Surprise?
—Tudo bem, Elena foi para a casa do lago. O que isso tem demais? —Damon tomou um pouco de seu whiskey enquanto encarava Caroline e Bonnie.
Caroline revirou os olhos, e quando estava prestes a xingar Damon de insensível, Bonnie começou a falar.
—O problema é que ela não contou para a gente que ia, e nem chamou ninguém para ir junto, e ela odeia ir para aquela casa sozinha. Nós estamos meio... preocupadas.
Stefan levantou do sofá, e cruzou os braços.
—Ela está se comportando meio estranho esses dias, mas talvez seja apenas saudades dos pais, vocês sabem como ela fica quando lembra do acidente na ponte. E... como vocês descobriram que ela está na casa do lago se ela não contou?
—Essa eu explico. —Caroline levantou a mão, efusiva como sempre. —Nós fomos até a casa da Elena, vocês sabem, chamá-la para um dia só de garotas. Mas ela meio que... não estava. O Jeremy disse que não lembrava dela ter saído e ficamos preocupadas. Não seria a primeira vez que ela é sequestrada, e Bonnie correu para fazer um feitiço localizador, e descobrimos que ela está na casa do lago.
—Eu sinceramente acho que vocês estão exagerando. —Damon deu um sorriso irônico para Caroline. —Como vocês disseram não é a primeira vez que a Elena some, e ela sempre volta viva, então que tal vocês se sentarem e tomarem um pouco de Whiskey conosco?
—Isso não é brincadeira, Damon. Nós não estaríamos aqui se fosse, pare de agir como um babaca!
Stefan cruzou os braços e deu alguns passos para frente, cansado da discussão inútil.
—Vamos fazer assim, nós vamos para a casa do lago e se quando chegarmos não escutarmos nem virmos nada suspeito, todos vamos voltar sem dizer uma palavra. Se Elena tiver se isolado por algum tempo, não acho que deveríamos importuná-la.
Todos concordaram, e em meia-hora estavam na estrada.
Algumas horas antes
—As malas estão prontas? —Katherine perguntou, colocando seus óculos escuros enquanto entrava na casa dos Gilbert.
—Prontinhas, senhorita Pierce. —Elena fez uma reverência, mas logo sentiu os braços de Katherine em volta de si e seus lábios nos dela.
As duas se separaram com um sorriso, e logo Elena subiu para buscar as malas. Ainda era começo de manhã, o que significava que Jeremy estaria no último sono, e não haveriam riscos de que ele descobrisse as duas. Ela tinha cogitado deixar um bilhete, mas sabia que ele provavelmente deixaria cair e não o leria. Elena estava firmemente contando que Bonnie e Caroline tivessem seus próprios planos para o final de semana e não pensassem em procurá-la, e já que ela não estava com o Stefan fazia algum tempo, Elena tinha certeza que os Salvatore não a procurariam. Tudo seria perfeito.
Quando as duas já estavam no carro, Elena ligou o som do carro numa rádio qualquer e Katherine sacudiu a cabeça negativamente mas não disse nada. No fundo ela achava fofo quando Elena começava à acompanhar as músicas com suas danças descompassadas, mas ela nunca deixaria sua namorada saber.
Depois de mais ou menos uma hora, e um repertório de pop completo, as duas chegaram na casa.
—O que quer fazer primeiro? Pular no lago, ou preparar algo para comer? —Elena perguntou enquanto saía do carro.
—Acho que está cedo demais para ambos, que tal apenas deitar um pouco? Não dormi nada essa noite.
Katherine fez uma expressão engraçada, e Elena deu a volta no carro rindo, em seguida abraçando a vampira.
—Dormir de conchinha? Melhor ainda.
E foi assim que as duas passaram uma boa parte da manhã, dormindo. Mas eventualmente ambas acordaram famintas, e se dirigiram direto para a cozinha.
—Espero que tenha trazido sangue, porque eu pretendo manter minhas veias intocadas nesse fim de semana. —Elena deu batidinhas no ombro de Katherine e piscou.
—Eu já deixei as bolsas na geladeira logo que chegamos, mas acho que não é o meu problema que temos que resolver primeiro.
A vampira abriu a geladeira e deu uma rápida olhada, tirando alguns potes de lá e colocando na bancada. Bancada essa na qual Elena estava sentada também.
—O que você acha de bacon com ovos? Não tem muito mais do que isso aqui.
—Eu trouxe pão também. Acho que para um café da manhã não está nada mal, certo?
—Eu não sei, eu só tomo sangue, lembra? —As duas riram, e Elena puxou Katherine para seus braços, beijando o canto de sua boca carinhosamente. —Nós não vamos comer nada se você continuar por esse caminho... —Katherine murmurou antes de aprofundar o beijo.
—Foda-se o café da manhã.
Enquanto isso...
Não faltava muito para que os amigos de Elena chegassem à casa do lago e o silêncio dentro do carro era gritante. A verdade era que não havia muito à se dizer; Damon ainda fingia que estava indo contra sua vontade, Bonnie e Caroline se remoíam pensando nas coisas que poderiam estar acontecendo, mas em silêncio, já que elas não queriam que ninguém se alarmasse antes da hora, enquanto Stefan era o único que parecia estar com um semblante mais calmo e despreocupado, pelo menos considerando a carranca dos demais. Ele tinha certeza que nada demais estava acontecendo, mas em todo caso se manteve alerta, e assim que eles chegaram perto o suficiente da casa, o carro foi desligado e os três vampiros se concentraram em escutar qualquer coisa fora do normal.
E não demorou muito para que escutassem.
Um gemido delicado de Elena e um "Ah... Katherine" foi o que eles precisavam para entrar na casa em velocidade vampírica esperando encontrar a doce Elena sendo cruelmente torturada pela vampira vadia e psicótica.
Mas nada os havia preparado para a cena que se desenrolava na cozinha, nenhuma das ideias que tinham voado pela mente de cada um deles poderia sequer chegar perto do que de verdade encontraram: Elena, sentada na bancada da cozinha com suas pernas ao redor da cintura de Katherine, recebendo beijos da vampira em seu pescoço. Uma passando as mãos pelo corpo da outra, e ambas luziam um sorriso no rosto, isso é claro, até perceberem que tinham platéia.
—Mas que porra está acontecendo aqui? —Damon grunhiu, quase partindo para cima das duas mas sendo segurado por Stefan e Caroline.
Elena desceu da bancada rapidamente, sendo puxada por Katherine e mantida atrás dela, enquanto sua mente corria rápido demais para gravar qualquer coisa. Caroline e Stefan estavam ao lado de Damon, que se mostrava mais nervoso do que o normal, e Bonnie parecia decepcionada, mas não surpresa, o que era estranho considerando que todos ali compartilhavam o mesmo ar de espanto.
—Eu... nós... —Isso é hora de gaguejar, Elena?!, a humana mentalmente se perguntou, tentando achar qualquer palavra que pudesse explicar exatamente o que estava acontecendo ali, mesmo que a cena já tivesse dito o suficiente.
—Vocês o quê, Elena?! Estavam fodendo?! Isso nós já vimos!
—Damon, dá para ficar calmo? Você não está ajudando! —Essa foi a vez de Caroline dizer algo, saindo de seu estado de choque.
—Eu sabia... eu... sabia! —Bonnie balbuciou com seu olhar passando de Katherine para Elena incessantemente, fazendo todas as atenções se voltarem para ela. —Eu já tinha visto vocês juntas, eu só... não queria acreditar. Eu pensei... que você iria me contar se algo estivesse acontecendo!
—Bonnie, eu juro que não foi por mal, eu só... tinha medo das reações que vocês todos poderiam ter. Não parecia tão simples contar que... —A voz de Elena quebrou, e ela deixou algumas lágrimas caírem.
—Vocês querem saber de uma coisa? —Katherine interrompeu Elena, dando um passo a frente. —Nós não devemos explicações à nenhum de vocês, muito menos aos possessivos irmãos Salvatore. Não ajam como se fôssemos propriedade de algum de vocês, e também não gritem com a minha namorada. Eu não me importo nem um pouco com vocês, e o próximo que levantar a voz para Elena vai ter os olhos arrancados, entendido?
Novamente um silêncio descomunal se instalou na cozinha, e Katherine não deixou de encará-los com raiva enquanto voltava para perto de Elena, envolvendo-a num abraço apertado, deixando que a humana escondesse o rosto em seu pescoço. Bastou alguns soluços de Elena para que todos despertassem do estado de comoção e cólera, e notassem quão errados estavam. Tudo bem, Elena estava se envolvendo com uma vampira traidora e assassina que poderia muito bem ser sua irmã gêmea - com 500 anos de diferença, e tinha escondido isso de todos, mas ela continuava sendo a melhor amiga de Bonnie e Caroline, e a mesma Elena que os Salvatore tinham conhecido nos primeiros dias de aula. Nada tinha mudado. Exceto que agora o seu doce aroma estava impregnado com o perfume de Katherine, e agora quem estava se comportando mal eram eles, não a duplicata mais velha. Eles tinham feito ela chorar, e cada soluço era como uma facada em seus corações.
—Você tem razão, Katherine. —Stefan, que tinha se mantido calado até aquele momento, começou. —Nós não temos nada a ver com isso, mas ainda assim nós continuamos sendo amigos de Elena e queremos o melhor para ela, e se você é esse melhor, não vamos impedir nada aqui. Mas se isso for qualquer tipo de plano e você estiver só usando ela, aí você terá problemas. Então, se vocês quiserem explicar realmente o que está acontecendo aqui, nós vamos escutar, tudo bem, Elena? Ainda somos seus amigos, uns amigos meio babacas agora, mas ainda estamos do seu lado.
Ouvindo as palavras calmas de Stefan, Elena se separou de Katherine com um sorriso de canto de boca, encarando os rostos de seus amigos de frente.
—Não há muito a se explicar, Stef. Eu amo essa mulher e ela me ama também, nós estamos felizes e é só o que precisam saber.
—Realmente eu só precisava disso, eu dispensaria a imagem de Katherine te beijando. Sabe por quanto tempo eu vou ficar vendo isso todas as vezes que eu fechar os olhos? —Caroline gracejou, fazendo com que os demais rissem e o clima pesado se dissipasse.
Com isso, Katherine abraçou Elena por trás, com um sorriso que poderia iluminar todas as estrelas do céu, um sorriso que nunca nenhum deles - com exceção de Elena - tinha visto. Foi quando se deram conta de que não precisavam mais de palavras, aquilo já era prova suficiente que na frente deles haviam duas mulheres apaixonadas. Sendo iguais ou não, não existiam dúvidas de que elas estavam indubitavelmente e profundamente apaixonadas.
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