Capítulo Um

Na minha família, cada um de nós tinha um radar interior que nos indicava o caminho até alguma coisa específica. Por exemplo, o meu pai tinha o dom de encontrar os móveis de melhor qualidade; toda a nossa família afastada o recrutava para as suas novas casas, porque sabiam que nunca iriam precisar de investir dinheiro uma segunda vez. A minha mãe? O dom de encontrar sempre, sempre, sempre os melhores descontos em todo o lado. A sério – em todo o lado; uma vez, saímos de um supermercado com um carro cheio de comida e gastámos uns míseros vinte euros. No caso do mais velho dos meus irmãos, o seu dom ajudava-o a encontrar dinheiro na rua. O seu primeiro computador portátil foi pago apenas com dinheiro que ele acumulou durante um ano. Isto foi há três anos atrás e, desde aí, ele voltou a acumular todo o dinheiro que encontra, porque a próxima compra será um carro.

O meu dom era um pouco mais inútil – eu sabia sempre, sempre onde eram as melhores festas. Está bem, não era um talento assim tão especial quando, em noventa porcento das vezes, são no mesmo sítio, mas ainda assim!

Aquilo foi uma mentira; não era esse o meu dom. O meu era um pouco mais complexo. Não me indicava o caminho para nada em específico, porque funcionava ao contrário: eu sabia sempre onde não ia ser feliz, sabia sempre quando algo deixava de me satisfazer. Aconteceu com as aulas de ballet, quando tinha dez anos – estava a gostar delas, mas o meu instinto disse-me que algo não estava bem e eu pedi à minha mãe para me deixar desistir. Aconteceu com as aulas de francês que preencheram os meus tempos-livres durante o meu secundário, mas o meu pai foi mais inteligente que o dom que nos corria no sangue. Ele fez um negócio comigo e levou-me a fazer um exame que comprovava que eu sabia falar francês – é bom para o currículo, disse ele – e só me deixou desistir quando o exame chegou a casa, pelo correio. Aconteceu, também, com as três ou quatro relações que eu tive desde que tive idade para entrar numa relação. Em todas elas, despedi-me com um "não está a resultar...desculpa, é o meu dom" que embasbacou muita gente, e saí de cabeça erguida.

Naquela noite, naquele bar, estava a festejar ter saído da minha última relação. O dom demorou um pouco mais a aparecer – aguentei um ano e seis meses – mas eventualmente surgiu. Trinta dias antes, a rapariga com quem eu namorava deixou de me fazer feliz. No dia anterior, depois de uma discussão de uma hora iniciada pelo "não está a resultar...", ela ameaçou bater-me. Soube naquele preciso momento que tinha sido a decisão correta terminar a relação, tal como o meu dom me tinha dito, e agradeci mentalmente por todas as aulas de autodefesa que tivera, ao longo da minha vida. Nunca tive o impulso de desistir delas, e a razão finalmente se mostrou.

Nós éramos uma família próxima, algo que se devia a termos crescido num prédio onde vivia a minha família. Era um pequeno prédio, com quatro andares e oito apartamentos, e em todos eles vivia um irmão ou irmã do meu pai. A minha mãe, felizmente, vinha de uma família um pouco mais pequena e...com mais noção de privacidade – não adorava os meus primos desse lado como os da minha família paterna, mas podia sempre contar com o meu espaço pessoal a ser respeitado. Isso era bom. Naquela noite, no entanto, eu não queria esse respeito – queria os meus irmãos mais velhos e duas das minhas primas do lado paterno, a dançarem comigo numa festa do melhor bar da cidade. Dove. Eles apoiavam-me incondicionalmente, tinham os melhores passos de dança e a melhor parte era que não se importavam de me pagar uma ou duas bebidas. O mais velho dos meus irmãos, entretanto, já tinha ido embora, com um beijo na minha testa e uma nota de dez, provavelmente encontrada no chão do bar, enfiada num bolso dos meus calções de ganga.

A música estava alta. Já tinha perdido o meu outro irmão de vista, o que não era nada atípico das nossas saídas à noite, mas continuava segura pelas minhas duas primas, Elena e Lorena. Maior parte de nós já tinha nomes mais adaptados ao país em que vivíamos, mas a Elena e a Lorena tinham tido o azar dos seus pais – dois dos meus tios – terem querido homenagear as suas duas avós. Eu gostava dos seus nomes, na verdade – principalmente porque Emma era tão básico – e adorava a forma como enrolavam na minha língua. Elas não gostavam tanto como eu, mas já tinham crescido da fase em que repudiavam a sua ascendência e a cultura dos nossos pais. Agora, ambas abraçavam a força que a lenda contava que as nossas bisavós tinham tido – assumia eu, pela força com que cada uma delas agarrava as minhas mãos, enquanto dançávamos.

Eventualmente, tive sede e consegui separar-me das minhas primas para ir sozinha ao balcão, pedir uma garrafa de água e uma nova bebida. Tinha por hábito intercalar todas as minhas bebidas com um pouco de água, porque não gostava de dores de cabeça matinais, e a minha última garrafa já se tinha esgotado. Utilizei a nota que o Emmett me oferecera e esperei, sentada e com a minha mão a agarrar fielmente o meu telemóvel. Conseguia ver as cabeças brilhantes das minhas duas primas, a dançarem juntas enquanto ignoravam todos os homens que tentavam meter-se entre elas. Se havia alguma coisa em comum na nossa família, era aquilo – ninguém sabia dançar connosco, como nós. Estávamos demasiado habituados a dançar uns com os outros para ser confortável dançar com estranhos.

- Aqui tens. – recebi a bebida e a garrafa de água com um sorriso educado e, quando agradeci, uma continência a brincar.

- Já fizeste isso a algum militar? Será que eles ficam ofendidos? – perguntei, mais para mim do que para ele, mas o empregado do bar deitou a cabeça para trás e gargalhou.

- O meu patrão é um ex-polícia, conta? – abanei a cabeça, com um sorriso divertido e resoluto. – Então, não. Ou, melhor, nunca fiz a um militar fardado.

- Seria um bocadinho estranho se eles viessem para um bar fardados, certo? – o rapaz riu e piscou-me o olho, antes de avançar para o próximo cliente.

Ocupei-me a olhar em redor do bar, completamente cheio, e parte de mim sabia que não iria encontrar o meu irmão mesmo antes de conseguir olhar para todo o estabelecimento. Sim, a pista de dança estava cheia de pessoas e as mesas nas laterais estavam a abarrotar de pessoas que não reconhecia, mas o meu instinto raramente falhava naquelas situações. Era a razão para o Emmett ter ido embora tão cedo, na verdade – ele nunca ficava até muito tarde neste tipo de estabelecimentos porque sabia que, quanto mais as horas avançam, mais a probabilidade de o nosso irmão, Emerson, fazer algo idiota aumentava. E, depois de olhar para o bar duas, três, quatro vezes, e inclusive passar pelo segurança que guardava as escadas prateadas que levavam para a zona VIP a perguntar se um rapaz com as caraterísticas do meu irmão tinha subido, sabia o que tinha a fazer.

Suspirei, caminhei até às minhas primas e anunciei que ia à casa de banho fazer uma chamada. Elas entreolharam-se e assentiram, porque sabiam o que eu iria fazer. Em qualquer outra situação relacionada com a minha bexiga, elas iriam comigo, mas não naquela. Todas sabíamos o que tínhamos a fazer – elas iriam embora, avisavam os meus pais, e eu ficaria para trás, pronta para o que naturalmente surgiria da chamada. Podia ser um pouco estranho, todos abandonarem o meu irmão menos eu, mas eu era a única que tinha paciência para repetir a mesma coisa todas as semanas. Era um processo estranho, se estivesse a ser sincera, mas preferia ser eu a fazê-lo do que fazer o meu irmão mais velho arriscar perder tudo aquilo para que trabalhava. Dinheiro encontrado na rua à parte, ele era trabalhador e responsável e, com vinte e sete anos, podia ainda conduzir uma carrinha mais velha que ele, mas conduzia-a para a empresa de informática onde trabalhava desde que saíra da faculdade.

Já dentro da casa de banho, fechei-me numa cabine e cliquei os números que já sabia de cor. Não sabia onde o meu irmão estava, nem com quem estava, mas sabia o suficiente acerca das suas companhias para saber para que departamento ligar. Podia não saber nomes, nem relações, nem nada do género, mas sabia os processos que aconteciam por dentro – sabia-os, porque o meu irmão mos dizia quando não tinha noção do que estava a fazer. Sentada na sanita, inspirei apenas três vezes antes de clicar no botão que ligava para a esquadra da polícia. Porque, na minha família, todos tínhamos um dom para encontrar coisas muito específicas. E o de Emerson levava-o a drogas.

A chamada não demorou muito tempo. Disse as coisas importantes, as do costume, e desliguei com o peso daqueles míseros minutos no meu ombro. Toda a minha família sabia que eu fazia aquilo – ligar para a polícia quando suspeitava que o meu irmão estava a consumir ou traficar drogas – e sabiam que eu o fazia para proteger Emerson da maneira que conseguia. Os nossos genes certificaram-se de que todos tínhamos a explosiva combinação de teimosia com estupidez que nos fazia ser cegos aos nossos próprios vícios. Quando Emerson era adolescente, os nossos pais tentaram castigá-lo e colocá-lo em clínicas de reabilitação, mas nunca resultou. O seu dom continuava a levá-lo até às drogas, independentemente do sítio em que estávamos. A única maneira de o parar, mesmo que apenas por uns tempos, era dar-lhe uns sustos e, pelo meio, prender uma ou duas pessoas.

Saí da casa de banho para perceber finalmente onde eu estava – estava no Dove, o bar com maior e mais apertada segurança de toda a Rua Verde. Se o meu irmão fosse apanhado, e seria, o seu castigo seria bem mais forte do que noutro sítio qualquer. Os donos do estabelecimento certificar-se-iam disso. Uns anos antes, li uma notícia sobre como o dono do Dove, Dax qualquer coisa, algemou um rapaz ao corrimão prateado da zona VIP, para garantir que ele não fugia da polícia. Não tinha sido a coisa mais ética, mas eu conseguia perceber as motivações do homem.

Lembrava-me de ter lido, também, um artigo sobre como o bar foi fundado – Dove era a alcunha da irmã do tal Dax, que tinha sido violada num bar muito parecido àquele e, infelizmente, tinha cometido suicídio. Depois de conseguir dinheiro suficiente, ele criou um bar e tornou-o no espaço mais seguro para pessoas como a sua irmã. Pessoas como eu, se estivesse a ser sincera. Não conseguia imaginar o desespero que alguém sentiria numa situação como aquela; rodeada por multidões, numa pista de dança, sem ninguém para a ajudar. Felizmente, eu tinha o Dove. Era o meu bar preferido e o sítio das melhores festas, o que facilitava o meu falso-dom, mas não era a melhor das notícias para o meu irmão.

«Diz-me se precisas que eu te vá buscar.»

Sorri para a mensagem do meu irmão mais velho. Eu adorava os dois de igual medida, mas o Emerson era mais frustrante que outra coisa, enquanto o Emmett conseguia ser só o meu irmão mais velho. Maior parte das vezes – e eu tinha plena noção de que era a única culpada disso – eu sentia que tomava mais conta do meu irmão mais velho que ele de mim. Aquelas chamadas eram a minha maneira de controlar o seu vício. O medo de magoar a nossa mãe ao ser preso era uma verdadeira causa de pânico para o Emerson, então ele tinha por hábito afastar-se de festas em que pudesse ser tentado durante uns tempos. Assim que ele fosse apanhado, no entanto, os donos do Dove iriam certificar-se de que ele e todos aqueles que com ele estiverem são presos.

Parte de mim achou que estava na hora, que eu sempre soubera que uma das minhas chamadas levaria àquilo. A outra parte de mim, a parte que era apenas uma menina que adorava a sua família e que odiava ver a sua mãe chorar, sabia que tinha de arranjar alguma maneira de suavizar o que quer que fosse o castigo do meu irmão. Mas como, se nem sequer sabia onde ele estava e o que estava a fazer? Se ele estivesse a traficar, não haveria muito a fazer – e ele mereceria a pena que recebesse, porque não estaria apenas a ceder aos seus vícios, estaria a lucrar com eles e a deixar de ser uma vítima.

Respondi negativamente à mensagem do meu irmão, porque não sabia bem qual era o meu plano, mas sabia que não queria envolvê-lo. Encontraria o Emerson, com ou sem polícia, e só aí pensaria no meu passo seguinte.

Mesmo antes de começar a andar mais rápido pelo bar, desviando-me de algumas pessoas e batendo contra ombros de outras, sabia que nada que eu pudesse fazer iria resultar. Quando a porta pesada do Dove abriu para revelar agentes da polícia, com expressões mais chateadas do que aquelas a que eu estava habituada, senti-me um pouco encurralada. Eu não era a criminosa, mas conseguia imaginar que parecia muito suspeita a fugir para o lado contrário assim que olhei para agentes da polícia. Quando encontrei um sítio um pouco mais escuro, respirei fundo e tentei imaginar onde estaria se fosse o idiota do meu irmão e quisesse consumir droga.

Inspirei três vezes, com uma mão no meu peito, e preparei-me para sair do meu esconderijo. Tentei ligar ao meu irmão, já a saber que ele não iria atender, e voltei a atravessar todo o bar, diretamente pela pista de dança, para sair do estabelecimento. Se eu quisesse droga, onde iria? A pergunta foi idiota, claro. Primeiro, eu nunca quereria consumir droga; segundo, não a procuraria num sítio próximo de um bar como o Dove. Infelizmente, eu sabia que o meu irmão e as companhias que o seu dom atraíam não pensavam da mesma forma que eu. Eles viviam da adrenalina; de sítios escuros, mas iluminados; de sítios escondidos, mas perfeitamente visíveis.

- Continuo sem perceber porque é que estás aqui. – ouvi uma voz grave, masculina, dizer atrás de mim. Foquei-me no meu próprio raciocínio, sem dar importância ao que me rodeava, até que uma segunda frase me parou.

- O Dax insistiu para que viesse eu, na próxima vez que algo assim acontecesse aqui. – a minha curiosidade foi mais forte do que eu. Virei-me. E fui confrontada com a visão de um dos polícias que tinha visto a entrarem no bar, a falar com um homem igualmente alto e musculado, mas moreno e que envergava roupas escuras. Mesmo sob o escuro da noite e da Rua Verde, consegui perceber que o outro homem pertencia à equipa de segurança do Dove.

Se eu fosse o Emerson, onde estaria?

- Vou tão dizer à mãe... - murmurei para mim própria, frustrada.

Só depois de falar para mim própria levantei o olhar para a grande estrada que separava os lados da Rua Verde – a única avenida da cidade em que eram permitidos bares noturnos. Pensei em todos os locais onde sabia que a polícia já tinha encontrado o meu irmão, nas inúmeras festas a que tínhamos ido juntos e tentei lembrar-me das razões para aquilo nunca ter acontecido no Dove. Em questão de segundos, imagens de todas as festas a que eu tinha ido naquele bar passaram na minha cabeça, e o Emerson nunca estivera comigo. Talvez ele tivesse noção da obsessão por segurança que os donos daquele bar tinham, ou talvez nunca tinha ido comigo àquele bar por uma lista de coincidências. Isso não importava; o que importava era que eu o encontrasse ou, no mínimo, visse os polícias a falarem com ele. Precisava de algo que me dissesse como agir, de seguida.

O Emmett continuou a mandar-me mensagens, para garantir que eu estava bem, e eu soltei um suspiro de frustração. Eu tinha noção que o vício do nosso irmão era grave e que, em certa medida, ele não tinha culpa do que o seu corpo lhe pedia – mais e mais droga –, mas odiava quanto aquilo magoava todos os nossos familiares. Os únicos dias em que os meus pais não se preocupavam a toda a hora pelo seu filho era quando sabiam que ele estava na prisão, porque eles sabiam que ele não estava a consumir. Para nós, isso era o mais importante. Só precisava de arranjar uma solução mais...permanente.

- Achas que são perigosos? – ouvi um dos dois homens perguntar, mas não olhei para ver qual deles. Apesar do barulho que emanava do bar fechado atrás de nós, assim como das pessoas que enchiam os passeios e as estradas da Rua Verde, consegui ouvir que um suspiro forte se seguiu à pergunta.

- Não. O departamento de narcóticos recebeu uma chamada anónima, mas dizem que é algo comum e que é sempre a mesma voz.

- Alguém de dentro do grupo que se quer vingar? – arregalei os olhos, ao ouvir a pergunta. Era uma pergunta legítima e por isso é que fiquei chocada. Nunca me tinha ocorrido que poderiam pensar isso.

- Eles não são organizados. – virei um pouco o meu corpo, a tempo de ver o polícia loiro a abanar a cabeça enquanto respondia – Não tive tempo para fazer muitas perguntas, mas disseram-me que existe uma pessoa que está sempre presente nos dias em que recebem as chamadas.

Não consegui impedir o meu corpo de reagir ao que tinha acabado de ouvir. Parada no passeio, em frente a um bar que estava a abarrotar, sob o frio da noite, eu guinchei. Quando liguei para a polícia pela primeira vez, nunca me tinha ocorrido pensar em como aquilo funcionaria a longo prazo porque não era suposto repetir-se. Depois, quando vi que o meu irmão ficava, no mínimo, duas semanas sem consumir, depois de uma ou duas noites passadas na esquadra, comecei a abusar do pequeno poder que tinha ganho. A polícia fazia o seu trabalho e, mesmo que isso implicasse o aprisionamento do meu irmão, eu sentia que o estava a ajudar. Nunca parara para pensar em como aquilo me afetaria, assim que a polícia descobrisse a minha identidade e me questionasse.

O som de passos pesados a soarem cada vez mais perto de mim fez-me tremer ainda mais. Eu prezava-me pelas minhas roupas estilosas e apropriadas para o clima, mas, naquela noite, eu arrisquei um pouco. O meu vestido verde-esmeralda terminava um pouco abaixo das minhas coxas e, para proteção dos meus braços, tinha apenas um casaco fino que roubara a Elena. Em minha defesa, não tinha estado muito frio quando entráramos no Dove e lá dentro o casaco não foi preciso. Na rua, no entanto, sentia o frio praticamente a arranhar-me o busto e as pernas, por muito que essas estivessem cobertas por collants transparentes.

- Ei, está tudo bem? – ouvi uma das vozes perguntar, atrás de mim. Inspirei fundo uma única vez, porque não tinha tempo para as outras duas, e decidi virar-me na sua direção. Nada como enfrentar a realidade.

Para além disso, o meu dom não estava a dizer-me para fugir dali. Isso era bom sinal, certo?


olá, olá, olá. bem-vindxs a laços de ferro. espero que seja uma viagem interessante <3

agora vamos à história da história:

já tenho o caleb em vista para uma história desde o 1º capítulo da contrabalançar, assim que ele me apareceu na cabeça como um homem musculado, polícia há +10 anos, com um coração mole para a sua filha.

a Emma foi aparecendo aos poucos, enquanto eu não tinha tempo para escrever e só conseguia imaginar qual seria a sua personalidade, as suas motivações, os seus objetivos. ela foi uma personagem complicada de compreender - por um lado, as suas opiniões e formas de ver as coisas saíam-me muito facilmente, por outro...ela consegue ser MUITO incoerente. tem a cabeça no sítio, mas também é teimosa e casmurra e às vezes apetecia-me gritar com ela. adoro-a.

acabei ontem de escrever esta história e honestamente ainda não sei bem se não lhe faltam capítulos. o meu objetivo desde o início era que esta história fosse mais centrada no romance entre as duas personagens, mas acabei por dar uma volta de 180º às minhas próprias ideias.  é um slow-burn, porque vamos ser realistas:

o caleb é um homem de 38 anos, pai solteiro de uma menina de oito anos. realisticamente, acho que não pode ser um homem MUITO focado nas suas relações amorosas. tem mais coisas em que pensar, né?

antes de a ideia ter aparecido na minha cabeça mais concretamente, eu andava a ler uns romances em que as personagens tinham tipo 16 anos de diferença (ela 24 ou 25 e ele tipo 40) e eu estava a falar disto com umas amigas e admiti que, nestes casos, eu tendia a imaginar o homem mais novo do que era dito. uma delas disse-me:

"cat, o chris evans tem 40 anos. imagina um chris evans" 

e esta história nasceu.

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