Capítulo 18

- Chris? - escuto de longe a voz da Dove - Chris? 

- Oi! - saio da minha paralisia temporária quando ela sacode meu braço.

- Fala alguma coisa - ela fica me encarando. 

- O que você quer que eu diga? - Me arrependo dessa pergunta na hora. 

- Como assim o que eu quero que você diga, Christopher? - ela me olha indignada.

- Ué Dove, a gente tá separado - me levanto - Como vou saber que é meu? 

- Como é que é? - ela se enfurece.

- É Dove, você ficou com o Joel, lembra? 

- Eu fiquei com o Joel sim. - ela se aproxima - Mas eu não transei com ele Christopher. - passo a mão no cabelo - E pra você saber, eu venho sentindo enjoos antes mesmo de ficar com ele. E outra, fiquei com ele ontem, como poderia já estar sentindo enjoos de gravidez se tivesse transado com ele?

Fico parado a encarando. Não que eu esteja duvidando dela, mas eu não esperava uma notícia dessas. Eu estou assustado, então estou no meu direito de perguntar. Principalmente quando ela ficou com meu melhor amigo. 

- É você tem razão. Me desculpa. - me sento novamente. 

- Tá, tudo bem - ela se senta também e fica brincando com os anéis dela. - Eu também estou assustada. - sorrio - Está sorrindo por que?

- Não sei - digo - Acho que agora que caiu a ficha.

- Sério? - assinto - Porque pra mim ainda não. - dou risada.

- Vai ficar tudo bem - digo e ela sorri - Não deve ser tão difícil assim.

- Tá falando porque não é você que vai carregar - ela revira os olhos. 

- É, mas eu vou cuidar - dou de ombros. 

- Ainda bem né? Se você dissesse que não, eu te matava - dou risada - Não fiz esse filho sozinha. - ficamos em silêncio.

Bom, caiu a ficha, mas ainda estou assustado. Até porque eu não planejava ter filhos e eu nunca comentei isso com ela. E agora que aconteceu, eu estou desesperado. Não tenho ideia de como cuidar de um bebê. Além do mais, Dove e eu não estamos juntos e não sei o que vamos fazer. Estamos bem agora, porque ela está me contando sobre a gravidez, mas e depois? 

Droga, eu ainda a amo. Mas esse bebê não é uma âncora que vai fazer firmarmos nosso relacionamento de novo. E acho que ela me mataria a voltar comigo. Me levanto do sofá e fico andando de um lado para outro pensando. Dove fica sentada mexendo nos anéis e olhando para a parede. 

- Contou pra mais alguém? - pergunto.

- Sofia. Fiz o teste perto dela - ela começa a roer a unha. - Eu quero marcar uma consulta com o médico. - assinto.

- Eu vou com você - digo e ela me olha. - É minha obrigação, não é?

- Sim. Sua completa obrigação. 

Meu celular vibra com uma mensagem da Sabrina pedindo para que eu ligue pra ela. Mas não dou muita atenção e bloqueio o celular, o colocando em cima da mesa de centro. Dove fica me olhando como se tentasse adivinhar o que estava acontecendo. Ela se levanta e vai até a cozinha. Do nada, me vem a cabeça de cheirar minha roupa.

- Droga! - resmungo quando sinto o cheiro adocicado do perfume da Sabrina.

- Eu já tinha percebido - me viro e Dove me encara com uma garrafa de água na mão.

- Percebido o que? - pergunto sem entender. 

- O perfume da Sabrina na sua roupa. - ela toma um gole de água

- Como sabe que é dela? 

- É o mesmo raio de perfume que ela usa todos os dias nos ensaios. - ela fecha a garrafa e coloca na geladeira de novo - Não sabia que tinha ficado tão sério. 

- Ok, mas não é o que você está pensando. - me sento na bancada.

- Eu não sou burra Chris - ela cruza os braços - Tá na cara que as coisas entre vocês andam bem sérias.

- Como você e o Joel? - me arrependo de fazer essa pergunta.

- Só foi um beijo, não rolou mais nada além disso. Vai ficar julgando sem saber até quando? - ela para do meu lado.

- Não sei, você tá ficando com o meu melhor amigo - disparo.

- Porque eu gosto do Joel - ela diz.

- Tá vendo, você..

- Não fala o que eu estou pensando que você vai falar - ela me interrompe - Olha aqui Christopher, qual a merda do seu problema? Você pode ficar com a Sabrina e transar com ela e eu não posso ficar com o seu melhor amigo?

- Não, não pode - me levanto.

- Eu não sou sua Christopher - ela aumenta a voz.

- Você tá esperando um filho meu, é lógico que você é minha. - disparo.

- Ah, agora o filho é seu? - ela fala de modo sarcástico e dá risada. - Você é impossível.

- É lógico que o filho é meu. Você não seria burra o suficiente de fazer um filho com outro e me procurar. - disparo e de novo me arrependo. Ela fica me encarando de boca aberta e com os olhos enchendo de lágrimas. 

- Você é impossível mesmo - ela fala baixo e se afasta.

- Dove - seguro o seu braço - Não foi isso que eu quis dizer. Me desculpa. 

- Não imagina, você morde e assopra. Sempre foi assim - ela diz - Eu tenho até medo de saber que vou ter um filho seu Christopher. Porque você é mesquinho, acha que o mundo vive ao seu redor, é um tremendo de um imaturo, autoritário e... 

- Eu sou autoritário porque eu te amo caramba - disparo de raiva a interrompendo - Meu Deus Dove, será que você não percebe isso?

- Como você quer que eu perceba se você não demonstra. - ela fala irritada - Você nem demonstrou isso quando aceitou esse acordo idiota do Renato. E agora tá querendo me cobrar pra que eu perceba que ainda sou amada por você. 

- É, eu fui um merda de um imbecil por ter aceitado, mas eu me arrependo Dove. Entende isso. - ela começa a dar risada - Que foi?

- A eu entendo seu arrependimento - ela continua a rir - Seu arrependimento é tanto que não tá fazendo um pingo de esforço e ainda tá transando com outra. Quer saber? Sai da minha casa. - ela fica séria de repente.

- Eu não vou sair daqui, a casa é minha também. - bato o pé.

- A casa não é sua, você não mora mais aqui faz tempo. 

- Não moro aqui, mas o apartamento está no meu nome. Portanto, eu sou proprietário legal disso aqui. - ela revira os olhos - Não fomos casados ainda meu bem, não estamos em comunhão de bens. Portanto eu fico aqui o tempo que eu quiser e nem seu pai me tira daqui.

- E a polícia? 

- Não apela Dove. 

- Paga pra ver então - ela vai até o telefone e o pega. Vou até ela antes que termine de discar o numero e tiro o fio do telefone. Ela me olha fervendo de raiva e pega o celular do bolso, mas o pego da sua mão e o jogo no sofá me sentando em cima dele.

- Seu, seu.. Me dá meu celular Christopher - ela fala alto.

- Não vou dar - dou um sorriso de canto - Se quiser, vem pegar.

- Você é um criança. - ela revira os olhos e dou risada.

- E você é uma teimosa - me levanto e coloco rapidamente o celular dentro da calça. 

- Quer saber, pode ficar com ele pra você - ela faz cara de nojo.

- Para de ser boba - o celular dela vibra dentro da calça e dou risada - Quem será? Será que é o Joel?

- Me dá o celular Christopher - ela se irrita mais. 

- Vêm pegar - dou um sorriso de canto. 

Ela se aproxima e tenta colocar mão dentro da minha calça pra pegar o celular, mas não deixo. Começo a dar risada da cara feia que ela faz quando suas tentativas se tornam vãs. Ela consegue de algum jeito me puxar pela fivela do cinto e colocar a mão dentro da calça.

- Oppa, oppa, oppa - seguro o braço dela. - Tá achando que tá fazendo o que?

- Tá com vergonha de que?

- Não to com vergonha, mas isso é indecente.

- Indecente é você ter posto meu celular ai. - ela diz e dou risada. 

Ela tenta fazer força para pegar o celular, mas tiro a mão dela e a puxo, fazendo com que ela bata o corpo no meu. 

- Se controla - ela diz e sorrio.

- Você que tá colocando a mão onde não deve, agora não reclama. 

- Não ia colocar a mão onde não devo se você não tivesse infectado meu celular - ela dá um sorrisinho cínico. - Solta. - ela tenta se soltar.

- Não vou te soltar Cameron - digo e ela revira os olhos, mas faz força de novo para se soltar. - Meu Deus - digo e ela para de fazer força.

- Que foi? - ela me olha sem entender. 

- Você é insistente - dou risada da cara feia dela - Te dou o celular com uma condição. 

- Qual? 

- Me dá um beijo e eu te dou. 

- Nem pensar - ela franze a sobrancelha.

- Então a gente fica aqui até você cansar. - ela suspira. - Você que sabe.

- Tá bom. - ela se dá por vencida. 

Ela me encara séria e sorrio. Solto as mãos dela e coloco a minha mão por trás do pescoço dela, encostando minha testa na sua. Sinto a respiração pesada dela e antes que eu a beijasse, ela toma a frente. Começamos um beijo calmo, mas ao mesmo tempo desesperado. Colo mais ainda nossos corpos e ela coloca uma mão no meu pescoço e outra no meu braço. Paro de beijá-la e começo a distribuir beijos pelo seu pescoço. Ela desce a mão no meu braço para a fivela do meu cinto. Abre o cinto e o botão da minha calça. Quando vejo o que ela fez paro de beijá-la.

-  Tá de brincadeira comigo né? - pergunto quando ela puxa o celular de dentro da minha calça. 

- Não Chris, mas você disse que era só um beijo e daria meu celular - ela me olha. - Então, eu te beijei e to pegando meu celular. - me irrito e pego o celular da mão dela o jogando na parede. - O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO SEU IDIOTA? - ela grita ao ver os celular em despedaçado. 

- Querendo terminar o que começamos. - me irrito.

- Você.. 

A beijo novamente sem deixá-la terminar de falar. Ela acaba correspondendo e a pego no colo e a levo para o quarto. 

°°

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