2. Lago negro


ELEONORA
PONTO DE VISTA

15 de outubro de 1976

Acordei com os primeiros raios de sol invadindo o dormitório da Lufa-Lufa. As cortinas amarelas e pretas balançavam levemente com a brisa, e o calor suave do sol fazia o quarto parecer mais aconchegante do que deveria ser em uma manhã tão cheia de expectativas. Eu suspirei, sentindo o peso dos N.I.E.M.s se aproximando. Até durante o sono, os encantamentos e fórmulas de poções pareciam me perseguir.

Sentei-me na cama, esfregando os olhos enquanto as outras meninas do meu dormitório ainda dormiam ou se espreguiçavam, se preparando para mais um dia de estudos intensos. Vesti meu uniforme com movimentos mecânicos, sentindo o tecido conhecido contra minha pele e tentando organizar meus pensamentos para o que viria. Naquele momento, a única coisa que eu conseguia pensar era; café da manhã.

Precisava de algo que acalmasse meus nervos antes da longa manhã de aulas.

Descemos juntas para o salão comunal da Lufa-Lufa, onde a atmosfera sempre parecia mais acolhedora. As tapeçarias macias, as cores suaves e as plantas exuberantes espalhadas pelos cantos davam ao ambiente uma sensação de lar. Eu sempre me senti bem ali, como se esse espaço fosse um santuário, uma fuga temporária da pressão lá fora. Mas hoje, nem isso parecia o bastante para me acalmar.

Ao chegar ao Salão Principal, o barulho de vozes e talheres batendo ecoava pelo salão, preenchendo o ar com uma sensação de familiaridade. Meus olhos logo se voltaram para a mesa da Lufa-Lufa, onde o cheiro irresistível de torradas recém-feitas e suco de abóbora já me chamava. Peguei meu lugar habitual e me servi rapidamente de ovos mexidos e uma torrada com manteiga. O aroma da comida era reconfortante, mas minha mente ainda estava presa nas revisões que deveria ter feito na noite anterior.

Enquanto comia, meus olhos se perderam nas conversas ao redor. Na mesa da Corvinal, vi Logan Avalon, meu amigo que parecia sempre calmo, mesmo nas semanas mais estressantes. Ele notou meu olhar e acenou com um sorriso encorajador. Logan sempre tinha um jeito de fazer parecer que tudo ia dar certo, mesmo quando eu sentia que o mundo estava desmoronando. Mais adiante, Freya Hollaspel, da Sonserina, se servia de uma fruta, parecendo tão tranquila quanto Logan. Ela mantinha aquela postura calculada, quase fria, mas eu sabia que por trás disso, Freya se preocupava tanto quanto eu com os exames.

Terminei de comer devagar, saboreando os últimos pedaços de torrada enquanto tentava absorver a calma que o salão oferecia. Eu sabia que não duraria muito.

[...]

Depois do café, caminhei pelos corredores de Hogwarts em direção à biblioteca. O castelo sempre parecia um pouco maior nos dias em que eu estava ansiosa. Cada passo ecoava nas paredes de pedra, e as conversas dos alunos ao redor se misturavam em um zumbido distante, enquanto meus pensamentos voltavam para os tópicos de Transformações que precisava revisar.

A biblioteca era meu lugar favorito. A paz entre as estantes de livros, o cheiro do papel antigo e a leve penumbra que sempre parecia abraçar o ambiente faziam com que eu me concentrasse melhor. Assim que entrei, a senhora Pince me lançou um olhar severo, mas já estava acostumada com isso. Encontrei uma mesa nos fundos, perto de uma janela que oferecia uma vista das estufas de Herbologia. Abri meu livro de Feitiços e comecei a revisar silenciosamente, forçando-me a não pensar no que me esperava no restante do dia.

Folheei as páginas do livro, lendo sobre feitiços de proteção e imaginando como poderia usá-los em uma situação real. Remus Lupin, um dos Marotos, sempre me dizia que os feitiços eram mais úteis quando entendíamos o "porquê" deles, não apenas o "como". Essa ideia ressoava comigo, mas naquele momento, eu só queria passar nos N.I.E.M.s.

Enquanto lia, minha mente vagava. Pensei no Lucius Malfoy, nas suas constantes provocações, e em como ele sempre parecia à espreita, esperando uma oportunidade para diminuir qualquer um que ele achasse inferior. Eu tentava ignorá-lo, mas era difícil. Ele e Narcisa, com sua postura sempre altiva, tornavam a convivência em Hogwarts mais complicada.

Logan apareceu logo depois, enquanto em estava em meio aos meus pensamentos. Carregando uma pilha de livros. Ele se sentou à minha frente com um sorriso discreto, como sempre.
— Já começou a surtar com os N.I.E.M.s? - ele perguntou, folheando um de seus livros de Aritmância.

— Surtar é pouco. E você? Como consegue estar sempre tranquilo? — retruquei, tentando esconder minha inveja pela serenidade dele.

— Estou fingindo, para ser honesto — ele riu. — Mas é só uma prova, não é o fim do mundo. Nós vamos passar por isso.

Eu queria acreditar nele, mas a pressão ainda pesava. Revirei os olhos, mas sorri. A presença de Logan sempre fazia as coisas parecerem um pouco mais leves. Freya chegou logo depois, deslizando silenciosamente para a cadeira ao lado de Logan. Eles trocaram olhares que faziam meu estômago revirar de ansiedade. Eles definitivamente se gostavam, mas nenhum deles tinha coragem de admitir. Eu ri internamente, pensando em como eram tão óbvios, mas ao mesmo tempo cegos para os próprios sentimentos.

— Vocês dois vão acabar casados se continuarem assim — brinquei, e Logan quase deixou cair seu livro.

— Pare com isso, Eleonora! —Freya respondeu, tentando esconder o rubor que subia por suas bochechas.

Sorri, mas logo voltei minha atenção ao livro de feitiços. A biblioteca estava silenciosa, com exceção de nossos sussurros e o ocasional som de páginas virando. Eu tentava manter o foco, mas minha mente continuava a vagar. Ainda havia tanto para fazer, e o tempo parecia escapar de mim.

[...]

Depois de uma manhã relativamente tranquila na biblioteca, a tarde prometia ser mais agitada. Minha primeira aula era Feitiços, e eu sempre ficava ansiosa antes das aulas com o professor Flitwick. Ele era gentil, mas exigente. Eu sabia que as variações de encantamentos que estávamos estudando eram cruciais para os N.I.E.M.s, e qualquer erro poderia significar semanas a mais de revisão.

Enquanto entrávamos na sala, o ambiente parecia carregado. Os Slytherins já estavam lá, e, como sempre, Lucius Malfoy estava no centro das atenções, cercado por Narcisa Black e alguns outros colegas de sua casa. Seus olhares escaneavam o ambiente com aquele ar de superioridade que eu tanto detestava.

Sentei-me ao lado de Remus, que parecia distante, como sempre. Não falávamos muito, mas eu sentia uma conexão silenciosa com ele. Talvez fosse porque, como eu, ele carregava algo que não compartilhava com todos.

A aula começou com Flitwick nos pedindo para praticar feitiços de levitação avançados. Eu me concentrei, tentando ignorar as risadinhas abafadas que vinham da direção de Lucius. Fiz meu melhor para manter minha varinha firme e clara, e a pena que levitei flutuou graciosamente no ar. Por um momento, senti um lampejo de orgulho. Mas ele se dissipou assim que ouvi Lucius sussurrar algo para Narcisa.

"Esses lufanos nunca aprendem, não é?", ele murmurou, alto o suficiente para que eu ouvisse.

Meu sangue ferveu, mas continuei praticando, tentando não me deixar abalar. Remus lançou-me um olhar de cauteloso, como se dissesse "não vale a pena". Mas naquele momento, tudo o que eu queria era confrontá-los.

Meu coração acelerou ao ouvir a provocação de Lucius, mas eu tentei me concentrar em manter a pena no ar. Não era fácil ignorar os sussurros, as risadinhas que vinham de sua direção. Narcisa Black estava ao lado dele, lançando olhares desdenhosos para a minha mesa. Não era a primeira vez que eles tentavam nos desestabilizar - para eles, qualquer casa que não fosse a Sonserina era motivo de escárnio. E nós, da Lufa-Lufa, parecemos sempre ser o alvo mais fácil.

"Respira, Eleonora. Não vale a pena perder a cabeça agora", pensei, repetindo mentalmente o conselho que Remus me deu tantas vezes.

Olhei de relance para ele, que também mantinha sua concentração no feitiço. Remus sempre conseguia manter a calma, mesmo nas situações mais tensas. Havia algo em sua tranquilidade que me fazia querer seguir seu exemplo. Decidi que, pelo menos naquela aula, eu faria o mesmo.

A pena flutuava suavemente à minha frente, acompanhando o movimento controlado da minha varinha. O professor Flitwick caminhava entre as mesas, elogiando discretamente os alunos que estavam indo bem. Quando passou por mim, ele sorriu levemente e assentiu com a cabeça, um gesto sutil, mas que me deu uma injeção de confiança. Continuei me concentrando, bloqueando o resto da sala.

Mas foi impossível ignorar quando Lucius decidiu que era hora de fazer mais do que sussurrar. Com um movimento rápido de sua varinha, ele lançou um feitiço leve na direção da minha pena. Ela despencou de repente, e eu levei um susto, quase deixando minha varinha cair.

— Ops! — Lucius exclamou em um tom falso de arrependimento, com um sorriso de escárnio estampado no rosto. — Parece que alguém perdeu a prática.

As risadas abafadas de seu grupo ecoaram pela sala, e eu senti meu rosto esquentar de raiva. Antes que eu pudesse responder, Flitwick virou-se abruptamente.

— Senhor Malfoy, pode me dizer o que foi isso? — a voz do professor era aguda, porém firme.

Lucius apenas deu de ombros, ainda com aquele sorriso arrogante.
— Só um pequeno acidente, professor. Nada demais.

Eu apertei minha varinha com mais força, tentando me conter. Eu sabia que confrontá-lo ali só pioraria a situação. Flitwick lançou um olhar duro para Lucius, mas não quis prolongar o conflito. O professor voltou à sua posição na frente da classe, e eu, por mais que quisesse lançar um feitiço contra aquele maldito Malfoy, forcei-me a focar novamente na pena caída à minha frente.

"Não vou dar a ele a satisfação", pensei.

Remus, que observava tudo de canto de olho, inclinou-se levemente para mim enquanto voltávamos ao feitiço.

— Ignore — ele sussurrou, quase imperceptível. — Ele só quer provocar.

Eu assenti em silêncio, tentando controlar o tremor leve que sentia nas mãos. Aquilo ainda queimava dentro de mim, mas eu sabia que Remus estava certo. Lucius não valia o esforço.

[...]

Assim que a aula terminou, fui direto para o Salão Principal. Eu precisava de uma pausa. O caminho pelos corredores parecia mais longo do que o normal, provavelmente porque minha cabeça ainda estava fervilhando com a provocação de Lucius. Mas tentei me focar no próximo momento de calma: o almoço.

A mesa da Lufa-Lufa já estava quase cheia quando cheguei. Sentei-me em um dos meus lugares habituais, pegando uma fatia de torta de carne e servindo-me de purê de batatas. O aroma da comida sempre trazia uma sensação de conforto, especialmente depois de uma manhã tensa como aquela.

Enquanto comia, ouvi conversas animadas ao meu redor. Alguns alunos estavam comentando sobre a próxima partida de Quadribol entre Grifinória e Sonserina, e outros discutiam estratégias de estudo para os N.I.E.M.s Mas minha mente ainda estava presa no que acontecera na aula de Feitiços.

— Eleonora, está tudo bem? — Logan perguntou, sentando-se ao meu lado. Ele tinha aquele jeito perceptivo, sempre notando quando algo não estava certo.

Eu dei de ombros, cortando mais um pedaço da torta.
— Lucius Malfoy sendo insuportável, como sempre.

Logan franziu o cenho, seu semblante tranquilo dando lugar a uma expressão mais séria.
— Ele fez alguma coisa?

— Tentou sabotar meu feitiço na aula de Flitwick — respondi, tentando manter a voz neutra, mas o tom irritado era difícil de esconder.

— Malfoy e sua turma nunca mudam — Logan disse, balançando a cabeça. — O importante é que você não deu atenção. Isso o irrita mais do que qualquer coisa.

— Eu sei — suspirei. — Mas às vezes parece impossível ignorá-los.

Enquanto conversávamos, Freya apareceu e sentou-se do outro lado da mesa, ajeitando suas longas mechas loiras e dando-me um sorriso solidário.

— Ouvi dizer que Malfoy estava infernizando você de novo — disse ela, com o costumeiro ar impassível, mas com um toque de preocupação. Freya sempre foi mais discreta em suas emoções, mas eu sabia que ela se importava.

— Nada que eu já não esteja acostumada — retruquei, forçando um sorriso.

A presença de Logan e Freya ajudava a aliviar um pouco da tensão. Eu sabia que, apesar dos conflitos, tinha amigos em quem confiar, e isso fazia toda a diferença. Continuei comendo em silêncio, deixando a conversa leve deles preencher o espaço ao meu redor. Por um breve momento, consegui relaxar. O almoço não durou tanto quanto eu gostaria, mas cada minuto de paz contava.

[...]

Depois do almoço, voltei para a biblioteca. Eu sabia que teria que encarar uma tarde de estudos intensos, e a biblioteca era o único lugar onde eu conseguia me concentrar de verdade. O silêncio entre as estantes de livros, o cheiro de pergaminhos velhos e o som suave de penas arranhando o papel sempre me ajudavam a encontrar foco.

Escolhi uma mesa perto de uma das grandes janelas. Dali, podia ver os jardins de Hogwarts, com a luz do sol filtrando-se através das árvores. O cenário ajudava a aliviar um pouco a tensão que ainda restava da manhã. Abri meus livros de Feitiços e Transfiguração, decidida a revisar o máximo que pudesse antes do jantar.

Logan apareceu logo depois, carregando uma pilha de livros de Poções. Ele se sentou ao meu lado, sem dizer muito, e começamos a estudar em silêncio. Essa era uma das melhores coisas sobre nossa amizade: não precisávamos conversar o tempo todo. Às vezes, a presença tranquila de Logan ao meu lado já era suficiente para me ajudar a manter o foco.

As horas passaram rapidamente enquanto eu mergulhava nas páginas. Eu repetia mentalmente os feitiços, tentando imaginar cada movimento de varinha, cada palavra pronunciada. Ao meu redor, outros alunos da Lufa-Lufa e da Corvinal também estavam concentrados em suas revisões. O ambiente era tão calmo que, por um momento, me esqueci de tudo - de Lucius, dos N.I.E.M.s, da pressão que sentia constantemente.

Quando a tarde começou a se aproximar do fim, olhei para Logan, que ainda estava imerso em suas anotações.

— Hora de uma pausa? — sugeri, sentindo minha cabeça pesada de tanto estudar.

Ele levantou os olhos e sorriu.
— Acho que precisamos, sim.

Me virei na cadeira vasculhando minha bolsa na esperança de encontrar meus últimos doces da Dedos de Mel que eu havia comprado na última ida a Hogsmeade. Porém, sem sucesso, era fatal! Tinha acabado meu estoque.

Logan pode perceber minha frustração e tirou seus feijões mágicos da sua bolsa para dividir comigo.
— Fica tranquila formiguinha, amanhã você vai poder abastecer seu estoque!

Eu sorri em diversão enquanto me deliciava com os miúdos feijões.

[...]

Logan, eu e Freya tínhamos um hábito que levamos conosco todos os anos; sentarmos a frente do Lago Negro - ao lado sul do castelo - e comentarmos sobre nossas vidas, em geral nos mantermos atualizados da vida um do outro.

Perguntei a Freya como estavam as coisas em casa com a família nova de sua mãe, já que seus pais haviam se separado no começo do ano passado.
— Bom, nesse verão a controladora da minha mãe tentou fazer com que eu entrasse para o quadribol. — comentou com deboche, ainda suspirando alto ao terminar.

- E ela teve sucesso? Você vai entrar? — Logan perguntou com entusiasmo, ele sempre achou que a loira tinha potencial para ser batedora da Sonserina.

— Avalon você ficou doido é? Eu odeio esportes. Fiz balé em uma escola trouxa por dois anos só porque minha mãe achava que eu ficava fofa de rosa. Eu nunca mais, repito, nunca. Vou fazer as vontades dessa mulher de novo.

O moreno revirou os olhos em seguida comendo o saco de salgadinho que o mesmo havia roubado de seus colegas de quarto. Logo se virou pra mim acenando com a cabeça.
— E você, Nora? Como foi o verão?

Respirei fundo tentando me recordar de alguma coisa que fosse interessar a eles sobre meu verão.
— Bom, teve uma coisa que aconteceu..

— Desembucha mulher, queremos fofoca.
Freya me cortou desesperada por algo que alimentasse o silêncio.

Bufei roubando um chips do moreno na minha frente.
— Amos Diggory me chamou para sair.

A loira se levantava extasiada do chão, quase caindo novamente. Enquanto meu amigo na minha frente tinha sua boca escancarada em puro choque.

— Diggory? — o corvino a minha frente engolia devagar analisando o que eu tinha acabado de falar.

— E você certamente aceitou, não é Nora? — minha amiga perguntava com um sorriso gigante no rosto.

— Bem, eu disse que a gente podia ver de combinar quando estivéssemos em Hogwarts — continuei, tentando parecer despreocupada, mas sabia que a expressão de Freya estava prestes a mudar.

Freya, ainda sentada, começou a se agitar.
— Nora, isso é incrível! Amos Diggory é o galã de Hogwarts! Ele deve realmente gostar de você!

Logan, ainda em choque, interveio.
— Espera, você está dizendo que você não vai sair com ele? Ele é o capitão do time de quadribol da Lufa-Lufa! E além disso, é o tipo de cara que toda garota sonha!

— É, mas eu não sou "toda garota" — retruquei, cruzando os braços e olhando para o Lago Negro, tentando ignorar o frio na barriga que a menção a Amos causava. — Eu não sou fã de ser apenas mais uma no currículo dele. E não me entenda mal, ele é legal, mas só isso.

Freya fez uma expressão de decepção.
— Mas você não pode simplesmente ignorar uma oportunidade como essa! Ele é um bom partido!

— Eu sei, mas não estou interessada em namoro agora. Tem coisas mais importantes para mim, como... bem, como meu futuro. — disse, sentindo a própria voz ficar mais firme.

Logan me observou atentamente, um sorriso no rosto.
— Olha, você pode não estar interessada em Amos, mas isso não significa que você não deva se divertir. Às vezes, é bom sair com alguém só para ver como as coisas vão.

— Sair? Eu mal conheço o cara. E, além disso, não quero ficar pensando em sair com ele quando tudo que consigo pensar é no Remus — respondi, um pouco mais intensa do que pretendia. Mas era verdade; a ideia de passar tempo com Amos só me fazia lembrar da confusão que estava vivendo a anos com meus sentimos por Lupin.

Freya revirou os olhos.
— Ah, Nora, você e Remus são um caso à parte! Mas, sinceramente, eu acharia você incrível com Amos.

Olhei para o Lago Negro novamente, refletindo.
— Não sei. Acho que só quero me concentrar no N.I.E.M.s por enquanto. Amos pode ser divertido, mas não é o que estou procurando agora.

Logan sorriu, encorajando-me.
— O importante é que você siga seu coração. Não se sinta pressionada a fazer algo que não quer.

O sol começava a se pôr atrás das montanhas, e o céu estava pintado com tons de laranja e rosa. Era bonito, e me fez pensar em como Hogwarts sempre tinha um jeito de me lembrar do que realmente importava.

— Então, o que você vai fazer sobre isso? — Freya perguntou, suavizando o tom.

— Vou me concentrar em mim, no que quero. Se sair com Amos for a coisa certa, talvez eu pense nisso depois. Mas, por enquanto não. — respondi, decidida.

As coisas estavam mudando este ano, e talvez, apenas talvez, houvesse espaço para novas aventuras - mesmo que isso significasse adiar um encontro com Amos Diggory.

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