CHAPTER 11. do you want to make new memories

11. VOCÊ QUER FAZER NOVAS LEMBRANÇAS?

A cama parecia pequena naquele momento. Meus braços se arrepiam a cada toque que eu consigo subir pelo meu corpo. Sua respiração contra a minha pele me fazia suspirar e a cada beijo eu ia e voltava para o paraíso.

Meus dedos enrolavam-se em seus fios de cabelo enquanto sua mão passeava pelo meu corpo, descobrindo cada pedacinho meu. Tirei sua camiseta e ouvi a sua risada gostosa ao perceber minha admiração pelo seu abdômen. Era um belo corpo.

Passei meus dedos por toda a região e senti o homem se contraiu ao sentir meu toque gélido.

Iniciei uma trilha de beijos por seu abdômen e eu conseguia ouvir a respiração de prazer do homem embaixo de mim.

Você pode me deixar fazer o serviço? — Questionou num tom brincalhão e eu sorri, antes que ele me jogasse para baixo de seu corpo novamente. — Já disse que todos os milímetros do seu corpo são perfeitos?

Já disse e eu não me importo se disser novamente.  — Sorri mais uma vez e o puxei para um beijo, entrelaçando minhas pernas na sua cintura.

Ariel.. — Andrew chamou por meu nome e eu o olhei, sentindo seu corpo tomar conta de mim. 

Abri os olhos assustada e olhei ao meu redor, procurando alguém que estivesse me observando.

Deus do céu...

Eu tive um sonho erótico com Andrew Hawk e sua namorada estava sentada ao meu lado.

— Está tudo bem? — Asher perguntou assim que notou meu despertar. — Estava se contorcendo toda, teve um pesadelo?

— Tive sim. — Menti, sentindo minhas bochechas queimarem.

Eu estava deitada no colo de Asher, enquanto fazia cafuné em meu cabelo. Corri meus olhos até Andrew e ele olhava a televisão concentrado, com uma de suas mãos repousada nas costas de Diana, um pouco acima de sua bunda. A loira estava no colo do namorado, com a cabeça na curva de seu pescoço, mas ela não estava nem aí para o filme, preferia mexer no celular sem atrapalhar Andrew.

— Vocês querem assistir outro filme ou preferem fazer alguma coisa mais divertida? — Tia Liz perguntou, assim que os créditos finais começaram. — Minha bunda já está quadrada.

— Eu vou continuar sentadinho aqui. Estou cansado da trilha de hoje de manhã. — Andrew lamuriou.

— Podemos tomar um banho na cachoeira. O que acham? — Diana propôs e eu pude ver o sorriso de minha mãe se estendendo. — Vou colocar meu biquíni. Você vai querer ir, Ari?

— Nem pensar.

Ela assentiu e subiu as escadas junto com Aurora e Liz, me deixando sozinha com Asher e Andrew. Asher estava muito ocupado mexendo em seu celular e Andrew praticamente dormia no sofá, então decidi escolher o filme por conta própria.

Assim que a voz de Sylvester Stallone preencheu a sala, Andrew acordou rapidamente e pude ver o brilho em seus olhos, assim como antigamente.

— Não há filme melhor! — Ele sorriu animado, ajeitando-se no sofá. Asher fez careta e continuou mexendo em seu celular e fazendo carinho em meu cabelo. — Irmão, que tal você ir lá pegar um copo de água pra mim?

— Você tem duas penas bem saudáveis. — Asher retrucou e eu gargalhei, fazendo o mais velho revirar os olhos.

— Eu vou contar pra mamãe que você brigou com o tal Ian. — Ameaçou e Asher o olhou furioso, largando o celular e marchando até a cozinha. — Tenha um irmão mais novo e você não precisará de uma empregada.

Poucos segundos depois, Asher voltou com a água. Andrew analisou se não havia nada de errado e, por fim, bebeu.

— Estamos indo. — Mamãe avisou descendo as escadas.

Não era porque Aurora era minha mãe, mas ela havia se tornado uma mulher ainda mais linda quando seu casamento acabou. Agora seus cabelos não eram tão escuros, luzes faziam parte do seu visual. Além de ter trocado os óculos e optado por usar lentes de contato no decorrer do dia e vestir roupas que se ajustavam melhor em seu corpo, Aurora estava mais confiante do que nunca. Se fosse há um ano atrás ela jamais sairia usando um maiô como esse.

— Querida, se até sete horas não chegarmos, você pode fazer o jantar? — Questionou e eu assenti, recebendo um beijo carinhoso em troca. — Obrigada, filha.

— Divirtam-se, minhas damas favoritas! — Andrew falou e elas sorriram, agradecendo.

Assim que a porta fechou-se diante de nós, voltei a prestar atenção no filme. Quando não eram as armas de Stallone que faziam barulho, eram as armas do jogo de Asher.

O sono estava me tomando novamente, mas o receio de ter outro sonho erótico com Andrew me tomava.

Ele estava prestando tanta atenção no filme que não notou a minha descarada observação. Andrew carregava sua típica expressão séria, como se houvesse acabado de sair de uma briga. Os flashes de cenas mais brilhantes na televisão refletiam em seus olhos e acabavam mudando a cor de sua íris, deixando ainda mais convidativas para fitá-las até alguém se sentir desconfortável.

— Para de ficar encarando ele, sua esquisita! — Asher murmurou para mim e eu desferi uma leve cotovelada perto de sua costela. — Além de esquisita, é agressiva. 

Após desistir de prestar atenção no filme com Andrew perto de mim, decidi ir fazer a janta. Tudo bem que ainda eram seis e meia, mas até a janta ficar pronta demoraria um pouco.

Quando levantei-me, fui direito para cozinha e amarrei meu cabelo. Ainda bem que havia feito a escolha certo de ter trazido minha caixinha de som para o chalé, seria de grande utilidade.

Rude Boy começou a tocar num volume baixo, para não atrapalhar o filme que Asher decidiu assistir assim que Os Mercenários terminou.

Eu gostava de começar fazer as coisas cedo pois sabia que sempre enrolaria durante o meu serviço e acabaria atrasando tudo. Isso acontecia porque, geralmente, eu carregava a mania de parar o que eu estava fazendo para dançar ou cantar alguma parte da música que eu gostava muito.

Meu corpo balançava-se conforme a batida, enquanto eu tomava cuidado para não confundir os meus dedos com cenouras enquanto eu as cortava.

Logo, uma música latina começou a tocar. Havia sido Jeremih que mostrou-me. Disse que tinha escutado pela primeira vez quando estava indo para uma ocorrência e isso fez lembrar-se de mim. Era uma música boa de se ouvir, se não fosse pelas lembranças que tomavam conta de meus pensamentos.

— Quer ajuda com o jantar? — Ouvi a voz de Andrew e essa voz fez com que eu me assustasse. Limpei as lágrimas rapidamente, antes que ele chegasse ainda mais perto. — Estava chorando, Pimentinha?

— É a cebola.

— Está cortando cenouras, Ariel. — Lançou um sorriso terno. — Você sempre foi uma péssima mentirosa.

— E você sempre foi metido. — Funguei e ele gargalhou, me abraçando de lado.

— Eu gostava de saber porque a minha Pimentinha chorava para eu poder cuidar dela. — Suspirou, depositando um beijo afável no topo da minha cabeça. — É por causa do Jeremih?

— Não. — Falei, em meio as lágrimas que caíram mais assim que Andrew citou seu nome. — Talvez.

— Quer desabafar? — Perguntou, com um tom acolhedor. Um tom acolhedor que eu não ouvia há anos. — Estou sempre aqui.

— Essa música foi o Jeremih que me mostrou. — Comecei. — E toda vez que eu ouço essa música eu lembro de chegar em casa e notar que ele me abandonou, Andrew. Ele, simplesmente, me deixou sem olhar pra trás.

— Nunca gostei dele. — Brincou e eu ri, em meio aos soluços. — Quer fazer novas lembranças?

Seu queixo estava apoiando em minha cabeça, mas não doía. Ouvir seu coração batendo era reconfortante e de algum jeito me acalmava.

— E como você quer fazer isso? — Perguntei, desprendendo-me um pouco do seu abraço e observando seus olhos me analisando, como se procurasse algum ponto fraco meu.

Andrew foi até a caixinha e aumentou até o último volume. Drew estendeu a mão para mim e eu a segurei, sendo puxada contra seu corpo.

O mais velho me rodopiava e movia-se conforme a música, me fazendo gargalhar a cada passo estranho que Andrew fazia. Me permiti sentir a música, com Drew, e começamos a dançar juntos, mas nem tão na mesma sintonia. De vez em outra eu acabava pisando eu seu pé ou vice e versa, ele era um péssimo dançarino.

Quando a música estava prestes a acabar, Andrew segurou-me pela cintura e levantou-me, fazendo com que eu abrisse os braços. Ele rodou rapidamente e aos poucos foi me colocando de volta a terra filme, mas ainda com os nossos corpos colados.

— Acho que essa vai ser uma bela lembrança. — Falou, em meio as respirações ofegantes.

Andrew estava muito próximo a mim e, apesar de tudo, eu gostava da aproximação. Seus olhos estudavam todo o meu rosto, me fazendo ficar sem saber o que fazer. Quando ele umedeceu os lábios e suspirou, senti que essa seria a minha deixa.

— É, acho que vai. — Me distanciei, indo até a bancada e voltando a cortar as cenouras.

— Você vai querer ajuda?

— Não, pode... ir.

— Tá, eu v-vou tomar um... um banho... É, um banho. — Ele avisou e eu assenti, tentando manter a minha concentração total na comida.

Quando Andrew saiu da cozinha, soltei todo o ar que nem havia notado estar prendendo. Virei-me e passei a mão em meu rosto, pensando na besteira que eu estava pronta e convicta para me meter.

— Complicado, não é? — Olhei para Asher e ele me encarava com os braços cruzados, apoiando-se no batente da porta. — Ficar pensando sem parar em alguém que namora.

— Do que você está falando?

— Não ache que eu sou um idiota, Ari. Eu sou quieto e costumo notar as coisas. — Sorriu, chegando mais perto de mim. — Você sente um desejo por ele que fica até difícil de esconder.

— Não fale besteiras, garoto. É só impressão sua. — Ri de nervosismo, tentando controlar a situação.

— Tem certeza que é só impressão minha? — Murmurou. — Qual é? Eu sou seu melhor amigo e sei muito bem como você age quando está querendo transar com alguém.

Suspirei e parei de fazer o molho, olhando Asher impaciente. Ele parecia estar convicto que ficaria ali, sem cansar, até eu falar a verdade.

— Tudo bem! Você tem razão! — Bufei. — Mas não conta pra ele. E muito menos pra Diana.

— Diana não é burra. — Disse, me fazendo revirar os olhos. — Mas não é de você que ela vai perceber.

— Você fica dizendo essas coisas, mas eu não consigo acompanhar, Asher.

Ele piscou, sorriu e saiu da cozinha, me deixando completamente sozinha com o molho e os meus pensamentos.

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