⚠️: cap não revisado

— Advertência? - Beomgyu ouve o resmungo baixo do outro lado do quarto e sua atenção se volta para Soobin sentado na escrivaninha de madeira velha.

Se mudou fazem um pouco menos de três semanas e a experiência vivendo com Soobin como seu guardião não é ruim. Eles já estavam se aproximando desde antes da transição de dormitórios e colegas de quarto então foi tudo mais satisfatório do que com qualquer desconhecido como foi com Yeonjun no início. Consegue dizer que confia bastante em Soobin, tanto quanto em Yeonjun, o que não é muito nem pouco.

— O que foi? - questiona, curioso com o motivo da frustração.

— Ah, nada. Só recebi uma advertência...

— Advertência?

— É. Coisa de guardião. Meio normal.

— O Yeonjun nunca recebeu uma advertência.

Bem, em questão de cuidados como guardião, não é mistério para ninguém o fato de que Soobin é horrível no que foi proposto a fazer. Beomgyu continua obediente, mas ele não tem a lábia de Yeonjun para controlar os outros e ser um guardião tão bom quanto ele. Vamos dizer que Beomgyu está tendo um pouco de liberdade demais com Soobin. Yeonjun pelo menos conseguia fazer ele achar que estava livre mesmo estando completamente controlado.

Toda semana, Soobin recebe pelo menos duas advertências por motivos variados o penalizando por cuidados indevidos com seu T3, como deixar ele quebrar o toque de recolher, faltar treinos e usar seus poderes fora das aulas sem a autorização de um responsável de nível mais alto. As coisas não estão dando muito certo para sua carreira como guardião.

— Me desculpa, Yu. Não sou muito bom nessa coisa toda como Yeonjun.

— Eu não acho...

— Você sabe qual é meu maior desejo desde que conversamos pela primeira vez? - ele muda um pouco de assunto.

— O que?

— Que os T3's possam ter mais direitos de liberdade.

Os olhos de Beomgyu brilham ao escutar isso.

— Sério?

— Sim. É o que você deseja também, não é?

— Claro, isso é óbvio. Eu quero fugir daqui para continuar tentando fazer a diferença. Só estou esperando uma carta chegar para ter certeza do que vou fazer.

— Uma carta?

— Sim. Dos meus pais. Eles são o que mais me inspira nessa jornada em busca da minha liberdade, então sempre vou atrás deles quando tenho alguma ideia.

— Que fofo. Seus parecem ser pessoas incríveis.

"Eram", Beomgyu corrige em pensamento. Mas se Soobin estiver certo sobre a hipótese de existir uma vida melhor sem poderes como zerado, talvez eles ainda sejam pessoas incríveis.

— Eu vou te ajudar - ele declara, enfim.

— Me ajudar em quê?

— Em qualquer coisa que você queira para conquistar sua liberdade. Fugir, sei lá... O que for preciso. E você me inclui como participante da luta pela mudança quando tudo der certo.

— Você está falando sério?

— Sim. Agora que sou guardião e observei um pouco da sua vida, não desejo isso para você e mais ninguém.

Beomgyu sorri e se levanta da cama para se aproximar dele.

— Ok. Vou esperar e planejar meu plano. Quando tiver ideias e tudo pronto, irei te incluir e você vai me ajudar no que eu precisar.

— Fechado.