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Vinte e duas de trinta e cinco salas visitadas no prédio procurando por Beomgyu. Talvez estivesse se precipitando, talvez ele esteja lá fora e já tenha saído junto com todos quando a evacuação começou. E talvez, realmente esteja em perigo por não ter ido também.

Mas não está sozinho no prédio, porque tem uma certeza, de que ouviu vozes perto de onde estava quando vasculhava a décima sexta sala.

— Alguém está aí? - ele grita. Sem resposta. — O prédio precisa ser evacuado! Não sei o que pode acontecer, mas vamos nos machucar se continuarmos aqui dentro.

O silêncio é dolorosamente desconfortável, a única coisa que consegue ouvir são os gritos abafados do lado de fora pelas janelas fechadas. Está entre um dilema de continuar procurando ou sair do campus para pelo menos salvar sua pele, torcendo para que todos os alunos estejam reunidos no pátio de entrada do internato.

Mas de repente, um barulho novo chama sua atenção, e vira de costas para procura-lo imediatamente. Essa tarefa não é difícil, ele dá de cara com Soobin virando a esquina e andando na sua direção.

— Que susto cara! - ele reclama quando alcança Yeonjun — Você precisa sair do prédio!

— Por que você não sai?

— Estou me certificando de que todos já saíram. Coisa que você, literalmente não fez, então por sua causa estou aqui.

— Beomgyu estava com você quando o prédio começou a ser evacuado?

— Não. Ele estava na aula.

— Ele saiu?

— Tenho certeza de que ele teve ter saído com a turma da aula que estava tendo. Você realmente deveria ir e procurar por ele lá fora.

— Mas e se ele estiver aqui dentro? Qual a emergência?

— Ele não está aqui dentro - Soobin ignora a segunda pergunta. Yeonjun franze as sobrancelhas quando eles se encaram, claramente tendo interesses opostos.

— Tudo bem, vou sair. Continue procurando por mais pessoas e venha rápido também.

— Eu vou, pode deixar. Obrigado pela preocupação.

Eles se separam, e Soobin continua sua caminhada acelerada olhando de sala em sala, assim como Yeonjun fazia até alguns segundos atrás.

Ele não ia sair do prédio. Só esperou que o colega se distraísse para seguir o caminho oposto que deveria para ir embora e começou a procurar no corredor no qual Soobin tinha acabado de vir.

Tem que ir mais devagar para manter o silêncio e não chamar sua atenção de novo. A velocidade que conseguia abrir as portas sem fazer nenhum barulho é dolorosamente lenta, e todas completamente vazias, sem sinal de nenhum aluno ou de Beomgyu. Menos a sala do diretor, numerada como 02, trancada.

Já era de se esperar, claro, por que o diretor teria o descuido de deixar a sala destrancada? Continua procurando, imaginando que esse é o motivo, até ouvir um baque forte na porta, que faz ele parar de andar e virar assustado.

— Beomgyu, não me faça ter que ir aí! - Soobin grita e Yeonjun arregala os olhos, chocado por realmente ter encontrado-o ali e pela acústica ótima do prédio que conseguiu ecoar o som até onde Soobin estava, provavelmente a alguns corredores dali.

Ele fica alguns segundos, parado, em silêncio, pensando no que fazer. Não podia arrombar a porta, porque Soobin provavelmente ouviria. Ia ter que esperar ele sair do prédio, e torcer para que não demorasse.

Sorrateiramente, se abaixa ao lado da porta e chega perto o suficiente para que o garoto possa ouvir.

— Beomgyu - sussurra — Faz o barulho mais baixo que der se você estiver me ouvindo.

Um intervalo sem resposta.

— Beomgyu - chama de novo, e dessa vez é respondido com um barulho de o que parecem unhas raspando na madeira. — Ótimo. Aguenta só um pouquinho, vou esperar Soobin sair para tentar arrombar a porta. Ele te machucou?

Mais arranhados na porta.

— Merda. Tá, só alguns minutinhos, aguenta firme por favor.

Ele se apoia no chão e se arrasta em silêncio até a esquina mais próxima para se esconder caso Soobin passasse por ali de novo. E de fato, ele passou. Mais de cinco minutos depois, aparece no corredor e confere se a porta da sala do diretor ainda estava trancada.

Yeonjun observa com cuidado, mas atentamente, torcendo para que seja uma cena de filme e que ele esconderia a chave por ali e que conseguiria vence-lo sabendo exatamente como tirar Beomgyu de lá. Não acontece, ele sai com ela no bolso da calça.

As luzes do corredor piscam, controlas inconscientemente pela ansiedade de Yeonjun.

O ruivo espera mais alguns minutos só para ter certeza de que Soobin não voltaria e foi para a ação.

— Beomgyu, se você estiver perto, se afasta da porta - avisa um pouco mais alto do que a conversa que tiveram mais cedo.

Ele inclina o ombro e anda alguns metros para trás, tomando impulso para usar todo o peso do seu corpo contra a porta. Não dá certo na primeira tentativa, claro. Arrombar uma porta não é tão fácil quanto parece.

Duas tentativas. Três tentativas. Ele tenta mais uma quarta vez e nada.

— Eu vou te tirar daí! - o desespero já é evidente na sua voz, torcendo para que Beomgyu esteja pelo menos vivo, já que foi machucado e não fala nada. — Só mais um pouco, aguenta só mais um pouquinho.

A quinta vez é a da sorte. É o que dizem, não é?

As lâmpadas aumentam a intensidade da iluminação quando ele pega impulso de novo, forte o suficiente até chegar em um ponto que alguém conseguiria ficar cego caso não fosse acostumado como o próprio dono da magia. Quando ele joga seu corpo
contra o a porta, sua visão fica toda branca por um milissegundo, e quando vê Beomgyu, ele está cobrindo os olhos.

Mesmo com anos de treinamento, ainda tem surtos sem conseguir controlar seus poderes quando a adrenalina é alta. Nunca contou para ninguém, nem para os professores, nem para os próprios amigos, receoso de que tirariam todo o seu mérito e que o fariam treinar por mais turnos. Conseguiu realizar seu sonho de ser guardião, e foi rápido, não ia aguentar mais um ano inteiro, ou mais, de treinamento para controlar seus surtos involuntários.

— Beomgyu - ele suspira aliviado e avança na direção do garoto para tirar a blusa de frio que tampa sua boca. — Tá tudo bem, o que ele fez?

— Me sucou, aqui - ele fala com dificuldade e indica sua mandíbula, sem conseguir mexer a boca.

— Ok, tudo bem. Isso não é tão ruim. Consegue andar?

— Mais ou menos. Ele mudou a tonozeleira. Tô sem poderes, minha perna tá dormente.

— Vou resolver isso. Vamos sair daqui primeiro.

Yeonjun ajuda Beomgyu a se levantar e se abaixa em sua frente para dar carona em suas costas. Ele tem dificuldade em equilibrar o peso dos dois corpos, mas eventualmente consegue. Bem quando estava indo em direção da saída, Beomgyu gritou.

— Espera! - essa ação dói como se sua mandíbula saísse do lugar.

— O que foi?

— Todos os T3 etão na cafeteria. E se o Soobin fez algo com eles?

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