15.Não negue o que sente
"Onogoro estava inquieto e falando demais não é possível que esse maldito tenha se aproveitado da situação!" — Os pensamentos de Okita refletiam, desde que voltou, ao melhor desde que a viu na terma que as provocação aumentaram e muito, mas a real era que ele já estava interessado em Aoi há muito tempo, só não conseguiria compreender esse sentimento, principalmente pela forma como vivia e pelo que priorizava.
Souji respirou pesado após cumprir seus trabalhos ao lado dos outros, quando estava sozinho não pode deixar de pensar nela, sua bela esposa e como as coisas estão acontecendo rápido demais. Porém não sentia sequer incomodo nisso, realmente gostava de cada ato, cada toque e cada momento que estava passando ao lado de Aoi.
⸙
A noite envolvia a residência em um manto de silêncio quebrado apenas pelo sopro do vento contra as cortinas. O ambiente era iluminado suavemente pelas lanternas de papel, espalhando sombras tremulantes pelas paredes do aposento onde Okita e Aoi estavam a sós.
Aoi estava sentada de costas para a porta, penteando os cabelos com movimentos suaves, tentando acalmar a mente que insistia em voltar para os eventos do dia. Sua cabeça fervilhava. Desde a conversa com Yukari até o olhar que Okita lançou a ela quando retornou para casa, tudo parecia intensificar o turbilhão dentro de si.
Ela ouviu o som dos passos dele se aproximando e, em seguida, sentiu a presença quente atrás de si. Seu corpo ficou tenso por reflexo, mas não se afastou quando Okita deslizou as mãos por seus ombros, os polegares massageando levemente sua pele.
— Está tão quieta... Isso não combina com você. — A voz dele soou próxima ao seu ouvido, um tom rouco e relaxado que fez um arrepio percorrer sua espinha.
— Estou apenas pensando. — Ela respondeu sem virar-se, fechando os olhos por um breve instante.
— Hm... — Okita inclinou-se mais, seu queixo quase tocando o topo da cabeça dela. — Imagino sobre o quê.
Ela abriu os olhos e encarou seu próprio reflexo na superfície polida do espelho à sua frente. Viu também Okita atrás dela, sua expressão carregada de algo que ela ainda não sabia nomear, mas que a fazia prender a respiração.
Ele se abaixou levemente, o suficiente para que sua boca roçasse contra a pele exposta de seu pescoço.
— Você anda fugindo de mim, Aoi.
— Você anda me testando demais. — Ela rebateu, mas sua voz não saiu tão firme quanto gostaria.
Ele sorriu contra sua pele.
— Apenas estou aproveitando os direitos que me foram concedidos.
Ela finalmente se virou, encarando-o de perto. Os olhos de Okita brilhavam à luz das lanternas, como se desafiassem qualquer resistência que ela ainda pudesse ter.
— Você não cansa de provocar?
Ele ergueu a mão, os dedos deslizando por uma mecha solta de seu cabelo, ajeitando-a atrás da orelha.
— Não quando a sua reação é tão interessante.
Aoi queria afastá-lo, queria dizer algo que o fizesse recuar, mas as palavras simplesmente não saíam. Talvez porque, no fundo, uma parte dela já soubesse que resistir a Okita Souji era como tentar impedir o vento de soprar.
Ela abriu a boca para rebater, mas Okita foi mais rápido. Ele segurou seu queixo com delicadeza, inclinando levemente seu rosto para cima, obrigando-a a encará-lo diretamente. O olhar dele era intenso, um brilho travesso e ao mesmo tempo perigoso refletia sob a luz fraca das lanternas.
— O que foi? Perdeu as palavras, princesa? — Sua voz era baixa, carregada de um tom desafiador.
Ela cerrou os olhos, irritada pela forma como ele sempre parecia um passo à frente.
— Eu só não quero alimentar o seu ego.
Ele riu, aquele som rouco e leve que fazia seu estômago revirar de formas que ela não queria admitir.
— Pena que já está fazendo isso só por me olhar assim.
Okita deslizou a ponta do nariz contra a bochecha dela antes de inclinar-se até a curva de seu pescoço. Aoi sentiu o coração acelerar quando o toque quente dos lábios dele roçou sua pele, um beijo suave, quase inocente—se não fosse pelo jeito como ele deixou os lábios ali por tempo demais, como se saboreasse o momento.
Ela deveria afastá-lo.
Mas seu corpo não obedeceu.
As mãos de Okita deslizaram até sua cintura, puxando-a com facilidade para mais perto. Aoi sentiu seu corpo colidir contra o dele, a textura do tecido de seu quimono roçando o dela, os dedos dele apertando com firmeza ao redor de sua cintura.
— Você gosta de fugir, mas sempre acaba voltando.
— Não é verdade... — Ela sussurrou, mas mesmo ela própria não acreditou nas próprias palavras.
Ele sorriu, deslizando uma mão para a base de sua nuca, enterrando os dedos entre seus cabelos antes de puxá-la para um beijo.
Dessa vez, não houve hesitação.
Os lábios de Okita tomaram os dela com firmeza, sem mais jogos ou provocações contidas. Aoi sentiu as pernas amolecerem quando o beijo se aprofundou, quando ele inclinou levemente a cabeça, explorando sua boca com uma precisão que a deixou tonta.
Seus braços instintivamente se moveram, as mãos deslizando pelos ombros dele até se agarrarem ao tecido do quimono, como se buscassem um ponto de apoio para não perder o controle.
Okita sorriu contra seus lábios antes de, em um movimento ágil, segurá-la com mais força pela cintura e puxá-la completamente para seu colo.
Aoi arfou ao sentir-se sentada sobre ele, as pernas uma de cada lado, sua respiração entrecortada enquanto ele aproveitava a posição para aprofundar ainda mais o beijo.
As mãos dela foram parar nos ombros dele, enquanto as dele apertavam sua cintura, guiando seus movimentos de forma instintiva.
O calor subiu por sua pele como uma chama crescente. Okita afastou os lábios apenas o suficiente para encará-la, seus olhos escuros brilhando com algo que Aoi não sabia definir, mas que a fez se perder completamente no momento.
— Agora, me diga de novo que não gosta disso. — A provocação era clara, mas o tom rouco de sua voz só a fez se encolher mais contra ele.
Aoi tentou recuperar o fôlego, tentou encontrar alguma resposta que não entregasse o quanto seu coração estava disparado, mas tudo o que conseguiu fazer foi segurar-se com mais força nos ombros dele e desviar o olhar.
— Eu sabia... — Okita sussurrou, deixando um beijo no canto de sua boca, sua respiração quente contra sua pele.
E, naquele momento, Aoi soube que não havia mais como negar e nem queria.
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