Capítulo 51
Olhe pra nós, desfazendo nossos laços nessa cozinha
Olhe pra nós, reforçando todas as nossas defesas
Olhe pra nós, continuando a guerra no nosso quarto
Olhe pra nós, abandonando o navio no meio das nossas conversas
Não faz diferença o que estamos fazendo aqui
Isso não aparece como sintomas maiores lá fora
Então por que gastar todo nosso tempo nos cobrindo de bandagens
Quando temos a chave fundamental pra resolver a causa aqui: Nosso interior
Olhe pra nós, formando nossas panelinhas pra nos divertirmos
Olhe pra nós, minúsculas crianças, com ambos os corações bloqueados
Olhe pra nós, virando as costas a todas as nossas partes rudes.
Olhe para a ditadura dentro da minha própria cabeça
_ Underneath, Alanis Morissette
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Capítulo 51: Fim da ditadura interna e Vestibular
3 meses depois
O tempo de festa acabou, agora com a viagem para trás, todos nós estamos voltando nossas energias para o Vestibular. A pressão é grande, decidi que vou fazer história da arte. Agora, tenho que ver se vou passar e a insegurança é terrível. O Felipe tenta me acalmar, quando ele está comigo ele tem sucesso, mas é só ficar sozinha que minha insegurança de todos esses anos dá as caras.
A insegurança bate na porta em momentos como esse, mas agora não tanto. Momentos de insegurança são inevitáveis, mas a ditadura que havia na minha mente sobre mim, acabou. Agora quando me olho no espelho gosto do que vejo, não vejo mais meus antigos "defeitos". Pra mim chegar até esse momento sofri muito, mas foram todas essas dores que me fizeram enxergar-me de uma forma positiva.
Voltando a falar da temível prova, meu amor não está nem um pouco nervoso, ele diz que está fazendo o melhor que pode, então se não der tudo bem, ele não passou, simples assim. Mas ele vai passar, eu sei. Não preciso nem ver uma lista de resultados para saber. Ele é incrivelmente inteligente. O mais legal é que ele não se exibe igual à muitas pessoas, ele age naturalmente e as pessoas quando não o conhecem devem imaginar que ele é só mais um palhaço riquinho.
Nesse fim de semana vai ser a primeira etapa das provas e estou ficando louca. Meu único porto seguro no momento é o Felipe. Não sei como ele aguenta todos e tantos dramas meus.
...
O grande dia chegou e fiquei aflita o tempo inteiro até chegar no local. Entrei na sala e fiquei esperando à hora de começar chegar. Leram meu nome, levantei minha mão e me entregaram a minha prova. Como fique bastante nervosa foi difícil no início pra me concentrar, mas respirei fundo e bebi minha água. Respirei e inspirei por alguns segundos e disse à mim mesma: você estudou, você está preparada. Você quer, você pode e você consegue. Meu mantra para quando a insegurança bate, foi uma professora do segundo período que falou pra minha turma. Mesmo sendo uma criança na época me lembro até hoje. Ela fazia que estão de fazer uma oração e falar esse mantra pra gente. Eu acho que ajuda e funciona.
Comecei à fazer a prova fiquei toda tensa, na hora da redação então, nem se fale. Fiquei com medo de não dar tempo, mas depois que comecei à escrever as palavras fluíram. Quando acabei, conferi tudo mil vezes e saí da sala. Quando estava no banheiro me lembrei que esqueci meu celular debaixo da carteira e comecei à correr de modo humilhante, com a bolsa batendo do lado do meu corpo. Cheguei na porta da sala e vi a aplicadora me procurando, agredeci ela e peguei meu celular como um filho que se perdeu no meio da multidão.
Depois que acabei e saí da escola em questão, me senti mais tranquila, até que não foi um bicho de sete cabeças. Confesso que algumas eu chutei, marquei A de céu em algumas, C em outras e D de Deus pra ver se alguma força superior me dá uma ajudinha. Agora, resta esperar a outra prova e depois o resultado.
No final da prova, quando sai, encontrei o Felipe que já estava ali há um bom tempo. Ele me perguntou como foi e fui sincera, perguntei pra ele também que respondeu que achou a prova legal. Legal pra ele é um de boa, tranquilo e suave.
_ Que tal a gente ir tomar um açaí? Tá de noite, mas vai ser bom, a gente merece_ ele falou me olhando, concordei com um balançar de cabeça frenético. Açaí é sempre bem vindo.
_ Acho ótimo!
Ele pegou minha mão e então atravessámos o asfalto correndo, em direção ao Açaí que havia ali. Faixa de pedestre foi esquecida por nós. Entramos no estabelecimemto e fizemos nossos pedidos. Pegamos o pedido pronto, ele foi pagar e em seguida fomos nos sentar em uma das mesas que estava do lado de fora. Não sei porquê, mas estou me sentindo muito bem e feliz, deve ser o açaí refrescando à noite quente ou talvez, sentir que dei o meu melhor e que fui bem.
Ficamos falando sobre as questões e sobre o que falamos em nossa redação. Peguei o rascunho da minha e pedi pra ele ler, depois de ler ele disse que achou muito bom. A dele não pude ler, porque ele saiu antes e não pode pegar o caderno de questões.
_ Hmmm, que culta ela. Índice de Gini e renda per capita. Parabéns! _ ele falou me olhando admirado e rindo, respondi:
_ Aqui também é conhecimento
_ Meu amor é muito inteligente. Viu? Não falei que você conseguia. Aquilo tudo era insegurança, você estudou, estava preparada_ ele falou e beijou o topo da minha cabeça. Tem como não amá-lo? É impossível. Tudo de bom em um serzinho.
Depois que acabamos, o pai dele ligou dizendo que viria buscar a gente. Ficamos aguardando, enquanto ficavamos dizendo palhaçadas com nossos cotovelos apoiados encima da mesa e nossas mãos entrelaçadas no ar. O brilho da noite faz muito bem pra ele.
Dentro do carro me lembrei de contar sobre o meu esquecimento. O Lion e o Felipe caíram na gargalhada pela situação, pelo meu desespero e pelo meu modo dramático de narrar os acontecimentos. Quando chegando na minha casa o pai do Felipe deu a ideia da gente ir em uma pizzaria. Todos nós, inclusive meus pais. Concordei e marcamos pra 20h30 todo mundo estar na pizzaria combinada.
Entrei em casa e falei com meus pais. Fiquei com medo deles não querem ir, mas deu tudo certo. Minha mãe amou a ideia, meu pai não foi diferente, mas minha mãe fica muito animada quando vamos sair. Ela se produz toda, veste a roupa mais linda, passa um batom vermelho, coloca uma de suas várias sandálias fica distribuindo sorrisos pro vento. Ela é uma daquelas pessoas super animadas e de bem com a vida.
Com todos prontos, seguimos em direção à pizzaria. Quando chegamos lá, vi a família dele sentada em uma mesa. Fomos até lá, cumprimentamos todos e nos sentamos. A noite foi bem gostosa, me fartei de pizza. Dessa vez, consegui comer 3 pedaços mais alguns copos de Guaraná.
Quando deu 23h decidimos encerrar a conta e irmos embora. O bom foi que todo mundo gostou e se divertiu. É muito bom estar com quem gostamos e à vontade. O bom do meu relacionamento com o Felipe é que além de namorados somos amigos e hoje ficámos sem muito agarros, por causa da nossa família e pelo clima do ambiente também.
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Boaaa noitee! Como vão?
🌹 Votem e comentem bastante. Obrigada!❤
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