Capítulo 14
O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
_ Quem de Nós Dois, Ana Carolina
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Sexta-feira
Finalmente, sexta-feira havia chegado, e eu extremamente empolgada. Até acordei mais animada pra ir pra aula, porque sabia que de tarde, especificamente às 16h, teria um encontro com o Felipe.
Não consegui dormir direito por estar ansiosa, o que não é novidade. Literalmente, acordei às 4h da madrugada pra ter que voltar a dormir e acordar novamente às 5h20.
Fui pra escola e lá as horas estavam demorando a passar.
Justo hoje!
O sinal que anunciava o final das aulas tocou, e as pessoas começaram a sair da sala com uma pressa. Parecia que o mundo estava acabando.
— Ei, Ana! Tudo certo pra hoje de tarde ? — ele perguntou.
— Tá sim, qualquer coisa você me liga ou me manda mensagem. Tchau, até de tarde! — respondi meio atrapalhada.
— Tchau, até! — ele se despediu e foi embora.
Saí da sala, e segui meu caminho para casa caminhando pra, mas o meu caminhar é o equivalente a andar rápido. Durante todo o caminho fiquei pensando sobre o encontro de mais tarde, imaginando várias possibilidades.
Cheguei em casa, almocei e rapidamente fui para o meu quarto decidir que roupa iria usar. Abri meu guarda roupas e olhei as opções.
Nunca gostei muito de usar shorts, sempre gostei mais de calças, vestidos e macacões. Então, depois de muito olhar e ignorar várias opções, escolhi um macacão curto, verde claro de um paninho leve e por cima um cardigã preto. Nos pés decidi que era melhor algo confortável, já que iríamos a um parque de diversões, então escolhi ir com meu tênis All Star de sempre, o clássico preto com a listra vermelha.
Fui me maquiar. Passei apenas uma base, fiz um delineador e passei um batom vermelho.
Arrumei meus cachos e estava pronta. Fui olhar as horas, e vi que já eram 15h30. Então, a única coisa que fiquei fazendo até dar o horário marcado foi mexer no celular.
Quando deu 16h, ele me ligou e com o coração aos pulos, atendi.
— Oi, Ana. Então, queria saber se você já está pronta? — ele perguntou.
Toda vez que converso com ele pelo telefone fico muito nervosa, não tanto quanto pessoalmente, mas a voz dele me deixa balançada. Deve ser o timbre único ou qualquer coisa assim. Quando é algo em relação a ele, parece que encontrar explicações ou tentar me entender, é bem difícil.
— Tô sim. Você quer que eu te encontre onde? — perguntei.
— Eu vou te esperar na pracinha perto da sua casa, pode ser?
— Pode sim. Você quer que eu já fiquei lá ou você me liga quando chegar?
— Eu te ligo quando chegar lá, é melhor. Beijos! — se despediu.
— Tchauzinho, beijos pra você também.
— Tchau, vou desligar aqui.
Ele desligou e eu fiquei esperando ele me ligar novamente, mais nervosa ainda.
Uns 15 minutos depois, ele me ligou novamente. Me despedi dos meus pais, falei que ia sair com um pessoal, mas no fundo sei que eles sabiam que era com algum garoto, porque eles tinham vindo conversar comigo na noite anterior sobre sexo, adolescência e sobre meninos que só querem se aproveitar das meninas.
Como sempre, eles tentaram parecer algo casual, sem nenhuma pressão. Mas como sempre a vergonha foi enorme.
...
"Estávamos jantando quando minha mãe do nada começou a falar:
— Esses jovens de hoje. A maioria dos garotos de hoje em dia só querem tranzar e acabou, depois é a menina que engravida e eles não estão nem aí. O tanto de coisa que passa nos noticiários e até mesmo perto da gente. Eu fico abismada! — minha mãe disse olhando para seu prato.
— É mesmo, amor. As meninas devem ficar atentas com esses meninos, só querem aproveitar — meu pai disse, enquanto me olhava "casualmente".
Só de minha mãe ter dito isso olhando para sua comida e meu pai "meio tenso, dizer suas palavras de modo "casual", soube que aquilo era tudo pra mim.
— Tá ouvindo, Ana. Fica esperta, você já está adolescente, é bonita, os meninos querendo ficar com você, essas festinhas que vocês vão — minha mãe disse.
— Eu sei, eu sei. Pode deixar! — falei, tentando acabar logo com o assunto.
— Eu e sua mãe estamos falando pro seu bem. Tome cuidado com esses jovenzinhos cheio de hormônios! — meu pai falou, enquanto me olhava amorosamente.
Comecei a rir, era a cara do meu pai falar umas coisas dessas. Ele sempre me fazia passar umas vergonhas gigantes com algumas coisas que ele dizia. Mas eu sei que isso é amor e preocupação, e me sinto feliz por ter pais que se importam comigo, , mesmo que me façam sentir "pequenas" vergonhas.
— Tá bom, pai, mãe. Vou levar comigo sempre os concelhos que vocês me dão. Mas mudando de assunto, depois a gente podia ver uns filmes de comédia, o que vocês acham?
E com isso, desviei do assunto, finalmente."
...
Saí de casa e fui andando em direção a praça. Chegando lá, o encontrei em pé, me esperando chegar.
Olhei pra ele, o admirando e tentando entender como uma pessoa podia ser tão incrível, e tentando também entender o que ele tinha visto em mim.
Continuei andando, quando cheguei em frente a ele, ficamos nos olhando alguns segundos. Eu amava como os olhos dele diziam tanta coisa, eram tão intensos que não deixavam ele mentir por nada. Sempre que ele sorria, esse sorriso se estendia aos seus olhos, que brilhavam intensamente e se enrrugavam nos cantos. Eu amava isso.
Ele então me abraçou e eu me aconcheguei em seus braços, encostando minha cabeça em seu peito e respirando fundo. Nos soltamos e nos olhamos novamente. Ele abaixou sua cabeça em direção a minha. Nós nos beijamos sob as estrelas, que naquele dia testemunharam o início de um grande amor.
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