Capítulo 12

Eu nunca mais vou respirar
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar

E por você eu largo tudo
Vou mendigar, roubar, matar
Até nas coisas mais banais
Pra mim é tudo ou nunca mais

_ Exagerado, Cazuza

▪▪▪

Segunda depois do festival.

Acordei no sábado às 8h40min da manhã e passei o dia inteiro, mais precisamente, o fim de semana inteiro pensando no festival e em como seria na segunda. Não estava me aguentando de tanto nervosismo, minha respiração estava tensa, o meu corpo inteiro, minhas mãos suavam quando pensava que iria encontrá-lo. A todo momento eu tentava não pensar em como foi e em como seria, mas não dava, parecia impossível.

O Felipe tinha me mandado um "Hello, Sweet Ana!", vi pela barra de notificações do celular, e decidi que ia fingir que não tinha vista por um tempo. Não sei como consegui, mas só respondi no outro dia de manhã, com um "Oiee, Sr. Phelippe".

Na minha mente eu ficava imaginando diversos cenários e histórias possíveis pra gente. Minha imaginação é muito fértil, então eu imaginei a gente namorando, tendo brigas de casais e por aí vai.

Fui tentar dormir cedo no domingo, mas não deu muito certo, toda hora eu saía da cama, ia ao banheiro e tomava água. Fiz esse ritual todo até dar meia-noite, e então finalmente fui dormir.

Escutei algo tocando, abri meus olhos e vi que era o despertador do meu celular marcando 5h30min da manhã.

 Hora de despertar, levantar e ir a luta.

Me arrumei, tomei café da manhã e fui para a escola. Chegando lá, fiquei nervosa novamente. Gostaria muito de ser aquele tipo de pessoa que é tranquila em relação a tudo, e que as palavras "nervosismo e ansiedade" não fizessem parte do meu vocabulário.

Fui direto pra sala e me sentei no lugar de sempre, terceira cadeira da segunda fileira. As pessoas foram chegando e ele não, apenas no segundo horário é que ele apareceu em toda sua aura.

— Oie, bom dia, Ana ! — ele cumprimentou quando passou por mim.

— Bom dia, Felipe ! — cumprimentei-o.

— Tudo bem com você?

— Tudo ótimo e com você?— respondi ele e me senti uma boba, parecia que a conversa estava muito mecânica, comecei a pensar se eu estava arruinando tudo e que nunca mais ficaríamos juntos.

— Tá tudo certo.Vou sentar atrás de você, pode ser? — ele perguntou.

— Pode sim. Você se atrasou hoje — reparei.

— Sim, hoje eu dormi mais que a cama — ele me respondeu rindo — Na verdade, isso acontece sempre — ele reparou enquanto olhava para nenhum lugar, fingindo estar refletindo sobre essa "grande questão".

— Que feio! — falei rindo, brincando.

— Eu queria saber se você quer voltar comigo hoje — fiquei mega feliz, sinal de que ele queria continuar com as coisas

— Pode ser — respondi, casualmente, mas por dentro eu estava "Claroooo! Se quiser pode ser todo dia também".

Toda vez que eu o respondia eu ficava "Que merdaa! Fica mais animada, garota. Demonstra mais essa animação!". Na minha mente eu queria responder de outro jeito, mas na hora de falar eu preferia ficar mais na minha, em uma zona de conforto, onde não tem muitos riscos e você não se mostra demais., ou não se machuca.

O professor chegou na sala e eu virei pra frente pra prestar atenção na matéria, porque por mais que eu estivesse apaixonada por ele, eu entendia que era necessário estudar.

Muitas pessoas desviam de seus caminhos, objetivos e etc, quando se apaixonam por algo ou alguém, mas eu sei que a pessoa que eu gosto tem que fazer parte do meu mundo, e não ser o meu mundo. Porque sei que quando as pessoas encaram uma pessoa como seu mundo, as tendências de as coisas darem errado e elas se destruírem, se quebrarem são muito maiores. Não vou ser "exagerada" alá Cazuza, porque sei que o equilíbrio, o meio termo é a virtude. É, às aulas de filosofia valeram a pena.

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