Capítulo 45 - Parte 1
Eu não posso acreditar como você me olhou
Com seus olhos brilhantes de James Dean
Em seu jeans apertado com seu cabelo comprido
E as suas mentiras manchadas de cigarro
Será que podemos te consertar se você quebrar?
E é o seu xaveco só a frase final de uma piada?
Eu nunca vou falar novamente
Oh garoto você me deixou sem palavras
Você me deixou sem palavras, tão sem palavras
Eu nunca mais vou amar novamente
Oh garoto você me deixou sem palavras
Você me deixou sem palavras, tão sem palavras
_Speechless, Lady Gaga
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Capítulo 45: Parte 1 - Cena inesquecível
Hoje é sexta-feira, graças ao bom Deus. Não aguento mais ficar indo e voltando da escola. Preciso de férias, férias de Julho na Alemanha.
Meus pais ainda bem que depois de muita insistência da minh parte, aceitaram. Cheguei a implorar e, por fim tudo deu certo. Essa viragem é o que me mantem motivada a ir bem na escola, ficar comportada e tudo nesse sentido. Preciso que meus pais sintam confiança em mim.
O Felipe também está muito animado pra que a gente vá e como está faltando menos de 2 meses, estou quase pulando de euforia. Ele acha engraçado a minha empolgação nível máximo, mas às vezes nem ele se controla. O pai dele direto fala sobre a viagem, me pergunta se estou animada e etc.
Decido parar de ficar olhando pro nada com um sorriso no rosto, em cima de minha cama. Me levanto com toda preguiça e sono do mundo, em seguida vou arrumar minha cama. Depois de ter tomado banho e me arrumado, me sinto desperta.
Tomo meu café da manhã e em seguida vou a caminho da escola, completamente feliz por ser sexta, mesmo que todo cansaço da semana esteja em meu corpo. O bom da sexta é que é o último dia da semana. Mas o meu dia preferido é a quinta-feira, porque no outro dia é sexta. Eu gosto da sensação da véspera, geralmente elas são bem mais legais.
Cheguei na escola alguns minutos adiantada. Por mais que eu diga para mim vou andar devagar, não consigo, começo à andar rápido com meus pensamentos à mil e, quando percebo, já estou em frente a escola. Algumas pessoas já estavam na sala, esses sim, gostam de chegar cedo.
Passados alguns minutos a turma toda chegou. O Felipe me deu um beijo rápido e foi para sua carteira que agora é atrás da minha. Agora todas as pessoas dessa escola, sabem que estamos juntos. Toda vez que estamos juntinhos e a Amanda nos vê, ela faz uma cara de nojinho implícita.
A primeira vez que ela teve que falar comigo a falsidade na voz dela era mais que perceptível. Eu sei que ela não gosta de mim, que não gosta de ficar perto, mas mesmo tentando não me importar, é horrível à sensação de saber que alguém te odeia à esse ponto sem nenhum "motivo" realmente plausível. Saber que ela me odeia, por causa de um garoto me deixa triste por ela.
Ela nunca mais falou comigo. Se ela tem que falar alguma coisa com alguém que esteja perto de mim, ela não me cumprimenta e fica aquela coisa estranha. Todo mundo percebe e fica sem jeito. Tento não ligar, mas é meio impossível. Nunca me dei bem com rejeição.
Bateu o sinal do intervalo e todos saíram afoitos, como se estivessem fugindo de um apocalipse zumbi. O Felipe me deu a mão e juntos, fomos para fora da sala. Depois de um tempo lá fora, falei que iria procurar minha amiga, então ele foi procurar os seus.
Encontrei a Brenda perto da sala, sozinha. Ela também nunca foi muito de se socializar, então a gente sempre ficava juntas na hora do intervalo. Por isso, mesmo ficando com o Lipe, seria sacanagem da minha parte deixá-la sozinha. Talvez se fosse ao contrário ela não fizesse o mesmo, mas não acho legal pensar dessa forma. Não gosto de fazer as coisas esperando algo em troca.
Ficamos o resto do intervalo conversando e rindo. Nosso principal assunto são os livros. Amámos falar horas e horas sobre livros e de ler uma para outra partes que achamos legais.
Hoje, estávamos conversando sobre o livro "Cartas Secretas Jamais Enviadas", muitos autores e com organização da Emilly Trunko. Uma garota dos EUA que criou um perfil no Tumblr para escrever cartas e com o sucesso que teve as pessoas começaram a enviar as suas próprias cartas. Cada uma mais profundo que a outra, mas as que mais me tocaram, e que achei mais tristes, são:
° A da menina para o namorado que se matou antes de saber que tinha um filho;
° A da garota encontrada morta no arbusto(acho que a mataram e estruparam), porque fala que ela foi achada morta e exposta;
° A da menina que a irmã se matou;
° A do namorado que se matou;
° A do "namorado" que mesmo sabendo do abuso que a garota sofreu na infância fez o mesmo com ela.
As pessoas ficam quebradas com algumas coisas que acontecem na vida. Mortes, perdas, abusos e mais um montão de situações que nos fazem ficar perdidos. Nossa conversa foi bem profunda e ficamos bem tristes, porque mesmo que aquelas coisas não tivessem acontecido com a gente, apenas imaginar que tivessem acontecido, deixa a gente triste e com medo do mundo.
Ficamos um tempão na "bad". Só quando conseguimos falar de outras coisas, foi que o clima melhorou. Acho incrível a capacidade de se colocar no lugar do outro, tentar entender a dor da outra pessoa. Empatia é a palavra.
Na hora de voltar pra sala, fomos apressadas, pois a proxima aula teria um teste. Mesmo tendo estudado muito, ainda fico bastante apreensiva. Mas consegui responder todas as questões e me senti bem melhor. Minha meta é pegar a média no 2 trimestre e não ficar preocupada com notas para o Vestibular.
As outras aulas do dia passaram em um piscar de olhos. Voltei pra casa rápido e sozinha, pois hoje o Felipe iria resolver algumas coisas com a irmã. Fiquei meio triste, porque me acostumei à voltar sempre com ele. O caminho ficou tão sem graça.
Cheguei em casa e decidi fazer alguns hobbies que há tempo não praticava. Gosto de pintar, estudar sobre arte, pinturas famosas e seus pintores, museus ao redor do mundo. Por mais que ame biologia, e queira ser Bióloga, fico confusa às vezes, porque amo História da Arte também. Meu coração é metade Biologia e metade História da Arte.
Fiquei até 14h desenhando e pintando. Quando peguei meu celular para olhar às horas, me lembrei da mensagem dele me dizendo pra ir na casa dele, eu tinha respondido que iria ver, mas que talvez não fosse. Decidi que iria dar uma passada na casa do Felipe. Hoje na escola ele tinha me falado que 13h30 ele já estaria em casa e sozinho, porque o pai dele estaria trabalhando e mãe ficaria na rua com a irmã, enquanto ele voltaria para casa.
Pensei um pouco e decidi que iria, pois estava com saudades dele. Me tornei meio brega depois que comecei a "namorar" com ele, eu sempre falei "Não, definitivamente não vou ser uma pessoa melosa. Com toda certeza irei ser fria e...", mas não sou nada assim, às vezes me acho tão brega.
Levantei da carteira da minha mesa e fui trocar de roupa. Não dava pra ir com minha roupa, ela está toda manchada de tinta que nem com mil lavagens sai. Coloquei uma outra calça jeans, dessa vez preta, uma regata preta e um moletom cor caramelo. Soltei meu cabelo e passei um gloss de morango.
Desci às escadas e avisei minha mãe a onde estava indo. Ela me disse para não voltar muito tarde. Fui caminhando meio rápido, porque não quero demorar a chegar, mas também não quero chegar toda suada.
Assim que me deparei com a entrada da casa dele, as borboletas em meu estômago deram sinal de vida. É impressionante o modo como ele me afeta, não tenho apenas uma quedinha por ele, eu tenho abismos. Toda vez que vejo ele ou ele me beija, ou quando fazemos amor, parece que estou no topo da torre de 60 metros Skyfall do Parque Guanabara, prestes a ser solta lá do alto. O vento na barriga que sinto lá e o que sinto com ele. Posso até tentar controlar essa adrenalina que sinto, mas é completamente impossível, nos dois casos. Mas no final, esse frio na barriga compensa quando você vê toda a imensa vista lá do alto.
Lembre que ele me disse que eu poderia abrir a porta e entrar. Fiz isso, porque tenho certeza que não tem ninguém, porque se houvesse mais alguém em casa, isso nunca aconteceria. Assim que entrei, mesmo sabendo da ausência de todos, olhei em volta e fui pisando levemente até as escadas. Decidi que iria assustá-lo. Subi devagarinho, com as mãos um pouco afastadas do corpo, quando cheguei no andar de cima fiquei mais tranquila.
Me deu uma vontade de rir, então coloquei minha mão na frente da boca e esperei a pequena crise passar. Chegando perto do quarto dele, vi que a porta está aberta, assim pude ouvir o som do chuveiro ligado. Andando mais lentamente, decidi entrar com um grande sorriso no rosto e a sensação de alegria pelo susto que eu daria.
Assim que adentrei o quarto dele meu sorriso de desfez, pois na cama do Felipe estava a Amanda, deitada entre os lençóis. A parte que aparecia dava pra que eu percebesse que ela estava sem nada, e mesmo assim, quando olhei para toda a cena, vi um sutiã e uma calcinha no chão juntamente com a roupa dele.
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Boa tarde!
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