[CAPÍTULO 06]
Jimin estava em sua quarta xícara de café, mas não importava quanta cafeína ele tomasse, seu corpo já havia desenvolvido uma tolerância aos efeitos. O retinir rítmico do relógio se fez mais claro em seus ouvidos quando ele tentou relaxar em sua cadeira.
Seus olhos estavam fixados no teto, sem olhar nem à direita nem à esquerda, com plena consciência do constante movimento que acontecia sob seus pés. A empresa estava agitada naquela manhã, mas Jimin estava com a cabeça pesada, tão pesada que mal conseguia abrir aquela pilha de pastas.
Ele se sentia estranho por estar fora de sua casa, mas se sentia ainda pior quando pisava naquela corporação. Muitos poderiam pensar que tudo aquilo o fazia lembrar de seus pais, só que na verdade ele se sentia assim justamente por ter que estar lá.
O seu maior inimigo estava sendo o tempo.
Enquanto refletia, Jimin prestou atenção, também, nos sussurros que chegavam até ele através daquelas paredes. Entre os murmúrios que se comprimia ao seu redor, Jimin escutou uma voz familiar vindo em sua direção. De repente, a porta de seu escritório foi aberta em um estrondo.
Seu tio, Park Dongyul, estava parado em sua frente. Seus olhos tinham um brilho cruel, quase ocultos por suas sobrancelhas espessas. Jimin se ajeitou na cadeira, mas não se atreveu a ficar em pé para cumprimentá-lo.
– Meu queridíssimo sobrinho. – disse o homem após um momento de pausa. Suas palavras não soaram amigáveis.
Ele bateu a porta às suas costas e começou a andar na direção de Jimin. Seu sobrinho lhe respondeu com um idêntico olhar. Dongyul trazia uma pasta em mãos, Jimin observou discretamente, embora ele não fizesse questão de escondê-la.
– O que está fazendo aqui? – Jimin questionou, sem qualquer humor.
– É dessa forma que você recebe o seu tio? – ele tinha um sorriso traiçoeiro nos lábios, como se estivesse aprontando algo. – Eu estou aqui para negociarmos. Em paz, é claro.
Jimin suspirou e então afastou a sua xícara para longe de seu alcance. Ele não queria ter que cogitar enchê-la de café novamente. Dongyul sentou-se na cadeira a frente dele, mesmo não sendo convidado para isso. A sua expressão era de quem trazia notícias sorrateiras.
– Eu não estou com cabeça para negociação. Deixe isso para mais tarde. – Jimin contrapôs, havia um leve tom em sua voz que sugeria esquiva.
– É assim que pretende assumir a cadeira do seu pai? – Dongyul disparou, divertindo-se. – Fugindo dos negócios?
– Não estou fugindo, estou apenas evitando discutir com você.
– Discutir. – Dongyul repetiu, como se refletisse acerca dessa palavra. – Meu querido, isso é o tipo de coisa que um despreparado diria. Não estou aqui para discutir com você, mas para entrar em um acordo. Temos muito o que conversar, você não acha?
Jimin encarou seu tio por um momento, balanceado por ele ter atingido seu ponto fraco. Despreparado, sua cabeça repetiu mecanicamente. Ele tinha o pressentimento de que Dongyul estava usando aqueles termos como uma tentativa de indireta. Por isso, Jimin lutou para não demonstrar os efeitos daquilo.
Na incerteza se deveria dispensá-lo ou aceitar ter de uma vez aquela conversa, Jimin escolheu a última opção.
– Tudo bem. – disse ele. – O que o traz aqui?
– Eu estive conversando com os demais membros da corporação e todos concordam que eu sou o melhor para assumir o cargo do seu pai. – ele se reclinou em seu assento e colocou o documento sobre a mesa, a centímetros de distância de Jimin. – Bem, você só precisa assinar esse documento concordando com eles.
Jimin suspendeu as sobrancelhas rapidamente. Ele estava calmo demais para quem perdeu o irmão a pouco mais de uma semana, Jimin pensou. Pior, ele parecia se distanciar verbalmente quando dizia seu pai ao invés de meu irmão.
– Você traz um documento aleatório, diz que negociou com os outros sócios e acha que eu vou acreditar nisso? – Dongyul apertou as linhas da mandíbula. – Onde estão aqueles que dizem concordar com a sua admissão? Por que não vieram até mim? Se quer fazer um acordo, todos devem estar presentes. Inclusive eu.
– Está insinuando que estou criando mentiras?
– Você não está nem um pouco afetado pela morte do meu pai, que também é seu irmão. – Jimin disparou, esperando que a boca dele despencasse com a sua provocação, mas Dongyul se manteve imparcial. – Posso estar equivocado, mas você está agindo como se esperasse por isso a muito tempo.
– Algo me diz que você está tentando chegar a algum lugar.
Houve uma contagem de silêncio muito prolongada. Por um momento, Jimin quis jogar em sua cara que estava desconfiando dele, mas segurou as palavras no último minuto. Uma acusação sem provas poderia dar ao seu tio o benefício de usar isso a seu favor.
– O que quero dizer é que você não pode decidir nada sem a minha presença. – Jimin se corrigiu, mesmo contra sua vontade. – Meu pai passou a empresa para o meu nome, portanto agora ela é minha. Não vou deixar você usar o que ele suou para construir para os seus próprios benefícios.
Dongyul bateu as duas mãos na mesa, sua respiração estava mais ruidosa. Jimin desejou expulsá-lo de sua sala, mas ele apenas ficou parado parecendo como se estivesse imóvel.
– Como ousa dizer isso, seu moleque irresponsável? – Jimin ficou pregado no lugar, encarando-o, enquanto ele apontava o dedo em sua direção. – Fui eu que estive com o seu pai todos esses anos, antes mesmo de você nascer. Chung-ho confiava em mim para resolver os problemas internos dessa empresa. Enquanto eu estava ao lado do seu pai em situações de crise, onde você estava, Jimin?
Jimin digeriu suas palavras com um crescente ódio. Ao invés de rebater, ele se manteve quieto.
– Nós dois sabemos que você não tem perfil para tratar das carências dessa empresa. – prosseguiu Dongyul. – Você não possui as características que o seu pai sempre prezou. Acha mesmo que o Chung-ho gostaria de ter um desviado em seu lugar? Não se engane. Isso aqui não é como as casas noturnas que jovens delinquentes como você costumam frequentar.
– Não seja hipócrita, tio. – Jimin rebateu, seu tom de voz estava igual o dele. – Você enche o peito para falar que colaborou para o crescimento dessa empresa, mas na primeira oportunidade que teve, tentou derrubar o meu pai para assumir o lugar dele.
– Querido, isso faz parte da essência do negócio. Competição é o combustível de toda organização. – seus olhos zombaram dele. Jimin ficou mais determinado com isso. – Mas, claro, você não entende disso. Sua função aqui é fingir que entende de administração.
– Já chega! – ele se pôs de pé de repente, fazendo a cadeira zunir para trás. – Se está aqui para me insultar, sugiro que dê meia volta.
– Eu não chamaria isso de insulto.
Jimin o ignorou.
– Vamos direto ao ponto: você não pode tomar o meu lugar porque estar aqui é meu direito. Se você achasse que estou blefando, não estaria me implorando para assinar esses papéis. – Dongyul rangeu os dentes. – Se quer tanto sentar na cadeira do meu pai, vai ter que me matar primeiro.
O impulso de jogar verde com ele o atraiu e então Jimin sentiu a necessidade de arrancar uma resposta de seu tio, qualquer uma que comprovasse a teoria de que Dongyul estava por trás do assassinato de seus pais.
– Matar você? – ele perguntou, mas seu tom estava inclinado para um deboche amargo. – Eu não sujaria as minhas mãos, querido.
– Será mesmo?
Dongyul apertou as sobrancelhas como se ficasse subitamente consciente do que ele estava insinuando. Pela sua expressão, houve satisfação ao invés de raiva.
– Devo te lembrar que acusação sem prova é crime. – disse Dongyul, entretendo-se.
– Eu realmente não me lembro de lhe acusar de alguma coisa. Eu deveria?
Dongyul segurou o olhar dele por um longo momento, em seguida deslocou seu peso para fora da cadeira. Ele pegou a pasta de volta e a segurou embaixo do braço, depois inclinou-se um pouco contra a mesa, o bastante para Jimin escutá-lo sussurrar:
– Quem garante que não foi você quem matou seus pais para ficar com a fortuna da empresa? – disse. – Você não acha tremendamente suspeito alguém entrar na sua casa sem que você a veja? Devo dizer que sua casa não é uma casa qualquer, ela é protegida por um sistema potencialmente poderoso. Talvez esse bandido seja esperto demais, ou talvez ele tenha recebido uma ajudinha.
– Quem está acusando quem agora?
Dongyul não se ofendeu dessa vez, muito pelo contrário, seu rosto adquiriu uma expressão de triunfo, como se tivesse acertado em cheio. Sim, Jimin havia ficado irritado com aquela acusação, mas optou por não revidar da forma que gostaria.
Antes que ele pudesse falar algo em sua defesa, alguém abriu a porta de repente. Era Namjoon. Ele segurava um bloco de anotações em uma das mãos. Sua boca havia moldado alguma palavra, mas em razão de Jimin não estar sozinho, ela se fechou rapidamente.
– Me desculpe, eu não sabia que você estava ocupado. Eu retorno outra hora. – ele disse meio atrapalhado pelos dois pares de olhos virados em sua direção.
– Não tenha pressa, rapaz. Fique. – Dongyul rapidamente disse, o impedindo de fechar a porta. – Eu já estou de saída. A minha conversa com o meu sobrinho ainda não acabou, mas por hoje sim.
Sem dizer mais nada, ele caminhou até a saída, pisando fundo, e então passou por Namjoon e dobrou à direita. Jimin soltou o ar pela boca e caiu sentado na cadeira como se tivesse acabado de tirar duas toneladas das costas.
Namjoon começou a fechar a porta devagar, ainda injetado pela surpresa do momento, em seguida andou, com passos relutantes, em direção a Jimin. Seu amigo estava de cabeça baixa, respirando fundo enquanto esfregava os cantos dos olhos.
– O que ele queria com você? – Namjoon perguntou. Jimin ergueu o olhar para ele como se fosse óbvio demais.
– Me irritar. – isso também, pensou. – Eu não sei qual é a estratégia do meu tio, mas ele parece estar disposto a jogar sujo para me tirar dessa empresa.
– Ele te disse alguma coisa?
– Nada demais. Apenas me acusou de ter ajudado o assassino a entrar na casa para cometer o homicídio. – ele disse de modo sarcástico, mas não havia um pingo de humor na sua voz.
– Caramba, Jimin, isso é sério! Ele não pode te acusar sem provas.
– Pior que eu não pude me defender, pois também acusei ele de ter contribuído. – Namjoon ficou boquiaberto. – Eu quero descobrir quem pagou esse cara. Quero saber porque meus pais foram mortos. Não quero andar no escuro com medo de conversar com alguém na rua. Eu quero respostas, Namjoon.
– Todos nós queremos. – acrescentou. – Mas essa tarefa não é sua. Você não pode sair por aí acusando seu tio sem uma evidência em mãos. Jimin, ele pode usar isso contra você, principalmente se a conversa de vocês for gravada. Dongyul é sujo, ele pode estar tentando arrancar uma falha sua para usar a favor dele. Desse jeito não será nem necessário uma briga na justiça para ver quem deve assumir essa empresa.
– Meu pai fez um testamento passando a empresa para as minhas mãos.
– Essa era a ideia do Chung-ho, mas ele não conseguiu terminar antes. Você provavelmente sabe o motivo.
Porque ele morreu, pensou Jimin, engolindo. Isso o deixava com a cabeça pesada.
– Eu estou exausto de tanto pensar nisso. – Jimin assumiu.
– Tire o dia para descansar. Deixe que eu cuido dos negócios por aqui.
Jimin o encarou, sem realmente considerar aquilo. Ele não queria ficar tanto tempo ausente, pois seu tio poderia usar esse motivo a seu favor para alegar que Jimin não estava se dedicando a empresa como deveria. Mas, por outro lado, sua cabeça estava cheia de tanto pensar nos negócios.
– Consegue segurar as pontas por aqui? – Jimin perguntou depois de tanto matutar se deveria concordar com sua sugestão.
– Quando foi que eu falhei nisso?
Jimin sorriu para sua resposta. Ao invés de se levantar para sair como Namjoon presumiu que ele faria, ele ficou quieto por um momento, como se estivesse cogitando lhe perguntar algo.
– Namjoon – o chamou. – Você já ouviu falar de um evento chamado El Serpiente?
Seu amigo enrugou a testa em confusão. Uma parte sua lhe disse que Namjoon não fazia ideia do que aquilo significava, outra parte confirmou que ele estava incerto sobre a pergunta de Jimin.
– Eu deveria saber o que isso significa? – Jimin suspirou, agora ciente de uma resposta.
– Não, mas eu pensei que talvez você soubesse.
– Bem, um nome em espanhol não me parece muito familiar. – ele disse. – Você esteve nesse evento?
Jimin exalou de forma silenciosa antes de balançar a cabeça para os lados.
– Não. – Namjoon lhe deu um olhar afiado. – Eu acabei sabendo por acidente, então fiquei curioso. Acho que se trata de um clube de motoqueiros.
– Por que está interessado nisso? – seu tom de voz não era exigente. – Digo, você nunca se interessou por eventos desse tipo.
Parando para pensar, nem mesmo Jimin sabia o porquê de estar tão interessado naquele evento. Ele não soube dizer se era por causa da cerimônia em si ou por quem o convidou. Jimin não o conhecia muito bem, mas algo nele, por mais anônimo que fosse, o chamou atenção.
– Esqueça o que eu disse. – disse Jimin de repente, recolhendo sua bolsa do espaldar da cadeira. – Eu vou para casa. Me ligue se precisar de alguma coisa.
– Está acontecendo alguma coisa com você? – Namjoon perguntou assim que ele deu a volta na mesa. – Por que me perguntou sobre esse tal evento de motoqueiros?
– Não é nada demais. Relaxa. – seu conselho caiu em orelhas surdas. – Eu apenas fiquei curioso. Não tem que se preocupar com isso.
Jimin o abraçou rapidamente e deu as costas para ele, depois andou para longe sem mesmo esperar por sua resposta. Namjoon ainda estava imóvel no mesmo lugar quando ele bateu a porta, cismado com aquela estranha pergunta. Por que Jimin estava tão interessado em saber sobre um clube de motoqueiros? Ele pensou, confuso.
Seu amigo tinha um gosto peculiar, mas nada comparado a frequentar uma associação de motoqueiros. O que quer que tenha deixado Jimin curioso, Namjoon tinha o pressentimento de que a coisa toda era um erro.
▸▸◂◂
– Você acha que ele vai aparecer? – perguntou Taehyung da cozinha.
Jungkook estava terminando de amarrar o cabelo quando seu irmão brotou na sala, segurando o que parecia ser um pedaço de bolo. Seus olhos tinham ficado mais observadores do que nunca. Após aquela pergunta, seu sorriso se contorceu para um único lado.
– Se ele for um idiota, certamente sim.
– E você?
– O que tem eu?
– Também quer que ele apareça por lá?
Seu irmão o encarou de forma carrancuda, como se a resposta fosse óbvia demais para aquela pergunta tão tosca.
– É claro que sim. Estou tentando me aproximar dele, ou se esqueceu disso?
Taehyung fez um gesto indiferente e então se jogou no sofá. Ele realmente não dava a mínima para as aventuras perigosas do irmão, contanto que ele continuasse ganhando muito dinheiro. Jungkook gostava do perigo e agora ele tinha as cartas certas na manga.
– Eu vou dar um palpite. – disse Taehyung enquanto mastigava a fatia de bolo. – Esse cara vai passar a perna em você.
Jungkook experimentou um instante de confusão, em seguida seu rosto havia ficado uma máscara, muito dificilmente Taehyung saberia dizer o que ele estava pensando sobre aquilo.
– Você acha mesmo que ele é idiota de acreditar em um cara que brotou na vida dele do nada, justo quando os pais foram mortos? – Taehyung prosseguiu. – E eu aposto meu cu que você não disse seu nome para ele.
– Você sabe que eu não posso dizer.
– É mesmo? Então desiste desse plano, cara. – Jungkook não disse nada, apenas suspendeu um lado da sobrancelha. – Se você continuar com esse joguinho de adivinhação, a coisa vai ficar feia. Ao invés de você jogar verde com ele, é ele quem vai jogar com você.
– Eu sei o que estou fazendo, Taehyung.
– Sabe mesmo? – ele sorriu em sua direção, mas seu irmão não retribuiu o gesto. – Ouça, se você quer tanto se aproximar desse burguês, precisa entrar na onda dele. Você não pode sair por aí tornando tudo um completo jogo de baralhos, pois a vida que ele tem é diferente da sua. Então, se está disposto a ganhar a confiança dele, precisa agir conforme ele gostaria que agisse.
– O que você sugere? – ele perguntou, sem realmente parecer interessado.
– Sei lá, diga seu nome de uma vez por todas. – Jungkook inclinou a cabeça para trás e riu suavemente, como se aquilo fosse uma piada. – Não me olhe assim, maninho. Se você continuar bancando o misterioso, esse cara vai desconfiar que você não é flor que se cheire.
– Eu tenho algo melhor em mente.
– Como bancar o super-herói? – um sorriso apareceu nos olhos de Jungkook. – Ele não vai comer essa história por muito tempo. Escute o que eu digo, uma hora ou outra ele vai sacar suas segundas intenções.
– Então eu devo me preservar para que isso não aconteça. – Taehyung bufou, desistindo. – Eu já te disse que tenho tudo dentro dos conformes. O que pretendo fazer é muito maior que isso.
Seus olhos negros estavam cheios de propósitos. Houve uma objeção fraca na expressão de Taehyung, um franzir de testa razoável, mas no final ele apenas levantou as mãos em rendição, concordando com aquilo.
– Tudo bem, não vou mais interferir. – disse Taehyung, limpando a boca com as costas da mão. – Você não tem que ir para o evento de boas-vindas?
– Vou. E você vem comigo.
Taehyung abriu um sorriso enorme, como se ele estivesse esperando pelo convite, e então saltou para fora do sofá. Jungkook levou um segundo para pegar a chave da moto e o capacete enquanto seu irmão recolhia o casaco do cabide. Muito ligeiramente, eles deslizaram juntos para fora da casa.
O vento frígido da noite se envolveu ao redor deles quando os dois andaram em direção a moto. Jungkook subiu na moto e então sinalizou para que Taehyung montasse na garupa. Após ele se ajustar como devia, seu irmão espremeu o acelerador e então o motor roncou em partida.
O local do evento não ficava muito longe, mas Jungkook considerou melhor usar a sua moto para reduzir a distância. Os carros passavam por eles como um borrão em movimento. Taehyung se sentiu pálido, mas não admitiu isso. O vento o retinha, permitindo que a umidade do ar grudasse em sua pele.
Minutos depois, uma música de rock se misturou com o barulho do subúrbio, tornando tudo um completo tumulto. Taehyung sentiu seu estômago ficar oco quando Jungkook fez uma parada abrupta, deixando uma faixa preta de pneu para trás. Havia um estacionamento para motos, quase que totalmente preenchido, atrás do campo aberto onde acontecia a festa. Jungkook estacionou bem no canto direito, embaixo de uma placa elétrica.
Um grupo de pessoas estava na fila, sendo checado para passar pela corda. Jungkook e Taehyung foram por uma espécie de labirinto com grafite salpicado nas paredes, uma vez que Jungkook era membro do torneio, portanto não era necessário se espremer na fila dos forasteiros, nome dado àquelas pessoas que não fazem parte do torneio.
– Seja bem-vindo, garanhão. – um dos seguranças, que também era amigo de Jungkook, disse quando o viu se aproximar.
– Não sabia que sua nova função era de segurança. Você fica bem nessa porcaria de uniforme. – brincou Jungkook, abrindo os braços para que ele deslizasse o aparelho de metal entre suas roupas.
– Você nunca perde esse humor. – o segurança, cujo nome era Mingyu, disse.
Ele fez um gesto para Jungkook e abriu espaço para que ele entrasse. Taehyung também foi revistado e logo liberado. Antes que Jungkook pudesse ir para dentro, Mingyu segurou seu pulso de forma imediata e disse:
– Eu trouxe aquilo que você me pediu. Te encontro às dez?
Apesar de ele ter sussurrado a pergunta, Taehyung conseguiu escutar cada palavra com precisão. Ele não conseguia exatamente afirmar o que aquilo significava, mas supôs que não fazia parte dos negócios secretos de Jungkook, uma vez que ele nunca havia comentado com ninguém.
Sem dizer nada, Jungkook apenas balançou a cabeça em um suave sim. Mingyu voltou para o seu serviço de segurança enquanto Jungkook e Taehyung caminhavam juntos para a sede da festa. Houve um silêncio inquietante antes que Taehyung dissesse algo.
– Do que ele estava falando?
– Ainda não é hora de você saber. – Taehyung demonstrou incerteza, mas não prolongou a conversa.
Uma banda de rock tocava acima de uma plataforma à distância, havia duas bolas gigantes de metal em extremidades opostas, cada uma continha três motos dentro rolando como se fossem um pião. Em campo aberto, eles instalaram tochas nas pontas de hastes para dar um brilho bruxuleante, algo que transmitisse ao ambiente um aspecto sombrio.
Muitas barracas de bebidas, comidas e jogos estavam espalhadas pelo lugar. Quem olhasse de longe, diria que aquilo se parecia com uma praça de circo, porém um circo de gângsters. Muitos turistas estavam visitando o lugar, parando para assistir ao show de rock e o espetáculo de motos.
Jungkook comprou duas bebidas, uma ele entregou para o seu irmão, que estava observando a movimentação em silêncio. Ele ficou recostado em um poste de luz enquanto sondava o terreno, mas, diferente de Taehyung, Jungkook estava procurando por uma pessoa específica.
– Eu acho que o seu garotinho-isca não vem. – comentou Taehyung, sorrindo para aquilo.
– Cale a boca.
Jungkook tomou um gole de sua cerveja, tentando parecer apático enquanto fazia isso. No entanto, por um breve momento, ele pensou nessa possibilidade. Talvez seu irmão estivesse certo, talvez ele precisasse agir como Jimin gostaria que ele agisse.
A grande questão era: como Jimin, um rapaz da alta sociedade, gostaria que alguém como ele agisse?
– Vou te contar uma coisa. – começou Taehyung, como se de repente ele tivesse achado um tópico de conversa. – Se lembra daquela garçonete bonitinha? Ela contou que me deu um fora porque estava na sua frente. Ela conseguiu o meu número com alguém e me ligou para perguntar se eu queria sair com ela.
– O que você disse?
– Eu disse não. – ele sorriu divertidamente. – Quem ela pensa que é para me dar um fora e depois me ligar? Eu tenho meu orgulho.
Jungkook revirou os olhos, sorrindo.
– O que deu em você para rejeitar o convite de uma garota, irmãozinho?
– Elas pisam na gente e depois querem remodelar. Assim não dá. – ele assumiu. – A partir de hoje vou transar só com os caras.
– É mesmo? – Jungkook disse, entretendo-se. – Por um acaso os caras não podem te rejeitar também?
Taehyung fez uma careta pensativa, como se realmente não tivesse cogitado aquilo. Seu irmão balançou a cabeça para os lados, seus dentes apareceram em um sorriso. Como se uma corrente o tivesse sugado para dentro de um túnel, Jungkook desmanchou o sorriso quando seus olhos pousaram em uma figura muito familiar.
Park Jimin.
Taehyung começou a falar em sua defesa, mas dessa vez Jungkook não prestou atenção em nenhuma palavra que saiu de sua boca. Uma faísca de entusiasmo disparou dentro dele, não por ver que Jimin realmente estava ali, mas por saber que seu plano estava andando sobre os trilhos.
Ele estava diferente de todas as vezes que o viu, suas vestimentas eram mais despojadas, porém refinadas, e seu cabelo estava arrumado em um topete sem muitas elevações. Aquilo significava dizer que Jimin tinha se dado o trabalho de se arrumar adequadamente para ir à festa de boas-vindas, o qual havia sido convidado por Jungkook.
– Segure isso. – Jungkook passou a sua garrafa de cerveja para Taehyung, que não entendeu nada de primeira.
Bastou Jungkook caminhar numa direção estranha para o seu irmão perceber que ele estava indo de encontro a Jimin. O rapaz estava observando o show de rock à distância, seus olhos um pouco inquietos pela singularidade do lugar. Ele ouviu o som de passos rastejando às suas costas, e então uma voz disse:
– Pensei que não te encontraria aqui.
Jimin se virou de frente para o dono daquela voz. Os feixes bruxuleantes das tochas resplandeceram o rosto dele numa fração. De algum modo, a ansiedade que Jimin estava sentindo por estar em um lugar completamente diferente de sua zona de conforto começou a perder o ritmo.
– Eu fiquei curioso para saber como era. – disse Jimin. – Você falou que eu poderia vir.
– Eu confesso que pensei que você não aceitaria o convite de um estranho.
– Eu também.
Jimin gostaria de dizer a ele que ficar sozinho em sua casa não estava sendo um ótimo remédio, por isso optou por visitar esse tal evento para, pelo menos, se distrair dos problemas. A grande questão é que ele não sabia até que ponto isso poderia ser um benefício.
– Gostaria de beber alguma coisa? É por minha conta. – Jungkook perguntou educadamente, ganhando os olhos sutis dele.
– Sim, obrigado.
Jungkook o guiou para perto de uma barraca próxima. Havia duas pessoas em sua frente, mas Jungkook cortou pela lateral para requisitar os pedidos. Antes disso, perguntou a Jimin o que ele gostaria de beber e então aguardou os pedidos.
Quando Jungkook retornou com duas garrafas em mãos, Jimin lhe agradeceu com um sorriso fraco.
– Por você ser um membro do torneio isso te dá o privilégio de cortar filas? – Jimin perguntou, sem parecer rude.
– Mais que isso. – ele disse. – Nós temos passe livre para muitas coisas.
Jimin não tinha certeza se gostaria de ouvir o que essas coisas significam, não que isso importasse. Ele se sentia ridículo por ao menos ligar para isso, o que não era de sua conta.
– Eu quero te pedir desculpas. – disse Jungkook para a surpresa dele. – Quando nos conhecemos, eu não disse meu nome. Talvez isso tenha soado rude para você.
Por um momento, Jimin não soube o que dizer, mas ele quis descobrir onde possivelmente ele estava tentando chegar.
– E você vai me dizer agora?
Jungkook sorriu, mas Jimin percebeu que um músculo na sua mandíbula havia dado um pulo. Se isso seria um erro ou não, Jungkook se arriscaria.
– Me chamo Jungkook. – ele disse, esticando sua mão em cumprimento. – Pode dizer, a ideia de me dar um nome foi ridícula.
– Eu diria estranha. – ele reformulou, agarrando sua mão em retorno. – É um prazer te conhecer, Jungkook. Seu nome é muito diferente do que imaginei.
Honestamente, Jimin não esperava que ele fosse dizer seu nome tão cedo. Ele tinha cara de quem gostava de competições, o tipo de pessoa que se beneficiava de partidas difíceis. De qualquer modo, saber o nome dele era um problema a menos.
– Então, como funciona esse lugar? – Jimin perguntou após um instante de silêncio.
– O que exatamente gostaria de saber?
Jimin pensou em algo rapidamente, olhando ao redor do campo para alcançar uma ideia. Um grupo de motoqueiros estava reunido mais adiante, eles possuíam estilos diversificados, mas todos tinham a mesma tatuagem.
– O que Serpiente quer dizer? – Jimin quis saber.
– É o signo do torneio. – ele disse, percebendo que Jimin ficou curioso com aquilo. – Diz a lenda que uma família muito nobre que morava na província de Chungcheong tinha um ninho de cobras em seu terreno. Um certo dia, um grupo de forasteiros ateou fogo nesse ninho e as cobras com seus filhotes foram queimadas vivas. A partir de então, esse grupo foi perseguido por elas e todos eles foram encontrados mortos com seus venenos.
– Qual é a moral da história?
– Nunca mexa com um Serpiente. – ele disse, sorrindo.
Jimin podia jurar que viu algo diferente nos olhos dele, algo que sugeria uma segunda intenção, mas essa observação logo foi embora.
– E as provas, como funcionam? – ele perguntou após tomar um gole de sua cerveja.
– Bem, as provas são feitas por pessoas anônimas. São partidas de risco, geralmente não saímos intactos.
– Isso explica as marcas no seu corpo?
Jungkook sorriu um tiquinho.
– Como eu disse, as partidas são de risco.
Ok, um suicida. Jimin imaginou. Ele não quis obter muitos detalhes desse torneio, a sua aversão por esportes perigosos lhe fazia sentir náuseas no estômago.
– O que acha de andarmos um pouco? Podemos conversar melhor. – Jungkook o convidou quando percebeu que ele estava muito atento no fluxo de pessoas.
Jimin esperou um pouco antes de responder. Mesmo que uma parte sua tivesse hesitado, ele acabou concordando com um fraco balançar de cabeça. A verdade era que Jimin estava curioso para saber mais sobre ele, mas não queria se mostrar desesperado atrás de informações.
– Posso te fazer uma pergunta? – Jimin falou enquanto fitava os seus pés esmagando a grama verde.
– Pergunte.
– Quem é você? – Jungkook engoliu duramente, mas por sorte Jimin não pescou sua reação, pois estava de cabeça baixa.
Ele poderia dizer um milhão de mentiras ou apenas se esquivar de o responder, mas se recuasse agora, Jimin saberia que ele guardava segredos sombrios.
– O que gostaria de saber sobre mim? – Jungkook retrucou.
– Não sei. – eles estavam passando entre um conjunto de barracas. – Você me salvou de um carro desgovernado, apareceu de repente no bairro onde pretendo morar e me convidou para vir aqui. Você costuma convidar estranhos para as suas festas?
Naquele momento, Jimin ergueu a cabeça em sua direção, encontrando aqueles olhos negros se afunilando entre as chamas das tochas. Jungkook não desviou o olhar dele um segundo sequer enquanto caminhavam.
– Você não é um estranho qualquer. – disse Jungkook, arrancando um rápido franzir do rosto dele. – Eu não planejei te salvar daquele carro, nem descobri que você estava se mudando de bairro. Você pode chamar isso de coincidência, mas eu prefiro chamar de destino.
– Espere um pouco, você me conhece? – Jimin parou de andar e na mesma hora Jungkook também parou. Ele estava com uma expressão confusa, talvez assustada. – O que você quer dizer com "não é um estranho qualquer"?
Por uma fração, Jungkook se manteve em silêncio. No momento seguinte, ele puxou uma coisa do bolso traseiro da calça, algo que Jimin não soube discernir no primeiro instante. Ele finalmente esticou em sua direção. Era um bilhete.
– Se lembra desse lugar? – Jungkook perguntou, apontando para o nome do clube descrito no convite. Ainda com as sobrancelhas apertadas, Jimin confirmou. – No dia 13 de agosto, você visitou esse lugar onde eu também estava. Você estava com dois amigos, mas eles foram embora mais cedo e você ficou.
– Isso não quer dizer nada.
– Você ficou bêbado e eu te levei para sua casa. – as sobrancelhas de Jimin foram arrastadas para cima. – Eu até escrevi uma carta para você e deixei em cima da cômoda juntamente com o bilhete do clube.
– Você chegou a entrar na minha casa?
– A sua governanta disse que eu poderia entrar. Você estava desacordado, ela não quis que seu pai te encontrasse daquele jeito. – ele contou. – Eu não te conhecia, mas também eu era o único cara que restou naquele clube. Então, tive duas opções: te deixar caído nas poças de bebidas ou te levar para casa.
Surpreso por aquela história, Jimin fuçou suas memórias atrás de alguma lembrança que pudesse comprovar aquele acontecimento. Ele não se recordava de Jungkook, mas se recordava de encontrar um papel rabiscado com lápis em cima de sua cômoda. Achou que não era nada demais, por isso o jogou no lixo, sem ao menos ler.
– Você poderia ter me contado isso quando nos encontramos pela primeira vez. – citou Jimin.
– Eu quis, mas antes eu precisava saber se você também se recordava de mim.
Talvez isso explicasse a sensação de familiaridade toda vez que Jimin estava perto de Jungkook. Isso não queria dizer que Jimin se recordava precisamente de seu rosto, mas alguma coisa nele, por mais ínfima que fosse, lhe parecia familiar.
O pulso de Jimin acelerou, não de nervoso, mas vergonha. Ele não conseguia se imaginar caído no chão de um clube, ou pior, nos braços de um cara desconhecido. Sua sorte, se é que ele poderia descrever a circunstância dessa forma, era que Jungkook estava por perto. Se não fosse ele, certamente a situação teria sido outra.
Se não bastasse isso, Jimin começou a imaginar o pior, como ser assaltado, fotografado, espancado e até mesmo estuprado. Dongyul não estava enganado quando disse que ele era alguém leviano, um irresponsável prestes a assumir um cargo de poder.
– Me desculpe. – Jimin se lamentou. – Eu não queria ter causado nenhum problema. Juro para você que não sou esse tipo de pessoa.
– Está me pedindo desculpas por ser humano? – Jungkook sacudiu sua cabeça para os lados. – Ninguém consegue ser perfeito o tempo todo, Park. As pessoas cometem erros, elas se arrependem, voltam a cometer de novo, é um ciclo vicioso.
– Por que eu sinto que você está falando de si mesmo?
Jungkook sorriu, como se ele tivesse acertado na mosca.
– Olhe para as minhas tatuagens. – Jimin olhou rapidamente para os desenhos impressos na pele dele. – Elas dizem muito sobre mim. As pessoas me olham e acham que sabem exatamente o que sou. Esquisito, diabólico, vadio, crápula. Você concorda com elas?
Jimin engoliu. Ele não concordava com aqueles adjetivos, mas também não podia jurar que Jungkook não possuía nenhuma daquelas características, afinal ele não o conhecia.
– Eu não te conheço tão bem para dizer o que você é. – respondeu Jimin, depois de pensar nas palavras corretas.
– Que tal pularmos essa parte? – ele acrescentou de forma curta. – Eu quero te conhecer melhor.
– O quê?
Jimin tentou, mas falhou, em controlar a surpresa.
– Talvez um jantar? Ou você prefere algo mais agitado?
– Eu não sei se isso é uma boa ideia.
– O que poderia ser ruim?
– Eu estou no meio de uma... – ele se interrompeu ligeiramente, antes que pudesse dizer mais do que devia. Em seguida, suspirou. – Vou pensar sobre isso.
Uma olhada para o rosto de Jungkook disse a Jimin que ele havia ficado animado com a sua resposta. Ele o observou pegar uma caneta do bolso um segundo antes de pedir permissão para segurar sua mão. Jimin esticou a palma para ele, que riscou uma sequência de números na parte inferior de sua pele.
– Esse é o meu número, caso queira me ligar. – informou Jungkook.
Jimin o encarou pela lateral. Havia ficado surpreso pela história que ele contou, mas agora ele não se sentia tão desconfiado como a princípio. Claro que as coisas não estavam às claras ainda, mas não podia cobrar tanta informação de alguém que acabou de conhecer. Eles ainda estavam no primeiro estágio de interação, não era correto exigir tanto de alguém em tão pouco tempo.
De repente, Jimin se flagrou olhando para um cara com tatuagem de dragão no peito. Ele estava ao lado de uma garota ruiva, ambos não paravam de olhar na sua direção. Por um momento, ele pensou que sua presença não estava agradando certos olhos, talvez pelo fato de seu nome estar nas manchetes, mas quando observou bem, percebeu que na verdade eles estavam olhando para Jungkook.
– Quem é aquele cara? – perguntou Jimin.
Jungkook olhou na mesma direção que ele e então revirou os olhos quando percebeu quem era. Seus olhos adquiriram um brilho gelado.
– Min Yoongi. Ele não gosta muito de mim.
– Por quê?
– Somos competidores do torneio. Digamos que ele é o tipo de pessoa que não sabe perder.
Jimin sentiu sua curiosidade se reacender. Algo lhe disse que não era apenas aquilo que estava fazendo aquele tal de Yoongi beijar a garota enquanto enfrentava Jungkook nos olhos. A situação toda pareceu fazer sentido quando Jimin obteve uma conclusão imediata.
– Você e aquela garota foram namorados?
Jungkook sorriu para a sua pergunta, mas uma inesperada fagulha de surpresa havia surgido dentro dele, principalmente pela rápida observação que Jimin obteve.
– Nós tivemos um caso, mas não durou muito. – ele contou. – Hoje eles são namorados. Yoongi acredita que ficar se agarrando com a Soojin vai me despertar ciúme.
– E desperta?
– Não. – ele pareceu sincero. – Nada além de tédio.
Jimin riu um tiquinho. Ele realmente não tinha muito o que falar sobre relacionamentos. O seu último romance foi a quatro anos, seu último beijo a três semanas e sua última transa a um mês. No momento, ele tinha novas preocupações a se importar.
Olhando bem para Jungkook, Jimin supôs que ele não era o tipo de pessoa que gostava de relacionamentos sérios, no máximo um relacionamento aberto. No entanto, aquilo não era um problema, pois Jimin também não se interessava por coisas duradouras.
Ele gostava de coisas breves, porém marcantes.
– Minha cerveja acabou. A sua ainda tem? – Jungkook perguntou para ele.
Jimin olhou para a garrafa e percebeu que não havia bebido quase nada. Com um balançar de cabeça, ele fez que sim para Jungkook.
– Vou buscar outra para mim. Pode me esperar por um minuto?
– Claro.
Com isso, Jungkook se virou para longe e caminhou na direção da barraca mais próxima. Parado no mesmo lugar, Jimin o observou à distância, percebendo que ele era alto, musculoso, seu corpo tinha boas proporções, como o de um atleta, e a mulherada parecia suspirar toda vez que ele passava.
Nesse meio tempo em que esteve na festa, Jimin não se sentiu amedrontado, nem em pânico por se lembrar do homicídio. Melhor dizendo, ele tinha se esquecido que estava sob custódia protetora, que seu tio maluco estava tentando derrubá-lo e que dias atrás sua vida havia sido drasticamente mudada.
Quem o olhasse de longe, definitivamente não acharia que ele havia perdido seus pais em um homicídio planejado. De qualquer modo, Jimin quis aproveitar a noite.
Apenas aquela noite.
▸▸◂◂
Oi meus amores, perdão pela demora, eu realmente tava sem tempo de escrever esses dias.
Mas enfim, espero que tenham curtido o capítulo. Estou planejando escrever até o capítulo 20, mas ainda é incerto.
O que dizer sobre a história que o jungkook contou? Será que ela é verdadeira? Será que ele aumentou algumas partes? Será que essa situação foi provocada pelo Jungkook ou aconteceu acidentalmente? Veremos.
É isso, tenham uma boa noite, se cuidem direitinho e vejo vocês na próxima! <3
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top