Capítulo 13
Haenim, Reino da Luz. Kangsulshi, Clã da Água, 13-12-978.
— Explique suas palavras de forma que possamos entender — Woo Suk pediu.
— O que ouviram dos generais? — Jo Han questionou enquanto uma curandeira enfaixava seus ferimentos.
— Imagino que o objetivo deles é diminuir nossa moral. Por mais que tenhamos ganhado, muitos dos nossos morreram — Hyun Ah explicou.
— Vieram ao extremo apenas para nos desmoralizar? — Jo Han perguntou incrédulo. — Fale coisas com sentido, Hyun Ah.
— Acha mesmo que eles atacariam Hyunggwangshi num momento como esse? Cha Min declarou neutralidade às chacinas. Junto dele, Chae Song, um dos maiores generais — Hyun Ah começou a pontuar, vagueando de um lado para o outro, mostrando sua ansiedade. — Alguns generais estão no Sul juntando aliados nas ilhas do Clã da Terra. A força em Kodaeshi não passa de alguns poucos homens.
— Faz algum sentido — Hyun Seung comentou ao apoiar a mão sobre os lábios, ficando pensativo, coçando um pouco sua barba por fazer. — Se tirarem nós da capital, é mais fácil nos matarem já que maior parte do exército de Palk está em Hyunggwangshi.
— Acha que se trata de algo assim? — Jo Han inquiriu após suspirar e fitar Hyun Ah.
— Certamente — ela assentiu pesarosamente. — Temo que os maiores alvos sejam vocês três — ela apontou para Hyun Seung, Ryo Su e Jo Han. — São os mais fortes.
— De todo modo, estamos no extremo — In Seok atravessou a porta segurando uma bandeja com vinho quente. — Vamos fazer nosso trabalho com as rondas e nos garantir da segurança. Voltaremos ao centro em dois dias.
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Assim como In Seok falou, o restante do dia consistiu na restauração das casas destruídas, rondas pela floresta e purificações para eventuais magias. Para sua feliz surpresa, não havia nenhum dos símbolos marcado em vermelho vivo, ou qualquer indício de Kud ou do miasma. O que foi explicado pelo clima intenso daquele lugar.
O povo de Jo Han era verdadeiramente incrível, fortes guerreiros que encaravam aquela nevasca infinita, que viviam calorosamente em meio ao frio.
"Não é só em Kangsulshi. Todos nós do extremo somos assim. Maior parte dos nossos guerreiros estão em Ankaeshi e na ilha da lua, parece que em Biushi tem alguns indícios de poucos focos de miasma que de alguma forma atravessou o mar e veio do Monte dos Uivos" Jo Han explicou calmamente enquanto juntavam madeira para acender a lareira do casebre da família principal dos Tae, já no entardecer.
Pela noite, a família de Jo Han deu uma festa.
A música em flauta soava junto ao ritmo animado de piano o qual Hyun Seung conduzia, um homem entoava canções de inverno animadas enquanto todos dançavam animadamente e Ryo Su, pela milésima vez, recebia agradecimentos por ter ajudado o primogênito da família quando ele se perdeu nas terras centrais.
A boa comida os aquecia junto ao doce licor que era servido.
Ryo Su se aproximou do sorridente Jo Han que observava sua família dançar com seus amados amigos e deu tapinhas no seu joelho, ocupando o lugar ao lado do hwarang.
Ele sorriu e levou a mão aos cabelos de Ryo Su, acariciando-os, e ela o abraçou.
— Vai mesmo ficar? — ela perguntou, o apertando, e ele parou com a mão no topo da cabeça dela. — Sabe que...
— Eu preciso ficar, Noona — ele explicou quando foi solto, encarando os olhos vermelhos da general.
— Está com medo deles voltarem a atacar?
— Não acho que seriam tão idiotas a esse ponto — frisou com escárnio. — Apenas quero ter a certeza.
— Quando você volta? — a face triste que Ryo Su nem fazia questão de disfarçar ficou ainda mais triste e ela se encolheu um pouco, abaixando a cabeça.
— Antes do aniversário de In Su. — Afirmou com firmeza, arrancando um sorriso discreto de Ryo Su, que logo se tornou um radiante e gigantesco.
— Precisa cumprir.
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Haenim, Reino da Luz. Hyunggwangshi, Clã da Luz, 24-06-979.
Risadas de criança ecoavam pelo vale.
Um lindo celestial de cabelos negros e olhos azuis corria desesperadamente da sua mãe, gritando e pulando enquanto Jo Han observava ao longe, sentado ao lado de Seon Mi e Ryo Su, que observava sua própria cria brincar no lago com Min Sun e Young Soo.
Mais ao longe, Soo Jong e sua esposa, Mi Yang, observavam o pequeno de cabelos castanho cinzentos mais de perto, por saber que ele poderia ser incrivelmente desastrado dentro da água.
— Então, acha que ele é um guardião do tempo? — Jo Han perguntou a Seon Mi, apontando com a cabeça para Hyun Shik.
— Ele tem a aura — Seon Mi respondeu rapidamente. — Mais que isso, já o vi se mover enquanto o tempo estava parado por meu Haichi. Apenas guardiões sem contrato, podemos fazer isso.
— Ele tem muitos dotes — Jo Han sorriu para a criança. — De certo, será um rapaz poderoso.
— Ele pegou algumas de minhas manias — a voz grave de Hyun Seung soou, fazendo o hwarang virar de costas e dar de cara com o general, com a barba bem feita e alinhada e as mãos nos bolsos da calça folgada que ele trajava.
— Estamos todos de folga? O que diabos é essa reunião? — Ryo Su indagou zombeteira.
— O clima está agradável. Temos sol pela primeira vez em dois anos — Seon Mi retrucou.
— Mamãe! — o pequeno Hyun Shik gritou quando foi agarrado por Hong Joo, implorando que ela parasse de lhe fazer cócegas.
Ele esperneava nos braços da celestial, que parecia se divertir com a risada dele, até que parou e o jogou na grama com pouca neve, deixando que ele abrisse suas asas e voasse.
A mãe prontamente seguiu o filho que ainda não sabia bem se controlar no ar. Ele se afastou e começaram a tentar pegar um ao outro quando Hyun Shik paralisou no ar, ouvindo uma estranha melodia.
Ele olhou em volta, encarou sua mãe e ficou um pouco confuso, tentando entender o que tinha acabado de suceder.
— Está tudo bem? — ela questionou ao pegar o garoto nos braços.
Ele assentiu e voltou a sorrir, pousando e correndo até In Su, jogando-se na água morna que Ryo Su esquentava para que eles pudessem brincar.
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A alegria durou pouco até que o tempo fechasse e a neve voltasse a cair.
Cada um voltou à sua casa, um pouco tristes porque queriam continuar a brincadeira, mas o frio intenso os impediu de prosseguir.
Após um banho quente, Hyun Shik estava sendo seco por sua mãe, sentado em sua cama, brincando com os seus longos cabelos negros.
Hong Joo o vestiu numa quente roupa de frio e beijou a sua cabeça, pondo-o para dormir.
Hyun Seung logo se aproximou do garoto e começou a lhe contar histórias para embalar seu sono. Não tinha dúvidas que seu filho seria um guerreiro. A estranha facilidade que ele tinha em manejar sua espada de madeira denunciava que ele não tinha herdado apenas a magia do pai, mas também a sua habilidade com a espada.
Hyun Shik adormeceu mais que rápido. Estava exausto.
Sem muitas delongas, Hyun Seung fechou a porta do quarto do garoto e abraçou sua mulher, dando-lhe lentos beijinhos entre sorrisos.
A luz das velas os iluminava e Hong Joo sorria com o gosto dos lábios do seu homem, pondo suas mãos nos cabelos, um pouco mais compridos, e puxando-o um pouco, despejando alguns beijinhos na curvatura do seu maxilar coberto pela barba.
Hyun Seung sorriu, pondo sua mulher nos braços e a sentando no sofá.
Uma noite fria perfeita para se aquecerem no confortável abraço um do outro.
O general começou a cantar enquanto sua mulher, deitada em seus braços, trançava seus cabelos e murmurava uma melodia calmamente.
Ele começou a fazer o mesmo, arrumando uma desajeitada e estranha trança com todo o cabelo de Hong Joo, quando ela, se súbito, parou de murmurar.
— Meu bem? O que houve? — indagou confuso quando viu a aura da mulher irradiar por seu corpo.
— Hyun Shik — atestou nervosa, levantando-se do abraço do marido. — A energia dele está estranha!
De imediato ambos invadiram o quarto do garoto.
Ele estava sentado na cama, se abraçando e com os olhos esbugalhados. A respiração superficial e tremedeiras revelavam um pesadelo.
Os dois pais se aproximaram da sua prole assustada como um filhote em perigo, e o abraçaram. Hyun Shik começou a soluçar, se agarrando nos braços daqueles que o estavam protegendo, enquanto lágrimas vertiam dos seus olhos.
Dos seus olhos negros...
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