Capítulo 4

Tirar as fotos da Sabrina foi a coisa mais chata, detestável e todas as outras palavras semelhantes a ruim. A todo o momento ela ficava falando dos meninos, principalmente do Christopher. Em como ele era incrível e carinhoso. Eu não sei se tirava as fotos dela ou jogava a câmera nela para ela parar de falar e fazer as poses.

Assim que acabou o expediente, fui embora da empresa correndo. Não me despedi de ninguém, apenas peguei o braço da Sofia e a tirei de dentro do prédio.

- Por que você está tão animada assim? - ela pergunta enquanto estamos dentro do carro. Eu liguei o rádio e coloquei uma música da Shakira e comecei a cantar.

- Recebi uma mensagem do Joel agora pouco. Os meninos voltam hoje. - apenas respondo e continuo a cantar.

- Ah, tá explicando. - Ela solta uma risadinha e a olho sem entender - Você vai ver seu 'bem' hoje.

- Você não existe - dou risada.

- Vai falar que é mentira? - Ela diz e nego. - Já tem planos com ele hoje?

- Bom, eu creio que ele vai querer mais é relaxar, então pensei em fazer um jantar.

- Lasanha né?

- Querer agradar o Chris é só colocar comida na frente dele, então sim, vai ser lasanha. - damos risada.

- Que bom que você está feliz - ela diz e sorrio. - Ver você assim me deixa feliz também. O que achou da Sabrina?

- Queria jogar minha câmera nela. Mas aí eu me lembrei de que isso é caro. - digo - E que foi presente do Henry. Mas que deu vontade, isso deu.

- Eu percebi - ela diz - Parece que ela estava conversando meio forçado, ou melhor, tentando ser gentil de maneira forçada.

- E o Joey?

- Adorou ela, aff. - Ela revira os olhos e dou risada. - Obrigada pela carona amiga - Ela diz assim que estaciono em frente a casa dela - Assim que eu conseguir comprar um carro, juro que te busco durante um ano.

- Relaxa - digo - Boa noite Sofi.

- Boa noite Dove. Depois me conta como foi o Chris. Me poupando de algumas coisas íntimas tá? - ela diz e damos risada.

Ela desce do carro e espero até que entre em casa. Assim que entra, sou partida no carro e vou para o apartamento.

Como ainda está cedo, vou até o banheiro e tomo um banho rápido para aliviar a canseira. Saio do banheiro enrolada na toalha e vou ate o closet e pego uma camisa vermelha do Chris e visto. A vantagem de ser baixinha e de ter um namorado alto é que as camisas dele servem como vestido.

Vou até a cozinha e pego as coisas para fazer uma lasanha com molho branco para o jantar. Enquanto a lasanha assa, arrumo a mesa e pego um vinho que tínhamos comprado há uns meses atrás.

A lasanha acaba de assar, mas a deixo no calor do forno para não esfriar. Me sento no sofá e ligo a televisão enquanto espero Chris chegar, mas acabo apagando.

- Dove! - sinto alguém me balançar. - Dove!

- Oi - digo quando abro os olhos e vejo Chris me encarando - Desculpa, eu apaguei.

- Sério? - ele pergunta com um sorriso bobo no rosto e o abraço. - Eu estava com saudade desse abraço.

- Eu também - sorrio. Ele me afasta e coloca a mão no meu rosto me puxando para um beijo.

- Que cheiro de lasanha - ele diz entre o beijo e dou um tapa no seu braço.

- Nem me beijando você não para de pensar em comida - digo e ele ri.

- Desculpa, mas comida é minha segunda paixão. - ele diz.

Nos separamos e vamos para a cozinha. Tiro a lasanha do forno e coloco na mesa e em pouco tempo ele já está atacando a assadeira.

- Está com tanta fome assim? - pergunto.

- Não. Para ser sincero, eu comi um pedaço de lasanha antes de vir. - o olho de boca aberta - Mas a sua é melhor com certeza. E você sabe que sou um saco sem fundo. - dou risada

- Como foi a turnê? - pergunto.

- Ah, foi bem - ele diz e fica sério de repente.

- Foi mesmo?

- Foi, por que a pergunta? Você sabe que sempre é. - ele dispara.

- Calma Chris. Eu só estou perguntando.

- Desculpa amor. Eu só estou cansado. - ele diz e assinto, mas agora foi a minha vez de ficar séria. - Você está bem?

- Você conhece uma tal de Sabrina? - pergunto e ele quase cospe o vinho que estava tomando.

- Hã, conheço. Por quê?

- Só estou perguntando - falo e ele fica me encarando. - Ela me disse que te conheceu numa boate há um tempinho.

- Desculpa, eu sei que prometi que não iria mais. - ele diz e assinto. - Onde você a conheceu?

- Ela assinou um contrato com a VOGUE hoje. - digo e ele arregala os olhos. - Pra que a surpresa?

- Por nada - ele diz e pega outro pedaço de lasanha. - Que foi? - ele pergunta quando vê que o estou encarando.

- Ela falou muito bem de você. - cruzo os braços - Disse ate que você é carinhoso, incrível. Só faltou dizer que é gostoso.

- Aonde tá querendo chegar Dove?

- Não sei. Me diz você. - digo e ele suspira.

- Amor, não aconteceu nada entre a gente. - ele diz - Os meninos me encheram o saco para ir à boate, principalmente que você disse que não tinha problema de eu ir. Eu acabei indo e derrubei bebida no vestido dela só isso. Eu pedi desculpa e os meninos a chamaram para ficar com a gente.

- Hum - digo e volto a comer minha lasanha.

- Você não acreditou não é? - ele pergunta.

- Por?

- Esse seu 'hum'. Você só faz quando não acredita muito.

- Desculpa, eu só fiquei incomodada com ela. - digo e ele fica sério de novo - Que foi?

- Hoje pelo visto vai ser a noite das perguntas - ele diz.

- Você ficou estranho.

- Não fiquei estranho - ele diz.

- Sério? Quase engasgou quando falei da Sabrina. - digo e ele coça a cabeça. - Chris, tem alguma coisa que você não está contando? - pergunto e ele arregala os olhos de novo.

- Claro que não. - ele diz.

- Chris eu te conheço muito bem - me levanto - Sempre arregala os olhos quando alguém te pergunta algo que você fica escondendo.

- Olha, amanhã a gente conversa tá bom? - ele se levanta e passa por mim para ir até a pia.

- Amanhã? - cruzo os braços.

- É Dove, amanhã. - ele começa a lavar o prato.

- Nem pensar, você vai me contar hoje. - fico do lado dele e ele suspira. - Se não contar, você dorme no sofá.

- E me privar de dormir com você depois de meses? - ele me olha.

- Não privo se contar - digo.

- Tá bom - ele seca a mão e coloca a mão na minha cintura e começa a beijar meu pescoço. - Depois eu te conto então. - ele diz entre os beijos.

- Nem pensar - tento o empurrar, mas ele joga o peso em cima de mim - Por mais que eu queira muito, não vamos fazer nada até você contar. - ele para de beijar meu pescoço, mas não afasta o rosto.

- Você é uma chata sabia? - ele dá mais um beijo no meu pescoço e me olha.

- E você um teimoso. - o empurro e ele solta uma risada. - Vai, pode ir contando.

Ele suspira e fica em silêncio. Como o conheço bem, imagino que ele está pensando em como me contar o que ele está escondendo.

- Antes de vir para casa, o Renato teve uma conversa com a gente. - ele faz uma pausa - Ele disse que a turnê foi ótima. As visualizações aumentaram e as fãs dos meninos também.

- Dos meninos?

- É - ele concorda - As minhas caíram. Renato disse que depois do último show, ele recebeu várias ligações negativas sobre a banda. Todas com a mesma coisa n...

- Nosso relacionamento - digo baixinho o interrompendo.

- É.

- E o que vai acontecer agora? - pergunto depois de alguns minutos em silêncio.

- Ele me deu duas opções - ele diz - A primeira é que eu saísse do grupo.

- O que? - pergunto - Isso é injusto.

- Acho que a segunda opção é mais injusta ainda. - ele diz.

- Por quê? - pergunto com medo da resposta.

- A segunda é eu me separar de você.

Ele diz e fico em silêncio tentando processar isso.

- E o que você decidiu? - pergunto depois de um tempo sem olhar pra ele.

- Dove, eu não quero sair do grupo. - o olho - Eu ralei muito para chegar aqui.

- Você só pode estar brincando não é? - pergunto - Por favor, me fala que é brincadeira.

- Não é. - ele diz e sinto meus olhos lacrimejarem - Por isso eu queria te contar depois.

- Então, você queria ir pra cama comigo primeiro para depois contar que decidiu aceitar a segunda opção? - pergunto e ele abaixa a cabeça - Queria contar depois porque eu estaria relaxada e provavelmente não teria tanto impacto. É isso que você pensou?

- Amor, eu sinto muito. - ele tenta se aproximar, mas dou um passo para trás.

- Não, não sente. - digo - Você tomou essa decisão sem me consultar. Isso envolve nós dois Christopher. Não gira em torno só de você.

- E você queria que eu fizesse o que? - ele pergunta e sinto uma lágrima cair - Deixasse os garotos na mão, que eu abandonasse tudo que conquistei?

- E eu Chris? - pergunto e ele fica em silêncio - Responde.

- Desculpa Dove. Mas eu não posso deixar os garotos na mão.

- Eu acreditei em você. - digo já deixando o choro me consumir - Você prometeu pra mim que ficaríamos juntos não importasse o que acontecesse.

- Eu não posso cumprir tudo, tá bem? - ele aumenta a voz.

- Sai da minha casa. Agora! - falo alto.

Não espero que ele responda, então vou rápido para o quarto. Pego uma caixa e coloco o resto da roupa dele enquanto me desabo em lagrimas.

- Dove, para - Chris tenta me segurar.

- Me solta - digo, mas ele não desiste.

- Dove. - ele segura meu rosto, mas não o olho - Olha pra mim. - dessa vez o olho. - Não faz isso ficar mais difícil. Eu te amo. Mas eu não tenho outra escolha. - não digo nada - Por favor, fala alguma coisa. - fico o encarando por uns segundos.

- Vai embora.

Ele me encara por mais alguns segundos e tenta dar me dar um beijo, mas viro meu rosto e o beijo pega na minha orelha. Ele se afasta e pega a caixa que deixei em cima da cama e sai pela porta do quarto.

Limpo as lágrimas do meu rosto com as mãos e vou até a sala o seguindo. Ele levanta a mala dele que estava no chão e a deixa perto da caixa.

- Dove - ele se aproxima, mas dessa vez não tenho coragem de me afastar. Minha primeira reação foi abraçá-lo e foi o que fiz. - Me perdoa.

Ficamos mais alguns minutos assim, até que ele se afasta e abre a porta, saindo pela mesma. Assim que ele fecha a porta, coloco a mão na boca para tentar controlar meu choro. 

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