CHAPTER 7. the universe can only be kidding me

7. O UNIVERSO SÓ PODE ESTAR BRINCANDO COMIGO.


🥊DREW

Eu tentava dar o nó em minha gravata quando Diana apareceu em meu campo de visão e fez o trabalho por mim. Sorri em agradecimento e ela passou a mão em meu abdômen, alisando a camisa que estava um pouco amassada.

— Coloque o terno, já estamos de saída. — Avisou, me entregando a peça de roupa. Assenti e vesti, sentando-me para colocar o sapato também. — Você vai de coturno, Drew?

— Fique contente que eu já estou indo de gravata. — Respondi e ela revirou os olhos, guardando nossas máscaras em sua bolsa minúscula.

Diana estava deslumbrante. Usava um vestido preto justo no busto e rodado da cintura para baixo. A saia tinha um corte imenso na frente e acabava parecendo ser uma "capa", só que usada por cima do short preto, e não no ombro. Dizia ela que era um vestido ombro a ombro e era tendência. Di queria combinar com o meu "look all black", não sabia o que significava, mas nós dois estávamos maravilhosos.

Quando estacionei em frente à casa da minha mãe e Asher entrou no carro extremamente animado, Diana suspirou ao notar que a roupa que ele usava não era adepta para a ocasião. Namorar uma estudante de psicologia que dava piteco em moda não era nada fácil.

— Tá me olhando assim por que, mulher? — Ri ao olhar a expressão de desconforto de Asher.

— Ela não gostou da sua roupa, maninho. — Respondi e senti um tapa sendo depositado em meu braço. — aí, garota.

— Não perde uma oportunidade de ficar quietinho, não é? — Ela bufou e eu ri mais uma vez, dando de ombros.

O caminho até a escola de Asher foi tranquilo e quieto. Lembranças da minha época de estudante me vieram a mente. Time de basquete, solteiro os quatro anos que fiquei ali e as festas eram as melhores. Atualmente não jogo basquete há meses, estou comprometido há mais tempo do que eu imaginava e mal vou em festa para não ter ressaca e levar sermão de Ray. É, as coisas mudam depois do terceiro ano.

— E então, quem vocês vão beijar hoje? — Asher perguntou animado, assim que colocou a pulseira verde neon e arrumou a máscara em seu rosto.

— Acho que o meu namorado, né? — Diana respondeu e Asher fez cara de desgosto, dando de ombros. — Pra que essas pulseiras, afinal?

— Para diferenciar os homens das mulheres. Pra não dar confusão na hora do beijo. — explicou e eu olhei confuso para o meu irmão mais novo, que revirou os olhos assim que percebeu a minha confusão interna. — Qual foi, irmão? As luzes se apagam, as pessoas se beijam. Te expliquei quando vendi os ingressos.

— Você comprou os ingressos?

— O que? Precisava do silêncio dele e você precisava de uma ocasião para se arrumar e parar de me maquiar. — Murmurei e ela bufou, colocando a máscara prata brilhosa e entrando no ginásio, o centro da festa.

O lugar estava bem arrumado e chique. Não sabia como haviam conseguido transformar um ginásio num ambiente tão glamouroso e moderno. Haviam feito um belo trabalho.

Avistei Ariel junto de suas amigas que reconheci quando esbarrei na praia e um garoto negro ao seu lado. Assim que ela encontrou meu olhar, sorriu e disse algo para as garotas. Pegou um copo vermelho da mão da garota negra e começou a se aproximar de nós.

— Não sabia que você curtia esse tipo de evento.

— Não curto. Mas eu curto a bebida grátis. — Asher piscou e ela gargalhou, entregando um pouco de sua bebida para ele. — Você está maravilhosa.

— Estou, né? — Sorri com a sua falta de modéstia. — Meu nome é Ariel.

— Diana. Namorada do Drew. — Diana deu um sorriso aberto e Ariel a cumprimentou, com um breve abraço. Comigo foi o mesmo, apenas segundos de contanto físico.

— Fiquem a vontade, espero que se divertam. — Sorriu e piscou mais uma vez para Asher, antes de se distanciar e ir junto de suas amigas.

Diana olhou desconfiada para Asher e ele fez careta ao notar o que ela estava tentando dizer. Asher saiu também, nós deixando completamente como peixinhos fora d'água.

Direcionei Diana até uma das poucas mesas vazias e ela logo sentou-se, começando a reclamar que seus pés estavam doloridos, mesmo tendo usado por pouco tempo.


Esse baile estava sendo um saco. Diana também não estava se divertindo e eu já teria ido embora se não fosse o chofer de Asher. Tudo para ter um bom álibi.
Eu precisava ir ao banheiro, mas nem lembrava onde ficava. Eu iria explodir se esperasse por mais algum tempo.

— Eu quero ir embora. — Diana choramingou e eu depositei um beijo em sua testa, concordando com ela. — Você me coloca em cada uma, hein?

— Então não serei mais seu cobaia para experimentos psicológicos que você sabe que não consegue fazer e pode me matar em algum momento.

— Que fresco. — brincou, selando nossos lábios rapidamente. — Tudo por você, amor.

— Sei.

Conseguia ver Asher de longe com Ariel e mais uma amiga loira. Ele já estava alterado e o pirralho pediria para dormir em meu apartamento novamente, como toda vez que ele ia em uma festa e ficava louco. Porém, eu sabia que Asher me acobertaria em qualquer coisa que eu pedisse, não iria quebrar o dedo se eu retribuísse.

Viramos unha e carne desde a morte do nosso pai. Asher era muito pequeno para entender o que estava acontecendo — eu também, mas já entendia que ele nunca mais iria voltar. Com o passa dos anos, eu e minha mãe fomos explicando o que havia acontecido em nossa família e ele foi compreendendo que crescer sem pai não era tão fácil como demonstrávamos.
Eu sabia que Asher me considerava como uma figura masculina de exemplo e ele jamais iria admitir isso pra mim. Ou ir ninguém.

— Preciso ir ao banheiro.

— Vou beijar qualquer um que eu ver pela frente se você não aparecer antes de desligarem as luzes, hein?

— Por isso que eu vou bem rapidinho.

Me desvincilhei de Diana e tentei caminhar para fora do ginásio, mas estava tão lotado que mal dava para se mexer. Antes que eu pudesse abrir a porta principal, as luzes foram apagadas e o desespero tomou conta de mim. Apenas as pulseiras neon eram vistas e eu não fazia nem ideia de onde Diana poderia estar. Tentei caminhar até ela e suspirei aliviado ao segurar sua mão e sentir o anel que ela sempre costumava usar. Puxei-a para mim e selei nossos lábios, sentindo o hálito de bebida misturado com o meu chiclete favorito. Diana odiava chiclete de frutas vermelhas. Mas eu estava adorando o beijo e não percebi nada antes de ligarem as luzes. O beijo era bom e delicado e a estatura de Diana parecia ter diminuído consideravelmente, como se tivesse tirado seu salto.

— Tudo bem, pessoal! Voltando a programação normal. — O DJ falou e as luzes se acenderam.

Abri meus olhos calmamente e observei a boca da mulher em minha frente, que estava totalmente borrada com um batom vermelho. Eu não havia beijado a minha namorada.

Olhei para frente e Diana segurava o rosto de outro garoto, assustada. Assim que ela encontrou meu olhar, desviei rapidamente. O pior de tudo isso não era eu ter praticamente traído minha namorada ou vice versa. O pior era que eu havia gostado do beijo e desejava por mais.

Eu beijei a minha melhor amiga de infância na frente da minha namorada e eu gostei. O universo só pode estar brincando comigo.

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