CAPÍTULO 02
Os próximos dois dias foram agitados na empresa onde eu comandava. Liderava a principal marca de cosméticos,perfumes, maquiagem e até cremes específicos de peles direcionada para homens negros e mulheres negras. Estava empenhada no próximo lançamento de base que prometia tudo aquilo que por anos era prometido e por poucas vezes ou nunca, entregado. Por dois anos trabalhei com pesquisadores, maquiadores e principalmente, mulheres e homens negros a respeito dessa camada que ainda precisava de muita aperfeiçoação, por meses testamos nos diversos tons dentro dessa categoria para não só chegar a peles retintas, como também, tons mais claros de peles negras. E o principal, todos os produtos veganos sem testes em animais.
Por muito tempo tive essa dificuldade, me recordo da minha adolescência onde ou eu ficava com um tom de base mais escura que minha pele ou bem mais clara, nunca um que realmente fosse para mim e com uma conversa com mais de trinta pessoas, descobrir que não era a única.
— Aqui senhora, trouxe as opiniões dos outros sócios sobre o último lançamento, também já cuidei da contratação do novo diretor de marketing — Livia me entregou mais papéisl junto com uma notícia boa.
— Que ótimo, é essencial a presença dele nas reuniões, quero que todos estejam lá. — Falei.
— Pode deixar, vou avisar novamente a todos que estão envolvidos.
— Obrigada Liv, você é um anjo — pisquei para ela. Minha secretária se retirou da sala.
Nesses meus trinta e dois anos de vida o que eu mais tinha aprendido era como ter paciência e não permitir que coisas simples me desviasse do meu objetivo central ou me fizesse perder a postura. Mesmo que mentisse para mim, sentia que minha volta a All Night não só como espectadora mais como protagonista do palco indiretamente iria me relaxar e tornar as coisas ainda mais claras.
Algumas horas depois de finalizar alguns detalhes sobre os próximos passos, tinha um tempo livre para o descanso. Desci para o estacionamento, encontrando meu carro, no trajeto liguei para a babá que cuidava de Eve na minha ausência, perguntando como ela estava e os acontecimentos da manhã. Sempre levava minha filha para a escola e ligava a tarde para saber se tudo estava bem.
Hoje seria o primeiro encontro com cliente e me sentia um pouco agoniada, para melhor expressar, nervosa. Não poderia ser a minha primeira vez, mas seria a dele e tudo precisaria ser agradável. Tinha um roteiro básico, com apenas alguns tópicos em mente que sempre facilitava o envolvimento, os demais seriam decididos em conjunto.
Comi algo na ida e fui até a boate, entrando no estacionamento e dirigindo até uma área específica para mim e para Meg. As coisas eram bem discretas e tudo funcionava secretamente, não por ser ilegal, mas sim porque esse sentimento de “ perigo ” “ fazer em segredo de todos ” já aguça os desejos e tornava tudo ainda mais divertido. Subi e me encontrei com alguns conhecidos e conhecidas, seguindo para as escadas e indo até a sala onde certamente meg estaria.
— Finalmente chegou — minha chegada foi recebida amistosamente. — Como tá?
— Estou bem, e você?
— O dia acordou lindíssimo — olhou para a parede de vidro que dava a visão do andar abaixo. — O cliente já chegou e está à sua espera, fique à vontade. Suas coisas estão no mesmo lugar.
— Bom saber que estão lá.
— Como deixou — Piscou para mim.
— Já vou indo.
— Bom serviço, espero que dê muitas chicotadas e tapinhas — acenou e rir ao ponto dela se contagiar junto.
Fui até uma sala que só eu tenho a chave, entrando e encontrando tudo como deixei. Ainda ali, do outro lado, uma segunda porta que levaria ao cômodo onde o cliente se encontrava. Comecei tirando minhas roupas e indo para o banheiro tomar um banho, trocando as peças para algo mais apropriado; me cobrir com um vestido que parecia ser feito de escamas pretas, com uma fenda em ambos os lados até o começo das minhas coxas, cabelos presos em um rabo de cavalo alto e um salto agulha. Pintei os lábios de vermelho vinho e me preparei, indo em direção a porta.
Assim que o encontrei sentado na ponta da cama, esfregando as mãos contra a calça, tentei ser o mais suave possível. Conforto é o começo para uma boa primeira vez.
— Kim? — o chamei e seus olhos direcionaram-me, ficando de pé. O homem a alguns metros à minha frente tinha particularidades muito atraentes, não somente isso, mas únicas, que me fizeram manter o olhar em inércia por bastante tempo.
— Sim, eu mesmo. — Sorriu timidamente e fui até ele, estendendo a minha minha.
— Prazer em conhecê-lo — ofereci um cumprimento e mais uma vez ele esfregou a palma da mão na calça antes de esticar até mim, segurando gentilmente.
— Fique à vontade para me chamar de Emy.
— Emy… — Murmurou, como se estivesse degustando o nome em sua boca. — Perfeito.
Me distanciei e sentei na poltrona à sua frente, indicando que ele se sentasse também e assim fez.
— Já leu as regras e compreendeu basicamente o que pode ou não acontecer aqui, certo? — seu rosto era perfeitamente simétrico até mesmo para mim que estava olhando para ele só por alguns minutos.
— Já li todas e compreendi.
— Certo, além dessas regras, existem outras.
— Existem? — Afirmei e cruzei as pernas.
— São regras direcionadas para mim e para você, só nossa. Algumas não podem ser descumpridas e outras, só com a autorização de ambos os lados. — Ele me ouvia atencioso e se mostrava entender o meu ritmo. — Vou dar um exemplo, você só poderá tocar em mim quando quiser, do contrário, existirá uma punição que eu vou poder estabelecer.
— Entendi…— assentiu. — Eu não gosto de cócegas e não sinto nada além de agonia nisso, eu posso por isso numa regra?
— Claro — ele sorriu e fiz o mesmo. Colocamos nossas regras na mesa um para o outro e que ambos teriam que memorizar.
— Agora me diga coisas que gosta.
— Eu gosto de ser marcado, seja por unhas ou beijos, da sensação também — Ouvi atenciosamente.
— O que mais?
— Beijos, eu gosto de beijos.
— Onde? — Ele pausou, me olhando, conseguia ver o movimento da sua garganta no que engolia a saliva lentamente.
— No corpo todo… — sussurrou.
— Mais?
— Eu… — desviou o olhar, focando em outro lugar que não fosse em mim. Gostava de manter o olhar, era interessante ouvir a pessoa falando do que ela gosta ou não gosta de fazer ou receber.
— Tudo bem se não souber dizer, podemos descobrir as coisas que gosta e as coisas que não gosta…— descruzei as pernas, empurrando o tecido para trás e ficando de pé, caminhando até ele. — podemos descobrir juntos e usá-los muitas vezes.
Dei mais alguns passos até que pudesse sentir a abrasão das suas pernas nas laterais das minhas enquanto eu me sentava em uma das suas e trazia sua atenção exclusivamente para mim.
— O importante é sempre me dizer para que eu possa me dedicar em trazer boas experiências — Envolvi minhas mãos ao redor dos seu pescoço e sobre seu ombro, uma das mãos usei para sentir seus cabelos em meus dedos. Com o rosto próximo o suficiente, sentia o coração bater e sua respiração ventilar minha boca. — Terá que escolher uma palavra para quando quiser parar, é essencial, e um sinal, caso esteja amordaçado.
— Qualquer palavra?
— Qualquer palavra — fechei os olhos, sentindo seu calor bem próximo a mim. Dedilhei sobre suas madeixas, firmando ao ponto de dar leves puxões.
— Posso ter uma palavra quando quiser que continue? É mais fácil de pensar agora. — as mãos de Taehyung estavam contra a cama.
— As regras são nossas.
— Eu quero chamar seu nome, Emy…eu gostei dele.
— Quando quiser que eu continue?
— Sim.
— Tudo bem… — Sussurrei e dei um leve puxão em seus cabelos para mantê-lo olhando para mim. Taehyung fez menção em se aproximar ainda mais, indo em direção aos meus lábios, contudo, o interrompi.
— Não esqueça das regras, beijo também é considerado toque e até eu dizer que pode, não tem autorização para me beijar. — Sua íris dilatou.
— Isso será muito difícil.
— A graça do difícil é que ele demora mais pra acabar — Sua garganta novamente ficou saliente, a tensão do seu corpo e principalmente dos ombros eram nítidos ao meu olhar. Investir em relaxá-lo, não sabia se o que deixaria nervoso era a situação ou a minha aproximação, sem direito a ele exercer qualquer carinho em mim. Mergulhei os dedos sobre a parte superior do terno, sentindo seus braços enquanto eu os tocava e ele se mantinha ali, parado, com o olhar fixo em mim. Retirei e deixei de lado, seguindo para sua camiseta e também tirando.
— Não, eu tiro — Enunciei na sua tentativa de me ajudar, desabotoando o último botão e fazendo o mesmo, deixando de lado. Agora com seu tronco todo exposto, via como um quadro novo para minhas pinceladas.
— Vamos começar pelo que você gosta e aos poucos vou apresentar coisas novas.
— Emy, eu…
— Não use sua Safeword¹ quando ainda nem começamos Taehyung, se continuar quebrando as nossas regras, terei que puni-lo. — Ele oscilou tenso. — Já pensou na sua palavra de segurança quando quiser interromper algo? além da sugestão que fez.
— Acho que sim… — Segurou o tecido sob sua mão, apertando suavemente. — Eu vou usar cores, o roxo.
— Ótima escolha — Fiquei de pé. — Em outros momentos, me chame de Lady. — ele concordou e me observou caminhar até o armário. — Deite na cama e coloque as mãos acima da cabeça. — Orientei. Não demorou e o Kim obedeceu, ficando do jeito que pedir. Quando voltei, subi na cama, ainda de salto, me pondo sentada sobre seu quadril.
Notava os olhares contidos, evitando uma expressão que lhe deixasse ainda mais exposto. O corpo dele era macio, quando comecei a tocar, meus dedos sentiram o calor que emanava dele, quando substituí a mão pelas pontas dos dedos e consequentemente as unhas, a reação dele foi imediata. Circulei os mamilos, pressionando a ponta, estudando seus limites e o que seu corpo gostava; deslizei mais, os lábios semiabertos do novato, recebendo o ar que era arrancado por mim toda vez que comprimia a superfície dura e afiada sobre a pele dele, divagando sobre a barriga até a barra da sua calça.
— Lady…— As palavras saíram tenras e abafadas. Vi quando suas mãos saíram de onde orientei e antes mesmo que fosse onde planejava, as segurei no lugar, usando a corda que trouxe para contê-lo entre as barras da cama.
— Começamos Kim, não vou repetir o que falei uma vez.
— Tudo, prometo que não vou quebrar mais nenhuma quebra.
Assim eu esperava.
Safeword¹ tem o sentido de ”palavra de segurança”. É usada para interromper uma sessão, geralmente pela pessoa que é mais vulnerável e submissa no momento.
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