XXXVII

KIM

Nosso quarto estava intacto fui até o closet e vi que as roupas que Rin comprou para mim estavam dobradas, as vezes esqueço o quanto é útil o fato dos empregados desse prédio serem rápidos e discretos.

Alisei minha barriga antes de me espreguiçar, eu estou bem cansada, creio que seja o bebê, eu dormi bem, mas sinto que preciso descansar mais.

A porta do quarto foi aberta e fechada com forçar, creio que seja para deixar claro que ele está aqui. Continuei fingindo que nada tinha acontecido até sentir o corpo dele próximo ao meu respirando intensamente e tocando minha cintura, meu corpo foi puxado para ele que me abraçou intensamente antes de roçar a boca na ponta da minha orelha direita.   

— Eu quero que você queime tudo o que ele tocou. — Me virei confusa e Sanzu me encarou subindo mais um pouco ambas as mãos e segurando da curvatura exata da minha cintura com carinho, os dedos passaram por minha pele até estarem em minha cintura. — Quero que se desfaça de tudo que aquele Haitani maldito te fez vestir apenas para ter o prazer de tirar.

Eu senti um leve formigamento onde não devia e isso me deixou quente. Sanzu se aproximou mais inalando o meu perfume.

— Você não precisa de outro homem amor, eu sou mais do que o suficiente para satisfazer cada um dos seus desejos. — Ele olhou em meus olhos e senti meu coração disparar — Sejam eles quais for.

E assim se afastou Harochiyo me deixou com um terrível pressentimento de que eu teria de me mover conforme seus passos pois estava claro que ele iria me rejeitar enquanto pudesse.


LINH

O fentanil já estava nas ruas, a grana sendo lavada através do sistema farmacêutico de modo tão límpido que ninguém esperaria que a maior parte dos sistemas estão na nossa rede de pagamento, afinal eu também faço parte. No início não tinha escolha, mas depois que tomei poderio fiquei porque eu quis.
O preço a se pagar foi alto e eu nunca mais poderei me sentir completa, não enquanto não me reencontrar com a minha filha.

Alisei sua foto com orgulho. Kim se tornou uma mulher tão bonita, os cabelos dela e os olhos são a única coisa que herdou do pai, o resto puxou o meu gene, a cor da minha pele o formato do meu rosto é provavelmente parte do meu gênio e devo parte dessa beleza ao meu pai.
Um toque em meu ombro me tirou dos meus pensamentos e encarei o Jaewon por cima dos ombros, ele trazia uma garrafa de vinho e duas taças de cristal.

— Vamos brindar a essa sociedade tão proveitosa. — Abriu a garrafa e me ofereceu uma das taças.

— Não se brinda antes da conquista completa. Você sabe que ela ainda não está aqui.

Afirmei e ele riu.

— Mas logo estará, não vejo a hora de ter minha princesa de volta. — Ele sorriu de forma genuína e aceitei o brinde.

— Ao que parece minha querida estará no Coreia do Sul em breve então será fácil tirá-la daqui.

— E quanto aquele merda que casou com ela?  — Os olhos dele escureceram e o maxilar pareceu trincar levemente. No fim das contas ele é um Moon.

— Não seja tão mau educado, apenas mate-o. Isso não é problema nosso.

Ele gargalhou.

— É por isso que meu pai ama tanto você.

Alisei o rosto dele sorrindo.

— Amor é uma fraqueza da qual eu me livrei há muito tempo querido. O que seu pai sente é a falta de ter a posse mais preciosa e a única que quebrou aquele coração, ao seu lado e continuará assim, afinal o seu avô contribuiu muito para isso.

Coloquei a taça na mesa e segui até a cama do quarto e tirei meu robe.

— Quando sair mande aqueles dois entrar. — Jaewon sorriu antes de se afastar e quando chegou na porta me encarou.

— Você e meu pai seriam um casal formidável se colocassem as diferenças na cama. Imagina o caos que poderiam criar.

Eu o encarei de volta antes de negar.

— É por isso que você e minha filha serão tão essenciais. Espero que não me decepcionem.

E após assentir, o platinado deixou meus aposentos. Os jovens adentraram o quarto, um porto riquenho e um russo, eu adoro receber presentes e parece que terei muito com o que me divertir.

SANZU

Eu ainda estou puto com ela, puto com o maldito Haitani e acima de tudo comigo mesmo por ter permitido isso. 

Pelo menos dessa vez ela me obedeceu e descartou todas as peças que aquele desgraçado comprou e eu estou prestes a mandar a minha paciência para o inferno, pois eu decidi que vou ignorá-la até que esse ódio passe. 

Meu celular tocou e vi o contato na tela, banqueiro fdp. 

— O que você quer Koko? — Respondi e ele riu.

— A cornice deve estar te matando para ter esquecido os bons modos, enfim, eu consegui o que você tanto queria. — Um leve estalo se deu na minha mente vasculhando o que foi que eu pedi a ele e então me recordei dos arquivos a respeito de Linh e aquele outro cara. 

— Ótimo irei até ai.

— O QUÊ?! — Tirei o meu telefone do ouvido. 

— Para de dar chilique Kokonoi, seu presente não está te satisfazendo o suficiente? — Ele respirou pesado antes de ficar mudo.

— Estou na mansão não demore, vou avisar aos outros.

— Não precisa. — Sempre é de interesse geral Sanzu, o seu casamento é um contrato muito valioso. — Kokonoi recordou aquilo que eu já havia me esquecido. Desliguei o telefone e retornei ao quarto, apenas para ver minha adorável mulher utilizando um vestido vermelho intenso com uma fenda enorme, essa filha da puta está fazendo de propósito, afinal eu deixei claro que não a tocaria tão cedo.

— Boneca se apresse vamos sair. — Ela me encarou antes de ir até o closet e pegar uma das clutchs e um sobretudo longo no estilo capa, mas nem fodendo que ela vai assim.

— Prontinho. 

— Kim troca isso. 

— Olha sinceramente Haruchiyo você não sabe o que quer, se eu demoro reclama, quando eu estou pronta também. Haja paciência.

— KIM! Nós vamos a uma reunião de negócios, esse é o tipo de roupa que você usa para eu rasgar! Então veste a porra de uma peça comportada e vamos de uma vez.

Ela gargalhou. A maldita estava rindo da minha cara!

— Quem te viu, quem te vê hein Sanzu. Comportada? Até onde eu sei você acha que quanto mais vulgar melhor.

Eu massageei minhas têmporas, estou a ponto de enforcar essa mulher.

— KIM... 

— É eu sei, meu nome fica uma delícia nessa sua boca, mas vamos logo. — Minha odiosa mulher passou por mim fechando o casaco e eu fiquei ainda mais puto. — Veja pelo lado bom querido quando saímos de lá você me leva para jantar, estou com desejo de comer camarão. Muito camarão. 

Por um momento respirei fundo ela estava aprontando alguma coisa e não será agora que vou descobrir.


[...]


De todas as mansões que temos a do Koko é a mais cara por dentro, justamente por que ele é uma puta cara que não aceita nada menos que a excelência que o dinheiro pode comprar. 

Assim que chegamos fomos recebidos por uma mulher de óculos e uniforme de empregada, diferente das outras que servem a Koko o dela é preto com o avental em renda francesa e ela usa o colar com o nome dele estampado. 

Então foi isso que você fez com o seu presente? Dei uma leve risada pois, se fosse eu na minha época de solteiro ela provavelmente teria virado a minha puta particular. Definitivamente Kokonoi Hajime não sabe aproveitar o presente que demos a ele.

— Boa noite senhor e senhora Sanzu. O senhor Hajime os receberá na sala de reuniões, queiram em acompanhar por-favor.

Kim me olhou lentamente depois olhou para a garota e voltou a olhar pra mim.

— Sanzu essa não é a Dara, aquela que eu conheci antes?

— Sim meu bem. — Respondi e foi o suficiente para que minha mulher não dissesse mais nada, apenas balançou a cabeça negativamente. 

A garota adentrou a sala primeiro e nos anunciou, Kokonoi mandou que ela ficasse e então entramos. 

— Pelo visto fomos os primeiros a chegar. — Afirmei enquanto ele me oferecia um copo de whisky.

— E provavelmente serão os únicos por enquanto. Ran e Takomi estão do outro lado do país, Kanji está na Itália e Mikey está com problemas pessoais.

Só pelo fato de não ter mencionado o Rindou e Kakucho sei que eles viram.

— Então vamos começar. — Afirmei e Kokonoi desviou o olhar para a minha mulher depois estalou os dedos para a castanha.

— Faça companhia a princesa, Dara. E troque esses sapatos, o barulho que estão fazendo é irritante. — Ela revirou os olhos para ele antes de sorrir cinicamente.

— Mais alguma coisa senhor? — O timbre de voz cheio de ironia assim como o olhar.

— Hum... Não só isso. —Dava pra ver nos olhos de Hajime que quando fôssemos embora essa mulher estará ferrada.

— Por favor senhora me acompanhe. — Notei o olhar de julgamento de Kim para ele antes de ambas saírem da sala e acabei rindo dessa situação.

— Puta que pariu hein Koko, é assim que você trata a sua mulher? 

— Primeiro que eu a trato como quiser e segundo ela não é a minha mulher, e sim a porra de um presente!

Revirei meus olhos. 

— Pra de dar chilique nessa porra. É só foder ela e pronto ou casar para suprir esse buraco no seu cérebro. Agora uma empregadinha... Isso sim é ridículo. — Ele simplesmente bebeu.

— Me diga Sanzu você viu outra empregada no seu trajeto até aqui? — Neguei. — Então sabe que essa mansão é enorme e precisa de muita faxina. — sorriu de forma ácida. — Dara é ótima nisso além do mais não veio até aqui para fala da minha vida pessoal e se o presente é meu eu posso fazer o que bem entender. 

Ele estava com a razão, então dei de ombros. 

— Agora vamos ao que interessa afinal de contas foi pra isso que veio aqui. Digamos que Takeomi é muito bom em descobrir as coisas pois aquela russa falou tudinho que precisávamos saber.

Achei essa colocação muito estranha, a tal da Yeketarina não parecia que cooperaria com tanta facilidade, há não ser que fosse benéfico para ela de alguma forma. 

— O nome completo dele e Jaewon Moon e ele é o irmão de Kim.

— Espera aí Koko nós levantamos a ficha toda do pai dela e não tinha nada e você melhor do que ninguém sabe a que me refiro quando estou falando da ficha.

— O pai dela conseguiu ser mais escuso do que a gente. — Antes que ele pudesse continuar, Kakucho e Rindou chegaram e se uniram a nós.

— Continuando. Aparentemente ele não está em nenhum registro é como se nunca houvesse existido e só conseguir encontrar porque a imagem da câmera da boate capturou bem o rosto dele e bateu com o reconhecimento de um sanatório em Londres.  — Hajime apertou um botão ligando a tv e mostrando todos os dados que havia comentado eram muito mais do que conversamos daquela vez.

— Isso está ficando intrigante. — Rindou afirmou.

— Ele é mais velho que a Kim então isso quebra os planos de expansão de Mikey.

Eu me levantei abrindo o botão único do meu paletó e fui até aquela tela passando os dedos pelos dados de nascimento que foram colocados na ficha de maluco dele.

— Ele é bastardo. Não vejo o nome da minha sogra aqui. — Afirmei e sabemos como a Escorpions é tradicionalista com esse negócio de sangue. 

— Mas se esse é o caso porque raios ele estaria associado a Linh? Está claro que a mãe de Kim quer causar um caos nos nossos negócios — Rindou perguntou e a porta da sala foi aberta, por ela minha mulher passou utilizando apenas a porra do vestido vermelho e sorrindo veio até nós.

— Faça as contas, o que qualquer bastardo quer? Notoriedade, poder, aquilo que ele julgar ser seu por direito.

Todos desviamos o olhar para ela, ela não deveria se meter e sabe disso. Nenhuma das esposas se mete nas reuniões pois isso é um aval para trabalhar para a Bonten.

— E onde sua mãe se enquadraria nisso? — Koko perguntou e ela deu de ombros, o que me deixou puto, direcionei o meu olhar para ela que apesar de entender o recado o ignorou plenamente.

— Minha mãe está atrás de vingança, ela quer derrubar a escorpions. Então é aquele velho dilema: o inimigo do meu inimigo é meu amigo, simples assim.

Kim estava confortável demais em suas palavras e estava claro que escondia algo.

— E por que não contou isso antes princesa? — O maldito do Haitani perguntou levando-a sorrir.

— É simples, se não diz respeito a Bonten não interessa. Os problemas da escorpions são apenas da escorpions e eu não lembro de estar no meu contrato de casamento que eu deveria ir além disso.

Cada palavra que saia daquela deliciosa boca não passava de um jogo e quem dará o xeque-mate sou eu.


Prevejo que alguns ficarão com raiva do Koko...

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