Capítulo 49
Você me deixa louco e eu não posso negar
E quando você olha para mim, não sei como reagir
Você mudou tudo, eu nem consigo pensar
Eu tive que desabafar, não mude
Eu me apaixonei, sim, eu me apaixonei
Entre tantos corações no seu, eu fiquei
E eu me apaixonei, sim, eu me apaixonei
E eu não pude evitar, por mais que tentasse
_ Me enamoré, Shakira
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Capítulo 49: Contagem regressiva, devaneios excessivos e festa
Agora faltavam menos de 1 mês para a nossa viragem. Primeira vez fora do país e meu ânimo está à mil. Estou ligada no 220 volts e bastante animada.
Além disso, meu aniversário aconteceu no mês passado, 17 de Junho e fiz 17 anos. Nunca gostei de festas, então chamei o Felipe e a Brenda aqui em casa, pedimos algumas besteiras e comemoramos. Minha mãe comprou um bolo de surpresa pra mim, fiquei muito feliz.
Os pais do Felipe não vieram no dia, mas quando fui na casa dele, eles fizeram um bolo para mim e mais um monte de tortas e doces, porque eles sabem que gosto. Me senti bastante especial por eles terem se dado ao trabalho de fazer tudo aquilo para mim. Dessa vez foi a primeira que fui lá depois de tudo, a irmã dele me pediu desculpas e disse que estava realmente arrependida.
Vi sinceridade nas palavras dela e por isso falei que estava tudo bem e que desculpava ela. Acho que o problema dela é que até isso acontecer, ela vivia apenas no mundinho perfeito dela em que os pais fazem tudo e dão tudo. Mas depois do choque de realidade ela acordou pra vida.
Pessoas assim geralmente ficam sozinhas, sem amigos e fico feliz que ela tenha aprendido e melhorado. Não vou dizer que continuamos com a mesma relação de antes, de amizade. Apenas o tempo pode dizer se as coisas vão voltar à ser como eram antes.
Voltando na viagem, quero muito que chegue logo. A Alemanha nunca tinha me encatado antes, é um dos países que nunca parei para pensar na beleza e se iria querer visitar um dia, mas agora minha visão está completamente diferente. Às vezes fica difícil dormir quando começo à pensar. Parece ser algo surreal saber que vou ir em outro país, conhecer outra atmosfera. Agora minhas pesquisas no Pinterest se resumem a: paisagens da Alemanha, cidades mais bonitas, pontos turísticos e por aí vai.
Outra coisa que está me deixando bastante ansiosa é o Vestibular. O Felipe disse que vai tentar o da USP e agora eu também estou querendo. Fico imaginando nós dois em um estado e cidade diferente e juntos. Nunca havia parado pra pensar nessa Universidade, mas depois que ele falou parece algo tão incrível, o melhor sonho do mundo. Seria meu paraíso na Terra morar com ele.
Ficamos um bom tempo conversando sobre esses assuntos. Ele fica sorrindo para mim com carinha de bobo quando começo à falar dos meus planos. Quando começo à dizer como nossa vida pode ser.
Acho que estou muito apaixonada mesmo, porque fico imaginando nosso casamento. Pensei em casa em um campo ou na praia, mas acho que a ideia da praia vai ganhar. Imaginei também que após fazer 18, no ano que vem, a gente podia se casar em segredo. Meus pensamentos e minha imaginação sempre voam distantes, não sei se é um problema, mas é que eu gosto de planejar meu futuro, de me imaginar lá na frente e isso me faz desejar tanto que tudo de certo, sinto uma positividade incrível.
Antes de adormecer, naquela hora em que fingimos dormir pra que logo depois isso aconteça, fico imaginado nossa vida, milhões de possibilidades. Claro que todos esses sonhos bastante avançados eu não conto pra ele, imaginem ! Me da vergonha só de pensar nele descobrindo todos esses devaneios excessivos.
Parece que quando estamos felizes até as coisas que não gostamos muito de fazer ficam mais divertidas. Um bom exemplo é a aula de Educação Física que eu simplesmente odiava, mas agora até que gosto. Com o Lipe me infernizando com suas palhaçadas e brincadeiras às aulas de tornam mais agradáveis. Amo quando ele me carrega colo no meio da aula e me faz cócegas, nesses instantes eu não ligo para ninguém à nossa volta.
Agora estou conversando mais com os amigos dele. A Marina é a melhor, ela é tão legal e simpática e forma um ótimo casal com o Davi. Eles são tão fofinhos juntos, mesmo que tentem esconder. Ela se faz de durona e que não gosta, mas sempre percebo ela com uma expressão meio abobada pra ele quando pensa que ninguém está observando.
O Davi também é bem legal, mas ainda me lembro da conversinha dele com o Felipe às vezes. Mas acho que no fundo perdoei ele sim. Ele é bastante prestativo com todos, sempre ajudando todo mundo.
Além deles, tem mais algumas meninas e meninos bem legais. Percebi com um tempo que eu estava completamente julgando eles sem nem conhecer. Agora, no recreio, sim, gosto de falar recreio, mas na frente das pessoas falo intervalo para parecer mais madura. Minha amiga Brenda também fica junto com a gente, ela até está conversando com um amigo do Felipe que compartilha da mesma paixão que ela por Harry Potter.
O garoto é bem legal, ele se chama Lucas. Ele me lembra um índio com sua pele morena e cabelos extremamente lisos e de dor preta. Ele usa óculos e fica um charme. Minha amiga fica negando que não está gostando dele, mas conheço ela. Eu vejo como eles agem um perto do outro. O jeito que ele olha ela como a joia mais preciosa, mas sei que ele não tomou nenhuma iniciativa grandiosa ainda porque sabe que ela é mais na dela, prefere que os outros não à notem.
Parece que boa parte da turma é composta de amigos que cresceram e começaram à namorar. Tem uma amiga do Felipe que se chama Lívia e namora o Yuri Takahashi, um descedente de japoneses. Eles formam um dos casais mais fofos do mundo. Ela é bem louquinha, no bom sentido da palavra e ele é todo fofo com ela, eles são tão amorosos e preocupados um com o outro.
Um dia desses fomos na casa dele, os avós dele estavam no Brasil ainda e eles não falam português e eu a louca das culturas fiquei maravilhada, pedindo eles para falarem e japonês. Gostei muito da casa dele com a decoração oriental. A mãe dele fez sushis pra gente, mas eu odiei e não consegui disfarçar.
Então a mãe dele achando graça da minha expressão e com dó de mim, me perguntou se eu gostava de pudim, respondi que sim, que eu amo. A mãe dele gosta muito da Lívia, trata ela como uma filha mesmo. O Yuri é bem fofo com a mãe dele também, gosta de dar beijoa e abraços. Gosto muito quando os filhos gostam de demonstrar o amor pelos pais na frente dos outros, porque tem alguns que crescem e ficam com uma bobeira de ficar com vergonha.
Hoje decidimos sair todos juntos. Vamos em uma festa que o Davi vai dar na casa dele. Estou animada, porque agora já converso com todos eles.
Levantando da minha cama, onde fiquei praticamente o dia todo. É um absurdo o tempo que gasto ficando atoa na minha cama. Abro meu guarda-roupa e pego um vestido tubinho preto, um cardigã cinza claro tranparente. Para meus pés pego uma sandália de salto fino daquelas que tem apenas uma tira na frente. Depois disso, fui me maquiar.
Nos olhos esfumei com uma sombra marrom e no canto interno uma sombra cintilante rosada. Na boca passei meu querido hidratante labial de morango que faz minha boca ficar rosada. Peguei meu perfume e caprichei.
Quando fiquei pronta, falei com o Felipe que ele podia vir me buscar. O Felipe está todo animado, porque tirou a tão sonhada carteira de carro dele. Hoje vai ser a primeira vez que ele está realmente dirigindo para ir em algum lugar. Ele ficou mais feliz ainda quando viu o presente do pai, um Chevrolet, que era o sonho de consumo dele. Sonho realizado.
Ouvi a buzina e desci às escadas, dando um "tchau" apressado pra minha mãe e meu pai, enquanto dava um beijo na bochecha de cada um. Eles me disseram pra ter cuidado e em seguida sai. O Felipe estava encostado no carro, quando me aproximei nos beijamos e então ele abriu a porta para mim.
_ Que cavalheiro!
_ Sempre as suas ordens, senhorita_ ele repondeu brincando.
Entrei no carro e fiquei bastante empolgada junto com ele quando coloquei algumas músicas e aumenter o volume. Comecei à cantar animadamente e ele só rindo da minha cara. Depois de um tempo ele começou à cantar também e até chegar na casa do Davi nos fomos cantando bem alto dentro do carro.
Chegamos na festa e vi que a música estava alta e tinha bastante gente. Senti um frio na barriga quando desci. Dei minha mão ao Felipe e entramos juntos. O Felipe tinha me contado que o Davi estava fazendo 18 anos e que os pais tinham liberado a casa pra ele, porque era o sonho dele ter uma festa assim, estilo EUA.
Assim que entramos o pessoal veio cumprimentar a gente. Depois de todos "oie, eaí?" fomos procurar a turma que conversamos mais. Encontramos o Davi e entregamos nossos presentes. O Felipe tinha falado para que não me preocupasse com isso, mas quis comprar mesmo assim. Dei de presente pra ele uma camisa e um relógio e espero que ele goste.
Peguei um refrigerante de Guaraná e o Felipe um copo de Vodka com um porquinho de chocolate e morango. Nunca fui de beber bebidas alcoólicas, mas as vezes eu provo a bebida de alguém que me oferece e se vi qu está tudo certo. O Felipe me beijou uma hora e o gosto da bebida, do chocolate e do morango ainda estava na boca dele e o beijo ficou tão bom.
_ Felipe, não bebe muito, porque você tá dirigindo, ok?
_ Sim, fica tranquila. Depois desse copo vou ficar na base do refri mesmo
_ Acho bom_ falei, ainda com minhas mãos em volta do pescoço dele e nossos corpos juntos.
A Marina apareceu e disse pra gene começar à dançar também. Fomos todos pra uma parte da casa que estava escura com algumas luzes piscando. A galera estava muito animada, alguns casais quase se "comendo" no meio da sala. Olhei meio aterrorizada, mas não sou ninguém pra julgar se fiz aquilo tudo em uma parque.
No início comecei à dançar timidamente, mas depois de um tempo me soltei. Fiquei pulando junto com todo mundo em algumas músicas. Depois de um tempo começou à tocar um funk pesadão. O pessoal ficou mais animado ainda, mas eu nunca gostei, então fiquei meio quieta por um tempo. Músicas que rebaixam à mulher não são minha praia, na verdade eu odeio com toda minha força mesmo.
Quando as músicas ficaram mais leves voltei a dançar. O Felipe ao invés de dançar, estava conversando com um amigo dele aos gritos um no ouvido do outro. A atmosfera do lugar me fez ficar mais atrevida, porque decidi que iria provocar o Felipe. O estava escuro mesmo e com aquelas luzes não da pra enxergar nada direito mesmo.
Comecei à sarrar nele, rebolando e tentando ser sensual, mas acho que consegui, porque ele decidiu parar de conversar com o tal amigo e apertou sua mão na minha cintura. Me levantei e fiquei apenas balançando meu corpo no ritimo da música.
_ Continua à dançar_ ele falou no meu ouvido. Comecei a sorrir e mordi meu lábio inferior. Me virei pra ele e comecei a beijá-lo sem encostar nele.
_ Tá gostando é? _ a resposta dele foi me puxar pra perto dele para que eu pudesse sentir o efeito da minha "dança".
Sentindo calor, amarrei meus cabelos em um coque e senti ele beijando meu pescoço. Fiquei arrepiada. Decidi continuar a dançar.
Depois de um tempo me cansei e disse pra ele. Ele pegou minha mão e me levou pra sentar em um sofá que tinha nesse novo cômodo. Como já tinham algumas pessoas sentadas, o Felipe se sentou no único lugar vago e em seguida, me sentei em seu colo.
Ficamos ali, eu descansando e ele conversando com um menino e uma menina. O garoto pra conhecer tanta gente. Acho que ele deve conhecer todo mundo da festa.
O casal saiu dali. Me sentei do lado do Felipe e coloquei minhas pernas encima das dele. Me aproximei mais dele e comecei a beijá-lo. Perdemos à noção do tempo, mas pelo menos a do pudor não. Ficamos nos beijando comportadamente, bom, mais ou menos, as não foi nada demais que alguém poderia reclamar. Apenas um casal aos beijos.
Senti minha boca estava inchada e vermelha, mas estava muito bom pra parar. Quando o ar tava faltando mesmo, nos afastamos. Encostei minha cabeça no peito dele e endireitei minhas pernas. Ainda bem que sempre coloco um short por baixo do vestido se não, eu já estaria pagando calcinha. Reparei que a Marina estava perto com o pessoal, quando ela falou rindo:
_ Vão pro quarto, casal!_ fiquei vermelha na hora.
_ Fica tranquila, Ana. Tô brincando! Mas tem um pessoal que tá que tá_ ela falou olhando pra um menino e uma menina quase tirando à roupa.
Depois de toda vergonha, fiquei tímida enquanto eles conversavam. Mas o Felipe percebeu e ficou direcionando perguntas pra que eu não ficasse caladona e fora da conversa. Ficamos ali conversando um bom tempo da festa, depois fomos dançar novamente. Quando comecei a me sentir cansada falei com o Lipe pra gente ir embora. Ele falou que só queria esperar o parabéns que ia acontecer em 10 minutos. Respondi que tudo bem.
Passados os 10 minutos, fomos todos pra perto de onde o bolo tinha sido colocado. O Felipe disse que ia pra perto do Davi. Fiquei ali mesmo onde estava, de frente pra mesa.
Começámos a cantar quando as luzes da vela e dos mini foguinhos de artifício foram acesos. O pessoal começou à cantar o "parabéns pra você..." e depois o "com quem será...", nessa segunda parte eles gritaram o nome da Marina que ficou toda tímida, mas o Davi ficou com um sorriso imenso na direção dela. Assim que terminaram essa parte, quando ele foi apagar a vela, o Felipe e o Lucas enfiaram o rosto dele no bolo. Todo mundo começou à rir e eu fiquei lá com minha boca aberta.
O Davi pegou os pedaços do rosto dele e jogou nos meninos. Depois disso foi uma verdadeira guerra, até eu não consegui escapar. Finalmente, nos limpamos em nós o que deu e enfim, fomos embora. O Felipe me dexou em casa. Mas antes de sair do carro ficamos um tempo nos beijando, só depois que saí do carro. Falei com ele pra ir com Deus e dirigir com cuidado e pra me ligar quando chegasse.
Entrei em casa, subi às escadas levemente pra não acordar ninguém. Já no meu quarto tomei um banho rapidamente pra me limpar, mas o que eu queria mesmo era ir dormir, mas a sensação do doce seco e grudando é pior. Quando sai olhei meu celular e tinha a mensagem do Felipe.
Amor
Cheguei. Boa noite! Dorme com Deus. Te amo 💕
Respondi:
Amo você. Dorme com Deus também. Vou dormir agora. Mortinha de sono
Quase digitei errado de tanto sono. Guardei meu celular e fui pra debaixo das cobertas. Adormeci rapidamente.
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