Capítulo 35

Mesmo que não venha mais ninguém
Ficamos só eu e você
Fazemos a festa
Somos do mundo
Sempre fomos bons de conversar

Eu só espero que não venha mais ninguém
Aí eu tenho você só pra mim
Roubo o teu sono
Quero o teu tudo
Se mais alguém vier não vou notar

_ Mais ninguém, Banda do Mar
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Capítulo 35: Alegria

Segunda-feira feira chegou e junto dela meu alegre ânimo. Realmente, essa semana estou feliz. Li em um livro que quando desejamos o bem, ele nos deseja também. Acho que isso não ocorre só em relação ao bem, mas a praticamente tudo. Atraímos aquilo que desejamos.

Quando me toquei sobre isso pensei: uauu! Funciona mesmo. Quis tanto que o Felipe me quisesse e gostasse de mim que agora isso faz parte do mundo real, não apenas dos meu mundo de devaneios excessivos. Fui para a escola toda contente com esses pensamentos. 

Hoje estou me sentindo alegre sem nenhum motivo, apenas por estar alegre. Fico muito feliz quando me sinto feliz, parece que a vida fica tão mais fácil e bela. Quando estou assim reparo nas pequenas coisas, como a pequena camada de água que fica sob as plantas por causa da madrugada fria. Fico feliz em ver a névoa branca por todos os lados. Minha falsa neve, como minha mãe diz.

Gosto de reparar nessas simples coisas que quase ninguém repara ou se reparam, não veem a beleza nelas. Gosto de olhar os olhos do meu gatinho que mais parecem dois planetas inabitados. Gosto quando vou dormir e começa à chover, na verdade fico meio triste quando penso nas pessoas que não tem casa. Quando me lembro disso, desejo que todos os dias sejam quentes, sem uma gotícula de água sequer. 

Minha positividade está nas alturas. Espero que meu humor não mude, porque às vezes meus sentimentos parecem uma montanha russa, cheia de altos e baixos. Melhor nem pensar muito nisso, a gente atrai o que pensa e fala, então melhor nem pensar em coisas negativas.

Quando cheguei na escola fui para minha sala, e por incrível que pareça, dei "bom dia" para várias pessoas com um sorriso no rosto. Nem eu estou me reconhecendo, mas estou gostando. O Felipe chegou bem encima da hora, novamente. Ô garoto para gostar de chegar nos últimos segundos, mas para ele sempre dava certo.

Ele me deu um "Olá, bom dia!" sussurrado quando passou por mim. Meu sorriso ficou igual o do Coringa. Acho que vou mandar minha regrinhas para o espaço. 

Senti a presença dele atrás de mim, fiquei surpresa por ele ter se sentado ali, mas muito feliz ao mesmo tempo. No meio da aula, enquanto a professora dava uma explicação muito chata, senti mãos em meus cabelos. Meu pescoço se arrepiou na hora com a sensação boa. Olhei pra trás e sorri para ele que me correpondeu com um sorriso semelhante de cumplicidade. 

Não presto atenção às aulas geralmente. Na verdade é metade prestando atenção e metade não. Nas primeiras frases dos professores me transporto para  mundos bem distantes, e fico lá viajando na maionese a aula inteira. Muitas vezes quando eles passam alguma atividade fico toda perdida e acabo tendo que perguntar para alguém. Essa situação piorou ainda mais nos últimos tempos, faz cerca de quase 4 meses que estou ficando com o Felipe e nesses momentos de aula eu fico lá viajando e imaginando em nossa vida alternativa, totalmente dispersa. 

A aula hoje não teve nada de importante e nenhum dever de casa, dei graças aos céus. Na hora do intervalo saí com minha colega assim que o sinal bateu, fomos em direção ao refeitório comprar nossos lanches. No meio da caminho avistei a irmã do Felipe, acabei ficando meio tensa, vai que ela fingia que não me conhecia ou me ignorava. Quando situações assim aconteciam, eu fico tão pra baixo, parece que minha energia vai à nível 0. 

Para minha surpresa, assim que me viu, ela veio correndo em minha direção e me abraçou. Não esperava nada disso, pra quem estava imaginando ser ignorada, um abraço era um tanto arlamante. Assim que me recuperei do susto correspondi ao abraço e falei:

_ Oie, tudo bem? Nunca tinha te visto aqui na escola!

_ Tô bem sim e você?  Ah, geralmente não lancho aqui não. Gosto de ir em uma lanchonete aqui perto,  mas as minhas amigas queriam vir aqui e então eu vim junto. 

_ Tô bem também_ respondi sorrindo_ entendi. A comida e os lanches daqui são bons, eu gosto

_ Fiquei muito feliz de te ver. Ontem foi muito legal!

_ Também. Foi mesmo 

_ Você podia ir lá em casa essa semana também, ia ser muito legal. A gente podia maratonar alguma série ou ver alguns filmes. Tive uma ótima ideia! Você podia dormir lá em casa da sexta pro sábado. O que me diz?

 Ela tinha falado tão rapidamente que fiquei perdidinha. A ideia é legal, mas sla, fui na casa dela semana passada e já vou lá de novo. Olhei para a carinha feliz dela com medo de decepcioná-la.

_ Ah, tenho que ver com meus pais e ver se não tenho nada que precisa ser feito. Depois eu te falo

_ Ok! Me passa seu número? _ ela me perguntou e falei pra ela

Ficamos conversando mais um pouco, então falei que minha amiga e eu tínhamos de ir. Assim que ficamos sozinhas, a Brenda falou bem alto: 

_ ME CONTA TUDOO!_ ela exclamou toda empolgada

_ Eu vou te contar. O Felipe me chamou pra ir lá na casa dele. Fui e foi muito legal,  a família dele toda é legal. Até assistimos filmes juntos. A mãe dele fez um monte de coisas pra comer só porque eu ia lá

_ AAAA, que fofos. Que bom que seus sogros e sua cunhada são todos legais, porque tem gente que só Deus na causa

_ Verdade né? ! Fiquei toda empolgada. Quando ele me convidou eu fiquei com medo, mas depois passou. E todo mundo foi tão legal

_ Fico feliz por você, An !

_ Ownt, você é muito fofa, amiga. Obrigada! Eu queria muito ir na casa dele de novo, mas com ele chamando e não assim, não passou nem uma semana. Não sei se é coisa da minha cabeça

_ Eu acho que se ele te chamar você deve ir. Com apenas a irmã dele chamando eu também ficaria meio slá

_ Difícil!_ falei pensativa

Depois do intervalo às aulas passaram todas rapidamente. Voltei pra casa sozinha hoje. O Felipe tinha me mandado mensagem dizendo que tinha que ir em um lugar com a irmã dele. Andei rapidamente na hora da volta, sem ele não tinha graça fazer hora na rua.

Quando ficou de noite ele me mandou mensagem dizendo que a irmã dele estava enchendo o saco dele, dizendo que era pra ele me chamar pra ir lá de novo. Escreveu também que agora eu poderia provar por conta própria que todo mundo gostou de mim, apenas mandei carinhas gargalhando. Ele então me chamou pra ir na casa dele nesse fim de semana, assistir filmes e etc. Mencionei o porque eu não queria aceitar: tinha ido lá na semana passada e ficava meio sem jeito. 

Odeio ser uma pessoa pegajosa, então naturalmente fiquei com receio. Ele disse que não tinha nada haver e que era pra mim ir sim, porque todo mundo gostou de mim e me queria lá mais vezes. Dentro de mim e fora também pulsava alegria.

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PERGUNTINHA:

Vocês iriam de novo na casa do Felipe se fossem a Ana?

Não se esqueçam de votar e comentar. Obrigada desde já!

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