— Será que eu não posso sair um pouco?

— Sua mãe disse que não — respondeu a criada.

— Mas esta uma tarde tão linda — eu insisti.

E ela continuou com um "não" até alguém bater na porta.

— Olá! — disse Linus a abrindo.

— Oi, Linus.

A criada saiu me deixando sozinha com ele.

— Soube que você não estava bem — falou ele se sentando na cama.

— Já imaginei isso. As notícias aqui no reino espalham se rapidamente.

— Eu lhe trouxe uma coisa — Linus disse retirando um MP3 do bolso — eu sei que você adora música. Linus e eu dividimos os fones.

— Eu não conheço essa primeira.

— Fui eu quem compôs e gravei para você.

— É muito bonita.

— Combinou com a fonte de inspiração — ele disse sorrindo e arrumou o cabelo que caia no meu rosto — Pensei que Fernandez estaria aqui.

— Eu também — Quer dizer, vocês sempre vêm me visitar.

— Vi Steve no caminho. Vinha te visitar.

— Mas, porque ele não está aqui?

— Ele me encontrou e deu meia volta. Deve ter percebido que não havia lugar para nós dois aqui.

— Você... Não podia ter o deixado voltar.

Não podia acreditar no que estava acontecendo, a amizade que existia estava infelizmente acabando, e outro sentimento estava surgindo, mas não era amor. Comecei a sentir frio, aquela sensação estranha voltou.

Linus ficou comigo até fim da tarde.

— Como está Princesa? — perguntou a criada trazendo minha vitamina.

— A visita de Linus me fez muito bem.

— Minha mãe esta furiosa com aquela velha — disse minha irmã entrando no quarto.

— Por quê?

— Será que você não percebe que ela te jogou uma bruxaria?

— Acredito que não é nada disso.

— Pois eu acredito que é.

Na hora do jantar minha irmã me ajudou a descer as escadas. Na hora de dormir ela arrumou meu travesseiro. Quando estamos doentes surge uma gentileza de repente.

                                                                             ***

Meu pai e minha mãe haviam viajado, eu estava sozinha em casa. Até que ouço batidas na porta, eu abro e vejo Linus. Simplesmente peço-lhe que entre. Fico surpresa em ver que ele veio até a minha casa.

— Oi, Ellie.

— Oi. – eu respondo fechando a porta.

— Eu preciso conversar seriamente com você.

— Claro — digo e nos sentamos no sofá.

— Eu não sei por onde começar...

É simples. Que tal você começar pelo começo, dizendo que me ama?

Linus estava muito nervoso e não conseguia falar, segurei a mão dele para facilitar as coisas, mas não adiantou muito.

— Eu sei que você gosta de mim, eu também gosto de você. Mas não quero que você confunda os sentimentos que existem entre nós.

— Eu te amo Linus — falo olhando nos olhos dele.

— Eu sei disso. Mas eu não te amo.

— É porque eu sou pobre. Eu sei.

— Não. Não é nada disso. Você é linda e sei que seu coração é nobre. Mas não tem como existir conexão ente nós dois.

— Então você vai me deixar?

— Me desculpe Ellie — ele disse indo até à porta.

— Você não está tendo nenhuma consideração por mim — eu disse me levantando.

— Tchau, Ellie — finalizou ele me dando um abraço de despedida, abre a porta e sai.

Sento-me novamente no sofá e fico chorando tentando arrancar os cabelos. Primeiro Steve me abandona justamente no momento em que eu me declarei para ele. Foi tão vergonhoso quando ele disse que não queria nada comigo. Com Fernandez foi parecido, contudo, ele estava com Elza, ele não tinha que amar ela, tinha que me amar. Ele estava totalmente ciente do meu amor por ele, eu demonstrava isso diariamente.

Estava me sentindo tão abandonada e rejeitada que meus gritos soavam com os trovões.