Capítulo 19


Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

_ Soneto de Fidelidade, Vinicius de Moraes

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Ode a Felipe


— Não acredito que caí nessa. Sou muito lerda! — exclamei, enquanto colocava a palma da minha mão no rosto.

— Que nada, para você saber, eu gostei! 

— De me ver passar vergonha né, seu safado! — questionei indignada, enquanto parava de caminhar e olhava para ele.

— Safado eu sou, e até que gostei de ver você toda envergonhada — ele disse.

— Você dá sorte que não sou uma pessoa violenta, se não você estaria morto! — ameacei.

—Ok, vamos fingir que acredito que você teria coragem de matar a minha pessoa incrível

— Convencido, eim!?

— Realista! É bem diferente

Então fomos o caminho inteiro com uma conversa descontraída e alegre. No final, acabei achando legal toda confusão que aconteceu e as consequências. Me diverti muito como nunca, no caminho de volta para casa.

...

Depois desse tarde, os dias ficaram mais monótonos. As aulas começaram a ficar mais intensas, com mais deveres, trabalhos e provas, estávamos sem tempo para nos encontrar, e na escola a gente ficava preocupado com o que estava acontecendo. Nenhum de nós queria bombar.

Mesmo com isso tudo, às vezes a gente conversava ou voltávamos juntos para casa. Não ficávamos apenas nas conversas, claro! A gente se beijava e se abraçava, além disso tínhamos os assuntos mais legais, interessantes e inesperados. 

Cada dia mais, era ele quem completava meus dias, e eu sentia que era recíproco, mas mesmo assim todos os dias eu rezava para que ele sentisse o mesmo, me correspondesse. 

Sempre que estávamos conversando não conseguia desviar meus olhos do brilho dos olhos dele, muito menos conseguia desviar meu olhar daquele rosto, salpicado de pequenas sardas com covinhas profundas em suas bochechas. E toda vez que a gente se beijava eu tinha que levar minhas mãos até o macio de seu cabelo, de cor dourada, que parecia ter sido beijado pelo Sol.

Toda vez que o beijava, tinha de me afastar por alguns momentos daquele corpo, esculpido pelo mais maravilhoso dos artistas e olhá-lo, melhor dizendo: apreciá-lo, como toda obra prima deve ser feita. Achava incompreensível ele todo perfeito ter seus olhos e atenções voltadas para mim. Mas mesmo com todas as inseguranças, comecei a dizer à mim mesma que sim, eu era digna de toda aquela atenção.

Os dias continuaram a passar, formando semanas e depois meses, especificamente, 2 meses que já estávamos juntos, ficando. Agora, as provas e todo sufoco de final de bimestre tinha se passado e teríamos mais tempo de ficarmos mais juntos. Ele tinha até me convidado ontem para ir sair com seus amigos, e eu aceitei mesmo com todo nervosismo do mundo por dentro.

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