EPÍLOGO. the final knockout
31. O NOCAUTE FINAL
A arquibancada estava vibrante.
Olhei por todos os cantos, ainda impressionada com a imensidão daquele lugar. O octógono era cercado por típicas cordas vermelhas e azuis e na central estava o desenho de dois lutadores se encarando.
— Não conte para sua mãe que eu te deixar ficar aqui. — Ray pediu e eu assenti risonha, animada com a ideia de assistir Andrew de pertinho.
— Tá bom, pai.
Ele sorriu e deu a volta para ir ao vestiário. Em poucos minutos, o oponente foi solicitado. Ele entrou ao som de AC/DC — típico — e foi aclamado pelo público.
Ele era um homem claramente maior que Andrew. Cabelo raspado, pele escura e barba bem desenhada.
Assim que o povo voltou ao seu barulho normal, foi a vez de Andrew ser convocado.
Diamond Eyes começou a tocar, dando início a entrada de Andrew. A trilha sonora de Os Mercenários só parou de tocar quando Andrew subiu no ringue e ficou de frente para o tal Kingkong. Nomes sem originalidade nenhuma.
— O homem é enorme! — Austin gritou ao meu lado. — Olá, nova prima. Ai, que emoção!
Gargalhei, mas logo parei de dar atenção para Austin quando a luta foi iniciada. Meu corpo inteiro se arrepiou com a ideia de algo acontecer com Andrew, assim como havia acontecido após lutar com Destroyer.
Drew se esquivava várias vezes do golpe do seu oponente. A força dele era cinco vezes maior que a de Andrew, mas o garoto era muito mais rápido e usava a força do adversário contra ele mesmo.
Meu pai havia ensinado muito bem.
O primeiro round tinha acabado e Andrew estava debruçado no banco em seu canto do ringue. Ray e Austin foram pra cima dele, dando água e outras coisas que meu namorado precisava. Permaneci em meu lugar, sem saber o que fazer.
O segundo round iniciou e Andrew começou apanhando sem parar. O garoto se esquivava tanto que perdia toda sua energia, enquanto o brutamonte que usava o triplo de carga, estava em sã consciência. Minha vontade era subir lá, chutá-lo e sair correndo.
Por um milagre, Andrew aguentou o round. Seu rosto estava inchado e com sangue na sobrancelha e boca. Meu coração se apertou de dor ao perceber que, talvez, Drew não saísse vitorioso.
Kingkong estava ficando exausto, graças à persistência de Andrew. Aos poucos, o homem ia perdendo a coordenação motora e levava vários socos seguidos.
— Você sabe o que ele está fazendo? — Ray questionou e eu o olhei sem entender.
— Apanhando.
Ele riu e negou, mostrando o vídeo em que Raymond era o protagonista. Em 1998, meu pai havia ganhado uma luta no terceiro round por nocaute. E, todos os movimento que eu havia visto no vídeo, Andrew também estava fazendo.
E então, ele acertou.
Acertou em cheio!
Vi os olhos de Kingkong revirarem antes de desmaiar. E, mais uma vez, eu vibrei com a plateia.
O juiz contou os segundos e, mesmo assim, o homem não se levantou. Portanto, Andrew Hawk havia acabado de reservar sua vaga para as finais.
Em um ato irracional, atravessei as cordas do ringue e corri na direção de Andrew. O abracei fortemente e ele retribuiu, me dando um beijo de vitória.
— Misturamos o seu hálito de pipoca com o meu hálito com gosto de sangue. — Brincou.
— Eu te amo.
As palavras saíram como uma bala da minha boca, mas aquilo não fez com que eu ficasse quieta.
— Eu te amo do jeito que eu nunca amei ninguém. — Andrew permaneceu imóvel. — Por favor, fale alguma coisa.
— Eu te amo para sempre, Pimentinha.
— Para sempre, então.
FIM
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