Prólogo - A Dimensão Sagrada
O vazio.
A única coisa a qual existia. O nada e o caos.
Os deuses da luz e escuridão guerreavam mais uma vez para estabelecer seu domínio e, afoito pela destruição que a vitória das sombras causaria, Shin armou uma estratégia para garantir sua vitória.
E assim foi feito.
O líder inimigo, Chiha Yo Changgun, como punição por ter matado outras divindades sem muita magia, trazido o caos e obstruído o equilíbrio, fora banido, e, para assegurar o banimento, Shin dividiu o cosmo em uma nova dimensão, o trancando lá, junto às almas dos deuses mortos e alguns dos mais perversos deuses.
A paz começou a se instaurar no plano espiritual e, temendo que outros deuses menores fossem vítimas, Shin também deu a eles uma parte do cosmo, uma outra dimensão, onde estes poderiam ser felizes, procriarem e terem famílias.
E assim, Shin se viu na plena paz, feliz com os seus feitos.
A Dimensão Material, onde os deuses mais fracos teriam sua vida sem correrem perigo pelo poder dos mais fortes, e seriam protegidos por eles. O lar dos seres materiais, desprovidos de magia, os humanos e as criaturas.
A Dimensão Sagrada, o lar dos deuses. Um lugar cheio de magia e seres fantásticos. A enorme quantidade de energia que permeava o cosmo e os planetas ditava o tempo, o espaço, e tudo que havia, regida pelo equilíbrio das forças das sombras e da luz.
O Limbo. O lugar o qual as almas descansavam, dito ser o lugar de todas as criaturas, não importando a sua dimensão. Lá, as boas almas lentamente esqueciam dos seus arrependimentos e reencarnavam, enquanto os perversos se corrompiam com a própria maldade, se tornando a maldade. Os espectros, aqueles que plantam o caos, condenados a vagar pelo limbo na infinidade. Não havia tempo ou espaço, era o vácuo e o vazio, a encarnação do nada antes da criação. Havia apenas um deus, apenas uma divindade regia e controlava, o Exilado, o traidor dos mundos, deus do submundo, aquele que criou o caos.
E, com o término da guerra dos deuses, Shin dividiu a dimensão sagrada em reinos livres, planetas de pura magia que deram a luz aos seus guardiões.
A divindade da luz, Palk, vagando pela dimensão sagrada, encontrou um planeta chamado Haenim, a encarnação da deusa sol, e sentiu uma ressonância entre as energias.
Após conversarem, Haenim emprestou seu poder sagrado e fundiu com o poder divino de Palk, e assim foi criado o Reino da Luz. Era luz pura, uma gigantesca massa de energia que emanava paz e tranquilidade e preencheu o plano divino com toda essa paz. Palk, vendo seu reino prosperar, uniu-se com Haenim em sua dinastia sob a promessa da vida.
Tamanha a sincronia de Palk e Haenim, toda a dimensão sagrada e seus deuses usufruíram da paz, do calor e da calmaria, e, seguindo o exemplo da divindade da luz, outros deuses uniram-se com os guardiões dos planetas em contratos de vida.
Mas, em meio às novas dimensões, o domínio perpétuo da paz começou a fazer pender as barreiras que as separavam e, vendo ser inegável, Shin ordenou que o equilíbrio reinasse.
Foi então que Kud, irmão de Palk, deus das sombras e seu maior oposto, incomodado com toda luz, vagou pelo cosmo em busca de um guardião, quando encontrou sua própria ressonância, a encarnação da deusa da lua, Dalnim, irmã de Haenim, e firmou sua magia criando sua dinastia, o Reino das Sombras.
Devido à enorme quantidade de magia sendo diariamente depositada no cosmo, no decorrer dos milênios, o universo, que até então era pura energia começou a se condensar, a magia começou a petrificar em planetas menores, e formaram criaturas diversas.
Dia após dia, a energia se acumulava e formava seres, vegetações, pequenos planetas e afins, e assim foi se formando os animais míticos. Fênix e unicórnios, dragões e grifos. Cada um tinha seu lugar no universo.
Vagarosamente, o vazio universo da Dimensão Sagrada, começou a ganhar um povo, o povo da luz e o povo das trevas, criaturas fantásticas, pequenos seres de energia.
Com o poder das deusas, sol e lua, o equilíbrio foi firmado e sombras e luz viviam em harmonia. As dinastias prosperavam e os elementos foram criados. Deuses mais baixos começaram a criar contratos com a luz ou as trevas, mantendo a ordem dos universos em anos, quando aquele que fora banido retornou.
Chiha Yo Changgun, guardião do submundo, emergiu do limbo, quebrando a punição que Shin o impôs. O traidor dos mundos, aquele que tentou destruir as dimensões antes que fossem criadas, lentamente esgueirou-se para Dalnim, sentando à corte de Kud.
— Porque aceita essa patética metade quando pode ter o tudo? — a divindade questionou à Kud. — Não vê que Shin prefere seu irmão? És cego que não nota o desprezo da luz à sua dinastia? Como pode aceitar viver em tamanha mediocridade enquanto tudo nos mundos pode te pertencer?
Mas Kud ergueu o nariz. Dando-lhe uma negação.
— Impuro deus dos mortos. Quer o caos assim como fizeste no princípio? — Kud alfinetou com um sorriso perverso. — Não te enganes. Tudo nesse mundo me pertence. Assim como tua dinastia será minha. Não cairei na sua lábia mais uma vez.
Chiha Yo Changgun temeu. O caos a qual o pertencia já fazia parte de Kud, e ele desejava a instabilidade.
— Mas, de certo, nossa dimensão é fria demais — Kud objetou ao se levantar, seguido por cães de fogo. — A guerra vai aquecer nossa terra.
— Imagino que tenhas um plano.
— Não me subestime. Aliás, grato que veio ao meu domínio, deus do caos.
— Temos um acordo?
— Me empreste seu poder. Volte ao Limbo e me entregue os caídos.
Naquele momento, Kud não tinha certeza do objetivo daquele que fora punido já anteriormente, mas, com um olhar dele antes de sair do seu palácio teve certeza. Assim como a si próprio, estava entediado. Queria um jogo com as divindades.
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Estavam nas Torres de Platina.
A solenidade da ocasião era quase ouvida em harpas de plêiades que tocavam nos oceanos infinitos.
Kud suspirava enquanto trançava os próprios cabelos azuis escuros, vendo os demais deuses brindarem em um banquete de uvas e vinhos.
Shin, sentado à ponta da mesa, chamava todos para um anúncio. Mais um gracejo pela paz. Kud estava cansado disso e, levantando-se da cadeira logo à direita do deus das dimensões, pigarreou, chamando a atenção para si.
— Eu proponho, uma aposta, meu caro irmão — Kud insinuou, estudando o olhar que se acendeu nas feições de Palk.
— O que ganho com tal coisa? — após sinalizar silêncio para as demais divindades, ficou cauteloso com a proposta do irmão. Kud estreitou os olhos e, mais uma vez, estudou Palk.
O deus da luz enrolava os dedos nas tranças rosadas adornadas com fitas de ouro e a pele morena contrastava com a pele branca do seu irmão. Completos opostos, desde a cor dos seus cabelos, tanto pela sua pele, ou os olhos.
— O que está pondo em jogo? — Palk insistiu após não obter respostas.
— O que temos de mais importante... o equilíbrio — ao despejar sua ousada proposta, todos os murmúrios que ainda perduravam no salão se calaram. Kud sorriu, voltando a sentar em sua cadeira. — A tempos temos a paz e a tempos a dinastia da luz é privilegiada pelos olhares de Vossa Majestade — petulante, o deus das sombras inquiriu sobre Shin, fazendo-o levantar o rosto numa expressão de dúvida. Kud pôde jurar que viu uma pitada de divertimento na expressão imóvel do pai.
— O que quer dizer com isso, meu filho? — estava ali. Tinham caído em sua armadilha. Os murmúrios voltaram mais intensos e Shin bateu à mesa com força, ecoando um estrondo. — Os deuses filhos dos meus filhos e os filhos desses filhos... sei que tal proposta afetaria suas dinastias, portanto, ouviremos o que Kud tem a falar.
— Aquele que ganhar, pode firmar sua dinastia. Uma irreversível dinastia de sombras ou luz — ao notar o interesse da divindade, Kud afiou suas garras ambiciosas.
Mais burburinhos se sucederam. Os deuses menores também se mostravam interessados. Afinal, teriam, não apenas um governo dividido, alternando entre a paz e a guerra. Teriam o todo, sem se preocuparem com manter as barreiras das dimensões, tudo voltaria ao início.
Palk manteve-se calado, ponderando o que havia sido posto em pauta. Sabia que tamanha repercussão não poderia ser negada, mas ponderou por todo o caos que poderia vir a seguir e, após pigarrear, levantou a voz:
— Nossas dinastias acabam de ser postas. Nem mesmo a estabilidade em sua própria dinastia foi criada, irmão — Palk alfinetou em tom prepotente. — Desejas uma batalha entre deuses e feras?
— Não senhor — ironizou. — Desejo uma batalha de deus para deus. Faça os céus rugirem e lutarem por seu domínio.
— Quais os seus objetivos ao sugerir tal barbárie? Planeja que todos nós lutemos? — Hae Tae, deus do tempo, guardião dos palácios e do fogo, advogou em tom acusatório. — Porque abdicar do nosso equilíbrio para uma guerra sem sentido?
— A era em que o vazio reinava já teve guerras demais — Amaterasu, a divindade do sol das terras nipônicas se colocou à discussão. — Uma guerra entre os deuses novamente? Não vejo motivos nenhum para acatar tal ideia quando temos nossas dinastias e nossos domínios! Cada divindade tem seu reino sob seu território, não seja ganancioso.
O sorriso de Kud logo sumiu junto à discussão que se iniciou. Os deuses expunham suas ideias e o quão estavam preocupados com suas próprias dinastias. Mas Kud não queria apenas o Reino das Sombras. Queria mais que isso. E se desejasse, teria que ser astuto. Mais uma vez, o deus das sombras afiou suas garras e sombras vaguearam pela sala se marfim, sibilando pelo ar que entrava pelo teto.
— Desejam que seus filhos sejam criados na ignorância da completa paz? Que assim seja — Kud bradou, olhando afiado para todas as divindades ali presentes. — O mundo não pode ser feito de líderes alheios à guerra e ao sofrimento! Um bom líder é forjado do aço e do sangue!
Mais uma vez o silêncio invadiu o local com o endossamento de Kud.
— Nossos filhos não precisam chorar como nosso povo já chorou — Palk se pôs de pé, confrontando-o. — Na Guerra do Caos, onde sua dinastia reinou, irmão, sente saudades de ser temido como naquele tempo?
— Não coloque aqui divindades caídas! — Kud redarguiu em mesmo tom, ficando frente a frente ao irmão.
— Você seria uma delas se não fosse a misericórdia de Shin — Palk alfinetou com um olhar semicerrado. — Não fale do passado tão levianamente. A Guerra do Caos acabou e as dimensões foram criadas. É nosso dever como forças opostas manter o equilíbrio. Foi o que disse no momento que assinamos o trato da criação. Não venha com propostas absurdas porque está entediado.
— Diz isso por que não foi o povo da luz a perecer! — Kud retrucou. — Até quando as dimensões sustentariam numa fraca paz. Se a deseja, a conquiste. Tratos em papel valem tanto quanto uma folha da mais patética planta. Conquiste a paz por seu direito.
Palmas os calaram. Shin continuava olhando apenas para frente com sua expressão inalterada.
— O passado antes da Criação foi esquecido com o exílio de Chiha Yo Changgun — Shin anunciou. — Mas Kud tem razão. Nosso equilíbrio é uma linha tênue que nos protege da guerra explodir mais uma vez. Se Kud deseja sua supremacia, se os deuses das sombras querem reger os mundos, que provem sua capacidade para tal. Mas se o deus da luz quer continuar no equilíbrio, prove que pode mantê-lo conquistando-o.
— Quer dizer que a guerra voltará? — uma divindade perguntou ao fundo. — Os mundos foram criados com o equilíbrio. Se as forças da luz e das sombras lutarem mais uma vez, a estabilidade das barreiras que dividem o cosmo em suas dimensões podem se romper.
— Sentimentos não resolvidos podem corromper tal qual — uma divindade dragão anunciou.
— O que diz, Palk? — Shin retornou.
— Uma luta entre deuses não me parece a coisa acertada a se fazer — Palk soltou uma olhadela para todos os deuses sentados ao seu lado. — Se vamos lutar, Kud, que seja uma luta entre eu e você. Entre nossas dinastias. Ao menos enquanto lutamos, deixe as dimensões manterem o mínimo de estabilidade com a força dos outros deuses.
Kud sorriu. Um sorriso brilhante que não pôde ser ocultado.
— Quando fala de sua dinastia, está pronto a mandar seus filhos para a batalha, irmão? — o deus sorridente de longos cabelos azuis escuros indagou.
— Deixe que eles escolham se querem ou não lutar. Não falemos do futuro — Palk ergueu o nariz uma outra vez.
— Dará tais sentimentos de escolha à suas crias? Eles serão a causa da sua destruição — o deus da sombras sorriu mais uma vez.
— Quem quer supremacia e escravos é você. Eu quero filhos. — Com essa fala, Shin levantou-se e formou um pergaminho. Todo o conteúdo da conversa estava presente.
— Se assim que se inicia a luta pela supremacia ou pelo equilíbrio? — Shin questionou como forma de confirmar.
— Com toda certeza, Vossa Majestade — Kud curvou-se, mas Palk hesitou mais uma vez, olhando para Hae Tae, que lhe deu um aceno positivo.
— Não, senhor — Palk anunciou. — Meu desejo é o desejo do meu povo. Uma guerra em que eles lutarão, não serei eu a escolher todas as regalias de um contrato.
— O que deseja então?
— Dê-me os desejos. Nascerão meus filhos que carregarão minha benção. E quando eles nascerem a guerra será resolvida. Dê-lhes o livre arbítrio da decisão — Palk falou firmemente. — Se aqueles que carregam o meu nome assim desejarem pela supremacia, aceitarei. Mas, se desejarem pelo meu desejo, serei grato a eles.
— Assim será — Shin concordou e ambas as divindades queimaram o contrato com suas magias.
Assim foi firmada a profecia.
— Se entregou aos gracejos do teu irmão, Palk — Hae Tae anunciou, sentado ao lado da divindade que admirava as nuvens que permeavam a dinastia de Shin.
— Uma guerra generalizada não poderia ser evitada. Prefiro que seja assim. Fiquem longe da dinastia do Reino da Luz — Palk avisou quando Aryong Jong se aproximou.
— Sabes que Kud tem algo na manga — a divindade da chuva sentou-se ao lado de Hae Tae, acariciando-lhe a longa juba.
— De certo. — Palk concordou.
— Chiha Yo Changgun. Não acha que ele tem algo? — Haenim falou calma. — Os caídos... não... os espectros podem vir a interferir.
— Deixe que ele use suas técnicas sujas. Tenho minha convicção nos meus filhos. — Palk anunciou ainda contemplativo com o cosmo. — Algo no futuro foi mudado, Hae Tae? Nossas visitas às Torres de Platina sempre mudam o futuro.
— Sua profecia — Palk franziu o cenho, olhando para Hae Tae. — Algo foi acrescido.
— Por toda a magia dos mundos. O que? — Palk sobressaltou, quase segurando o coração que ameaçou escapar-lhe do peito.
— Uma variável. Suas crias predestinadas. Dê-me uma para que eu guie. Sabe do trato de Dalnim e Haenim. Seus filhos a cada geração haverá filhos de Dalnim em sua dinastia e filhos de Haenim na dinastia de Kud. Serão as forças geradoras do caos. Dê-me uma para guiar. De certo que Dalnim escolherá um dos seus guerreiros destinados — Hae Tae pediu, obtendo um aceno positivo.
— O que fala sobre a variável? — Palk insistiu.
— Um deles será essa variável. As escolhas dele será o que dará fim a essa guerra. Ele decidirá como a guerra vai acabar. Em caos, ou em paz — Hae Tae anunciou e Palk olhou para os céus.
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Anos se passaram e confrontos entre o deus da luz e das sombras eram travados dia após dia, após o acordo firmado por Shin, enquanto o equilíbrio das forças reguladoras das dimensões eram postas à prova.
A guerra fervia e, como Kud previu, a enorme quantidade de energia que foi acumulada no cosmo, começou a explodir e criar fendas no espaço. Fendas que ninguém se atrevia a conferir do que se tratava.
A instabilidade do cosmo começou a causar rachaduras no universo, as fendas, ligando uma dimensão a outra e afetando o mundo material com as ondas de energia dos deuses. Boatos diziam que as almas do limbo estavam escapando, ou que alguns seres da dimensão sagrada eram puxados pela dimensão material.
Assim, o objetivo de Kud começou a se firmar. Com as fendas dimensionais cada vez maiores no território de Dalnim, espectros disformes apareciam no Reino das Sombras constantemente, onde a divindade das sombras os transformava em criaturas por meio de selos.
Com o passar dos anos, Palk lapidou seu planeta, enquanto cuidava tranquilamente dos seres que haviam sido criados pela sua magia. Seres irracionais e amorosos, cheios do mais pleno amor e compaixão, ao mesmo tempo que se defendia das investidas de Kud com maestria, lançando todo o Reino da Luz em uma barreira protetora, firmada de um contrato entre Haenim e Aryong Jong, jurando proteger e purificar o planeta.
Kud, em contrapartida, começou a despejar sobre Dalnim todos os seus sentimentos negativos, criando imensos vulcões e terras congeladas. Os vulcões começaram a entrar em erupção na superfície do planeta e longas nevascas caíram por milênios. Com a energia da divindade se fundindo à matéria, nasceram seres da pura lava e do gelo eterno, irracionais. Monstros de fogo maciço e da fria neve, tremendo com a instabilidade da energia dentro de si. Nesse momento, cuidando dos seus espectros e das novas criaturas em seu domínio, Kud parou com seus ataques, concentrando-se à sua própria dinastia.
Com a harmonia e um mundo completamente estável, Palk criou, com pó de estrela e sua energia divina em seu ápice, seres semelhantes a ele.
Capazes de pensar e sentir, criaturas com faces semelhantes à do deus da luz, e nomeou-os celestiais. A força desses seres era tremenda e, como feitos de pura energia, seu poder se equiparava a de um deus.
Como filhos do deus da luz, a encarnação do que era bom e benéfico, assumiram a bondade e justiça do seu pai.
As outras divindades os chamaram de primordiais por serem as primeiras divindades criadas por outra divindade, e seguiram o exemplo de Palk, passando seus poderes para seus filhos, usando suas magias e elementos dos quais dominavam.
Com a forte energia maligna que estava irradiando de Dalnim, Palk planejou seu primeiro ataque.
Kud, com toda a sua força, tentou o que pode para vencer os primordiais, mas a força deles se equiparava à Palk e foi humilhado. Não pelo fato de ter sido vencido, mas pelo fato de que aqueles seres, no final daquela luta, mesmo sendo superiores, escolheram se retirar à acabar de vez com ele.
Conhecido como a Guerra do Equilíbrio, com uma derrota esmagadora, Kud foi humilhado pelos filhos do seu irmão.
E desesperado com tamanha desonra, o deus das sombras começou a criar seus próprios filhos, mas, diferente de Palk, não lhes deu o discernimento ou as emoções frágeis. Deu a eles um imenso instinto assassino, o desejo por supremacia. Os chamou de infernais.
Mas, por causa dos seus desejo por vingança e insanidade, não fez seres com o ápice do seu poder, então compensou com números.
Com os anos se passando e as gerações se formando, o mundo em erupção de Dalnim, começou a ter seu povo, sedento por vingança, além dos monstros do Limbo que obedeciam à Kud por ordem de Chiha Yo Changgun, esperando por uma pequena brecha no cosmo para escaparem.
A dimensão foi lentamente mudando, os deuses formaram alianças e uniram seus filhos, aumentando as espécies. Mas, devido à guerra, os celestiais não se relacionavam com outras raças além dos poucos Haichi que apareciam pelo reino para fazer contratos com escolhidos por Hae Tae, os contratantes do tempo, príncipes e princesas que nasceram com a benção do deus do tempo pelo contrato firmado com Palk; portanto, celestiais nunca se misturaram e eram uma das únicas raças puras existentes.
Com o passar das gerações, Palk observou que, à medida que nascia um novo celestial, sua benção se perdia pouco a pouco e temeu que a força dos seus filhos não permanecesse.
O exército de bonecos de Kud havia crescido em silêncio.
As outras dinastias prosperavam conviviam em harmonia.
Os planetas da Dimensão Sagrada estavam repletos de paz e se erguiam, formando reinos gigantescos.
Com a criação desses seres, filhos dos deuses, foi marcada a Era Branca. Era de nascimentos e paz.
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80.000 anos antes do PyeongHwa.
Kud, após acumular seus bonecos de lava e magia para retaliar os fortes filhos do deus da luz, os enviou à Haenim, travando mais um confronto pela supremacia.
Mas aqueles seres semelhantes a Palk tinham poder demais.
Durante os confrontos, Palk então coordenou um ataque para suprimir os enormes números de Kud.
Nesse período milênios de guerra, metade do exercido de Palk foi dizimado, mas, os exércitos de Kud foram quase dizimados.
Chamada de Retaliação da Guerra do Equilíbrio, com mais uma vitória esmagadora dos celestiais.
Os confrontos entre luz e sombras não tinha fim e ambas as dinastias começavam a ruir, mas, com a benção da deusa sol, um celestial com o poder da fênix, pôs em xeque a força de Kud, onde uma trégua foi sugerida pelas divindades.
O contrato de paz, o PyeongHwa.
Uma nova era começou, um marco na Dimensão Sagrada, um marco de prosperidade.
Uma dinastia próspera começou a se formar em Haenim.
Mas, Palk não estava convencido que Kud iria se render.
O que seu irmão buscava, incansavelmente, era conquistar a supremacia e ganhar a sua luta destinada, conseguindo o desejo que Shin iria realizar ao ganhador dessa luta.
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