A luz dos vagalumes
Esse é um dos meus capítulos favoritos, é completamente focado nos Taekook, então se preparem para os surtos.
~🐺~
Jeon Jungkook
Depois do dia agitado que tiveram, todos tiveram seu merecido descanso, Jungkook tomou um banho demorado e passou um bálsamo anestésico em seu pescoço, para que pudesse dormir sem a dor incômoda. Seu rosto e pescoço haviam inchado, ambos estavam com a coloração arroxeada, seu lábio inferior estava cortado e sua aparência definitivamente não era das melhores, mas o importante era que havia conseguido sobreviver, mesmo que tivesse se machucado no caminho. Quando deitou-se em sua cama, suspirou aliviado, pois mesmo com todas as intercorrências, eles conseguiram lidar com a invasão de maneira eficiente, mas tinha medo da imagem do homem com sua flecha atravessada no pescoço impedir seu sono, tentou a todo custo esquecer do que houve, mas não era algo fácil de fazer. Suspirou e rezou a Unàh, para que tivesse uma noite tranquila, que o peso da culpa o deixasse dormir.
Seu dia havia sido tão intenso, que esqueceu-se de avisar Taehyung sobre o dia seguinte.
Quando Jungkook finalmente adormeceu, Unàh ouviu sua prece e deixou que ele vagasse pela própria inconsciência de tal maneira que nem mesmo um raio o acordaria, mas as intenções da divindade não era apenas prover um bom descanso, mas sim poder cumprir com seus objetivos. Quando os relógios marcavam as primeiras horas do dia seguinte, Jungkook se levantou da cama antes do sol nascer, quando a lua ainda iluminava o céu, porém ele ainda estava tomado pelo sono, quem controlava suas ações não eram ele próprio ou seu ômega, era Unàh. Ela guiou seu escolhido para fora do quarto, ele vestia apenas uma longa camisa branca e uma cueca preta, seus pés estavam descalços ao pisarem na madeira fora do quarto, Jungkook caminhou até o quarto de Taehyung e abriu a porta, o que fez o alfa se sentar na cama de imediato, com uma expressão alerta, ele o encarou antes de suspirar aliviado.
— Jungkook? O que houve? — O alfa perguntou ao retirar os lençóis de seu corpo, mas paralisou quando fez contato visual.
— Siga-me — foi o que Unàh disse a Taehyung antes de virar as costas e voltar a caminhar.
Jungkook caminhou pela mansão de maneira lenta e calma, ouviu o som dos passos de Taehyung atrás dele, que o seguia em silêncio, também descalço. Os dois saíram da mansão e caminharam em direção ao bosque, mas o alfa segurou em sua mão com delicadeza, o que fez o olhar de Jungkook se voltar ao dele.
— Ômega? — Taehyung perguntou com o olhar repleto de confusão, podia ver refletido em seus olhos, os de Jungkook, que estavam enevoados em um cinza opaco por conta de Unàh. — Para onde estamos indo?
— Meu escolhido e seu lobo estão adormecidos — explicou e um vinco surgiu em sua testa. — Os trarei de volta em breve, apenas proteja-o lobo negro, não posso fazê-lo enquanto estiver em seu corpo.
Aquilo fez Taehyung arregalar os olhos assim que o véu do entendimento o cobriu.
— Estou na presença de Unàh?! — Ele perguntou chocado e Jungkook assentiu, o que o fez soltar sua mão de imediato e se curvar. — É uma honra estar diante de sua presença!
— Você tem uma alma muito especial — um sorriso surgiu nos lábios de Jungkook. — Uma pena que não tenha nascido sob minha benção, mas tenho certeza de que Salìk irá guiá-lo para o melhor caminho.
— Farei o melhor para atender suas expectativas — ele respondeu e Jungkook assentiu.
— Preciso de sua ajuda para levar meu escolhido até uma gruta, não posso ficar sob o controle de seu corpo por muito tempo ou irei adoece-lo — explicou e Taehyung assentiu.
Sem demora, Taehyung se despiu de suas roupas e as entregou a Unàh antes de transformar-se, o grande e imponente lobo negro se prostrou sob suas patas e se curvou em direção a ela assim que a transformação estava completa. Jungkook caminhou até estar próximo ao grandioso lobo de pelos pretos e olhos escarlates, ele se deitou sobre as patas para que pudesse montá-lo e partiram assim que estava sentado sobre suas costas. Unàh forneceu as direções e não demorou até chegarem a uma gruta, ela ficava dentro da cachoeira onde haviam se banhado há alguns dias, a única iluminação era a luz da lua refletida nas águas límpidas da cachoeira. Taehyung se transformou novamente e se vestiu, enquanto Unàh virou-se para trás, em direção a saída da gruta e esperou, o tempo estava úmido e agradável, não havia frio ou calor intenso, estava perfeito para seus planos e assim que os vagalumes adentraram a gruta, um sorriso surgiu nos lábios de Jungkook.
— Hoje é o aniversário do meu escolhido — Unàh disse através dos lábios de Jungkook e olhou em direção a Taehyung. Que ainda parecia não tão confortável em manter o contato visual, mas não conseguiu esconder a surpresa em seu rosto. — Seu nascimento foi uma data memorável, o surgimento de uma alma tão pura e bonita é sempre algo a ser comemorado. Hoje será um dia difícil para ele, será o primeiro aniversário sem a presença dos pais, por isso quis lhe dar um presente.
Unàh virou-se em direção a uma nascente de água que ficava no final da gruta, a pouca iluminação da pequena caverna consistia na luz do luar e dos vagalumes que voavam tranquilamente pelo ambiente. Ela parou diante da nascente e levou as mãos em direção a água em formato de concha, ficou alguns segundos parada enquanto sentia a água da pequena cascata cair sobre os dedos de seu escolhido, até que seu presente caiu sobre a sua palma. Com um sorriso nos lábios, ela voltou a caminhar em direção a Taehyung e estendeu seu presente a ele, que parecia confuso ao segurá-lo, mas o fez com extremo cuidado. Jungkook era uma pessoa que suportava suas dores sozinho, um alfa como Taehyung ao seu lado era tudo o que ele precisava, esperava apenas que eles entendessem o quão importante era o papel deles e que só poderiam triunfar enquanto estivessem juntos.
— Entregue a ele, por favor — Unàh pediu e Taehyung assentiu. — Ele irá despertar confuso, explique o que houve e entregue meu presente, ele entenderá o significado assim que o vir.
— Certo — o alfa assentiu e Unàh sorriu antes de partir. Jungkook caiu desacordado e Taehyung rapidamente o segurou em seus braços, com extremo cuidado sentou-se nas pedras, pois ele estava novamente inconsciente. — Jungkook?
— Hm? — Respondeu ainda de olhos fechados, ainda não estava completamente desperto, era como se estivesse a acordar de um sono extremamente profundo.
— Acorde, tenho algo para lhe dar — pediu e Jungkook abriu os olhos minimamente. Viu os olhos de Taehyung e sorriu, mas logo franziu o cenho ao ver diversas luzes verdes dançarem sobre suas cabeças.
— Onde estamos? — Perguntou confuso e se sentou. Ao olhar em volta a confusão o tomou por completo, estavam em uma caverna cheia de luzes voadoras.
— Estamos em uma gruta, perto da cachoeira que nadamos há alguns dias — Taehyung explicou e Jungkook o encarou, ainda sem entender o porquê estavam ali. — Unàh nos trouxe aqui.
— Unàh? — Perguntou confuso e Taehyung assentiu.
— Ela esteve em seu corpo enquanto estava inconsciente — explicou e Jungkook ficou ainda mais confuso que antes, pois ela nunca havia feito aquilo antes. Mas explicava o porquê sentia seu corpo um tanto pesado, como se acordasse de um sono de dias. — Pediu que eu lhe entregasse isso. — Ele colocou algo sobre a sua palma e o observou.
Jungkook, ainda sem conseguir conter sua confusão, desviou a atenção do alfa e focou-se em sua palma, onde ele havia colocado dois pequenos objetos, que de início não identificou o que era, mas assim que seu cérebro reconheceu as presas de seus pais, seus olhos marejaram. O choro irrompeu por sua garganta com a velocidade de uma flecha e mesmo com a visão turva pelas lágrimas, levantou as duas presas até estarem diante de seus olhos, para que pudesse observá-las melhor. Elas estavam com uma cor prateada bonita e haviam ganchos de prata presos à base das presas, o que as transformou em brincos, haviam duas presas delicadamente penduradas em cada gancho, uma maior e uma menor. Suas mãos tremeram e as levou em direção ao peito sem conter a emoção, chorou como não tinha se permitido chorar anteriormente, o que pareceu deixar Taehyung confuso e preocupado.
— O que houve? O que é isso? — O alfa perguntou tomado pela preocupação, ele levou os polegares em direção às suas bochechas e enxugou suas lágrimas.
— S-são as presas dos meus pais — chorou e curvou as costas, Taehyung rapidamente o puxou para um abraço e descansou sua cabeça sobre seus ombros.
— Por que Unàh lhe deu as presas de seus pais? — Perguntou cautelosamente e Jungkook fungou, enquanto apertava as presas contra sua palma.
— Em Presa é tradição que após a morte de um familiar, suas presas sejam guardadas, assim eles não serão apenas lembranças em nossas cabeças — respondeu e um soluço irrompeu por sua garganta. — Eu não tive a oportunidade de enterrar meus pais, sequer pude me despedir deles, e em minhas mãos, agora, está um pedaço deles, u-um pedaço das pessoas que eu mais amei na vida e que eu não pude salvá-las…
Jungkook chorou ainda mais, com mais ímpeto, o luto o atravessou com tanta força que chorou como uma criança, pela primeira vez desde que saiu de Presa, deixou que o peso da morte de seus pais pesasse sobre as suas costas. A imagem deles caídos sobre o chão da casa deles surgiu em sua memória e a dor se tornou ainda mais insuportável, pois o lembrava que não pôde proteger a única família que tinha, não estava ao lado deles quando suas vidas foram arrancadas de maneira cruel. Os braços de Taehyung o envolveram com mais força e praticamente o colocou em seu colo para que pudesse abraçá-lo melhor, Jungkook se agarrou a ele e deixou que o choro viesse sem resistência, pois ele precisava sentir, precisava colocar para fora tudo o que havia se negado a aceitar. Seus pais estavam nos braços de Unàh, eles tiveram seu descanso e por isso precisava seguir em frente, para que pudessem descansar em paz.
Ao fugir de Presa, não teve como velar o corpo de seus pais ou enterrá-los, apenas os abandonou e deixou para trás todas as suas lembranças com eles, deixou tudo o que conhecia e amava junto a eles, a âncora que o impedia de seguir adiante era justamente o peso na consciência, de ter fugido e os deixado sem sequer um enterro digno. Taehyung acariciava suas costas com delicadeza, suas mãos iam de suas costas a seus cabelos, o abraçava como se fosse uma criança e deixava que ele chorasse até não restar mais nenhuma lágrima, o alfa não reclamou em momento algum, apenas esperou seu choro passasse silenciosamente. O bolo em sua garganta junto com o incômodo por conta da lesão, além de seu rosto inchado junto ao olhos inchados por conta das lágrimas, provavelmente o deixaram com uma aparência horrível, por isso quando se afastou do abraço de Taehyung, fungou e abaixou a cabeça.
— Está se sentindo melhor? — O alfa perguntou e Jungkook assentiu. Realmente chorar intensamente daquela maneira lhe deixou mais aliviado.
— Estou com uma aparência péssima, não é? — Fungou e usou a manga de sua camisa para limpar o nariz.
— Apenas ficou mais adorável que o normal — ele respondeu e Jungkook o encarou com uma expressão cética. Não havia a menor possibilidade de ter ficado bonito com um estado tão deplorável quanto aquele.
— Nem se eu quisesse conseguiria acreditar em você — respondeu e Taehyung riu. Jungkook levou o olhar novamente até às presas sobre a sua palma e depois voltou a encarar o alfa. — Você pode colocá-las em mim?
— Suas orelhas são furadas? — Taehyung perguntou e afastou seus cabelos, que estavam tão longos que quase chegavam aos seus ombros. Ele arregalou os olhos e o encarou, pois Jungkook não tinha as orelhas furadas. — Você quer que eu as fure?
— Sim, por favor — pediu e Taehyung fez uma careta.
— Eu não tenho mãos delicadas para isso, posso machucá-lo — negou com a cabeça.
— Não irá, eu não confiaria em nenhuma outra pessoa para fazer isso — Jungkook estendeu as presas para Taehyung, que hesitou antes de segurá-las. — Está tudo bem, você não irá me machucar.
Taehyung parecia em um conflito interno, entre aceitar seu pedido e negá-lo, mas viu ele respirar fundo e assentir, o que fez um sorriso surgir em seus lábios. Jungkook afastou os cabelos de sua orelha direita e o alfa se aproximou, com uma delicadeza exagerada, Taehyung tocou seu lóbulo e pressionou a ponta do gancho do brinco em sua pele, antes de forçá-la contra sua orelha. A dor que sentiu fez uma pequena careta surgir em seu rosto, mas não era um dor insuportável, sequer chegava perto, mas mesmo assim os olhos de Taehyung encontraram os seus como se ele tivesse empurrado uma faca contra seu peito. O tranquilizou e segurou o cabelo que cobria a orelha esquerda, para que ele pudesse furá-la como havia feito com a direita, mas quando o alfa se aproximou novamente, Jungkook segurou sua mão com o cenho franzido em confusão.
— Está tremendo? — Jungkook perguntou confuso ao notar seus dedos trêmulos e encarou Taehyung. — Por que?
— Tenho medo de machucá-lo — foi o que ele respondeu, mas o vinco na testa de Jungkook permaneceu.
Como poderia um alfa que há poucas horas havia matado um homem com as próprias mãos, tremer ao colocar um simples brinco em suas orelhas?
— Por que? — Perguntou novamente e Taehyung deu de ombros.
— Você já sentiu dor demais, somente o fato de não conseguir tirá-las me agonia, e causar-lhe qualquer outra dor me traz uma sensação ainda pior — Taehyung respondeu, podia sentir o medo do alfa em machucá-lo, o que fazia seu cérebro se embaralhar com as informações.
— Por que? — Era a única pergunta que conseguia fazer.
— Acho que eu não gosto de vê-lo sofrer — explicou com os olhos fixos aos seus.
Aquilo o fez encarar Taehyung, seus olhos não desconectaram nem mesmo por um único segundo, pois os sentimentos de Jungkook estavam em uma completa bagunça, não sabia o que pensar, como responder ou reagir diante de suas palavras, nunca em toda sua vida alguém fora seus pais havia deixado tão claro o quanto se importava com ele. Estava tão absorto em seus próprios pensamentos, que demorou para reagir quando Taehyung afastou novamente seu cabelo, para que pudesse furar a orelha esquerda, Jungkook segurou o próprio cabelo e virou seu rosto, para dar fácil acesso a ele. O alfa furou a outra orelha com extremo cuidado, como se aquele pequeno objeto fosse capaz de causar um grande mal, como se ele fosse quebrá-lo com um aperto um pouco mais forte. Quando se afastou, notou que os olhos de Taehyung ainda estavam em suas orelhas, seu olhar transmitia pura preocupação.
— Está sangrando — ele disse sem tirar os olhos de sua orelha e se levantou. Taehyung ofereceu a mão em sua direção e Jungkook o encarou. — Vamos lavar na nascente.
Jungkook assentiu e aceitou a ajuda para de levantar, ainda de mãos dadas, Taehyung o levou em direção a uma pequena cascata que surgia por entre as pedras da gruta. Quando se aproximaram, o ômega segurou seus cabelos para ele pudesse fazer o que queria, então o alfa lavou suas orelhas com um cuidado absurdo, o que era engraçado de assistir, pois o laço mostrava a Taehyung que aquela dor não era nada mais que um pequeno incômodo, não estava e nem iria deixá-lo mal. Jungkook desviou o olhar dele para ver os pequenos pontos de luz que voavam atrás dele, a gruta estava repleta deles, pequenos pontinhos amarelos que piscavam em volta deles, como se as estrelas houvessem emprestado seu brilho a eles. Era uma visão deveras bonita, algo que nunca havia presenciado em sua alcatéia, se perguntava e seus pais também podiam ver de onde estavam.
— O que são esses pontinhos luminosos voadores? — Jungkook perguntou e Taehyung o encarou.
— Os vagalumes? — Perguntou confuso. — São insetos noturnos.
— Vagalumes… — Repetiu a palavra e olhou em volta. — São lindos.
— Nunca tinha visto um? — Taehyung perguntou com o cenho franzido e Jungkook negou.
— Em Presa é frio demais para a maioria dos insetos, os únicos que já vi foram aranhas, baratas e cupins.
— Nunca viu uma borboleta? — O olhar de Taehyung mostrava o quão assustado estava com aquela informação, o que o fez rir.
— Vi uma única vez, mas ela estava congelada, presa a uma árvore — explicou e a expressão de Taehyung estava horrorizada. — Meu pai disse que ela acabou se perdendo quando a primavera chegou e acabou morrendo de frio.
— Sempre que fala de Presa é sobre alguma coisa ruim — o alfa fez alguma careta. — Conte-me algo bom de lá.
— Nossa cultura — respondeu de imediato. E fez um sorriso surgir em seus lábios. — Em Presa temos diversas tradições, como vocês, uma delas é que a proximidade é sinal de intimidade, abraços e beijos são exclusivamente de amantes, por isso, se estivéssemos em minha alcatéia, provavelmente nos obrigariam a casar.
— Por conta dos abraços? — Perguntou com um sorriso e Jungkook assentiu.
— Nossas tradições são antigas e conservadoras, beijos, toques e qualquer outra coisa entre pessoas que não sejam de sua família ou seus parceiros, era inapropriado, até mesmo ver o corpo desnudo de outra pessoa era um desrespeito se não fossem prometidos — explicou e viu o momento em que o alfa cruzou os braços com o cenho franzido.
— Você não parece desconfortável em se mostrar na minha frente — Taehyung respondeu ao descer o olhar para suas pernas desnudas, o que fez as bochechas de Jungkook corarem, pois havia se esquecido que estava apenas de camisa e cueca. — Nunca demonstrou relutância com meus abraços ou até mesmo com nossas demonstrações de afeto em público.
— Minha geração não era tão conservadora assim — respondeu com as bochechas coradas e riu quando uma lembrança tomou seus pensamentos. — Meu pai quase matou o alfa que me desvirginou, mas éramos jovens, curiosos e irresponsáveis. Depois que descobriram sobre a maldição de Unàh, meio que esquecemos um pouco o tradicionalismo. O importante era tentarmos criar nossos descendentes.
— Então usaram a maldição como desculpa para serem libidinosos? — Taehyung perguntou de maneira direta e Jungkook mordeu o lábio inferior.
— Se você colocar dessa forma… — Respondeu com as bochechas coradas e Taehyung riu.
— Não precisa se envergonhar, em Canis não somos tão apegados ao conservadorismo como em Presa — explicou e Jungkook assentiu. — Nós temos ciência que durante o cio é um momento em que precisamos de um parceiro, por isso normalmente procuramos alguém para passar o cio em vez de simplesmente sofrermos, mas é diferente fora do cio.
— Por que? — Perguntou com curiosidade e Taehyung voltou a lavar suas orelhas enquanto explicava.
— No cio estamos entorpecidos pelo prazer e a ânsia, se não formos marcados, dormiríamos com qualquer um sem distinções, para não sofrermos — continuou e Jungkook assentiu. — Mas fora do cio, estamos conscientes, é íntimo demais dormir com uma pessoa quando se está são, não fazemos isso com qualquer pessoa, só com a pessoa que escolhemos para nos casar.
— Então você nunca dormiu com uma pessoa fora de seu cio? — Perguntou e Taehyung negou.
— E ainda bem que não fiz isso — suspirou e se sentou próximo a cascata e Jungkook fez o mesmo.
— Por que?
— Passei meus primeiros cios com Baekhyun — respondeu e Jungkook arregalou os olhos. Aquilo foi como jogar um balde de água fria em sua cabeça. — Foi antes dele começar a agir como um babaca.
— Por isso que ele agiu daquela maneira na festa das maçãs… vocês tinham intimidade — constatou e Taehyung negou com a cabeça de imediato.
— Nunca tivemos — respondeu e Jungkook franziu o cenho. — Eu devia ter uns dezesseis anos quando tive meu primeiro cio, Baekhyun veio ao meio auxílio, pois já tinha perguntado se podia ser meu parceiro e na época, não achei uma má ideia. Ele era bonito e parecia ser uma pessoa legal, achei que não haveria problemas, achei que seria como foi com meus amigos, como foi com Jimin e Namjoon.
— O que aconteceu? — Jungkook ficou preocupado com o desfecho da história, pois ele parecia nutrir um desprezo por Baekhyun.
— De início nada, ele passou três cios comigo — Taehyung cruzou os braços e o encarou. — Foi quando ele começou a maltratar Jimin, Baekhyun simplesmente começou a agir como meu namorado e passou a intimidar qualquer ômega que chegasse perto de mim. Eu coloquei um ponto final em qualquer vínculo que tivéssemos, mesmo que ele apenas fosse meu parceiro de cio.
— Foram os pais dele que encheram a cabeça dele com essas fantasias? — Jungkook perguntou e o alfa assentiu.
— Yongok revelou que Jimin era minha alma gêmea, não como um par romântico, mas era um irmão de alma, por isso nos demos tão bem desde pequenos — Taehyung abriu um sorriso fofo, que contagiou Jungkook, que abriu um sorriso também. — Essa proximidade sempre pareceu incomodar Baekhyun, que sempre quando tinha oportunidade intimidava o Jimin, mesmo que ele nunca tenha abaixado a cabeça.
— Ele fez o certo — respondeu e Taehyung assentiu.
— Imagine como seria se eu tivesse dormido com Baek fora do cio? Ele seria ainda mais arrogante e grudento do que é agora — o alfa o encarou e sua expressão dizia por ele o quão incômoda era a situação. — Chegou aos meus ouvidos que Baek foi repreendido pelos pais, por não ter engravidado durante os cios que passou comigo, disseram que ele havia falhado com um ômega e por conta daquilo perderam a chance de criar um vínculo sanguíneo com a minha família, perderam até mesmo a chance de um Najin Arik nascer do ventre de um Byun.
— Que horror… quantos anos ele tinha na época? — Perguntou sem conter a expressão horrorizada.
— Ele tem a sua idade, a diferença é de apenas algumas luas, então se eu tinha dezesseis na época ele tinha quinze provavelmente — respondeu e Jungkook arregalou os olhos.
— Muito jovem para ter um filho! — Não conseguiu conter seu repúdio. — Yunji e Hoehyun são piores do que eu imaginei.
— Eles querem a todo custo um espaço na liderança de Canis, felizmente meu pai não tinha interesse em Yunji quando eram jovens e ela não quis arriscar perder a confiança do meu avô, então se contentou com um espaço no conselho — explicou e Jungkook assentiu. — Mas quis fazer diferente com o filho.
— Vejo que os pais são responsáveis pelo filho ter uma personalidade tão ruim — Jungkook constatou e Taehyung concordou. — Sequer veio falar comigo depois do que houve no bosque, eu salvei sua vida, mas nem mesmo olhou em minha direção quando tudo acabou.
— Não espere isso dele — Taehyung suspirou.
— Taehyung, eu tenho uma dúvida que está martelando a minha cabeça desde a última reunião do conselho — Jungkook mudou de assunto e encarou o alfa, que levou o olhar em sua direção também. — Quando estávamos falando dos refugiados de Delta, disseram que eles precisam ser aceitos por seu lobo, para aceitarem outro alfa como líder. Por que eu não fiz isso?
— Você não precisa — Taehyung respondeu com um sorriso e Jungkook franziu o cenho.
— Por que? — Perguntou confuso.
— Seu lobo não tem um líder — explicou e aquilo o deixou ainda mais confuso. — Tenho certeza que isso é uma maneira de Unàh lhe proteger, é como a minha avó, um alfa não tem influência sobre suas partes lupinas, isso é para evitar que consigam te controlar.
— Mas… — Aquilo não fazia sentido em sua cabeça, pois em Presa, tinha um alfa e ele tentava lhe controlar a todo custo.
— Para explicar melhor, vou lhe dar alguns exemplos — Taehyung virou-se até estar sentado de frente para ele e Jungkook fez o mesmo. — Em casos extremos, se um alfa der uma ordem, os Lupinos não conseguem, mesmo que queiram, ir contra a sua palavra, se tentarem é doloroso a ponto de machucar. Um novo líder surge quando um alfa mais forte e mais jovem supera o anterior, meu pai se tornou líder aos vinte e cinco anos por exemplo, todos sentiram a mudança, assim que o alfa dele chegou a maioridade, toda a alcatéia sentiu a quem seus lobos deviam lealdade.
— Quando se tornou líder? — Jungkook perguntou com curiosidade e Taehyung abriu um sorriso.
— Minha parte lupina se sobrepôs a do meu pai aos dezesseis anos, depois do meu primeiro cio — revelou e Jungkook arregalou os olhos. — Claro que eu não assumi a liderança com tão pouca idade, mas todos em Canis já sabiam quem era o alfa da alcatéia.
— Uau — suspirou com admiração e o sorriso de Taehyung aumentou.
— Isso se deve ao fato de eu ser um lúpus, o único de Canis há centenas de anos, as coisas comigo sempre funcionaram de maneira diferente por meu lobo ser mais influente que os outros lupinos. Um grande exemplo, é que anos atrás, quando as leis eram diferentes, um alfa poderia tentar tomar a liderança de outro alfa, para isso eles lutariam e o alfa mais forte se tornaria o líder, mas comigo isso não funcionaria, eu nasci um líder por natureza — respondeu e Jungkook ergueu as sobrancelhas em surpresa novamente. — Mas isso não funciona com você.
— Meu lobo é diferente? — Perguntou e Taehyung assentiu.
— A maior prova disso foi quando você negou uma ordem minha e me calou logo em seguida ontem — Taehyung cruzou os braços e Jungkook abriu um sorriso sem graça. — Se fosse qualquer outra pessoa em seu lugar, meu lobo reagiria de maneira extremamente hostil, talvez até agressiva dependendo do quão insultado ele ficasse. Mas com você não, meu lobo sabe que você não tem um líder, ele notou isso assim que coloquei meus olhos em ti pela primeira vez. Foi assim que eu soube que havia algo diferente.
— Então quer dizer que mesmo sendo um lúpus, você não consegue mandar em mim? — Perguntou com um sorriso travesso e Taehyung fez uma careta. Aquilo fez Jungkook rir, mas seu sorriso se desfez em seguida. — Mas em Presa, o alfa me controlou…
— O controlou ou o coagiu? — Perguntou com seriedade e aquilo fez um estalo surgir em sua cabeça. — Mesmo que você tenha um lobo especial, ele não está imune à manipulação. Aquele alfa não o controlava por ser um líder, o controlava porque você tinha medo dele.
As palavras de Taehyung pesaram mais do que cinco bigornas em suas costas, pois realmente Jungkook tinha medo do líder de Presa, muito medo, pois ele era o causador de todos os seus traumas, medos e inseguranças, tudo o que passou de ruim fora culpa dele. Saber que podia ter negado as ordens dele não teria mudado nada, pois o alfa não usava simples palavras para fazê-lo cumprir suas vontades, ele usava a força, o chantageava e usava o medo para domá-lo. Sentiu-se mal por compará-lo a Taehyung há algumas luas, como poderia um alfa que tremeu em colocar um brinco em sua orelha, se comparar ao alfa que não pensava duas vezes em levantar a mão contra ele para conseguir o que queria. Estava imerso em seus pensamentos quando notou que o olhar do alfa não havia saído do seu, assim como Jungkook havia feito no dia anterior, Taehyung levou o indicador até sua testa e desfez os vincos que estavam sobre ela, o que o fez abrir um pequeno sorriso.
— Não pense nele — Taehyung pediu. — Ele não pode mais te machucar, então não dê espaço a ele em seus pensamentos.
— Temo que isso não seja verdade — suspirou e abaixou a cabeça. — Ainda existe uma maneira dele conseguir me ferir, mas é algo que eu possa impedir. Com a sua ajuda…
— O que eu posso fazer? — Ele perguntou com os olhos brilhantes, como se estivesse extremamente contente por ter uma utilidade.
— Quando será o ritual de união lupina? — Perguntou e Taehyung fez uma careta pensativa.
— Provavelmente em duas semanas — respondeu e o encarou com o cenho franzido. — Minha mãe já havia conversado comigo sobre isso, precisamos apenas da aprovação de Salìk quanto a data, assim que a tivermos, iremos avisar aos aldeões.
— Eu planejava me preparar, mas acho que adiar só me deixará mais ansioso — Jungkook suspirou e encarou o alfa, que franziu o cenho. — Para que possa me ajudar, você precisa entender sobre o que houve em Presa, eu tinha conversado sobre isso com Yongok e ela estava me ajudando a compartilhar as minhas lembranças, como eu havia feito com a minha visão sobre o urso se lembra?
— Sim — ele respondeu, seu olhar ainda estava sério.
— Por conta dos últimos acontecimentos eu não tive tempo de treinar mais, mas acho que eu consigo te mostrar, preciso apenas me sentir seguro para isso — explicou e Taehyung assentiu. — Acho que aqui é um bom lugar e…
— Espere, podemos fazer isso de noite? — Perguntou e Jungkook franziu o cenho, pois achava que o alfa estaria curioso sobre o acontecido. — Hoje é para ser um dia especial, trazer os fantasmas do passado irá deixá-lo triste, deixe-me criar um ambiente seguro primeiro? Deixe que eu o faça esquecer dos problemas por algumas horas, assim, você terá tempo para se preparar para contar o que houve. — Taehyung segurou em sua mão e seus olhos transmitiam uma alegria tão genuína, que foi impossível não deixar o sorriso surgir em seu rosto.
— Tudo bem — respondeu e o alfa abriu um grande sorriso.
— Como eu descobri há pouco tempo sobre o seu aniversário, não tive como preparar nenhum presente — o alfa se levantou e estendeu a mão para Jungkook para ajudá-lo a se levantar e ele não demorou a aceitá-la. Quando estava de pé, encarou Taehyung, que parecia extremamente animado. — Mas eu não posso deixar passar em branco, então tive uma ideia, porém ela é um pouco arriscada…
— O que é? — Perguntou com curiosidade.
— Tem um lugar que eu quero te levar, mas ele fica no limite entre Canis e Delta, teremos que contar com a sorte e com a ajuda das divindades para que não tenha nenhum inimigo por perto — explicou e Jungkook mordeu o lábio inferior, pois realmente parecia arriscado. — Se formos, irei em minha forma lupina e não me transformarei até estarmos de volta a segurança de Canis. O que acha? Quer arriscar? Eu garanto uma boa experiência e proteção.
— Acho que se não demorar muito não vai ter problema não é? — Respondeu com um sorriso e Taehyung abriu um sorriso ainda maior. O alfa levou as costas de sua mão em direção a testa e fechou os olhos antes de encará-lo novamente.
— Eu prometo que não deixarei que nada o machuque — Taehyung desabotoava sua camisa enquanto falava e Jungkook assentiu.
Quando Taehyung se despiu da camisa a entregou a ele antes de focar em tirar suas calças também, foi quando Jungkook desviou o olhar e apenas estendeu os braços, para que o alfa colocasse suas calças e roupa íntima sobre a camisa dobrada. Seu olhar só se voltou em direção a ele novamente, quando ouviu o som de seus ossos estalaram e uma lufada de ar atingir seus cabelos, quando seus olhos focaram no grande lobo a sua frente, abriu um sorriso enorme quando as orbes vermelhas lhe encararam. O alfa se aproximou e esfregou a cabeça em seu corpo em um carinho simples, antes de se deitar sobre as patas para que pudesse montá-lo. Jungkook prendeu as roupas de Taehyung embaixo do braço e montou no grande lobo negro, agarrou seus pelos quando ele se levantou, seu coração bateu acelerado contra o peito por conta da expectativa. Não sabia o que o alfa queria lhe mostrar, mas estava ansioso para descobrir.
Enquanto o lobo negro corria pelo bosque, Jungkook levou o olhar até o céu e notou que a Lua iria desaparecer no horizonte, pois o sol viria para regê-los em breve, sorriu e fechou os olhos. Ele agradeceu Unàh por seu precioso presente, sentia o peso dos brincos sobre suas orelhas e aquilo lhe trazia a sensação de que seus pais estavam junto a ele, lhe trazia um conforto e uma segurança que ninguém seria capaz de proporcioná-los como seus pais fizeram. Quando abriu os olhos novamente, focou sua atenção no caminho, Taehyung corria rapidamente, mas não tão rápido quanto poderia para não derrubá-lo, enquanto ele corria notou que as árvores naquela região eram maiores e suas copas tinham mais folhas, o que fazia com que os primeiros resquícios de luz do sol passasse sobre elas precariamente, o que tornava o ambiente escuro menos sombrio e assustador. Correram por vários minutos, até que chegaram em um descampado onde tinham pequenas flores coloridas espalhadas.
Jungkook novamente ficou embasbacado com a visão, era um descampado enorme, as flores eram das mais variadas cores, elas cobriam toda a extensão sem árvores e coloriram completamente o espaço verde amarronzado das árvores à sua volta. Taehyung caminhou devagar em direção às flores e deitou sobre suas patas quando alcançou o início do descampado, e com uma animação que quase não conseguia conter, Jungkook saiu das costas do lobo e pulou em direção ao chão, quando seus pés descalços tocaram a grama úmida, suspirou em admiração e colocou as roupas que seguravam no chão. Desde que chegara em Canis, Taehyung havia lhe mostrado tantas coisas lindas, que mais do que nunca queria saber pintar para que pudesse eternizar cada uma delas, poder colocar em seu quarto para que sempre pudesse vê-las. Mas quando o sol nasceu no horizonte e seus raios banharam o descampado, Jungkook pôde observar as cores das flores ganharem mais vida, pareciam brilhar nos primeiros raios de sol.
— É lindo demais… — Disse com um sorriso imenso nos lábios, enquanto observava a incrível paisagem que tinha diante de seus olhos.
Passaria horas sem piscar enquanto observava o horizonte, mas sua atenção se desviou para Taehyung, que deu um passo à frente e suas enormes patas afundaram na grama, ele olhou em sua direção antes de correr em direção às flores como um cachorrinho feliz, pulou e correu por entre a vegetação e Jungkook riu, mas seu sorriso deu lugar a uma expressão incrédula logo em seguida. Conforme o grande lobo negro pulava e corria por entre as flores, borboletas voavam para longe dele, diversas asas azuis voaram por entre as flores e agraciaram a visão de Jungkook com a mais bela obra de arte em movimento. Encantado com a cena a sua frente, caminhou até estar rodeado por elas, que pareceram rodeá-lo, como se mostrassem a sua beleza exclusivamente à ele, o que o deixou ainda mais boquiaberto, pois sequer tinha algo para comparar, nunca em sua vida havia presenciado tamanha beleza da natureza. Quando estendeu sua mão, uma borboleta pousou sobre ela, o que lhe deu a oportunidade de vê-la de perto.
Suas asas eram grandes e azuis, as bordas eram pretas e tinham pequenas bolinhas brancas, a parte azulada tinha um degradê lindo que ia do tom mais escuro ao mais claro, ela parecia brilhar diante de seus olhos enquanto abria e fechava as asinhas. Quando ela voou para longe, seu olhar voltou a ser banhado pelo mar de borboletas, seria uma imagem que ficaria gravado em sua cabeça para sempre, esperava que sonhasse com elas em vez dos pesadelos sobre mortes. Seu olhar se voltou ao lobo negro que estava ao seu lado, suas íris vermelhas o encararam com atenção e aquilo fez o sorriso em seus lábios aumentar ainda mais, pois notou que graças ao alfa havia apreciado as mais belas paisagens. Ele lhe mostrou tantas coisas, lhe deu novas experiências e lhe proporcionou lindas memórias, por isso, sem conter seu impulso, caminhou até que conseguisse contornar seus braços em volta do pescoço dele.
Era o primeiro abraço dado por Jungkook, não por seu lobo ou por Taehyung, mas por ele mesmo.
— Obrigado alfa — agradeceu de olhos fechados. Apesar do lobo estar com a cabeça abaixada, ainda assim precisou ficar nas pontas dos pés para conseguir abraçá-lo, por conta de seu tamanho duas vezes maior que ele. — Obrigado por trazer cores ao meu mundo cinzento.
Quando se afastou, o alfa o encarou com seus intensos olhos vermelhos e deu um passo para trás, antes de curvar a cabeça e reverenciá-lo, graças à aquilo, Jungkook tinha medo que seu sorriso lhe rasgasse a face, de tão feliz que estava. Olhou para cima enquanto o alfa voltava a se aproximar e esfregar a pelagem preta contra seu corpo, ele parou a seu lado, próximo o suficiente para sentir o calor advindo de seu corpo quente coberto por pelos negros, mas a mente de Jungkook divagou. Enquanto olhava para cima e via o céu azul junto às borboletas, imaginou se seu pai também poderia vê-las, pois ele adoraria observar aquele lugar. Sua mãe certamente ficaria encantada com as flores, ela era uma grande amante da natureza, sempre que a primavera chegava, ela subia em um dos picos mais altos de Presa para ver as flores resistirem ao frio e florescerem.
As presas deles em suas orelhas o deixou ainda mais feliz, pois tinha uma parte deles junto a ele.
— Obrigado por me dar motivos para sorrir, Taehyung — agradeceu ainda com os olhos fixos no céu. — Por muito tempo, eu não tive motivos para sorrir, mas você me deu vários.
~🐺~
MEU DEUS QUE BOIOLAS😭
Já aviso a vocês com antecedência: o próximo capítulo tem gatilhos!
Vou colocar o aviso no início do capítulo, mas mesmo assim quero que já se preparem, o próximo capítulo eu vou trazer temas pesados, não vai ser o pior capítulo da fic, mas é um dos piores.
Agora que o Twitter foi de arrasta, me sigam no Bluesky?
@alanizita
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