05
Rose-colored boy
I hear you making all that noise
About the world you want to see
Rose-Colored Boy - Paramore
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Uma semana.
Fazia exatamente uma semana desde que Taehyung pegou (roubou) o celular de Minji. Durante esse tempo ele tentava evitá-la o máximo possível, e quando isso não dava certo, inventava diversas desculpas esfarrapadas. Tudo o que ela mais queria era encher a bela e sonsa face de seu irmão com socos.
Parecia ser até algo fútil, mas se ela ao menos tivesse perdido o celular, se tivesse escangalhado ou mesmo se tivesse sido roubado, ela não se sentiria tão agoniada, contudo, o fato de saber que o aparelho estava funcionando e na posse de seu próprio irmão fazia as coisas se tornarem diferentes. Mas o que mais a chateava era o fato de Taehyung saber que ela havia comprado o celular com as próprias despesas, e além disso, sentia falta de falar com a mãe e se perguntava se ela estava preocupada com seu sumiço, mas sabia que Taehyung provavelmente daria o jeito dele quanto a isso.
Só que dessa vez não deixaria passar. Minji andava decidida em direção aos prédios da ala masculina, pensava que esse era o único jeito. Mas agora ela tinha um plano que soava perfeito em sua mente, sabia que poderia ter o celular de volta, e o teria.
Assim que se aproximou de um dos edifícios, Minji foi para a parte mais escondida e de repente sentiu-se imobilizada analisando a escada à frente, só parando para pensar na possibilidade de aquilo não dar certo naquele momento. Entretanto, não havia chegado até ali para voltar atrás, não era do seu feitio fazer isso. Costumava fazer as coisas para só depois se arrepender, e dessa vez não podia diferente.
— Você consegue, Minji! — Encorajou-se, dando dois tapinhas no próprio ombro.
Com isso em mente, olhou para o chão, sentindo que o mundo estava ao seu favor quando não viu nenhum saco de lixo ali, e não demorou para que subisse a escada, não deixando de olhar para os lados para constatar que ninguém estava vendo.
Já na plataforma acima, ela chegou na pequena extensão e levantou os braços, empurrando a janela para o lado e sentindo-se ainda mais sortuda ao perceber que não estava trancada por dentro. Tendo as coisas facilitadas para o seu lado, Minji rapidamente se encontrou do lado de dentro do banheiro, mas não pensou antes de agir, não havia se dado conta das vozes vindas do quarto quando caminhou em direção a porta, ficando totalmente exposta, porém, não teve tempo de se esconder, havia sido descoberta.
Jungkook estava sentado com as pernas cruzadas na cama que tinha visão direta para o banheiro, e havia outro rapaz sentado com ele, mas este estava de costas para Minji, apenas os cabelos lisos em um tom castanho escuro à vista. Eles conversavam, até Jungkook reparar na presença dela e arregalar os olhos exageradamente.
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— H-hyung... — Jungkook olhou para Hoseok, que provavelmente achava que sua reação se devia a história que contava.
Hoseok ignorou o chamado, e continuou contando a história de terror que havia ouvido de seus colegas na aula e que, segundo ele, o fez se arrepiar da cabeça aos pés, portanto não queria guardar só para ele. Jungkook tentou aproveitar a tagarelice do amigo para se comunicar secretamente com Minji, por mais confuso que tivesse, a olhou e fez um movimento sutil com as mãos para que ela entrasse no banheiro, de modo a ficar escondida, Minji acenou freneticamente com a cabeça, fazendo sinal de positivo com as mãos e fazendo o que lhe fora pedido. Jungkook suspirou aliviado, agora só precisava tirar Hoseok do quarto.
— Hyung, vamos lanchar, huh? — Jungkook tentou.
— Mas eu ainda não terminei! Então, continuando, na lenda dizia que o fantasma sangrento vagava...
— Hobi hyung! — Suspirou — Você pode continuar a história enquanto lanchamos. Eu tô morrendo de fome. — Fez uma careta acariciando a barriga, pensando que era a segunda vez que estava colocando a prova seu talento inexistente para atuação por uma pessoa que nem conhecia. — E Jimin me mandou uma mensagem dizendo que estava indo para a lanchonete... Ele já deve estar nos esperando.
— Você é muito chato. Não se pode cortar uma pessoa assim, no meio dessas histórias. — Jungkook observou a face frustrada de Hoseok ao mesmo tempo que as cores dele pintaram o ar. — O fantasma sangrento vai atrás de você.
— Se ele vier, eu dou um gancho nele, dessa forma. — Imitou o movimento de um soco com a mão direita. — O fantasma sangrento não é páreo para o invencível Jeon Jungkook.
Hoseok imediatamente começou a gargalhar, fazendo Jungkook rir junto ao observar o laranja da voz dele se destacar em sua frente. Ainda rindo, eles se levantaram e encaminharam-se para a porta. Quando já estavam no corredor, Jungkook alegou haver esquecido algo e teria que voltar ao quarto, tendo que insistir um pouco para que Hoseok fosse na frente e se encontrasse com Jimin. Depois de garantir que logo estaria lá também, ele cedeu e foi na frente. Jungkook voltou correndo para o dormitório, encontrando Minji no meio do quarto olhando ao redor.
— Ficou maluca? Por que você saiu de lá? Poderia ser outra pessoa entrando aqui ao invés de mim, sabia? — Tentou manter o tom de voz plano ao mesmo tempo que fechava a porta rapidamente.
— Mas foi você, por isso não precisa dar esse piti. — Minji parecia despreocupada, até mesmo rindo ao olhar para ele, e logo o riso evoluiu para uma gargalhada, como se tivesse lembrado de algo.
Jungkook estava totalmente encantado pela aquarela que se formava na frente dele, não queria parar de visualizar a bela imagem, mas foi isso que aconteceu quando a risada foi cessando antes que Minji voltasse a falar.
— Então quer dizer que o fantasma sangrento não é páreo para o invencível Jeon Jungkook?
Ele subitamente sentiu-se envergonhado. Completamente. Conseguindo até mesmo ignorar as lindas cores para se xingar internamente. Por um curtíssimo momento havia esquecido que Choi Minji estava escondida em seu banheiro, e foi completamente bobo, coisa que não faz na frente de pessoas as quais não tem intimidade. Um calor tomou conta de suas bochechas.
— O que você está fazendo aqui? — Conseguiu perguntar, tentando fazer com que ela esquecesse aquele assunto, ao mesmo tempo em que realmente queria saber o motivo de Minji estar ali.
— A mesma coisa que tentei fazer da última vez... — Ela suspirou, aceitando de bom grado a mudança de assunto, para alívio de Jungkook. — Tentando recuperar meu celular.
— Você não pode fazer isso.
— Isso o quê? Pegar meu celular de volta?
— Sair invadindo assim o quarto das pessoas sem pedir permissão. — Jungkook estava se alterando um pouco mais do que pretendia.
— M-mas... Foi a única coisa que consegui pensar, já que da última vez terminou daquela forma.
— Continua sendo desrespeitoso. Agora qualquer hora que você quiser entrar nos dormitórios masculinos para fazer sei lá o que, vai ficar vindo pelo meu quarto?
— Por que você tá agindo assim agora, sendo que me ajudou da outra vez? — Minji parecia um pouco ofendida pelo que ele insinuou, por mais que Jungkook não tivesse pensado nada em específico.
— Porque eu não sabia que isso aconteceria de novo. — Ele não a olhava nos olhos. Apesar de estar sendo duro em suas palavras, não deixava de se sentir um pouco intimidado pela presença de Minji. — Daquela vez não foi planejado, agora você apenas decidiu vir e... Isso é invasão de privacidade.
— Você tirou fotos minhas sem meu consentimento na aula. — Minji cruzou os braços, fazendo Jungkook prender a própria respiração.
Como ela sabia aquilo? Ela havia percebido? Impossível. Estava blefando?
— Não tirei não. — Instintivamente olhou para a câmera apoiada na mesa de cabeceira.
— Ah é? — Ela parecia divertida ao provocar Jungkook. — Nós estamos quites agora, ok? Só... Deixa passar, apenas dessa vez, por favor! — Cruzou as mãos em frente ao rosto em apelação.
Jungkook respirou fundo e após pensar por alguns segundos cedeu e concordou com a cabeça. Para falar a verdade, nem ele sabia o motivo de ter se exaltado tanto, claro que não iria entregá-la, só estava confuso, muito confuso, com toda aquela situação. Minji aleatoriamente ter aparecido em seu dormitório novamente, a vergonha que estava sentindo, o nervosismo, aquelas cores...
— Isso não vai mais acontecer, Jeon Jungkook. — Sem que pudesse esperar qualquer resposta, Minji praticamente correu para fora do quarto, e tudo o que poderia fazer, mais uma vez, era observar.
— Tome cuidado, Choi Minji. — Murmurou, sabendo que não seria ouvido.
Com o coração um pouco acelerado rumou-se para o lado de fora também, tentando apressar os passos para chegar rápido à lanchonete. Não trancou a porta do dormitório, e não permitiu-se pensar no motivo disso.
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Minji andava cuidadosamente pelos corredores, se escondendo vez ou outra atrás de alguma pilastra quando ouvia vozes de alunos, porém não deixando de prestar atenção nas portas, à procura da numeração que Seokjin havia mencionado da outra vez. Enquanto caminhava, não podia deixar de repassar na mente o episódio de alguns minutos atrás, havia dado um tiro no escuro com a coisa da foto, só teve essa impressão depois que o Sr. Sam piscou pra ela e fez uma piadinha sobre ela aparecer no relatório de alguém, logo depois da conversa estranha que teve com Jungkook na aula, mas não pensou muito nisso.
Também queria ter perguntado a Jungkook se ele ainda não sabia definir suas cores, pois a curiosidade estava lhe corroendo, mas o que mais estava pesando dentro de si nem era isso, e sim o fato de não ter agradecido pelo o que havia ocorrido naquele dia. Só agora havia percebido que se encontrou duas vezes com Jungkook e não o agradeceu, estava pensando em voltar ao dormitório dele para fazer isso, mas antes de dar voz a tais pensamentos, avistou a porta com o número 317, sorrindo satisfeita.
Taehyung é um burro.
Pensou assim que girou a maçaneta, constatando que a porta estava aberta. Adentrou o local, trancando a porta para não correr riscos, e viu seu irmão esparramado na cama em um sono profundo. Aproximou-se, vendo que o celular estava sobre a barriga dele, não pensando duas vezes antes de finalmente o pegar.
Apertou o aparelho contra o corpo, em um ato de proteção e quando afastou-o para poder analisar o estado em que estava, reparou em algo que fez seu corpo gelar: uma rachadura. Era uma linha solitária, mas ainda assim perceptível, que ia da parte de baixo até a parte superior da tela. De repente esqueceu toda a felicidade por ter recuperado o celular, ela era extremamente cuidadosa e perfeccionista com suas coisas. Queria matar Taehyung.
Minji fitava Taehyung deitado pacificamente na cama como se não existissem preocupações na vida, com a boca e os olhos semi-abertos, de barriga para cima, enquanto um dos braços abraçava um travesseiro. Ela sempre achou cômica, e até mesmo fofa a forma que ele dormia, agora porém, pensava seriamente em pegar aquele travesseiro e pressioná-lo sobre o rosto de Taehyung. Ele não deveria estar dormindo tão serenamente assim enquanto a deixava passar por toda essa situação.
Ainda estava parada o encarando, pensando em planos mirabolantes, o mais leve sendo pegar alguma canetinha e fazer desenhos por todo rosto dele, quando fortes batidas foram deferidas na porta.
— Tae? Você está aí? Eu esqueci minha chave... Pode abrir a porta pra mim?
Era o colega de quarto de seu irmão, e antes que ele pudesse acordar, Minji correu para o banheiro, trancando a porta enquanto ainda ouvia o nome de Taehyung ser chamado. Olhou ao redor, vendo que o banheiro era exatamente igual ao do quarto de Jungkook e riu sozinha, pensando que sempre parava em banheiros nos momentos de adrenalina.
Já – estranhamente – familiarizada com aquilo, colocou o celular por dentro do sutiã e saiu do cômodo pela janela, descendo as escadas em seguida. Percebeu que ali era a área oposta da qual saíra da última vez.
Minji começou a andar tranquilamente, finalmente havia conseguido seu celular de volta, apesar de não tão inteiro quanto antes. Porém, um sentimento de satisfação invadiu seu corpo quando se lembrou que havia deixado a porta do banheiro do quarto 317 trancada. Não foi proposital, mas Taehyung merecia.
Yonju dormia tranquilamente quando Minji entrou no quarto. Ela percebeu que o aparelho estava descarregado, então deixou-o na tomada enquanto decidiu tomar um banho e estudar um pouco.
Minji perdeu o tempo estudando, mas quando sentiu uma pontada de dor na coluna decidiu que aquilo havia sido suficiente para o dia e tratou-se de levantar. Ela se espreguiçou e logo em seguida caminhou até sua cama tirando o celular da carga e deitando-se.
Ajeitou-se na cama e assim que o celular ligou, esqueceu-se um pouco da raiva que sentia ao ver a imagem da tela de bloqueio, que antes possuía a foto de um céu estrelado – não gostava de pôr as próprias fotos como lockscreen –, mas agora estava ali uma foto de Taehyung junto à ela. A foto havia sido tirada no último aniversário dele, e os dois faziam caretas, riu um pouco lembrando-se do dia e desbloqueou o celular, agradecendo mentalmente pela senha não ter sido alterada. A foto da tela principal era de Taehyung acompanhado de três garotas e um garoto, os quais Minji não fazia ideia de quem eram, e parecia haver sido tirada em uma festa.
Ela ligou o wi-fi, e assim que conectou na rede da universidade, quase deixou o celular cair de tanto que ele vibrava, recebendo uma enxurrada de notificações. Minji assustou-se levemente ao fitar a barrinha de notificações, temerosa, abriu o KakaoTalk, e se já não estivesse deitada, cairia para trás com a quantidade de mensagens. Trocou para a conta dela, porque é claro que Taehyung havia logado a dele para mexer simultaneamente, e logo procurou pelo contato da mãe, confirmando que o irmão realmente havia dado um jeito.
Mãe ♡: oi filha, como estão as coisas por aí?
Eu: tudo ótimo, e por aí?
você tá bem? e appa?
Mãe ♡: Estamos bem, meu amor. Taehyung tem se comportado?
Eu: como um anjinho
Mãe ♡: Ironia? Estão me escondendo algo?
Eu: claro que não! falo sério. e ele tá muito lindo também, mais do que antes
Revirou os olhos com tamanho narcisismo. Viu que o irmão respondeu alguns de seus amigos de Daegu se passando por ela, e também reparou que haviam diversos outros contatos salvos ali, provavelmente de antes de Taehyung decidir usar a própria conta. Alguns o chamavam pra sair, outros perguntavam se ele estava livre no final de semana, alguns tinham conversas até que civilizadas, mas também tinham uns com uns papos bastante esquisitos, tinha até conversas com pessoas de outros países, Minji estava embasbacada, nunca deixava de se surpreender com a capacidade de Taehyung fazer amigos com facilidade.
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Minji tinha em mãos um papel, havia acabado de receber na aula de pintura, nele estava impresso as exigências de um trabalho que teria que fazer. Suspirou lendo, não era tão boa assim em pintura, por mais que adorasse admirar as de outras pessoas, realmente não era a coisa dela, e dessa vez ainda teria que trabalhar com técnicas de impasto. Nem ao menos sabia o que era isso, mas podia jurar que seria difícil.
Suspirou mais uma vez caminhando desanimada para fora do edifício, e se assustou levemente ao notar Taehyung parado, encostado em um dos pilotis como se estivesse esperando alguém. Quando ele a viu, abriu um sorriso e caminhou até ela.
— Bom dia, flor do dia. — Cantarolou ao aproximar-se.
— Não é mais dia... — Minji vincou a testa desconfiada.
— Boa tarde, então. — Riu — Como minha irmãzinha preferida está?
— O que tá acontecendo, Taehyung? — Cruzou os braços, apesar de já saber.
— Nada! Não posso saber como minha irmãzinha está? — Apertou as bochechas dela.
Minji bufou e começou a andar com Taehyung em seu encalço. Ele estava sendo irritante e bonzinho demais, até tirou a mochila dos ombros dela para que ele mesmo pudesse carregar.
— O que você fez dessa vez?
— Nossa, Minji! Assim você me ofende. — Levou uma das mãos ao peito quando eles pararam no meio do pátio.
— Teatro é realmente a sua área. — Minji riu, ouvindo-o resmungar. — Agora me diz.
— É que... O seu celular... Eu... — Suspirou. — Meio que perdi? — Aquilo havia soado como uma pergunta.
— O quê?
— Me desculpe... — Taehyung tinha o olhar de um cachorrinho abandonado.
— Não basta perder o seu, tem que perder o meu também? — Tentava parecer brava, por mais que estivesse sentindo uma imensa vontade de rir. — Eu sabia que isso ia acontecer! Eu falei, não falei?
— Eu não sei o que aconteceu, eu juro que estava comigo antes de dormir, quando acordei não consegui achar de forma alguma, mas olha, eu prometo que vou achar, tá?!
— É? Como? — Cruzou os braços, tentando manter a atuação.
— Não fique chateada comigo, Minzi. — Fez um pequeno bico e a abraçou, mas ela o empurrou levemente. — Eu vou achar, só preciso procurar direitinho e...
Deixou a frase morrer no ar, olhando para um ponto fixo no chão ao mesmo tempo em que parecia ter se lembrado de algo, depois olhou afobadamente para Minji.
— Mas é claro! Como eu sou burro. — Abriu um largo sorriso. — Eu com certeza esqueci no banheiro!
— Como assim?
— Bom... — Taehyung mexeu nos cabelos. — De alguma forma a porta do banheiro do meu dormitório ficou emperrada, eu até estou tendo que usar o do quarto do Yunjong hyung... — Suspirou. — Enfim, o que quero dizer é que: eu devo ter deixado o celular lá dentro, então assim que os técnicos conseguirem abrir a porta, eu o recupero.
Minji realmente lutou muito para não rir, mas ao ouvir tudo aquilo, a gargalhada saiu automaticamente fazendo com que Taehyung a olhasse sem entender nada.
— Por que você tá rindo?
Ela apenas negava com a cabeça, tentando se recuperar. Quando por fim conseguiu parar de rir, secou algumas poucas lágrimas e passou a deferir pequenos soquinhos nos ombros de Taehyung.
— Ei! Eu já disse que ele está lá, para de me bater.
— Por que você quebrou a tela do meu celular?
— Eu não... Pera aí, o quê? — Taehyung estava cada vez mais confuso, Minji então tirou o aparelho de seu bolso traseiro mostrando-o. — Como você...
Taehyung olhava do celular para a irmã, tentando processar tudo aquilo, até que começou a ligar nos pontos em sua mente.
— A porta... Foi você? — Perguntou ao que ela assentiu. — Então era só entrar pela janela para abrir? Não precisava de técnico?
— Como você sabe que foi pela janela?
— Porque eu uso esse truque há tempos. — Respondeu emburrado, dessa vez ele é quem parecia estar chateado.
— Que cara é essa? Você não tem direito de ficar bravo.
— Você invadiu meu quarto e fez eu achar que tinha perdido o celular.
— Se você tivesse me devolvido antes, eu não precisaria ter feito isso tudo, até porque o celular é meu.
— Mas eu ia devolver!
— Essa era sempre a sua resposta, ia chegar um momento em que você realmente iria perdê-lo.
— Eu posso não ser tão cuidadoso com as minhas coisas, mas com as dos outros eu sou, ok?
— Tanto que deixou um arranhão na minha tela.
— Isso não foi culpa minha! — Taehyung tentou argumentar.
— Claro que não, foi minha por ter te emprestado. E outra, por que você saiu dando meu número pra Deus e o mundo? Eu não paro de receber mensagens e ligações.
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Jungkook estava sentado em um banco, não muito longe do muro em que estava escorado poucos minutos atrás. Eunji já havia saído, então agora estava sentado ali na companhia de Jimin enquanto conversavam, contudo, uma cena que ocorria alguns metros à frente despertou a curiosidade dele.
— Hyung! — Jungkook chamou a atenção de Jimin, que o olhou. — Lembra quando você me perguntou quem havia invadido nosso dormitório?
— Choi Minji? — Jimin perguntou de volta. Jungkook havia contado para ele toda a história depois de alguns dias do ocorrido.
— Sim. — Jungkook maneou o queixo em direção a que Minji estava com outro rapaz. — Foi ela.
Jimin olhou na direção em que lhe fora apontada, examinando-a.
— Ela que tem confundido sua cabeça?
— Sim! Eu não entendo, todas as cores e toques de todas as pessoas meio que seguem um padrão, mesmo que sejam totalmente diferentes, mas os dela não, é estranho até para mim. É como se eu tivesse acabado de descobrir que tenho sinestesia.
— Você já conversou com seu neuropsicólogo?
— Ainda não, vou marcar uma consulta. — Jungkook suspirou.
— Faça isso. — Jimin sorriu encorajador, ainda olhando para Minji, até que os olhos dele se desviaram para o rapaz que estavam com ela. — Peraí, eu conheço ele.
— Quem?
— Kim Taehyung.
— Quem? — Jungkook ainda estava confuso. Jimin riu e os tons de rosa que se formaram com o som combinavam com as flores do jardim que os cercava.
— O rapaz que está com ela, ele é da minha sala. — Jimin apontou e Jungkook olhou para os dois, assentindo em entendimento.
— Parece que eles se conhecem...
— Parece que eles estão brigando.
— Verdade.
— Vamos lá? — Jimin perguntou e Jungkook o olhou como se ele tivesse enlouquecido.
— Ficou louco? — Expôs o que pensava.
— Qual o problema? — Jimin perguntou casualmente enquanto já se levantava.
— Fazer o que lá? — Jungkook ainda não entendia, e o mero pensamento de estar em frente a Minji novamente o deixava nervoso.
— Conversar?
— Eu não vou, Jimin. Não sou bom nessas coisas!
— Mas eu sim.
— Então vai você sozinho.
— Chato.
Jeongguk continuou não se deixando levar pela insistência de Jimin, que acabou por desistir e se sentar de novo. Ambos ficaram em silêncio. A verdade era que, conhecendo muito bem seu melhor amigo, Jungkook sabia que Jimin desconfiava que Minji estava o intrigando mais do que deixava transparecer, e isso despertava a atenção dele.
Jungkook sabia que ele queria conhecê-la, e eles não tinham ideia de que isso estava bem próximo de ocorrer.
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Opa oi
Espero que não esteja postando muito tarde, fiquei na dúvida se faria isso hoje ou amanha, mas... veio aí kk
Estão ocorrendo algumas mudancinhas sutis em certas coisinhas, não sei se vocês estão notando 👀
Não sei se tô satisfeita com esse capítulo, me perdoem se estiver chatinho, mas espero que tenham gostado!
Um abração e até logo ♡
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