Beijo e Reconciliação Pt. 3

A namorada de Momo também se aproximou quando viu que fomos para a pista de dança.

"Amor! Conseguiu descobrir o por que aquela garota bebia tanto?" Ela ficou toda vermelha quando viu que eu estava ali também. "O-oi. Sou Dahyun."

"Oi. Tzuyu."

Youngblood começou a estourar nas caixas de som e não demorou muito para o casal a sua frente dançar em ritmo com a música. Dahyun dançava colada em Momo e Tzuyu desejou Sana pela milésima vez no dia. Se sentiu interrompendo algo importante ali, pensou pela milésima vez na noite em sair correndo, mas se conteve.

Chou nunca foi muito boa no "freestyle", principalmente em festas assim onde todos pareciam julgar o seu gingado, então em todas as festas, ela deixava o cargo de dançarina para Sana, e apenas observava de longe sendo a boa "baba-ovo" que era.

Mas ela não estava aqui então Tzuyu teve que fazer do seu jeito.

Tentava acompanhar Momo porém de uma forma mais discreta, estava se divertindo da sua maneira e esperava esquecer todos os resquícios de lembranças da sua (ex-) namorada que ainda haviam.

Para alguém que nunca dançou, Tzuyu aguentou tempo o suficiente suando entre vários corpos e que insistiam em pisar no seu pé. Alguns homens e poucas mulheres se aproximavam numa tentativa de conseguir um beijo, mas ela negava. Se essa era a forma de "aliviar os desejos carnais" dela, com certeza não era o suficiente, pensou. Looking at Me estava se encerrando quando ela decidiu dar uma pausa.

"Ei, eu vou pegar mais bebida." Avisou à Momo, não fez questão de falar que ficaria por lá e provavelmente não voltaria. "Certo! Ah, se você encontrar Sana por aí, converse com ela, tenho certeza que vocês vão ficar juntas."

"Oi?" Só podia ser piada. Tzuyu olhou confusa para a outra. "Pensei que você soubesse que ela está aqui." Disse dando de ombros e voltando a curtir a música com sua amada.

Tzuyu não sabia o que pensar sobre essa nova informação. Sana estava perdida no meio dessa gente e como Chou era azarada, era possível que se encontrassem ali. A garota já estava completamente sóbria quando foi para fora da casa na tentativa de diminuir o som e conseguir ligar para Nayeon.

Ela só podia estar muito desesperada para tentar fazer contato com Nayeon, era óbvio que Im não iria perceber nem uma bomba caindo do lado de fora, o som estava alto demais e a jovem com certeza deixou seu celular no silencioso. "Maldita, e se eu morresse?" Pensou dramática.

Era meio contraditório o fato de que ficara o dia todo pensando em Sana e indo atrás dela e agora queria fugir o quanto antes.

Mas já que seu coração havia se quebrado mais cedo, sobrou ao seu cérebro mandar em alguma coisa. Se visse Sana mais uma vez depois de levar dois foras no mesmo dia iria morrer de vergonha.

E com razão, afinal, Minatozaki com certeza iria achar que Tzuyu estava desesperada a seguindo para todos os lugares, e não a daria tempo de explicação.

Tentou ligar mais uma vez para Nayeon. Nada. Três ligações, três chamadas no lixo. "Vai se foder."

Tzuyu daria tudo para se esconder dentro do carro e esperar por Nayeon.

Poderia ir para casa, era perto, mas ela era a pessoa mais medrosa do mundo e nunca sairia sozinha às três da madrugada pela rua.

Tentou uma última vez, já prevendo sua derrota. Entrou na casa novamente.

Era isso. Iria voltar a beber e torcer para que Sana não aparecesse (mesmo que lá no fundinho, estava esperançosa pra tropeçar e cair de boca numa tal de Minatozaki).

Relacionamentos são difíceis."Eu ainda mato Sana um dia."E como uma espécie de invocação, Tzuyu se chocou contra um corpo por não olhar para frente e andar sempre correndo. Iria continuar seu caminho, porque é normal trombar com pessoas em uma festa lotada. Mas algo a parou.

In2U, Calvin Kein. Esse cheiro era impossível de esquecer. O mesmo cheiro que vivia impregnado nos seus lençóis.

Sana.

"Você está me seguindo ou algo assim?" Por incrível que pareça, isso veio de Tzuyu, que começou na defensiva antes que a frase fosse dita pela outra."Isso é sério?" Sana sorriu com deboche. "Foi eu quem terminou com você, sou eu quem deveria fazer essa pergunta."

"Por favor, não me lembra disso, ainda dói." Colocou a mão no coração. "Não estou te seguindo, vim porque Nayeon me obrigou."

"Prova." Tzuyu pensou. "Bom, eu não beijei nenhuma boca até agora." Sana riu.

"Isso prova o contrário do que você queria provar. Não consegue me esquecer não é?"

"Não, confesso. Mas cansei de seus joguinhos. Se terminamos, então terminamos." Concluiu, porém era óbvio que por dentro ela afirmava o contrário.

"Joguinhos? Eu? Eu não faço joguinhos."

"Não?" Ironizou, aquilo estava longe de ser uma briga. Era mais uma provocação.

"Não. Eu sempre fui honesta com você." Sorriu com aquele sorriso que matava qualquer um, principalmente a mais alta. Sana estava cada vez mais próxima de Tzuyu. "Para de ser mentirosa. Você sempre me manipulou para me ter comendo na palma de sua mão."

Sana estava a centímetros de encontrar o corpo de Tzuyu. Ficou quieta, abaixou o olhar para onde seu indicador e polegar brincavam com a alça do vestido da mais nova.

Revirou os olhos, a maior. "Pare. Você disse que acabou não tem nem dez horas."

"Mas e se eu mudei de ideia?" Era sempre assim. Só Chou sabia o quanto estava se esforçando para não cair no papinho da menor mais uma vez.

"Bom, eu não aceito. Você provavelmente está bêbada e vai me dar outro pé na bunda amanhã mesmo."

"Quem disse que estou bêbada? Não coloquei um pingo de álcool na minha boca até agora."

"Duvido." Sana hesitou. Mas deu aquele sorriso filho da puta de sempre.

Minatozaki delicadamente entrou com seus dedos no cabelo da outra, a puxando pela nuca até ficarem centímetros de distância uma da outra.

A mais velha abriu a boca, soltando um suspiro e um sorriso safado. Aquilo fez Tzuyu colapsar. Sua boca estava quase tocando a outra, o hálito de menta se fez presente a deixando com mais vontade de beijar aqueles lábios até que fiquem arroxeados.

"Viu? Sentiu algum cheiro de álcool?" Chou estava próxima de conseguir o que queria quando Sana se afastou com brutalidade. Vadia.

"Na verdade-" Tzuyu abriu a boca para argumentar, mas Sana rapidamente a interrompeu. "Olha! É a nossa música, não? Vamos dançar?"

E realmente era, a música que definia o relacionamento delas, Kiss and Make Up. A menor puxou a maior pelo pulso e a arrastou para a pista de dança, não demorou muito para que Sana estivesse rebolando para lá e para cá, de acordo com a batida da música.

Tzuyu quis matar a mulher na sua frente a enforcando. Minatozaki, dançarina profissional, sempre chamou a atenção de todos a sua volta por seu jeito único de encantar as pessoas. Como a sereia Iara do folclore, seu corpo era a sua voz, onde agora mesmo, dançava sensualmente sem tirar os olhos da taiwanesa nem por um segundo.

Aquele olhar. O olhar que dizia "Eu vou foder tanto a sua vida que você nunca vai me esquecer." Era o que Tzuyu pensava.

Sua paixão e sua vergonha na cara travavam uma batalha praticamente inútil.

Tzuyu pensou por alguns segundos, enquanto a mais velha ainda a conquistava com sua dança, sobre o que era o certo a se fazer.

Ela nunca conseguiu sair de perto de Sana e vice versa. Tinham criado uma dependência emocional uma na outra e parecia que não tinha mais volta.

A mulher que todos conheciam com certeza daria um foda-se para o senso e atacaria Sana com uma ferocidade de um leão.

Mas algo dizia que já era o suficiente de jogos, era a hora de acabar com aquilo de uma vez.

Tzuyu respira: "Tzuyu, respira."

Era apenas um "basta". Afinal, ela tinha o controle do próprio corpo então um não era o suficiente.

Mas então por que ela não conseguia falar?

"Sana..." E pela segunda vez em minutos, Tzuyu foi silenciada pela mais velha, que a puxou pra perto.

Foi o timing exato para que Maniac preenchesse o ambiente. Tzuyu riu por dentro, de nervoso, provavelmente.

Sentiu as mãos quentes de Sana acariciando sua bochecha, lhe olhando com ternura, como se não estivesse prestes a fazer o que iria fazer.

O ápice da música foi a deixa para que a mulher se virasse, fazendo com que suas coxas roçassem contra a virilha de Tzuyu, essa que com o contato levou as mãos involuntariamente até a cintura de Sana, não reclamou nem um pouco com a atitude.

Era difícil lutar quando o seu próprio corpo cedia. Minatozaki começou a investir e rebolar contra o ventre de Tzuyu, que retribuia apertando a carne macia da região. Eletricidade passava por elas de uma forma quase visível.

Duas mulheres no centro da pista, dançando como se fosse o último dia de suas vidas. Trocando suor e a dois passos de trocar saliva também."

"Você me mata" Tzuyu murmurou contra o ouvido da menor, aquilo com certeza foi uma mensagem codificada para "tá bom, você venceu." Sana sorriu.

"Você me ama" voltou a encarar Tzuyu, como um leão observando sua presa antes de comê-la. Sana começou a cantar baixinho o refrão que mexia na ferida das duas.

Tell all of your friends that I'm crazy and drive you mad

(Diga a todos os seus amigos que eu sou louca e te deixo doida)

That I'm such a stalker, a watcher, a psychopath

(Que eu sou tão perseguidora, observadora, uma psicopata)

And tell them you hate me and dated me just for laughs

(E diz a eles que me odeia e namorou comigo só pra dar risada)

So, why do you call me and tell me you want me back?

(Então, por que você me liga e diz que me quer de volta?)

Minatozaki sorriu irônica com o último verso, pronta para dar o bote.

"Eu já aguentei demais. Foda-se, eu fico com você. Te amo" Tzuyu soltou todas aquelas palavras de uma só vez, para que seus lábios sentissem logo o sabor que tanto era viciada. Uma onda de choque tomou conta de seu corpo e deu o empurrãozinho que Tzuyu precisava para decidir o rumo que iria tomar.

Cercou Sana com seus braços durante o beijo, esse que começou tranquilo e apaixonado, aquele que diz "oi, senti sua falta". Um simples selar de lábios que prometiam tudo e nada ao mesmo tempo. Como um pacto de sangue, selaram mais uma vez seus destinos.

Sana foi a primeira a arriscar usar a língua, pedindo passagem com gentileza porém louca para explorar o céu da boca que tanto conhecia. Elas se beijavam com avidez e desespero, buscando cada vez mais o alívio imediato que procuravam.

A menor separou o beijo, apenas para iniciar uma trilha deles no pescoço de Chou, mordia levemente e logo recompensava com lambidas molhadas na região. As mãos de Tzuyu escorregaram para a bunda de Sana, o sinal pro sexo.

"Acho que já cansei dessas músicas. Vamos pra casa?" A mais nova sugeriu, a mais velha aceitou.

Saíram de mãos dadas como o casal com relacionamento saudável que todos desejavam.

Tzuyu estava feliz, e lá no fundo, pensava apenas uma coisa:

"Por favor não vá embora de novo".

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