Capítulo 04 - Mordidas letais
O sol brilhava intensamente e as nuvens que pairavam ao redor dele, não eram suficientes para impedir que os raios tocassem as ruas banhadas pelo sangue. Naquela manhã não ouve um ruído sequer, nem mesmo os pássaros ousaram cantar.
── O sol não dá trégua. ── Alexia resmungou fuzilando a janela.
── Porque não senta? ── Edward perguntou sorridente. ── Está com tanta presa...
── É claro que estou com pressa. ── bufou. ── Não percebes que estamos encurralados? ── perguntou. ── Eu não quero morrer. ── sorriu.
── Tu não vais morrer. ── rebateu. ── Não percebes? ── perguntou chistoso.
── Não percebo o que? ── indagou.
── És a única que podes sobreviver. ── falou sorrindo. ── Podes ir quando quiseres. ── piscou. ── Tu tens o anel ── falou fuzilando o anel negro nos dedos finos de Alexia.
── Jamais deixaria você aqui. ── revirou os olhos.
── Tu disseste que eu morreria... ── falou lembrando-a.
── Não deixareis que morra. ── proferiu.
── Não tenho expectativas. ── sorriu. ── Já sou um homem morto.
Alexia sorriu enquanto revirava os olhos, em seguida ela fuzilou a garrafa vazia que estava sobre a pequena mesa de madeira.
── Estas com sede? ── Edward perguntou.
── Não. ── bufou.
── Então porque a fixação pela mesa? ── perguntou.
── Cale-se. ── pediu.
── E ainda diz que eu sou um perigo.
── Tu és. ── rebateu.
── Tens muita cede, como eu. ── provocou.
── Temos nossas diferenças. ── murmurou.
── E quais seriam? ── perguntou chistoso.
── Eu tenho controle. ── falou vitoriosa. ── E quanto a você? ── hesitou. ── Não tens nada.
Edward sorriu e meneou a cabeça sorrindo.
Alguns minutos se passaram e não havia indícios de que o sol daria uma trégua. Alexia continuava de vigia na janela, enquanto Edward perambulava pela sala.
── Esse lugar me enoja. ── murmurou.
── Porque? ── Lexia perguntou fitando-o.
Edward não respondeu, nem se quer olhou para Lexia, seus pensamentos estavam longes demais, mas precisamente em Frantieska.
── Então... ── Lexia hesitou. ── Ela foi sua ruína? ── falou sorrindo.
── O que? ── Edward perguntou despertando.
── Frantieska?
Edward arregalou os olhos e partiu para cima de Lexia.
── Como sabe sobre ela? ── perguntou alterado enquanto agarrava o pescoço de Lexia.
── Apenas sei. ── respondeu sorrindo. ── Não tenho nada a ver com aquele cretino do Hornigold. ── falou.
Edward se afastou incrédulo, perguntando-se como ela sabia daquelas coisas.
── Como? ── tentou processar a pergunta.
── Eu não costumo contar isso... ── hesitou. ── Eu posso entrar na sua cabeça... ── começou.
── E quanto a minha privacidade? ── perguntou.
── Tu se importas? ── perguntou chistosa.
── CLARO QUE ME IMPORTO. ── murmurou.
── Eu sou um detector de mentiras. ── falou interrompendo-o.
── Que ótimo. ── revirou os olhos. ── Como se já não bastasse eu ser um péssimo mentiroso. ── sorriu.
── Tu és complexo. ── falou.
── Complexo como? ── perguntou.
── Árduo. ── sussurrou. ── Preciso me esforçar para desvendar você. ── sorriu.
── Espero que minha cabeça te deixe maluca. ── proferiu chistoso.
── Que gentil. ── sorriu.
── Fico contente por me avisar que não posso jamais mentir para você. ── revirou os olhos sentando-se na poltrona.
── É o meu álibi. ── piscou.
── Esteve me examinando esse tempo todo? ── perguntou fuzilando-a.
── Certamente. ── corroborou.
── Não és injusta?
── NÃO. ── rebateu cortando-o. ── A imortalidade também deve ser merecida. ── falou.
── Não imaginei o quão rigoroso....
── Não chegastes a pior parte. ── falou cortando-o novamente.
── Pior do que você lendo a minha mente? ── perguntou chistoso. ── Acredito que seria melhor se eu tivesse morto. ── sorriu.
── A minha palavra não basta. ── avisou. ── Ela não é nada perto da do meu mestre.
── Mestre? ── repetiu.
── O líder do nosso clã. ── falou. ── É futuramente, seu mestre. ── sorriu.
── Ah, que ótimo. ── resmungou.
── Ele ficara contente ao vê-lo.
── Contente ao me ver? ── murmurou desconfiado.
── Matastes o lupi. ── lembrou-o. ── Meu mestre sonhava com este dia. ── sorriu. ── Você deu sorte.
── Tu disseste que eu não devia tê-lo matado. ── lembrou-a.
── E não devia. ── sorriu. ── Porque eu sabia as consequências. ── bufou. ── Não queria que elas recaíssem sobre você. ── confessou. ── Vivemos em guerra a mais de mil anos. ── começou. ── É agora que Alex foi morto. ── hesitou. ── Morto por um vampiro. ── suspirou pesadamente. ── Temo pelo nosso futuro. ── corroborou.
── Seu mestre não devias procurar um meio ao qual chegássemos a paz? ── perguntou confuso.
── Sim, devias. ── concordou.
── Então, porque insistes nessa...
── Ele está cego pela raiva. ── metralhou cortando-o. ── Depois que ele perdeu a esposa, tudo mudou. ── suspirou. ── Angelik. ── sussurrou. ── Ele a amava...mais que tudo nesse mundo.
── O que aconteceu? ── perguntou.
── Angelik era uma "Lupi". ── falou. ── Um amor proibido. ── sorriu. ── Vampiros não podem se relacionar com outras espécies, nem mesmo com os humanos.
── Porque? ── Edward perguntou confuso, enquanto se lembrava de Frantieska, eles não poderiam ficar juntos de qualquer forma, ela estava morta.
── O clã teme por novas espécies. ── revirou os olhos. ── Híbridos. ── murmurou. ── Criaturas extraordinariamente fortes, que não se ferem a luz solar.
── O que acontece? ── tentou perguntar.
── São punidos com a morte.
── E quanto ao seu mestre? ── perguntou.
── Nosso. ── o corrigiu. ── A punição normalmente e para ambas as partes. ── falou. ── Desta vez, foi diferente. ── falou. ── O homem que punia era o "pecador".
── O que aconteceu com Angelik? ── perguntou.
── Chade a matou. ── falou. ── É agora você matou Alex. ── sorriu. ── Vingastes a morte de Angelik para o mestre.
── Temo pelo meu fim. ── sussurrou chistoso.
── Não lhe restará muito tempo. ── sorriu. ── Não tenho certeza se sobrevivera ao clã. ── falou.
── E quanto ao fato deu ter matado Alex.
── Esse é seu álibi, mas temo que não seja o suficiente. ── falou. ── Em todo caso, se sobreviver...terás que enfrentar um bando de lobos em busca de vingança.
── Cachorro de um lado, sanguessuga de outro. ── falou chistoso.
── Como pode se divertir com tamanha desgraça? ── perguntou.
── A desgraça é minha, não devias rir? ── perguntou.
── Muito engraçado. ── sorriu sentando-se na janela.
── Raios! ── praguejou pulando de volta.
── O que foi? ── Kenway perguntou se levantando.
── Estamos ferrados. ── falou se afastando da janela.
Kenway se aproximou da janela e os raios solares beijaram sua face com tamanha indelicadeza, contudo, ele não recuou. Um bando de lobos se aproximavam da casa, os pelos esvoaçantes devido as lufadas de vento, os olhos amarelos, brilhantes como nunca, a baba espessa escorrendo entre seus dentes enquanto eles rosnavam. As patas molhadas pelo sangue das ruas.
── Estão muito zangados. ── Lexia sussurrou.
── JURA? ── Edward perguntou chistoso enquanto se afastava do sol.
── Sabem que estamos encurralados.
Um estrondo estridente soou, vinha do andar de baixo.
── Estão vindos. ── Lexia sussurrou olhando fixo para a porta.
Kenway puxou as cortinas das janelas, fechando-as, em seguida se pôs ao lado de Lexia pronto para a batalha.
O barulho de garras contra a porta irritou os ouvidos de Kenway, ele meneou a cabeça irritado com aquilo.
── Se controle. ── Lexia pediu. ── Não deixe eles te irritarem. ── avisou. ── É isso que eles querem. ── falou. ── Sabem que és um recém-criado. ── continuou.
Embora Lexia não tivesse pronunciado uma sequer palavra, sua voz era alta e clara dentro da cabeça de Kenway. Após alguns segundos, o som infernal finalmente sessou. Dois lobos adentraram na sala, rosnando alto. Os dois pares de olhos amarelos fuzilavam Edward.
Os dois atacaram simultaneamente, nenhum deles se importava com Lexia, sua missão era matar Kenway, ou somente morde-lo. Lexia empurrou um deles para longe de Kenway, enquanto o outro ainda tentava abocanhar qualquer lugar de Edward.
Ele tentou manter os enormes dentes da criatura longe dele, como fizera com Alex na floresta, agora que ele sabia do que uma mordida era capaz de fazer, faria de tudo para não ser mordido.
O lobo rosnou enquanto tentava abocanhar a face de Kenway. Edward tentou tirar uma das mãos para mata-lo, mas falhou, naquela situação ele não poderia fazer o mesmo que fez com Alex, então ele empurrou o lobo com força, fazendo-o voar pela sala, o lobo bateu contra a parede e caiu no chão.
Kenway virou-se para fitar Lexia, ela se encontrava na mesma situação em que ele estava a poucos minutos atrás. O lobo que estava sobre Lexia avistou Kenway ali de pé bem na sua frente, e partiu para cima dele. Edward agarrou o pescoço do lobo no ar e com um só golpe arrancou o coração do animal. O corpo inerte da criatura chocou-se contra o piso de madeira e a figura do animal se desfez dando lugar a de um homem. Kenway soltou o pedaço gelatinoso no chão e se aproximou cautelosamente de Lexia.
── Você está bem? ── perguntou ajudando-a.
── Estou é você? ── perguntou fuzilando-o minuciosamente.
── Não fui mordido. ── avisou.
── Que bom. ── suspirou aliviada.
Edward sorriu enquanto se aproximava da parede coberta pelas vidraças.
── Acho que não chegou a minha hora. ── falou chistoso.
Um terceiro lobo surgiu saltando na direção de Edward. Lexia previu o que estava prestes a acontecer e saltou empurrando Kenway para longe, o lobo que estava no ar, caiu sobre Lexia, e ambos atravessaram o vitral, cacos voaram para todos os lados, e o barulho estridente da vidraça se quebrando soou por toda parte.
Kenway se levantou e fuzilou o buraco na parede ao seu lado, ela tinha o salvado de uma morte dolorosa la embaixo, os raios solares destruíram sua pele, transformando-o em pó.
O lobo que Edward jogara na parede se levantou e saltou sobre as costas de Kenway, mordendo-o por cima da clavícula. Edward conteve o grito que ameaçava surgir de sua garganta e puxou o lobo, jogando-o para fora.
Kenway afastou a blusa, examinando o local da mordida, aquilo estava feio, muito feio, em seguida sorriu, aquele era mesmo o seu dia. O sangue escorria por seu peito gélido, e um ardor percorria por todo o seu corpo. Edward fuzilou detalhadamente o local a procura de algo que pudesse esconde-lo do sol, e principalmente que pudesse esconder a mordida, contudo sua busca foi interrompida quando um grito de Lexia soou.
Sem pensar duas vezes, Kenway saltou para fora, pousando de forma elegante no chão, os raios beijaram sua face mais uma vez, deixando-a repleta de bolhas. Ele avistou Lexia lutando contra dois lobos, mais precisamente tentando impedir que os dentes de ambos tocassem sua pele. Kenway rosnou irritado e correu, retirou um dos lobos de cima de Lexia, ele esmagou o meio do lobo quebrando todos os ossos da costela do animal.
O segundo lobo saltou sobre Edward, mordendo-o no braço. Edward urrou de dor e fúria, agarrou a boca do animal e afastou os dentes dele para longe de seu braço, em seguida agarrou ambas as partes de suas mandíbulas rasgando o animal em dois, o sangue do lobo espirrou na face de Kenway. Ele soltou as partes no chão e gritou fuzilando o sol, se ele não matasse as mordidas o matariam.
Lexia saltou sobre Kenway empurrando-o o mais rápido possível para a sombra. Já caído no chão Kenway sorriu fuzilando Lexia, ela se sacrificou por ele e ele não podia deixa-la morrer.
── Porque fez isso? ── perguntou com a voz falha.
Lexia apalpou a área mordida pelo animal com os olhos cheios de lágrimas, as linhas rubras escorriam por sua face alva. Aquelas lágrimas demonstravam o quão Lexia se importava com ele.
── Eu já morri uma vez. ── lembrou-a. ── Não me importo de morrer outra vez. ── respondeu chistoso.
Olá meus vampiros, espero que tenham gostado desse capítulo tanto quanto eu. Juro que chorei com essa cena, meu coração chega a falhar kkkkkkkkkkk
Estou completamente apaixonada por essa historia, e eu gostaria muito que vocês meus queridos dessem a opinião de vocês.
Comentem aqui, eu não mordo. 💬💬
E não se esqueçam de clicar na estrelinha para deixar meu coração feliz. ⭐🌠🌟
O que vocês acharam dos personagens? Cara eu amo a personalidade da Lexia, sério kkk ela é muito doida.
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