A claridade invadiu o quarto de Vic, que despertou pouco disposta, seu dia seria longo e preocupante. Ao esfregar as mãos no rosto, lançou os lençóis para o lado se pondo de pé.

- Está pronta para o que está por vim? - a voz sinistra perguntou.

- Dizer que sim seria mentira e inútil, visto que você está na minha cabeça. - Ela respondeu de mau humor enquanto escovada os dentes.

- Você não tem com que se preocupar, afinal deixe comigo vou cuidar de tudo. - Vic riu irônica.

- Foi por deixar você cuidar de tudo que estou metida nisso. Afinal o que você é?

- Eu já disse. Eu sou você e você sou eu.

- Mais evasiva impossível.

- Filha. - a mãe dela a chamou ao entrar no quarto.

- Oi mãe.

- Você está pronta? - Ela perguntou temerosa.

Vic com um sorriso singelo se aproximou dela e segurando em suas mãos, olhou em seus olhos e falou:

- Mãe não tenha medo de mim. Eu jamais faria algo de mal contra a senhora.

- Não temo por mim filha. - Ela falou com lágrimas nos olhos. - seu pai...

- Eu jamais o machucaria também.

- Eu sei. Mas... ele foi embora.

Vic sentiu seus olhos queimarem e um aperto em seu coração.

- Como assim?

- Ele falou que não ficaria a te perder tudo inclusive a própria vida. Ele decidiu partir.

- E por que á senhora não foi com ele?- Ela perguntou sentido uma enorme angústia em seu peito.

- Eu jamais deixaria minha princesinha para trás. - Ela falou ao tocar curiosamente no rosto dela.

Vic chorando a abraçou. - Eu sinto muito. Não queria que isso estivesse acontecendo.

- Eu sei querida. Mas nos vamos dar um geito nisso. Eu sei que vamos. Agora... - Ela continuou ao afastá-la. - termine de se arrumar esta bem. Afinal você tem um interrogatório para enfrentar.

Helena saiu do quarto deixando a filha sozinha.

- Eu não sei o que eu vou fazer. - Ela se sentou na beira da cama.

- Me deixe assumir o controle por algumas horas e eu resolvo. - a voz sinistra respondeu.

- Não posso confiar em você.

- A Vic eu só a única em que você pode confiar. Vamos ou até mesmo Amélia vai pagar pelo seu erro, e sua mãe bom. Você sabe.

- Está bem. Mas só durante o interrogatório depois eu assumirei novamente o controle.

- Feito. - Seu outro lado sorrio.

Vic abaixou a cabeça e quando voltou a erguer- lá. Seus olhos estavam mais sombrios que antes e um sorriso brincava em seus lábios. Com determinação ela se pós de pé. E seguiu para seu guarda roupa. Não podia escolher algo chamativo, tinha que parecer normal. Sendo assim optou por uma regata branca e uma lag preta. Calçou uma sapatilha da mesma cor e passou apenas um brilho nos lábios.

Ao soltar o cabelo deixou que as madeixas ruivas lhe caíssem livres sobre os ombros.

Quando chegou na metade da escada  Helena perguntou:

- Já está pronta filha? - no entanto, ao olhar para ela notou a diferença. - Você não é a Vic.

- Você é tão observadora Helena. - Ela se colocou de frente para ela.

- O que você pretende fazer?

Sorrindo atrevida, respondeu:

- Salvar a pele da sua filha. Então aja normalmente. - Ela passou pela porta, e ao olhar por cima do próprio ombro, concluiu. - Você vem?

O caminho até a delegacia foi feito  silêncio, a mãe de Vic não conseguia relaxar sabendo que não era sua filha que estava sentada ali do seu lado, de tempos em tempos ela olhava para Victoria com o canto dos olhos, ansiosa e temerosa. Quando o carro parou na entrada da delegacia, o coração de Helena disparou.

- Fique calma. - Victoria falou. - Vai dar tudo certo.

- Porque tudo que você fala, até a palavra mais simples soa como sarcasmo? - Helena perguntou.

Victoria não respondeu, abriu a porta do carro e sem esperar por ela seguiu para dentro da delegacia. Quando sua mãe se pós ao seu lado ela já estava sendo atendida por uma das policiais que a levou até a sala de espera.

- Daqui a pouco iremos chama-la. - a loira falou ao se retirar fechando a porta por trás de si.

- Você não esta nervosa? - A mãe dela perguntou.

- Porque deveria? Podia matar a todos usando uma única mão.