Capítulo 24
Todos os dias são tão maravilhosos, e de repente, fica difícil respirar
De vez em quando, eu me sinto insegura de tanta dor
Fico tão envergonhada
_ Christina Aguilera, Beautiful
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Capítulo 24: Tentando lidar com tudo
No outro dia, na sala de aula o clima parecia estar estranho. Não a sala em si, mas depois de toda aquela conversa com meus ânimos exaltados parecia que minha energia estava em 5%, quase esgotando. Parecia que não estava me importando com mais nada.
O Felipe ficava me olhando de longe, às vezes via esses olhares, mas logo desviava o olhar. Me sentia uma idiota quando via ele com os amiguinhos, rindo e feliz. Não sabia se ele estava sentindo alguma culpa verdadeiramente. Tentava dizer a mim mesma que não me importava com isso, mas estava mentindo para mim mesma. Queria que ele sentisse e que se arrependesse.
Os dias passavam e percebia que estava verdadeiramente mal e vazia. Eu passava às aulas apenas presente em corpo e fazendo as atividades com minhas colegas de classe, porque minha mente estava em outras coisas. Antes, chegava na escola querendo logo chegar em casa, mas agora, a vontade era ainda maior.
Me sentia uma palhaça. Com toda certeza os amiguinhos dele sabiam sobre a nossa conversa ou se não sabiam sobre isso, eu sabia o que eles pensavam de mim. Saber o que eles pensavam de mim me machucava muito, toda vez que pensava sobre isso meu peito apertava e eu engolia o choro, mas era pior parecia que estava engolindo todo aquele sentimento ruim e ficando mais angustiada e triste.
Quando chegava em casa, só ia direto para o quarto e me deitava na cama e ficava olhando pro nada, tentava fazer outras coisas, mas sem nenhuma energia. Não sei se meus pais perceberam, pois sei mentir e disfarçar muito bem. Quando estava com eles, abria um sorriso falso e tentava parecer estar presente, acho que estava conseguindo.
Fazer tudo isso me desgastava, mas tentar esconder tudo dos meus pais e não contar nada pra ninguém me deixava ainda mais com a energia sugada. Mas nunca consegui falar o que sentia ou dizer as coisas que aconteciam comigo pras pessoas, apenas guardava tudo dentro de mim. Ficava sufocada com todos aqueles segredos não ditos. Segredos sobre coisas que aconteciam comigo, segredos sobre como eu me sentia ou o que me machucava. Eram tantos segredos.
Apenas queria saber dizer tudo que o que sentia.
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Acordei e era sexta-feira, graças a Deus, fui direto para o banho. O momento do banho era quando desabava completamente. O único lugar onde permetia que meu choro fosse descontrolado, porque quando saísse ninguém perceberia.
Minha insegurança sempre tinha sido um problema para mim, mas parece que passei a fazer daquelas palavras "Maior cara de chata e nem é tão bonita" e "... também não acho ela lá essas coisas" um mantra. Todos os dias quando me olhava no espelho via o quão ridícula e feia era. Teria que melhorar aquilo, estava gostando menos ainda do que via.
Só conseguia repetir na minha mente que era ridícula e feia. Toda vez que via ele e seu amigo me lembra desses dois adjetivos maldosos. Queria me sentir linda ou bonita, mas sabia que não era. Não sabia nem como tinha pensando que um garoto como o Felipe pudesse gostar de mim.
Comecei a comer menos, talvez ficasse mais bonita. Com toda certeza o problema era meu peso. Quado era menor as pessoas me diziam que eu era gorda, então esse devia ser o problema. Eu tinha que resolver esse problema e iria conseguir.
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