver meu corpo. 

Eu juro, juro que tentei ficar ali, esperando as pessoas chegarem e me socorerem, mas não deu. Minhas mãos cansaram e eu soltei, enquanto pensava inocentemente que consegueria me segurar. E, no momento que comecei a cair de costas me lembrei das palavras da Ana, da nossa angústia, do choro, de tudo. Pensei na minha mãe, no meu pai, minha irmã, em meus amigos e principalmente na Ana. 

A criança começou a gritar e em seguida, ouvi os gritos dos meus amigos chamando meu nome, mas parei de ouvir. Minha cabeça bateu em uma pedra e tudo começou a fucar confuso. Felizmente a batida da minha cabeça na pedra aliviou a sensação de ardência da água invadindo meus pulmões. Comecei à enxergar tudo nublado até que não senti mais nada.

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Olá, boa noite!

🌹 Meu coração está partido 💔😞

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