Vic notando que Amélia havia adormecido. Se levantou e seguindo até o guarda-roupa dela. Apanhou um vestido de lã preto de gola alta e se vestiu. Calçou seu tênis e seguindo até a janela, olhou para baixo. Ela estava no segundo andar e não tinha ideia de como sairia dali.

Um barulho chamou sua atenção. Alguém havia entrado na casa. O cheiro de álcool chegou até Vic.

Essa mesma pessoa subia as escadas atropeçando em seus próprios pés.

– Eu posso te ajudar. – A voz macabra lhe falou.

– Não quero sua ajuda.

– Você quem sabe. Mas acho que o pai da garota não vai gostar de ver ou imaginar o que pode ter acontecido aqui.

Vic suspirou. Ela não queria ter que explicar nada a ninguém.

–Você não vai possuir meu corpo outra vez.

– Apesar de discordar de você. Eu não preciso. Apenas sinta seus ossos se tornando mais fortes do que são. Acredite que pode pular sem se ferir e você fará. Pule sem medo.

Vic subiu no peitoril da janela e respirando fundo. Pulou. Inacreditavelmente caiu de pé. Ela se enditeitou e olhou para a janela do segundo andar de onde havia saltado. Ainda sem acreditar.

– Você não tem ideia do que é capaz. – A voz soou risonha em seus ouvidos.

Vic desceu a rua correndo porém parou na esquina cansada.

– Já cansou? Desse geito a polícia te pega antes do sol raiar. – A voz zombou.

– Eu não sei  como fazer aquilo que você fez. Como correr tão rápido. – Vic perguntou ofegante.

– Simples. Do mesmo modo que você fez para saltar da janela. Visualize, sinta o vento na sua pele. Não se preocupe com nada e apenas se mova.

Vic fechou os olhos e respirou fundo o ar noturno. A brisa gélida bateu em sua face. Ela sentiu cada célula do seu corpo vibrar. Então começou a correr, ela abriu os olhos e as coisas a sua volta como as folhas das arvores que balançavam a sua volta parecia se mover lentamente. Ela mal sentia o chão sobre seus pés. Era como voar.

Antes isso a deixou desesperada, porém agora era algo incrível. Ao virar a esquina de sua casa ela se segurou no poste para conseguir parar sem cair de cara.

Ela sorria com o feito. Mesmo ainda estando em choque com tudo que havia acontecido nessa noite.

Ao se colocar diante de sua janela que ainda estava aberta. Ela fez o que a voz a tinha ensinando. Apenas imaginou que podia e comprimindo os joelhos pulou. E se segurando no peitoril da janela se jogou para dentro.

As luzes de seu quarto ainda estavam apagadas o que era um bom sinal. Significava que sua mãe na havia entrado ali depois que ela saiu.

Vic respirou fundo agora era o momento de pensar no que havia feito.

Ela seguiu para perto do seu espelho e olhou seu reflexo distorcido.

– Não fique pensando nisso. – Ela lhe disse.

– Como não vou pensar nisso. Eu matei a pessoa convenci outra a mentir. E eu nem sei o que eu sou ou porque eu fiz isso. – Ela chorou.

– Você se preocupa demais. E como eu já te falei. Não foi a primeira vez que você fez isso.

– Mas agora é como se fosse. Eu tirei duas vidas.

– Eles mereceram. – A criatura falo fria.

– E quem somos nós para decidir isso. Eu não quero mais fazer isso. – Ela falou em meio às lágrimas sentindo seu coração apertar no peito.

– Mas nós precisamos disso. Eu vou ensinar tudo o que você precisa saber. Mas não hoje. Descase.

Vic seguiu para sua cama e de tanto chorar adormeceu.

O sol raiou com todo seu esplendor em uma linda manhã. Adan decidiu sair de sua casa para correr como sempre fazia. No entanto, por razões Desconhecidas optou por correr no bosque. Pois, queria sentir o calor da natureza acolhedora e a brisa suave em sua pele. Ele seguiu pela trilha do pequeno riacho onde lavou seu rosto e parou recostando- se em uma árvore para descansar.

No entanto, ele viu ao longe o que parecia ser um pé. Alguém estava desmaiado na mata? Ele se perguntou.

– Ei amigo você está bem? – Ele perguntou ao se aproximar.

Um cheiro forte de sangue chegou até suas narinas. E ele liberou um pequeno grito ao ver o cadáver que se antes era moreno, agora estava pálido e inchado. Sendo a aparecia lúgubre do que um dia já fora.

Adan sacou seu celular é procurando por sinal. Discou o número da polícia.