Person in Love.
Hehehe
Olha só quem apareceu!
Presente para meus leitores namoradinhos kkkkkkkrying
Petição para criarem o Dia dos Solteiros:
Antes de irem para a leitura!✋🏽 Tenho um aviso importante:
Troquei uma das personagens da fic porque não tava me sentindo confortável descrevendo ela, mesmo que não seja a pessoa em si. A idol em questão fez uma coisa que me desconcentrava em incômodo toda vez que eu precisei escrever a personagem dela aqui, então mudei.
Não estranhem, não vai afetar em nada a história. Só tô avisando pra não ficar a dúvida no meio da leitura.
Estão prontos?
🐺
"Eu apenas sinto, como a Lua sempre surge após o Sol
Como unhas crescendo, como árvores soltando suas folhas
Você é a pessoa que vai transformar minhas memórias em lembranças
A pessoa que vai transformar pessoa em amor."
C A P Í T U L O T R Ê S
Hoseok piscou algumas vezes, processando o que Yoongi dissera.
Sua pele descoberta arrepiou-se com a brisa que transpassou os corpos de troncos descobertos e que ostentavam as pinturas que há pouquíssimos instantes brilhavam tanto quanto os olhos de Yoongi.
Não sabia no que focar sua mente: no frio desgraçado que estava fazendo ali em cima, no comentário confuso do menor, no fato da tinta ter soltado aquele brilho pra lá de estranho ou em como Yoongi estava coringando na sua frente.
O ômega soltava risadinhas e murmúrios ininteligíveis, chacoalhando as mãos para extravasar a alegria que sentia, parecendo ter esquecido que tinha um telespectador dividido entre ficar com medo ou achar engraçado o surto.
"A Lua realmente te ouviu, Yoon… Temos nosso alfa escolhido!"
"Estou tão feliz, Moon, que quero gritar e correr por aí."
— Eu nem acredito! — exclamou, finalmente olhando para Hoseok. — O que foi?
— Eu 'tô meio perdido aqui — respondeu, buscando a camisa para tentar aplacar a friagem. — Estamos comemorando a união de quê?
— Como assim "de quê"? — o ômega refutou, ainda eufórico. Levantou-se e se pôs a guardar as coisas espalhadas dentro do cesto. — Eu nem acredito que isso aconteceu — cochichou para ele mesmo, quase se desmanchando em lágrimas de felicidade. — Se vista rápido, alfa, temos que ir.
— Alfa? Yoongi, espera! — Hoseok pediu, se atrapalhando todo quando o menor tomou a blusa de suas mãos e passou a roupa sobre sua cabeça, o vestindo com rapidez. — Ir aonde?
— Minha família está nos esperando, eles já devem ter percebido que te encontrei. Mal vejo a hora de iniciarmos o festejo — tagarelava sem parar, tão aéreo pela felicidade que não deu atenção a confusão estampada de forma cômica na face do platinado.
— Os ursos? — indagou, se tremendo só de imaginar um possível encontro entre ele e os mamíferos.
Yoongi foi criado por eles, não seria atacado ferozmente, mas eu sim, divagava com quase pânico.
— Não, né. — O moreno riu, achando que o outro estava tentando ser engraçado. — Os lobos.
Hoseok congelou no movimento de vestir a jaqueta, esbugalhando os olhos e virando o rosto para um Yoongi concentrado em abotoar a camisa de volta no corpo elétrico. A cada nova conversa inusitada com o de tez pálida seu sexto sentido disparava o alertando que aquele rapaz poderia não bater muito bem da cabeça.
O analisou com calma, preocupado com a saúde mental de seu recém amigo e como poderia ser a possível convivência dele com lobos, longe da civilização e de qualquer educação necessária.
Não que na cidade ele pudesse ter melhores chances de vida, ainda mais se ele tivesse a infeliz má sorte de morar na periferia e ser como Hoseok. Eram muitas possibilidades e parte não era tão agradável, logo a certeza de que Yoongi estaria melhor em sua sociedade era incerta.
Fora que aquele sorriso e aura suave emanando do moreno deveria contar mais que a espécie que o rapaz considerava família, certo?
Com aqueles pensamentos, voltou a ignorar o óbvio e continuar seguindo o roteiro ditado por Yoongi que, ao terminar de se vestir e capturar a cestinha, se virou para Hoseok e desceu os olhos para as mãos do loiro.
Um pensamento fruto de sua repentina vontade rondou sua mente e o fez apertar as palmas em volta do aro de talos. Seria uma atitude muito atrevida? Eles eram parceiros, então poderiam se tocar sem medo, certo?
"Apenas faça logo, Yoongi."
Com passos pequenos, decidiu escutar a ordem de Moon e se aproximou do maior. Esticou a mão em direção a destra do seu pretendente, sentindo o coração acelerar de nervosismo e receio de ter o toque negado.
Entretanto, não foi isso o que se sucedeu.
Seus dedos foram cobertos pelas mãos frias de Hoseok — esse tão acanhado com o gesto quanto —, o que pareceu diminuir o alarde que Yoongi sentia. Encarou as duas palmas juntas, adorando o contraste de tonalidade e tamanho em ambas e como o maior iniciou um afago lento com o polegar sobre o seu indicador.
Um sorriso contente brincou em seus lábios enquanto passava a balançar os braços de um lado para o outro, distraidamente. O coração agora batendo unicamente por sentimentos bons que ele gostaria de continuar regando e cultivando até ter uma extensão de felicidade e, quem sabe, amor para colher.
Enquanto isso, Hoseok se perguntava como poderia já ter se afeiçoado por Yoongi em tão pouco tempo de interação. Claro que o rapaz era muito bonito, mas o que havia lhe encantado de fato foi a característica meiga e gentil que o outro apresentou mesmo quando acabaram de se conhecer.
Tinha esquecido a sensação de ser bem tratado, cuidado e admirado como pessoa, não como um idiota que faria o trabalho sujo no lugar de outrem. Afinal, não tinha nada a oferecer a Yoongi e ele não parecia querer algo em troca de sua gentileza.
Era suspeito, porém, o Jung estava cansado de sempre precisar desconfiar que as intenções das pessoas eram más, de pisar em ovos com absolutamente tudo e todos. Estava exaurido emocional e psicologicamente, tanto que uma parte sua já não ligava se aquilo era uma armadilha e acabaria morto no final daquela noite, mesmo após ter corrido com afinco dela mais cedo.
Não queria mais apenas sobreviver, e se a morte era a chave para o seu descanso, gostaria de aproveitar os sentimentos excelsos que antecederiam aquele acontecimento.
E Yoongi era perfeito para lhe favorecer aquilo.
— As suas mãos são frias — sussurrou, mantendo as orbes presas nos dígitos embolados aos longos do platinado que afagava os dedos alheios testando o contato das peles.
Estava tão agradável que nenhum dos dois pretendia soltar.
— É que tá fazendo um frio do caralho. — O resmungo alheio arrancou uma risada de Yoongi. — A gente não tá indo encontrar nenhum lobo de verdade, né?
Okay, talvez não estivesse tão conformado assim com uma morte.
— Não, eles não estarão transformados — respondeu, levantando o olhar para a face de Hoseok. — Por quê? Está com vergonha?
— Eu 'tô é me cagando de medo.
Outra gargalhada do ômega e o Jung já começava a bolar mais frases engraçadas só para repetir aquele feito.
Até mesmo Moon soltava um som refletindo sua diversão. Gostava do humor do loiro e como ele parecia capaz de deixar o ambiente leve. Seria uma capacidade de nascença ou algo que ele desenvolveu com o tempo?
"Nem parece que ele precisou lutar com os outros para chegar até aqui."
"Mas não estavam transmutados, e ele pode não ter conhecido nossos lobos."
"Ou ele só é medroso, mesmo."
— Um alfa medroso… — o menor acusou, divertido. — Não se preocupe, eu te protejo — levantou o queixo —, sou um dos ômegas mais fortes da minha alcatéia.
Até mesmo Moon se aprumou, mostrando que a fala de seu receptor era verdadeira. O rapaz poderia ter uma estatura mediana e considerada pequena em relação aos outros, mas isso não escondia sua capacidade física pra lá de satisfatória.
— É bom mesmo, porque no primeiro rosnado eu saio correndo pra bem longe — falou.
Yoongi retornou a rir, achando que Hoseok estava brincando, mal sabendo ele que o maior não estava falando aquilo por diversão.
Era conhecedor de seu adjetivo pra lá de covarde e não tinha vergonha de admitir que era um mesmo. Seu medo já o livrou de muito nessa vida e gente corajosa vivia com uma falsa ideologia de ser intocável, ele acreditava, por isso morriam mais rápido.
— Vamos logo — Yoongi chamou, puxando o loiro em seu encalço. — Quando chegarmos na vila, poderemos nos aquecer propriamente.
O Jung apenas concordou, seguindo o menor com ainda mais cuidado com que subiu aquela pedreira mais cedo. Era difícil não olhar para baixo e a altura estava querendo deixar seus joelhos moles, mas ele estava lutando arduamente para manter a calma e não acabar despencando como jaca no chão.
Yoongi notou o desconforto que seu acompanhante apresentava, logo passando a ajudá-lo no trajeto com muita paciência. Indicava onde pisar e firmar as mãos, para se sustentar, além de puxar alguns assuntos rasos que pudessem distrair Hoseok até terminarem a descida cuidadosa.
O loiro quase chorou de alívio quando tocou seus pés no solo, se perguntando a que nível de desespero havia chegado ao ponto de subir aquele monumento todo e não ter tido uma parada cardíaca só para fugir daqueles policiais, que ele esperava não estarem mais por ali.
— Como foi chegar aqui antes deles? — Yoongi indagou, lhe assustando. — Imagino como deve ter sido difícil.
Claro que o moreno estava se referindo aos alfas, mas Hoseok não sabia disso — não sabia de muita coisa, aliás — e acabou ligando a pergunta aos policiais de mais cedo. Ficou meio paralisado, tentando encontrar qualquer outro motivo para Yoongi saber sobre sua fuga, já que não contou e nem pretendia contar como foi parar ali.
Analisando a situação, concluiu que Yoongi poderia ter assistido a perseguição do alto da pedreira, o que era bem possível, então relaxou sobre a suspeita de telepatia de seu acompanhante.
— Olha, foi bem difícil… Por um momento, eu pensei que seria pego. — Coçou a nuca, envergonhado.
Sua mente criando várias possibilidades e em todas Yoongi lhe destrataria, afinal, era um ladrão e ladrões eram vistos como uma escória da sociedade. Foi horrível imaginar que o menor também poderia estar lhe vendo assim agora e isso o perturbou pois, pela primeira vez em anos, desde que perdeu seu pai, não era só mais um morador fodido de Sian.
Era apenas Jung Hoseok.
Nada de preocupações de como abandonou seus estudos e era oprimido a ser mais um ninguém na sua sociedade. Ou sobre ser um suburbano que quando as coisas ficaram ainda mais difíceis e a fome, medo e desespero para lutar por mais um dia vivido — mesmo que de forma tão lamentável — não deixou que se livrasse de entrar em um esquema de furtos e cobranças que lhe perturbavam a mente toda noite.
Não gostava ou se orgulhava do que precisava fazer para se manter minimamente estável. Tentou ao máximo fugir daquilo antes de se ver totalmente atado a Changbin e seus trabalhos sujos.
Mas então, ali estava ele, distante de sua realidade e de como tinha que agir, para ser ele mesmo. Não era o ladrão mais procurado de Sian, não era o capacho de alguém, não era um morador de uma comunidade abandonada.
Era Jung Hoseok. Um homem que perdeu os pais muito novo para conseguir voar sozinho. Que gostava de assistir novelas e animes no sofá velho da sua sala enquanto fazia suas refeições. Que conversava sozinho e respondia às suas próprias questões. Um homem que tinha um coração enorme, empático o suficiente para oferecer sua pouca comida aos vizinhos idosos e ficar satisfeito, mesmo com a fome torturando seu corpo.
Um homem desbocado e engraçado, que gostava de usar seu jeito jocoso para tornar um momento na vida de alguém mais leve. Assim como fez com o rapaz bonito ao seu lado, que caminhava junto a si com os dedos embolados nos seus.
Por isso, doeu imaginar que teria que voltar para aquela persona e que Yoongi estaria tendo acesso a ela de uma forma tão vergonhosa.
— Você deve estar se perguntando o porquê, de todos a chegar lá em cima e te fazer companhia, logo eu fosse esse alguém, né?
Um pequeno intervalo de silêncio foi feito após a pergunta nervosa. Instante em que Yoongi ponderou se deveria ser sincero ou apenas falar qualquer coisa para tirar aquele receio do seu acompanhante. Não queria parecer muito emocionado e acabar assustando Hoseok, a noite estava tão perfeita que temia estragar isso.
Parecia um sonho bom da qual desejava morar para sempre e nunca mais acordar se isso significava poder continuar de mãos dadas com seu parceiro de vida.
"Ele merece saber o que você pensa, Yoongi. Esse é o momento para nos conhecermos, não estará sendo exagerado por expor seu coração ao nosso alfa."
A voz suave de Moon o acalmou minimamente, dando uma carga de confiança para deixar a timidez de lado e externar seus sentimentos para aquele que, em breve, sequer precisaria de muito para saber o que se passava consigo.
Afinal, seriam marcados.
— Eu não pensei isso — começou, voltando a balançar os braços para frente e para trás. — Na verdade, eu estou muito satisfeito e contente — murmurou, acanhado com a leve confissão.
Seus pés frearam, acompanhando a própria ação do loiro de estancar no lugar e interromper a caminhada. Girou sobre os calcanhares e voltou a usar o aro da cestinha como distração para seu nervosismo ao ter o aperto das palmas afrouxado até se soltarem. Enquanto isso, Hoseok lhe fitava como se esperasse — e quisesse — que expressasse algo mais, causando ainda mais acanho ao ômega.
— Eu passei o dia nervoso com o Leafde, achei que voltaria para casa desacompanhado ou com a lembrança de um banquete desastroso. — Suspirou, dando de ombros antes de soltar uma risadinha e contar: — Orei para que a Lua me enviasse alguém, e ela me ouviu. — Encarou o maior nos olhos, querendo passar a sinceridade e intensidade do que dizia. — Não estou me questionando porque logo você. Estou agradecido e aliviado que tenha sido você.
Hoseok estava intacto, paralisado sobre os próprios pés, enquanto movia apenas as pálpebras num tique como se para digerir o que acabara de escutar. Não estava esperando ouvir o que ouviu, e sua mente encontrava-se em pane pelo impacto gostoso causado com as palavras de Yoongi.
Então ele não se importava por tê-lo visto sendo perseguido por polícias? Por ser um notável foragido da lei? Um criminoso?
A brisa noturna voltou a ricochetear as árvores robustas, que acabaram soltando algumas de suas folhas sobre o solo. As copas dificultavam a entrada da luz lunar no espaço, por isso não era tão fácil ter uma boa visibilidade para que os dois pudessem se observar livremente. Ainda assim, os olhos piscantes de Hoseok conseguiram ter um vislumbre das bochechas coradas de Yoongi, esse que já estava agoniado com a falta de reação do Jung.
— Hoseok? — buscou por algum sinal, mas nada.
"Acho que ele apagou…"
"Eu estraguei as coisas, Moon? Ele provavelmente não gostou do que eu disse… E agora?"
"Use o que restou do suco e jogue no rosto dele, pra ver se reage."
"Não seja indelicado! Não farei uma coisa dessas."
— Hoseok? — voltou a chamar, escutando Moon afirmar que a ideia do suco era perfeita. O loiro enfim reagiu, soltando um suspiro longo e coçando a nuca em meio a um sorrisinho abobalhado. — Está tudo bem? Eu disse algo que te ofendeu ou deixou desconfortável?
— Eu-
A frase morreu nos lábios de Hoseok quando se encontrava determinado a também expor que estava igualmente satisfeito por ter o moreno como companhia naquela noite que tinha tudo para ser o marco da sua morte, mas que se transformou em um momento tão cálido, e como isso só parecia ser possível por ser Yoongi.
Yoongi e não outro, como fora dito por esse.
Queria falar e iria fazer isso, não fosse seu corpo ter sido lançado contra o tronco de uma das ramificações altas que os cercavam, agora junto com um grupo de lupinos muito nervosos.
Namjoon foi o primeiro a desconfiar que algo não estava certo quando todos os pretendentes do jovem ômega começaram a retornar para a vila com a razão de terem sentido os feromônios de Yoongi espalhados em torno da pedreira indicando que seu alfa destinado já estava junto a si.
A questão é que todos os dez alfas que estavam participando do Leafde Moanne haviam voltado e nenhum como o escolhido. De estranho, tudo se tornou preocupante e em menos de poucos minutos após a concepção de que o ômega estava acompanhado de um estranho, o lupus partiu para o interior da floresta sendo seguido pela maioria dos alfas de sua matilha.
Minji bateu o pé e se negou a ficar em casa enquanto seu filhote poderia estar em perigo. Jimin foi contra o esposo e se não fosse o ômega lupus ordenando-o que permanecesse na vila, teria sido o primeiro a correr em direção a Yoongi.
Todos uma pilha de nervos, lobos mais atentos que o normal e prontos para eliminar qualquer ameaça que estivesse rondando o ômega a desposar.
Namjoon foi quem avistou as duas sombras paradas entre o arvoredo, notando como Yoongi parecia retraído. Acabou interpretando a reação acanhada como um sinal de medo e não pensou muito antes de avançar contra o pobre Jung desatento, que grunhiu alto pelo impacto das costas contra a base amadeirada.
Yoongi, ainda mais perdido, se desesperou ao ser enlaçado nos braços protetores de sua mãe ômega enquanto o restante do grupo cercava um Hoseok que, assustado, tentava se reerguer ao passo que Jungkook, Sandara e Hyeboon o cercavam com lanças afiadas apontadas em sua direção.
— O que estão fazendo?!
— Minji, leve ele pra casa, vamos dar um jeito no invasor — Dara ordenou, ignorando os gritos do filho que se debatia nos braços da mãe.
— Parem com isso! — o moreno bradava, se esticando para chegar até Hoseok. A roupa que tanto teve cuidado jazia amassada e com um rasgo na manga quando escorregou para longe e precisou ser segurado ali de forma brusca.
A pequena cesta já estava jogada e esquecida muito longe, Minji pelejava em prender a prole agitada nos braços, mas a missão estava difícil. Não entendia o motivo para Yoongi estar querendo defender Hoseok, já que este era um intruso que certamente o machucaria.
O ômega tinha os olhos arregalados pelo desespero de assistir sua matilha encurralar o seu alfa. O loiro não conseguia expressar uma palavra sequer, aturdido com a mudança brusca de ambiente e como aqueles desconhecidos o acuavam com armas brancas que não tardariam a se tornarem vermelhas com seu sangue.
Ambos os olhos que há pouco se fitavam com admiração agora conectaram-se com horror — bem mais por parte de Hoseok —, mostrando através daquele contato como aquilo não estava em seus planos.
— Mamãe, por favor, pare com isso! — clamou para Dara, ao perceber como a mulher se aproximava ainda mais de Hoseok.
Sua loba estava uma pilha de nervos, se agitando com a possibilidade de ter sua prole machucada. Quando se despediram mais cedo, confiava que Yoongi estaria seguro e voltaria para casa intacto, mas nunca imaginou que a floresta seria invadida e que chegariam tão perto de seu filhote.
"Mate o invasor."
A alfa ordenou, inquieta para eliminar de vez a ameaça que cercou seu filho. Queria destroçar Hoseok e garantir que Yoongi não estaria machucado, e os gritos desde às suas costas só lhe deixavam mais perturbada, como se as súplicas para que a mãe parasse fosse um grito de socorro.
"Ele vai machucar meu filhote, mate-o!"
As íris que normalmente seriam castanhas agora estavam resplandecendo em um vermelho tão intenso que quase fez o Jung cair duro ali mesmo.
Uma sequência de questionamentos irregulares metralhavam a mente de Hoseok, o deixando perdido sobre como agir. Não tinha como correr, para onde olhava, tinha alguém apontando aquelas lâminas para si, suas costas doíam pra cacete e as pernas haviam perdido as forças pelo pânico de não só estar sendo ameaçado como também ter presenciado a mudança de cor nas íris da alfa.
Mas que merda estava acontecendo?! Essa era uma das perguntas mais frequentes em seu consciente.
— Por que estão querendo machucar meu alfa, mamãe? — Minji franziu o cenho, estranhando a fala e o choro sôfrego do filho. — Parem!
— Yoongi, este homem não é o seu alfa!
— Devemos matá-lo logo, antes que mais deles cheguem até nós.
Namjoon ditou para a roda que cercava o loiro, esse que tremia dos pés à cabeça. Seus olhos trilhavam um caminho entre a ponta brilhante daquela arma tão próxima do seu pescoço, seus algozes e Yoongi, que parecia incapacitado de honrar sua promessa de protegê-lo.
Não tinha como ou pra onde correr. Estava encurralado e, mais breve do que esperava, morto.
Quando Jungkook deu um passo para perto do desconhecido, um rosnado alto o freou. O alfa buscou o dono da clara ameaça, virando-se para onde a sogra e cunhado estavam. Essa ação o livrou por muito pouco do ataque de um lobo cinza, que pulou em sua direção determinado a lhe ferir.
Os lupinos presentes não conseguiram esconder as reações pasmas pela atitude de Yoongi e Moon ao se transformar em prol da defesa de Hoseok, esse que já atingia um tom mais branco que os próprios cabelos.
Acompanhou, com incredulidade e pavor, Yoongi mudar sua fisionomia. Os olhos castanhos se pigmentando em roxo, os ossos se remodelando, o corpo pequeno sendo tomado por pêlos até se transformar no animal enorme que agora estava à sua frente, em posição de ataque.
As presas afiadas estavam à mostra, os feromônios chegavam a arrepiar até mesmo os alfas, de tão ameaçadores. Os rosnados acompanhavam o som alto das patas pesadas batendo contra o chão, com tanta força que afundava as garras na terra escura. O aviso era mais que claro e por isso todos deram um passo para trás.
Mataria quem ousasse se aproximar ou machucar seu alfa.
Garantiu que o protegeria e não estava blefando, mesmo que para isso precisasse ir contra suas mães, que lhe fitavam agora com repreensão.
— Filho, o que está fazendo? — Dara buscou saber, a voz modificada pela presença de sua loba chamou a atenção do lobo cinza.
Proteger.
O olhar austero de Moon respondeu o que deveria ser a fonte de compreensão da sua alcatéia, porém, causou apenas mais dúvidas.
Por que ele iria proteger aquele humano molenga?
— O que está acontecendo? — Jungkook deu o segundo salto da noite, se desesperando ao ver o marido ali.
— O que está fazendo aqui, Jimin?!
— Eu tentei segurá-lo, mas não adiantou — Jin resmungou, cruzando os braços. Ao avistar Moon, tentou se aproximar, mas um grunhido insatisfeito o reteve.
O líder ômega arqueou as sobrancelhas, procurando com a visão um bom motivo para estar sendo repelido daquela forma pelo amigo. As orbes então caíram sobre um corpo curvado atrás do lobo protetor, apoiado contra a árvore como uma pobre caça na mira de seu caçador, que nada mais era que as lanças ainda fixas em sua direção.
— Não chegue perto, Jin — Namjoon pediu. — Moon não está em seu estado sã.
— Não seria porque estão apontando armas para o alfa dele? — questionou, encarando a todos com admoestação.
— Meu amor, volte pra casa, aqui é perigoso para você ficar.
— Por que estão fazendo isso com o parceiro do Yoongi? — Jimin indagou, ignorando o pedido do esposo. As mãos pequenas acariciavam a barriga volumosa, os olhos estreitos sobre Moon enxergavam com dificuldade a figura protegida pelo lobo irado.
— Ele é um intruso, deve ser morto para que não seja uma ameaça maior a alcatéia — Namjoon proferiu, fechando ainda mais a expressão quando Moon rosnou para si e fez menção de atacá-lo. — Contenha-se, ômega, eu sou o teu lupus. Não permitirei que me desrespeite desta forma. — A voz grave indicou que quem falava era o lobo no interior do líder, Dion, nada contente em ser desafiado.
O animal apenas agitou a cabeça, afastando a sensação esmagadora de tão incômoda que a repreensão lhe causou. Não importava o quê ou quem, estava disposto a enfrentar para proteger Hoseok.
Todavia, não imaginou que seu companheiro desfaleceria às suas costas tamanho assombro pelo que assistia. Moon se viu desesperado, movendo o corpo grande para cima do rapaz caído, cheirando-o com alarde e choramingando pela preocupação do Jung ter sido atacado sem que percebesse. Cutucou o corpo mole com seu focinho na intenção de acordá-lo, mas as tentativas foram vãs.
"Ele está morto? O machucaram?"
Sacudiu a cabeça, querendo afastar a voz chorosa de Yoongi de seus pensamentos. Não estava conseguindo raciocinar e a palavra "morto" se repetia em sua mente como uma tortura para si.
— Ômega, se afaste deste homem. — Moon se virou novamente para sua família, mirando um Namjoon empenhado em fazê-lo ficar longe do seu alfa e aquilo o irritou ainda mais. — Você deve estar confuso, mas ele é um humano comum, não é seu companheiro.
O lupus se assustou e saltou para trás, escorregando com dificuldade das patas que foram jogadas em direção ao seu rosto. Estava perdido em como nem mesmo a voz do seu lobo parecia exercer efeito sobre Moon.
Tudo que queria era ajudar Yoongi e protegê-lo, mais preocupado com o ômega e sua matilha. Ao contrário de Dion, que não estava gostando nenhum pouco de ter um dos seus lobos se rebelando por um humano desconhecido.
— Moon! — Minji gritou, horrorizada com a ação do filho.
Os olhos arroxeados se mantinham fixos em Namjoon, vendo que o líder era o único corajoso o suficiente para ainda tentar se aproximar de Hoseok com intenções hostis.
— Será que você não percebe o que está fazendo, alfa? — Seokjin repreendeu, olhando chateado para o esposo. Sinceramente, Namjoon já foi mais inteligente, pensava. — Acha mesmo que a melhor coisa a se fazer é continuar ameaçando o parceiro deste ômega?
— Ele é um intruso! — uma das alfas que disputava a mão de Yoongi apontou, nada feliz em ter um ômega tão bonito roubado por um estranho qualquer.
— Essa não é a maneira certa de agir — Jimin voltou a se pronunciar, preocupado com o desenrolar daquela cena toda. Saiu da barreira que Jungkook tinha formado a sua frente, dando passos pequenos em direção ao irmão.
— O que pensa que está fazendo?
— Vocês estão tentando atacar o parceiro escolhido dele, por isso ele está assim. Esqueceram que um ômega é capaz de dar a vida para proteger seu parceiro e filhotes? — respondeu a pergunta alarmada da mãe alfa, deixando todos reflexivos. Fixou seu olhar no de Moon, com suavidade ao pedir: — Moonie, eu posso me aproximar para conferir se seu alfa está bem? Prometo que não quero e nem irei machucá-lo.
O lobo hesitou, analisando o gestante com cuidado, buscando qualquer indício de que ele poderia estar mentindo. Via a todos como uma ameaça em potencial para Hoseok, entretanto, ter o loiro desfalecido estava deixando seus nervos ainda mais agitados.
"É o Ji, Moon, ele não mentiria para nós."
"Não quero que machuquem o alfa…"
"Apenas Jimin se aproximará."
Com o decreto, o ômega deu um pequeno aceno liberando passagem para que Jimin pudesse se agachar com certa dificuldade ao lado de Hoseok, deixando a todos perplexos com isso.
Ele não estava repelindo Jimin, porquê?
— Céus, ele acha que este homem é o alfa dele — Minji balbuciou, escondendo os lábios entreabertos ao pôr os dedos trêmulos em frente a eles.
— Ele só desmaiou, talvez por estar assustado, não sei. Mas não está ferido — o primogênito da caçadora anunciou, tirando um peso de Yoongi que já se corroía em preocupação.
— Temos que levá-lo para a vila e cuidar para que ele acorde — Seokjin disse, sendo mirado com incredulidade por Namjoon.
— Não colocarei um estranho junto a minha alcatéia — Namjoon contestou, arrancando um suspiro cansado do esposo, um discreto revirar de olhos de Jimin e outro rosnado de Moon.
— Você já colocou um estranho entre os seus antes, alfa — pontuou, indicando Sandara, que decidiu se manter calada e esperar seus lupus resolverem a situação. Não sabia como agir com o filho já que, ao que tudo indicava, ele havia escolhido aquele homem para ser seu companheiro.
— Ela não era uma humana!
— Não, era a alfa da Min, assim como este homem é o parceiro escolhido pela própria Lua para Yoongi — rebateu, calmo, mas seu olhar mostrava que um pouco mais e seria ele a querer esganar Namjoon. — Não é, Moon? — se dirigiu ao lobo, que acenou a confirmação. — Viu?
Jimin suspirou longínquo, levantando com cuidado e se pondo ao lado do caçula. Estava cansado e seus pés doíam, queria voltar para casa e não faria isso até que seu irmãozinho finalmente pudesse ficar tranquilo sem aquele povo ameaçando seu parceiro.
— Essa briga toda é descabida. Yoongi e Moon não deixarão que toquem neste homem, assim como eu sei que vocês fariam caso estivessem no lugar dele — falou, encarando a todos, mantendo os olhos nas mães ao proferir suas palavras finais. — Estão machucando os dois com tudo isso. Magoando o Yoon.
Minji buscou os braços da parceira para se apoiar, atingida pela sentença do primogênito. Se aquilo tudo era para proteger Yoongi, porque fariam algo que estava indo ao contrário de suas reais intenções?
— Não pode nos julgar por temer este invasor em nosso território e, ainda por cima, tão perto de seu irmão — a caçadora apontou, já mais calma.
— Olhem para o Yoon, para Moon. Vejam quem realmente está ameaçando ele.
Aquilo foi como um tapa de realidade, tanto que fez o pequeno grupo abaixar as lanças ainda ofensivas. Se entreolhando com desconfiança, afinal, Hoseok ainda era um estranho não-lupino próximo às suas famílias.
— Machucar este rapaz é o mesmo que ferir a Yoongi — o ômega lupus prosseguiu, notando a guarda baixa de todos —, então não permitirei que isso aconteça. Porém, confio que não terei que fazer nada extremo, pois meu alfa não é burro, certo? — Encarou o citado, tentando ser o mais claro possível sobre os resultados de uma ação errada do marido.
Respeitava as decisões de Namjoon e raramente batia de frente com algum veredito tomado pelo mais novo. Reconhecia que ele era um bom líder e prezava pelo bem de todos, mas havia poucas ocasiões em que este perdia a mão.
E aquela era uma delas.
Yoongi não era apenas mais um lupino de sua matilha, era seu amigo e protegido. Viu aquele menino crescer e se tornar um homem, tinha uma visão quase paterna para com ele e, por isso, estava disposto a contrariar e enfrentar seu próprio alfa pelo mais novo.
Felizmente, notou que não teria de ir muito longe ao ver o pai de seu filho respirar fundo e massagear as têmporas. O conhecia perfeitamente bem para saber que aquilo era um sinal de que ele havia cedido, enquanto se perguntava o que faria com um esposo tão mandão. O lupus intercalou o olhar entre Hoseok e Moon, fazendo isso por segundos que pareceram durar horas, até se dar por convencido.
— Ele ficará sob custódia. Vigilância total até decidirmos o que fazer — concluiu, a contra gosto.
Não queria dar motivo para que seu ômega ficasse irritado consigo. Já tinha problemas o suficiente com a aparição repentina de Hoseok.
— Kookie, pode carregar ele até a vila? — Jimin fez o pedido, acariciando a pelagem do lobo, na intenção de acalmar o animal. — Não permitiremos que machuquem ele, tá? — sussurrou para o irmão, escutando-o choramingar como resposta.
— Eu não vou segurar esse aí — Jungkook protestou, fazendo careta.
— Não foi um pedido, querido — rebateu, franzindo o olhar para o alfa que fez um bico inconformado, mas deu seu primeiro passo em direção ao Jung. Moon rosnou como um aviso do que aconteceria caso Hoseok ganhasse sequer mais um arranhão, se afastando um pouco só para o cunhado conseguir alcançar o loiro apagado. — Ele pode ficar na nossa casa-
— Mas nem pensar! — ditou, olhando sério para o menor. — Uma coisa é carregar ele pra vila, outra é tê-lo sob o meu teto com meu ômega grávido — pontuou, recebendo um muxoxo. — E isso não está em discussão.
— Ele ficará em uma das cabanas vazias no início da floresta — Namjoon emitiu, liderando o grupo de volta para a vila.
Jimin, Jungkook e Jin vinham no meio da horda que não ousou se aproximar do lobo que vigiava de perto Hoseok nos braços alheios. Ninguém queria testar para saber se ainda seriam atacados, quando até mesmo o lupus não se livrou da cólera ômega.
A caminhada não durou muito tempo, isso porque a pedreira era bastante próxima da vila formada por fileiras ordenadas de casas feitas de madeira. Cerca de trinta ocupações eram habitadas pelos moradores daquela floresta, enquanto algumas instalações foram construídas mais distantes do terreno limpo, onde as raras visitas — geralmente, em datas muito importantes como o Moanne — ficavam durante sua estadia.
Os casebres foram instalados mais próximos dos arvoredos, alinhados numa organização semicircular que permitia uma boa ventilação e vigilância dos moradores. Foi em um desses imóveis que Hoseok foi acomodado, tendo Jin cobrindo parte do piso de ipê com uma armação retangular forrada por um tecido grosso e preenchido com palha de milho.
Durante todo o tempo, o ômega lupus foi vigiado com atenção, mesmo com Jimin garantindo ao irmão que tudo ficaria bem e que Seokjin não era uma ameaça.
Ainda assim, Moon precisava garantir que Jin estava cuidando direito do Jung, além de perfumar o casebre com sua essência que muito agradou o seu alfa. Queria deixar o loiro o mais confortável e seguro possível, por isso, mesmo após a saída dos dois ômegas, o lobo permaneceu dentro do pequeno imóvel. Sentado próximo ao colchão confortável, manteve sua atenção entre a porta e o rosto adormecido do homem a quem a Lua lhe confiou.
A apreciação silenciosa foi interrompida pela invasão de Minji no casebre protegido por uma dupla alfa do lado de fora, enquanto em seu interior um lobo encontrava-se empenhado em resguardar o rapaz desacordado.
— Trouxe essas roupas para você — murmurou, mostrando o conjunto para o filho que lhe encarou seriamente, ainda em forma lupina. — Já pode trazer Yoongi, Moon, não estou aqui para ferir vocês…
O lobo ponderou o conselho, escaneando o corpo feminino em busca de algum sinal que pudesse indicar uma má intenção, mas tudo que encontrou foi uma mãe preocupada e ansiosa para entender e cuidar de sua prole.
Gradativamente, a estrutura corporal de um animal foi dando lugar para o corpo límpido do humano que não se preocupou com sua nudez em frente a própria mãe, vestindo as roupas levadas para si enquanto escutava Moon avisar que ficaria atento e, se voltassem a ameaçar Hoseok, voltariam a se transmutar.
— Sei que não sou vista por vocês como uma aliada agora, mas poderia abraçar o meu filho?
Yoongi meneou a cabeça em negação pelas palavras da mais velha antes de se jogar nos braços abertos em sua direção. Resfolegou quase desesperado num anúncio alarmante de um choro compulsivo acalentado por uma mãe tão afetada quanto.
As lágrimas pesadas do ômega molhavam a ombreira do vestido florado que vestia Minji, preocupada demais com o estado do filho para dar qualquer importância a uma peça de roupa. Ninou Yoongi como se ele ainda fosse um filhotinho tão minúsculo quanto Joowon e coubesse inteirinho em seus braços. Não cabia, mas se esforçou para firmá-lo no seu aconchego, angustiada com o choro ininterrupto que o moreno liberava.
— Eu sinto muito, meu bem — murmurou, afagando as madeixas longas do segundo filho, observando como o ato pareceu acalmar mais o menor. — Fiquei tão cega de preocupação que não percebi como machuquei e assustei tanto você quanto Moon. Essa nunca foi minha intenção, muito menos a de sua mãe, lupus ou qualquer outro da alcatéia.
— E-era pra s-ser um dia perfeito — balbuciou em meio aos soluços chorosos —, mas a-agora…
— Agora vamos cuidar para que o seu… é, companheiro se recupere e desperte logo, sim?
— V-vão feri-lo…
— Não, Yoon, ninguém pretende mais tocar num só fio de cabelo deste jovem. — Sorriu quando foi alvo dos olhos castanhos dentro de um mar avermelhado transbordando pelas bordas protegidas por cílios longos e molhados.
— Você jura?
— Pela Lua.
Promessas pela Lua jamais, em hipótese alguma, poderiam ser quebradas sob risco de uma represália da própria deusa.
— Ele tá demorando muito pra acordar — expôs sua preocupação, mirando Hoseok quando teve as bochechas pressionadas contra o ombro materno.
— A mente não deve ter aguentado tanta informação fora da realidade em que ele estava acostumado — supôs, também dirigindo sua atenção para o loiro, numa análise profunda. — Ele é muito bonito — observou, tentando puxar um assunto que não gerasse mais desconfiança no mais novo.
— O homem mais lindo que eu já vi, em toda a minha vida. Também é gentil, engraçado e cortês — contou, relembrando do jantar que teve acompanhado daquele sobre quem Minji escutava atentamente. — E é o meu alfa. É o meu parceiro escolhido, mamãe — Yoongi afirmou, temendo que a mulher voltasse a querer mantê-lo longe de Hoseok, como outrora.
Ainda conseguia sentir o desespero que foi ver Hoseok sendo coagido daquela forma e não poder fazer nada ao tentar se aproximar do Jung para defendê-lo, não conseguir correr ao seu encontro por estar preso pela genitora.
Não queria experimentar aquela sensação nunca mais.
— Não há lobo nele, Yoon.
— Está dormindo pelo tônico.
— Não, filho — negou, segurando o queixo redondo para levantar o rosto tão parecido com o seu, de forma que pudesse olhar em seus olhos ao dizer: — Ele não é um dos alfas que vieram para o Leafde, não existe um lobo no cerne deste rapaz. Ele é apenas um humano que, de alguma forma, conseguiu passar pela barreira e se meteu neste ritual.
Yoongi se desprendeu do toque alheio, retornando a baixar a cabeça com a face modelada em confusão ao digerir as palavras de Minji. Voltou-se para Hoseok, tentando encontrar nele uma resposta coerente para tudo o que aconteceu naquela noite desde o momento em que se conheceram.
Em nenhum momento desconfiou que Hoseok pudesse ser um humano comum. Ele apenas agiu como um pretendente inexperiente e por isso — Yoongi acreditava — ficou tão perdido em vários passos que deveriam ser dados dentro do Leafde.
Quis rir do quão bobo se sentiu ao, só então, perceber que tudo foi um acaso. O Jung nunca correu para a pedreira sabendo que lhe encontraria ali em cima, nunca conversou com seu lupus para saber como agir e o que fazer consigo durante o banquete, nunca entenderia o que aquela luz brilhando em seu corpo significaria, nunca…
Espera.
Se todos os passos foram seguidos, desde a Hoseok chegando primeiro que qualquer outro a ter a tinta reluzindo como um sinal, significa que o Jung era o seu escolhido.
Era a pessoa que a Lua tinha destinado para estar consigo, mesmo não possuindo um lobo habitando seu corpo. Mas porquê?
Por que Hoseok?
Talvez, a resposta não pudesse ser encontrada nos eventos daquela noite ou dia.
Não, deveria ser analisado bem mais a fundo.
Bem antes, quando pediu para a Lua lhe enviar seu alfa, seja quem fosse ou onde estivesse. Mais cedo ainda, quando algo forçou Hoseok a adentrar aquela floresta e subir justamente naquela pedreira — mesmo sendo um grande medroso —, e banquetear com tanta naturalidade ao seu lado.
Não. Muito, muito, muito antes disso.
Quando Sandara tomou Minji novamente e conceberam Yoongi, enquanto em algum canto deste mundo um casal apaixonado já teria feito, gerando Hoseok. Quando o Jung cresceu e se tornou um homem moldado pelo tempo e vida a pertencer a Yoongi, tão longe deste destino que o obrigou a fazer coisas que construíram uma ponte até sua pessoa.
Porque Yoongi era a pessoa de Hoseok e Hoseok era a pessoa de Yoongi.
"Você sabe, nós fomos destinados a estar juntos
Espero que um dia você sinta o mesmo que eu...
amor."
🐺
E, como eu prometi há uns três anos, aqui está a atualização mais pedida da temporada🥳
Pessoal, desculpa aí pelos furos. Minha cidade/Estado tá num surto viral de gripe e minha família e eu não conseguimos escapar, fiquei mais lascada pq tenho asma, rinite e sinusite (🥲). Acabou que tudo isso acumulou com outros problemas e eu não tava conseguindo escrever... Real não tava com força pra fazer quase nada.
De uns três dias pra cá que eu vim melhor e consegui concluir esse capítulo e dar início no próximo, além de terminar o capítulo das minhas outras histórias.
Tô uma máquina de escrever, té doido.
Queria também agradecer a cada comentário e favorito deixado aqui em LM, eu morro de amores por cada um deles. Dou gargalhadas, solto gritos de animação e fico toda soft com cada uma das palavras que eu leio.
Sério, muito obrigada pelo apoio. Escrever é minha paixão, compartilhar e ser recebida assim é muito gratificante.
Não tava esperando ganhar leitores tão maravilhosos, posto minhas coisas aqui por postar e ver cada um chegando aquece meu coração.
Leio todos os comentários, viu? Demoro pra responder pq meu wtt buga e some com alguns — nunca entendi isso —, mas nem que seja um emoji ou "kkkk" eu vou deixando.
Então...
Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada, obrigada 💜💜💜💜
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top