XXXI

JAEWON

É inacreditável como o meu pai acha que pode me controlar, quando eu já botei mais de meio mundo no bolso.
O jatinho particular aterrissou no aeroporto do Japão e só pude observar Lihn que estava a todo momento vendo as fotos do que parecia ser uma revista de luxo, pedi que a aeromoça servisse uma taça de vinho branco e assim foi feito, depois encarei a mulher que deu à luz a minha futura esposa.

-- Quando você me ligou pensei que tivesse desistido. -- Ela finalmente fechou a revista e me encarou.

-- Negócios vem primeiro Moon. Me admira que seu pai tenha te mandado no lugar, você parece tão... Inexperiente. -- Os olhos dela me analisaram completamente.

-- Aparências enganam querida e se você não fosse minha futura sogra, eu te mostraria do que sou capaz. -- Ela riu de leve.

-- Nem de graça. Digamos que não faz o meu tipo, precisaria ser um pouco mais... Como o seu pai para me satisfazer em todos os âmbitos.

O poder que essa mulher exala me faz querer beijar os seus pés. Lihn sabe exatamente como viver e é isso que eu quero pra mim. Chega de sanatórios, depois que Kim tiver em minhas mãos eu vou levá-la para a mesma ilha que ganhei de presente e lá ninguém poderá achá-la, não importa o quanto grite.

-- Hum... E eu pensei que estivesse aqui devido a nossa princesa.

-- E estou, mas primeiro o Fentanil. O homem com quem vamos negociar quer se livrar dessa mercadoria, pois, ela mata mais rápido que a heroína e não quer problema com a utopia que o Japão diz ser. -- Ela desdenhou.

-- E você vai levar isso para as colônias, suponho.

-- Não seja ridículo, eu tenho um comprador fixo e como você se ofereceu para aparecer como representante, quinze por cento serão seus.

Tive de sorrir com malícia, eu não tô nem aí pra esse dinheiro.

-- Tem alguma objeção quanto ao valor? -- minha sogra perguntou.

-- Pra mim está ótimo, mas que fique claro que quando eu a pegar, não aceitarei divisão.

-- Homens apaixonados costumam ser sempre assim -- Lihn ergueu a taça em um brinde a nossa aliança.

-- Saiba que eu exijo ser presente na vida da minha filha.

-- E será, afinal é sempre bom que os avós tenham contato com os netos.

Insinuei. Lihn Nguyen é a única que entende o meu lado, que laços de sangue não significam nada quando estamos apaixonados.

Ela só não precisa saber que o Não, não é uma opção e que eu jamais aceitarei isso de Kim.

[...]

SANZU

Kim estava linda naquele vestido roxo os cabelos presos em um coque com mechas soltas e ela continua me dando um gelo, mesmo que eu tenha passado cinco dias fora ela age como se eu não importasse e não aceita qualquer demonstração mínima de interesse da minha parte e porra isso já está durando tempo demais!

-- Docinho eu trouxe um presente para você. -- Faz tempo que Takeomi me deu isso, mas esqueci de mostrar para ela e agora me parece uma boa forma de fazê-la parar com essa greve desgraçada.

-- O que é Sanzu? -- Ela revirou os olhos enquanto tirava o colar e segurei no pulso dela. -- Não combina com o vestido, fora que Kokonoi me deu isso. -- por cima das luvas havia uma pulseira fina de diamantes. -- Ele mandou informar que tirou do seu bolso e que não vai receber o pagamento inteiriço pelas drogas desse mês

Aquele filho da puta, meu sorriso foi ácido, mas preferi não demonstrar, ao invés disso peguei o pulso dela analisando a peça.

-- Ficou belíssimo em você docinho. Agora abre a caixa. -- Entreguei na mão dela.
Kim respirou fundo, mas cedeu e ao ver a peça notei que ficou tensa.

-- Foi um presente de Takeomi para o nosso filho. -- Ela mordeu o lábio acariciando a luva de bebê com carinho.

-- São lindas.

Dei um sorriso mínimo, estou com uma sensação estranha no peito, mas ela é boa, na verdade, muito boa.

-- Que bom que gostou docinho. -- Me aproximei lentamente tocando sem ventre. -- Eu não vejo a hora dessa barriga crescer e você ficar toda derretida por essa criança.

Tentei beijá-la e ela desviou minimamente pegando assim na bochecha. Essa briguinha estúpida ainda vai me fazer perder a paciência.

-- Eu estou pronta, podemos ir quando você quiser Haru. -- Kim se olhou no espelho e ergueu o vestido de leve expondo o tornozelo apenas para calçar os saltos e amarrá-los ao sentar na cama. Quando passou por mim segurei em seu braço e travei seu corpo roubando um selinho.

-- Vou contratar uma secretária de tarefas pra você não se cansar. Acho até que a Riko está disponível.

Notei que ela revirou os olhos.

-- Não quero essa mulher na minha casa. -- Afirmou e a encarei.

-- Docinho eu tinha tanta certeza se que se deram tão bem. -- Ironizei.

-- Escuta aqui Haruchiyo eu não permito que você coloque a sua amante aqui.

-- Minha amante? -- Me fingi de santo, é claro que já fodi com ela, mas depois que casei só tenho transando com Kim, ao melhor não tenho.

-- Sim, além de estar me traindo e merecer levar um tiro. Aquele projetinho de gado não sabe o lugar dela e eu não quero ter que explicar por que matei alguém tão insignificante. -- Kim virou para frente e se afastou descendo lentamente, ela está cheia de ciúmes...

Quando chegamos na sala notei que ela rapidamente foi até a cozinha e pegou dois comprimidos e um copo d'água.

O que pensa que está fazendo? -- Me alterei ao impedi-la de tomar.

Cuidado do bebê, agora quer me largar e me deixar tomar minhas vitaminas em paz?

Me afastei minimamente notando-a consumir e depois fazer uma careta, aí que me lembrei que ela foi a consulta.

-- Então o pré-Natal está dando certo. -- Ela assentiu.

-- E como está tudo?

-- Se você não tivesse sumido por cinco dias saberia, será que podemos ir de uma vez? -- Esse mau-humor de Kim está começando a me tirar do sério.
Respirei fundo tentando fazer o quê Takeomi pediu, ou seja, ser complacente, mas estou começando a mudar de ideia.

[...]

KIM

Essa festa era tudo o que eu não precisava, eu estou pouco me lixando para os compromissos da gangue e, na verdade, só quero me afastar o máximo possível, mesmo sabendo que isso não vai rolar.
Quando chegamos os olhares se voltaram para nós e Sanzu fez questão de manter a mão dominante no meu quadril conforme desfilamos por esse lugar sendo apresentada a todo tipo de gente, observei que a rainha e líder também era alvo de olhares. Mas aí eu entendo, Ayumi é extremamente bonita e junto ao Mikey fazem um casal e tanto, as mulheres e homens que olham para eles parecem sentir inveja, já as que olham para o Sanzu sentem fome e isso me faz revirar os olhos, pois, do jeito que ele é já deve ter dormido com muitas.

-- Não docinho, eu não transei com ninguém daqui, mas adoro saber que sente ciúmes. -- Como se lê-se a minha mente respondeu.

-- Eu não tenho ciúmes de você, mas não gosto de der chifrada! -- Dei um sorriso mínimo e ele aproveitou para roçar a boca na minha orelha enquanto sussurrava.

-- Querida, eu estou me segurando ao máximo, então não force a barra. -- Piscou descendo mais a mão e parando na curvatura e sim, eu estaria mentindo se dissesse que ele não faz efeito.
Sanzu continuou com seu joguinho me apresentando e fazendo bem o papel de marido apaixonado, mesmo que homens como ele não se apaixonem e quando os Haitani chegaram receberam o mesmo olhar que meu marido. O último a adentrar foi Kokonoi e estava acompanhado de uma modelo japonesa e notei que os olhares de Ayumi para ele foram severos e a compreendo bem.

A festa finalmente se iniciou com um discurso de um empresário rico agradecendo as doações e participações constantes de pessoas do mesmo nível que querem fazer a diferença, um blá-blá-blá para não assumir que essa empresa provavelmente está lavando dinheiro de um bando de mafiosos, desviei meu olhar do palco e me aproximei mais de meu marido que sempre fica impassível nesse tipo de evento. Sanzu costuma ser tão quieto e severo que diverge completamente do homem que está comigo.

-- Escuta Haru, esse dinheiro vai mesmo para a caridade ou é só um truque? -- Sussurrei e ele respirou fundo.

-- Claro que vai Kim, quando chegar em casa procure a respeito e verá. -- Me respondeu seriamente.

-- Podemos ser filhos da puta querida, mas sabemos muito bem agir democraticamente. -- Hajime afirmou uma vez que ele estava ao lado de Sanzu e prestando bastante atenção na nossa conversa.

-- Parece que a sua companhia não é interessante o suficiente para prestar atenção na minha vida Koko. -- Sanzu estava irritado.

-- O que posso fazer? A beleza dela compensa apenas isso. -- Ergui minha sobrancelha, mas que porra de pensamento machista!

-- Não me olhe assim princesa, sabe que estou com a razão. Você, por exemplo, por mais bela e preciosa que seja, por mais informações que tenha, depois que se casou com Sanzu não passa de um troféu extremamente luxuoso. Uma peça única que apenas um homem pode ter.

Respirei pesado enquanto os dedos de Sanzu deslizaram pela minha cintura.

-- Não me resuma apenas a uma esposa troféu, um troféu não faria metade do que eu já fiz e continuaria com a cabeça intacta acima do pescoço. Você me ver como uma princesa de ego frágil e dócil.

-- Eu sei do que você é capaz garota, então eu não serei burro em dizer isso, mas é realmente ultrajante você achar que tem poder de voz, quando já cumpriu com o seu papel.

Estalei a língua no céu da boca e encarei Sanzu que apenas sorria, o idiota estava se divertindo com a nossa pequena conversa de sussurros discretos, e obvio que mantivemos nosso olhar no palco o tempo todo.

-- Se sabe do que sou capaz Hajime, não deveria falar tanta besteira. Sabe, o problema de homens com esse tipo de pensamento igual ao seu é que querem exatamente isso, uma boneca bonita que eles possam usar à vontade e quando errar comprar com presentes milionários ou descartar como se não fosse nada, então que fique claro Kokonoi que nesse contexto eu sou o homem.

Minhas palavras foram o suficiente para fazê-lo rir de leve antes de degustar um pouco de champanhe.

-- Koko o seu presente não está te agradando o suficiente para falar tanta besteira? -- Sanzu comentou a mão dele me puxando para que encostasse em seu corpo. -- E eu quisesse um bibelô ou precisasse de um, teria ido à boate e se Kim fosse tão sem graça provavelmente seria devolvida ou trancafiada em alguma mansão.

Kokonoi revirou os olhos.

-- Você brinca demais com a situação Sanzu, faça a sua princesa entender o lugar dela de uma vez, antes que tenhamos problemas. -- Kokonoi se despediu e respirei pesado, eu só quero me enfurnar na minha cama, que essa porra de festa acabe logo!

[...]


Haviam se passado algumas horas nessa festa, meu corpo está tão cansado que não vejo a hora de dormir muito, mas creio que seja pela gravidez.

Mikey chamou por nós e fomos até ele, onde todos os membros principais se reuniram, o olhar foi em direção a um grupo seleto de empresários que pareciam estar a espera de uma conversa.

-- Vamos querida. -- Ayumi se aproximou tocando meu ombro e assim seguimos para a varanda arborizada do local.

-- Finalmente um pouco de ar puro. -- Comentei encarando a vista belíssima de Tóquio iluminada.

-- É, sim, fora que as conversas são sempre desagradáveis, isso quando não acabam praticamente em algum desentendimento, já que às vezes os olhares falam bem mais do que devem.

Ela não precisou se explicar sei como é esse tipo de situação. Algumas mulheres se aproximaram e notei que um segurança surgiu ao lado da rainha, tão rápido que não notamos.

-- Pelo visto tem algumas socialites querendo conhecê-la senhora. -- Ayumi sorriu deixando claro que não estava afim desse tipo de conversa, mas faria seu papel.

-- Nesse caso, com licença, vou ao toalete. -- Comentei, eu só preciso de um local silencioso o suficiente.

-- Claro. Masoto, designe um segurança para acompanhá-la a distância.

-- Não é necessa...

-- Querida, desculpe, mas isso não é uma opção. -- Pelas palavras firmes da esposa de Mikey compreendi que ela queria evitar outro incidente como o que tivemos na boate, apenas assenti e adentrei o salão, observei um pouco as pessoas e os olhares que ainda me eram dirigidos. Realmente a rivalidade por conta de uma pica e status é impressionante, isso por que ninguém aqui é pobre, exceto algumas acompanhantes.

Meus olhos continuaram observando cada detalhe desse local, como se tudo fosse tão simples, mas o que ninguém aqui percebe de fato são todas as linhas que controlam cada situação e, a meu ver, a maioria é conivente. As bandejas de prata passam a todo momento, hora com bebidas caras outra como pequenos recipientes de porcelana onde há droga, são servidos a pessoas específicas que logo após a prova é feito o acordo, tudo é tão sutil que poderia enganar facilmente a qualquer um, há mulheres que claramente são acompanhantes de luxo, muito bem instruídas e outras que simplesmente não entendem o perigo ao se envolverem com um gângster.

Cada passo nesse salão é uma dança mortal com a qual eu não estou disposta a me entreter por mais que deva estar aqui, delicadamente retornei ao meu caminho, mas fui parada rapidamente por mãos quentes.

-- Você é difícil de achar, mas impossível de não ver дорогой (dorogoy - querida). -- De imediato encarei a mulher que sorriu para mim e a abracei.

-- Kate, não imaginei que Kaesa viesse atrás de informações. -- Sussurrei e ela ajeitou o vestido longo e vermelho que usa, completamente grudado ao corpo com uma fenda na parte detrás.

-- Vamos dar uma volta. -- Piscou e aceitei, seguimos para o banheiro com ela me contando sobre a viagem, mas assim que adentramos ela passou a conferir cada porta, depois retornou e respirou pesado. -- Me escuta bem, Kim, o seu pai não tem tanto controle quanto pensa.

-- Do que você está falando Yketerina?

Ela respirou fundo segurando nos meus braços:

-- Seu irmão está aqui.

Na mesma hora paralisei e Yketerina desviou o olhar, ela não tem motivos para mentir. Não quando responde direto ao meu pai.

TERANO

Eu respirei fundo ao adentrar esse salão, na verdade, eu nem iria vir, mas quando Tae me ligou avisando que Kaesa viria ao Japão, eu não pensei duas vezes antes de afirmar que já havia confirmado meu comparecimento a essa festa. Existem dois fatores que me colocam aqui por extrema importância: o primeiro é que Kaesa e Taehyun são farinhas do mesma saca podre e estão planejando alguma coisa, o segundo é que Kim também virá e a família dela não é confiável.

Eu conheci Taehyun a fundo por causa dela, em minha primeira transação de drogas com a Coreia do Sul, mas Kaesa veio bem antes dele.

Eu estava foragido há meses estou sendo caçado na América do Sul inteira por um erro daquele desgraçado que me roubou e foi nessa tentativa de sair do país que conheci Kaesa, ele veio ao Brasil atrás da minha pretinha, então foi muito fácil dialogar com ele e não deixar que se encontrassem.

OFF

Senti um esbarro proposital e olhei para a Kawaragi ao meu lado que sorria de maneira debochada.

Maldita hora que aceitei a ideia de Shion, segundo ele eu precisava de alguém que pudesse segurar as minhas rédeas como se eu fosse algum tipo de animal e ele pediu especialmente a Senju agora estou aqui ao lado dela.

Mal adentramos a festa para a Kawaragi vir com dois copos de champanhe em mãos e direcionar o olhar para a mulher do Mikey enquanto bebia e isso me fez rir.

-- Baba menos Senju -- mas foi só ver Kim em um vestido púrpura que puta que pariu, me fez desejar tirá-la dali.

-- Você tá quase se afogando, Terano. -- Senju ironizou é revirei os olhos.

-- Não fale besteiras, eu tenho assuntos por aqui.

-- Idem.

-- Ah claro a buceta da mulher do seu chefe é o assunto. Pelo menos já provou pra estar tão viciada? -- Senju sorria docemente enquanto pisava no meu pé com o salto agulha, essa filha da puta

-- Não fala merda. Eu estou aqui para te impedir de foder com tudo quando for atrás da minha cunhada e falando sobre a Ayumi, ainda não tive a oportunidade ela é fiel demais ao Mikey e aparentemente hétero.

Gargalhei.

-- Ah cara você é demais ainda nem se lambuzou e já está de quatro por ela.

-- Deve ser por que seu otário, não foi o sexo que me atraiu nela e da forma como fala da pra ver que você só enxerga Kim como um depósito de porra! -- Fechei minha cara respirei pesado tentando não quebrar a taça.

-- Não fala merda branquinha. -- Chamei pelo apelido que dei a ela devido aos cílios e cabelos brancos tanto quanto uma carreira de cocaína. -- Kim é simplesmente inexplicável. -- Senju se aproximou mais e sorriu

-- Vamos tente, eu quero saber de onde vem esse fascínio.

-- Ela é extremamente útil, sabe. -- Bebi um pouco -- no dia em que eu quase fui preso, mas precisamente quando invadiram a minha favela, ela que me ajudou com esse pequeno problema, digamos que a princesa tem uma mira perfeita ela derrubou o suficiente para que eu fugisse e fez isso sem matar, e mesmo quando deveria estar na porra da cobertura no bairro mais caro do rio de janeiro ao qual eu comprei um belo imóvel só pra ela, mas não conseguiu ficar longe do perigo.

-- Uma bad girl -- Senju ironizou.

-- Ela é o que precisa ser. -- não pude evitar sorrir -- E isso a transforma numa arma perfeita e extremamente perigosa, pois, nunca se sabe como vai reagir, se é com violência ou simplesmente vai te engabelar até que te envenene aos poucos para no fim te matar lentamente.

-- Você realmente é louquinho por ela, e eu achando que era só pelo sexo.

-- Sexo não prende ninguém Senju, não quando se pode foder o mundo inteiro, mas se dependesse disso eu não me importaria, ela faz gostoso demais e o seu irmão. -- Encarei ele o cumprimentando com a taça e apesar de sorrir sei que deve estar louco para meter uma bala na minha cabeça. -- Pode estar até transando com ela, mas Kim ainda não o pegou de jeito, pois, quando fizer vai ficar apaixonado.

-- Mas que merda South, agora eu vou ficar com essa visão infernal na minha mente.

-- Foi você quem começou, agora aguenta, ninguém mandou vir com esse papo escroto. -- desviei meu olhar por um segundo quando vi Yeketerina adentrar o salão.

-- Parece que a água de salsicha chegou. -- Senju me encarou confusa pelas palavras e revirei meus olhos por ela não entender -- Significa que ela é insossa, porra, tá ótimo para ficar com o seu irmão mais velho!

Ironizei, na verdade, Yketariana é uma cadela adestrada, muito bem adestrada, com que se deve ter um cuidado redobrado. Se Kaesa mandar ela faz, mas se Taehyun contrariar ela mataria Kaesa sem pensar duas vezes.

Ela pode servir a Kaesa de todas as formas possíveis, mas bastava um olhar, um estalar de dedos de Tae que ela seguiria a risca suas ordens, o que chega a ser engraçado, pois, cada ordem dada por Kaesa é seguida por ela, todo o poderio do crime dele passa pelas mãos dela para que ele não tenha um contato sequer uma vez que trabalha diretamente com a presidência, ainda assim, confiar tanto em uma pessoa a esse ponto mesmo sabendo que ela pode te trair requer uma estratégia ainda mais ácida e é por esse mesmo motivo que Kaesa é tão perigoso.

KIM

Isso não é possível, meu corpo todo está em pane e eu não posso demonstrar fraqueza, por que eu não vim armada? Ele não pode me tocar aqui, eu não estou sozinha. Merda o que eu faço? Respirei pesado sentindo meu ventre doer e levei a mão até lá.

-- Aí que cólica. -- Sussurrei, esse é um dos motivos pelo qual eu não queria engravidar, eu vou acabar abortando e não consigo lidar com essa situação. Não assim.

Respirei fundo me encarando no espelho. Eu sou forte o suficiente para permanecer de pé e assim voltei para a festa, Sanzu estava ao lado de Mikey e da rainha conversando e me aproximei.

-- Kim, que bom. Poderemos passar mais tempo juntas. -- Ayumi falou e concordei.
Sanzu se levantou e passou a mão pela minha cintura.

-- Com licença -- Me afastei com Sanzu e ele suspirou.

-- O que você quer docinho?

-- Podemos ir embora? -- Preferi não fazer alarde sobre a cólica.

-- Kim, você sabe que eu estou trabalhando, apenas relaxe. -- Sanzu se aproximou para me beijar e eu desviei deixando que o beijo fosse em meu pescoço.

-- Continue fugindo mulher e verá o que vai acontecer.

Revirei os olhos.

-- Eu não quero nada com você, ainda não esqueci da nossa briga, querido. -- Ameacei sair e ele me puxou e a pressão aumentou no meu ventre.

-- Faça como quiser. -- Me desvencilhei e sai de perto dele, sinto olhares ao meu redor, mas irei ignorar e assim segui pelo salão até onde Senju estava.

-- Noite difícil? -- Ela perguntou.

-- Não faz ideia e a sua como está sendo? -- Me ofereceu um drink e neguei.

-- Uma merda. O Sano não larga dela por um minuto e ser babá de marmanjo é um porre.

Dei uma risada e senti um alívio pelo meu corpo, acho que não estou abortando, só estou tensa, muito tensa.

-- E onde está o seu serviço? -- Ironizei e antes que ela viesse responder, senti um deslizar macio pela minha cintura e um sorriso.

-- Finalmente a princesa veio se unir a nós. -- A voz de Terano me fez relaxar de uma forma que não está escrito.

-- Eu nem deveria ter saído daqui South. -- Pronunciei e ele riu.

-- Pega leve, não esqueça que você é casada, deixa para por chifre no meu irmão na encolha, aqui ele pode te castigar. -- Senju piscou e todos nós rimos.

A conversa passou a fluir com tranquilidade e South não me deixou mais, como se entendesse que eu estou instável.

-- Eu quero tanto ir embora, Sanzu já me apresentou para todo mundo, mas não posso sair daqui, isso é um inferno. -- Resmunguei com Senju.

-- Princesa. -- Shion se aproximou e me puxou para um abraço apertado e logo saltou, pois Terano estava reclamando.

-- Terano você já tomou seus remédios hoje? -- Ironizou.

-- Vai se foder Shion! -- Eu segurei meu riso, eu amo esse clima.

-- É sério que vão começar com as picuinhas? -- Indaguei, sentindo Terano me puxar novamente e ficar encostado em mim.

-- Parece até os velhos tempos... -- O loiro sorriu para mim antes de se despedir avisando que a mercadoria já estava circulando na festa, ou seja, cocaína.

-- Então eu vou embora. -- Terano afirmou enquanto Shion entregou o que parecia ser um aparelho telefônico e se afastou.

-- Nos vemos por aí Kim e a propósito aquela festa na Coreia foi incrível. -- Piscou antes de sumir.

Senju não parava de nos olhar e vi quando ela tirou uma foto nossa e depois se afastou minimamente para nos dar privacidade, nunca pensei que minha cunhada fosse ser tão cúmplice.

-- Vai mesmo embora?

-- Princesa não faz isso, vou voltar para o Brasil amanhã.

-- Mas você está foragido.

-- Não se preocupe com isso, eu coloquei alguns da câmara dentro do bolso e deixei os arquivos muito bem protegidos. Se me prenderem terão que se ver com outro país. -- ele mordeu o lábio inferior arrumando meus cabelos.

-- Você ficou linda nesse vestido. -- Ele sorriu baixo e rouco perto do meu ouvido. -- Mas sabemos que fica muito melhor sem.

Minha vontade era de cruzar minhas pernas.

-- Você não perde a chance South, sabe que se eu pudesse estaríamos na sua casa agora. -- Fui sincera sentindo o deslizar dos dedos dele pelo meu ombro.

-- E sei que perguntou sobre a minha partida porque ninguém está te passando segurança.

Certeiro como sempre.

-- Do quê você precisa?

Meus olhos brilharam ao encará-lo e ele sorriu.

-- Dá o fora daqui ou uma arma. -- Terano sorriu.

-- Está com cinta liga? -- Ele perguntou, não poderia se referir simplesmente a uma cinta de faca.

-- Você sabe que sim. -- Respondi, qualquer um que passasse e tentasse escutar acharia que a conversa é informal e um flerte e não que ele vai me passar uma arma. Caminhamos mais um pouco e nos sentamos, os canapés foram servidos e aproveitei para cruzar as pernas e senti a mão dele deslizar na minha coxa tocando a faca que ali estava.

-- Armas brancas só funcionam a curta distância -- Terano puxou a faca e pegou algo dentro só paletó, deslizando na mesa e me entregando.

-- Essa aqui é imperceptível, a bala é da finura de um prego e faz um estrago imenso, ela é levinha e bem pequena. Parece até um brinquedo, me permite? -- Terano perguntou.

-- E quando foi que eu te neguei algo South?

Ele sorriu abrindo a caixa e mostrando o item para mim, obviamente é de ouro, Terano carregou todas as sete balas e pegou a pistola nas mãos, era curta e se ele fechasse a palma ninguém desconfiaria, o homem deslizou as mãos na minha coxa puxando lentamente me fazendo conter o gemido a peça fria deslizou pela parte interna da minha coxa e encontrou a cinta e foi presa ali, depois ele puxou o tecido cobrindo a peça.

-- Imperceptível. -- Passou o braço por trás da cadeira.

-- Obrigada South. -- sorri para ele que beijou meu ombro.

-- Agora princesa, você terá outra companhia. -- South beijou minha destra, mas não se importou ou sequer se afastou quando meu marido começou a se aproximar.

O vestido que Kim usou:

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