Não sei o que é real

O celular de Lion tocou logo cedo. Ele seguiu as presas para delegacia.

-- O que aconteceu? -- perguntou para o pai.

-- Ontem a noite o laboratório foi invadido e houve um incêndio criminoso no local. -- ele falava ao seguir para trás de sua mesa.

-- Mas as provas de DNA estavam lá? -- Lion perguntou atônito.

-- Todas. As da cena do crime e as que retiramos dos suspeitos. Perdemos tudo! -- bradou ao bater na mesa. -- quem invadiu sabia o que estava fazendo.

-- As câmeras conseguiram registrar alguma coisa.

-- Apenas isso -- ele virou o computador para Lion.

Na tela mostrava apenas o invasor de costas, usava calça preta e casaco com capuz.

-- Não da para dizer muito -- o delegado constatou.

-- Depende do ponto de vista. Ele ou ela passa em frente ao extintor de incêndio.

-- E o que tem isso?

-- Todo extintor deve ser posto a um metro e sessenta de distância do chão. Então nosso assassino tem em média um e cinquenta e oito, talvez um pouco menos, não é muito alto e pelo porte físico não muito forte. Não há mais imagens?

-- Não. Infelizmente as câmeras foram danificadas pelo fogo, e as únicas que não foram só captaram borrões e falhas.

-- Bom de outra coisa sabemos -- ele franzio o maxilar.

-- Vai me esperar perguntar? -- o delegado falou ao se encostar na cadeira.

-- Nosso assassino é um dos alunos que estiveram aqui, porque só deles recolhemos as amostras de sangue.

-- Isso diminui nossa lista de suspeitos apenas a equipe de futebol as líderes de torcida e...

-- As duas garotas.

-- O que pretende fazer?

-- O que faço de melhor, trabalhar disfarçado, pode conseguir uma licenciatura para mim? -- ele sorriu.

-- Vai entrar como professor?

-- É um começo.

-- E você acha que um aluno se abriria com um professor?

-- O que sugere?

-- Vá como um aluno. Nada impede.

-- Talvez a idade? -- ele abriu os braços se mostrando.

-- Sabe o que dizem... - o pai dele se pôs de pé, e dando a volta na mesa, parou do lado dele dando dois tapinhas em seu ombro concluiu -- nunca é tarde para voltar a estudar.

-- Eu vou pegar esse desgraçado! -- vosciferou.

-- Eu não tenho dúvidas.

[.♧.]

Vic acordou em seu quarto e se espantou ao notar que as roupas que estava usando era diferente das que se deitará para dormir.

O cheiro de fumaça era forte em seu quarto.

-- O que você fez? -- Perguntou entrando em desespero.

-- Apenas o necessário.

-- Eu te disse para não fazer!! -- furiosa ela se pôs de pé.

-- que você não me dita ordens, eu assumo o controle garota.

Com um urro de raiva Vic bateu contra seu próprio rosto. A pele ardeu  e o vermelho tingiu sua bochecha.
A risada sinistra foi ouvida.

-- Sua tola, não pode me ferir.

Em meio as lágrimas Vic se lançou novamente na cama. E os pensamentos povoaram sua mente. Não podia ser aquilo, não podia permitir que coisas horríveis continuassem a acontecer.

Se pôs de pé determinada. -- Está perdendo seu tempo. -- a voz zombou.

Podia até ser mas ela iria tentar. Seguiu para cozinha, sua mãe ainda não havia se levantado. Sendo assim teria privacidade.

-- Não faça isso garota.

-- Você não vai mais me controlar -- falou ao apanha a faça de carne em cima da mesa.

-- Não é uma boa ideia.

Em meio as lágrimas, Vic respirou fundo em busca de coragem. E antes que se arrependesse, se golpeou no estômago. A lâmina deslizou fria pelas camadas da pele o sangue jorrou se espalhando pelo chão da cozinha.

O ar fugiu dos pulmões de Vic que se debruçou com a dor. As lágrimas deslizaram pela sua face avermelhada.

Ela escorregou para o piso frio da cozinha, sentindo a dor que só aumentava. Quando o frio surgiu a escuridão a engoliu.

Não sabia onde estava ou como havia chegado ali. Mas diante dela estava um enorme espelho.

E a imagem de Yuri sorrindo estampado nele como um belo reflexo.

-- Você pode ter tudo -- A voz sussurrou -- Porque perder tempo resistindo.

-- Quem disse que quero ele? Apenas quero ser livre.

-- E você pode ser, ele será a chave para isso ou nossa possível queda quem sabe? Mas é a porta pela qual temos que passar.

-- Eu não quero -- chorou.

-- Não quer se ver livre de mim? Ele é a chave.

-- Porque ele? -- questionou porém não obteve resposta.

Ao abrir os olhos estava em seu quarto deitada em sua cama, suas roupas ainda sujas de sangue. E a faca que usará do seu lado.
As lágrimas retornaram com força. Era um pesadelo do qual não podia acordar.

Ao examinar sua barriga o ferimento havia sumido como mágica.

-- Recomendo que limpe a cozinha, a menos que queria que sua mãe veja.

Vic suspirou exasperada.  Se Yuri era de alguma forma a chave para sua libertação, seja la o que isso significasse. Ela então daria um jeito de se encontrar com ele outra vez.

-- E assim que eu gosto... -- sussurrou risonha.

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