XXVI

Pré-revisado, boa leitura.

SANZU

As vinte e quatro horas passaram voando que inferno!

Nesse meio tempo tivemos apenas uma reunião com Mikey antes dele viajar para as Filipinas, ao que parece essa semana a Bonten estará sobre as minhas ordens.
Kokonoi não conseguiu levantar base de dados o suficiente sobre o que pedi, porque o nome da mãe de Kim faz toda a diferença e ainda não sabemos.

-- Boneca tenho três horas livres, o que quer fazer? -- Perguntei, minha mulher passou o dia dormindo, talvez eu tenha realmente pegado pesado ontem.

-- Eu não terminei de renovar o armário, mas acho que três horas não serão suficientes para fazer compras, então que tal assistimos um filme?

Tive de sorrir, eu gosto que ela prefira coisas simples.

-- Vai fazendo a pipoca delícia. -- Ela sorriu antes de fazer um coque nos cabelos e seguir para o andar debaixo, aproveitei o silêncio para ligar para Koko:

-- Alguma novidade sobre o colar?

-- Ainda não, tudo passa pela zona fantasma e é praticamente inrrastreável, mas Taehyun tem negócios legalizados como um verdadeiro empresário, agora se você conseguir o nome da mãe dela facilitará meu trabalho.

-- Deixa comigo Hajime e prepara cem mil para as apostas de hoje, a casa vai levar. -- Afirmei e ele gargalhou.

-- A casa sempre ganha.

Desliguei o telefone e desci as escadas, Kim estava colocando a pipoca de micro-ondas no bol
e me aproximei por trás dela rodeando sua cintura, enfiei meu rosto em seus ombros sentindo seu perfume.

-- Boneca, você está uma delícia nessa roupa. Ainda melhor que ontem -- apertei a coxa do lado direito.

-- Sanzu não é possível que você só pense nisso. -- Ela sussurrou e aproveitei que deixou o bol sobre a bancada para puxá-la pra mim e sentá-la na mesma.

-- Meu bem ainda nem comecei, na maior parte transamos comigo drogado e você não aguentou, imagina um dia inteiro sóbrio. -- Sussurrei e ela revirou os olhos.

-- Deixa de ser convencido Haruchiyo. Até onde em sei você ficou extremamente satisfeito em todas elas, se não for um ogro vai continuar assim. -- Levantei mais ainda a saia dela notando a calcinha preta já aparente e mordi meu lábio.

-- Eu não vou te dar trégua na lua de mel docinho, então se prepare.

-- E já não tivemos uma? -- Tive de rir.

-- Óbvio que não, na minha próxima folga começamos. Por hora -- Puxei o corpo dela até que estivesse colado no meu e beijei sua boca, antes ela ainda recusava, mas agora aparenta ter a mesma fome que eu. -- Vamos aproveitar. -- Levei meus dedos ao zíper da blusa e abri encarando os seios antes de cair de boca, Kim agarrou meus cabelos enquanto marco sua pele.

-- Haru... O filme. -- Gemeu de leve.

-- Assistimos depois. -- Nem dei tempo para ela responder, apenas a peguei nos meus braços e fui para o sofá mesmo, ainda não estreamos a sala.

[...]

Kim estava entre minhas pernas na banheira, com os cabelos presos para cima e coberta de espuma.

-- Temos que tomar mais cuidado, e se a Senju estivesse vindo para cá?

-- Eu seria avisado, fora que ela está a caminho das Filipinas agora. -- Kim deitou no meu peito, e eu envolvi sua cintura. -- E por falar nisso, que história é essa de talaricagem?

-- Isso você terá que perguntar diretamente para ela. -- Kim desconversou, e tive que sorrir com a lembrança que me ocorreu. O último talarico que apareceu em minha sala acabou com uma linda tatuagem na barriga. Tem horas que esses idiotas pedem para ser torturados.

-- Está ficando bem próxima da minha irmã.

-- E isso é um problema? -- Kim praticamente entrou na defensiva.

-- Não, Boneca. Ela é sua cunhada, não vejo mal algum em ter amizade, assim como meu irmão. -- Revirei os olhos.

-- Senju, Yuzuha e Ayumi são ótimas, Takeomi só é... Interesseiro. -- Ela afirmou, e gargalhei.

-- Sabe, já que estamos mais tranquilos, podíamos nos conhecer melhor.

-- E o que quer saber? -- Perguntei.

-- Tudo. Por que você se chama Sanzu e não Akashi? Quais são seus gostos e por aí vai?

-- Eu posso providenciar isso, amor, mas não agora. Nosso tempo acabou. -- Respirei pesado. Não estou a fim de vê-la com um Haitani.

-- Eu preciso mesmo participar dessa merda, Haru? -- Ela reclamou e fico satisfeito em saber que não curte corridas.

-- Infelizmente, Docinho. Agora vamos.

[...]

As arquibancadas estão lotadas, o dinheiro das apostas correndo solto e eu estou aqui puto. Kim vestiu um macacão da Fendi feito sob medida e grudado no corpo, cada curva minimamente ressaltada, por cima uma jaqueta curtinha no estilo bomb e para completar saltos com os quais desejei que ela ficasse. Minha mulher está gostosa pra caralho e eu não sei por que raios estou cada vez mais preso nessa atenção que tenho dado a ela.

-- Se encarar mais vai desintegrar a roupa dela. -- A voz do meu irmão me despertou e traguei um cigarro.

-- Vocês atrasaram. -- Kokonoi reclamou, trazia consigo uma mala de dinheiro e duas acompanhantes claramente de uma das boates.

-- Já começou? -- Questionei.

-- Não, o oponente do Rindou não sabe quem será a sorte dele. -- Ran falou, pegando um cigarro.

-- Então não enche a porra do meu saco, Koko. -- Falei sério, eu realmente me atrasei. Kim enjoou durante o trajeto todo porque inventou de tomar um shake de morango e é óbvio que eu comprei.

-- Manda ele escolher qualquer uma, vai perder mesmo. -- Kanji comentou e sou obrigado a concordar posso até ter minha rixa com o Haitani mais novo, mas ninguém aqui corre melhor do que ele, exceto Mikey e ainda assim empatam, Koko revirou os olhos e chamou uma das garotas que veio com ele, falou algo no ouvido dela e enfiou uma nota de cem dólares nos seios.

-- Pronto, apressadinhos.

-- Koko, eu quero morrer, seu parceiro. -- Takeomi ironizou e voltamos a prestar atenção nos números e em como o lucro de hoje seria superior ao de qualquer corrida, fora toda a droga sendo traficada por aqui, muitos usuários num mesmo local de venda facilita demais.

A corrida foi finalmente anunciada e desci meu olhar para Kim, que estava com Rindou conversando ao lado de seguranças. Ninguém encosta um dedo nela, e se o fizer, morre, essas foram as minhas ordens, já vou ter que aturar o desgraçado do Haitani tocando no que é meu.

-- Para de encarar que vai ser pior, sempre deixamos a sorte para se ambientar, fora que preciso falar contigo em particular. -- Takeomi me chamou. Balancei minha cabeça, deixando de lado minha raiva, por enquanto não posso mudar essa situação.

-- Fale de uma vez.

-- Você está muito azedo para quem está casado há pouco tempo. -- Meu irmão ironizou.

-- Takeomi, o que você quer? -- Ele cruzou as pernas, pegou um cigarro, e eu o encarei seriamente.

-- Sabe, eu fiz uma descoberta incrível, e claro que eu aproveitei para comprar um presentinho para você. -- Meu irmão enfiou a mão dentro do paletó e tirou de lá uma pequena caixa de veludo, ao qual deslizou sobre a mesa, e o encarei seriamente. -- Abra, Haru, e a propósito, meus parabéns.

Peguei o objeto e ao abrir me deparei com uma pulseira curta e fina de ouro e um par de meias brancas pequenas com babados isso aqui é coisa de... bebê, tem até o cheiro fofo. Deixei o pacote sobre a mesa e o puxei pelo paletó, segurando em ambos os lados da veste.

-- Que porra é essa, Takeomi?

TAKEOMI


Sanzu me encarava puto, mas não posso fazer nada se estou com a razão. Meu irmão havia segurado no meu smoking e ameaçado pegar a arma o que despertou a atenção de Kokonoi e Kakucho, que estavam na sala conosco 7uma vez que Ran e Kanji foram resolver outros problemas.

-- Calma, Haruzinho, sem ressentimentos -- Observei a outra convidada de Kokonoi se desesperar enquanto ele revirava os olhos.

-- Vaza. -- Foi tudo o que Hajime falou para a mulher, que levantou e pegou a bolsa antes de sair.

-- Pare de agir como se estivessem em uma rinha! -- A voz veio de Kakucho, que desviou o olhar para a pista. Respirei fundo e me levantei.

-- Vamos conversar, Haru. -- Falei sério, e meu irmão respirou pesado antes de me acompanhar para fora da sala. Descemos até o perímetro que dava visão total da pista, e Kim estava a alguns passos à frente, fora da sala envidraçada, é claro.

-- Então, Kim está mesmo grávida? -- Sanzu perguntou um pouco sério, e revirei meus olhos prendendo o cigarro com a boca. Eu sei que ele está confuso, então enfiei a mão no outro bolso e tirei de lá o exame, entregando a ele.

-- Como você conseguiu isso, Takeomi? -- A mão dele já estava na arma. Oh, temperamento de merda.

-- Ela passou muito mal ao longo do mês, então quando foi ao médico com Senju, eu liguei e pedi que fizessem um teste de gravidez sem que ela soubesse -- dei de ombros. No fundo, eu já sabia que ela estava grávida; afinal de contas, eu troquei o remédio dela. Não me entenda mal, cunhada, mas eu sei das chances de você sair dessa família, e isso é tudo o que eu não quero. Seu nome tem muito poder e influência, e pretendo que continue sendo uma Akashi, mas devo dizer que não esperava que fosse tão fundo com meu irmão. Então, quando ela simplesmente saiu no meio da despedida de solteiro, eu fiquei sabendo e tomei minhas providências.

Sanzu abriu o envelope e encarou os dados, lendo superficialmente. Logo, os olhos se arregalaram.

-- Kim está mesmo grávida? -- O sussurro veio tão baixo como se ele estivesse inerte e falando sozinho.

-- Ao que tudo indica, sim. Mas se essa corrida der errado, ela não estará mais até o fim da noite. -- Respirei pesado. Oh Casal complicado do caralho, nunca vi.

Meu irmão passou as mãos nos cabelos, jogando-os para trás, puxou um cigarro, e eu acendi.

-- Porra...

-- É -- completei.

-- Eu vou ser pai. -- Fumou mais uma vez, direcionando o olhar para o vidro e observando Kim sentada de braços cruzados entre os seguranças. Uma vez que Rindou estava do lado dela, esperando terminarem de preparar o carro. Enquanto soprava a fumaça, segurando o cigarro entre dois dedos, notei um brilho no olhar dele além do sorrisinho de lado incontido, e a ficha não demorou a cair.

"Puta que pariu, Haruchiyo está se apaixonando."

Dei um sorriso curto e o acompanhei.

-- Você gosta dela, não é? Esse acordo já não está valendo há muito tempo.

-- Eu não sei do que você está falando.

-- Você nunca sabe -- segurei nos ombros dele -- Só faça a garota feliz e não seja um completo idiota.

Deixei Haru sozinho pensando na mulher dele enquanto segui até o andar debaixo. Terano estava aqui, e tínhamos que conversar. Fora que não posso deixar essa história de gravidez vazar. Kim não precisa saber que fui eu o responsável por esse pequeno empurrãozinho.


RINDOU

A corrida começaria em breve e a Akashi está nervosa. Ela não precisou dizer uma palavra sequer; o rosto está sério demais, desviando constantemente.

-- Você nunca correu, não é? -- Perguntei, terminando de arrumar minhas luvas e ela me encarou com um olhar tão tedioso quanto o meu.

-- Depende. Se for em uma perseguição, quem nunca? -- Respondeu com um olhar vago, e estendi a mão para ela. Estava na hora de seguirmos para a pista, e ela aceitou.

-- Estou falando da adrenalina, princesa. Ela entra pela sua pele, sobe por cada nervo, despertando o seu corpo e te mostrando o que é a verdadeira diversão.

-- Viver no limite não é a minha praia, Rin. -- O sorriso mínimo surgiu, e deslizei minha mão pelo ombro dela, deixando-a cair sobre o quadril e tocando a lateral da cintura. Meu celular tocou, e eu o atendi, desviando meu olhar para o vidro superior da arquibancada.

-- Se continuar com essa mão aí, vai ficar sem ela, desgraçado. -- Ouvi um grito e não pude deixar de gargalhar.

-- Relaxa, Sanzu. Eu vou cuidar muito bem da minha princesa. -- Desliguei enquanto ele xingava, e ela simplesmente arqueou a sobrancelha.

-- Não sou a peça de manobra de vocês dois. Se precisam se resolver, vão para um quarto. -- A acidez de sua resposta me pegou desprevenido.

-- Querida, a única que pretendo levar para um quarto é você. -- Pisquei como se não tivesse dito nada, e assim seguimos para o LaFerrari Aperta, o carro que usarei hoje. Abri as portas do carro e dei um colete para Kim; preciso que ela fique intacta para que Sanzu não surte.

A mulher não vestiu o colete, e dei de ombros. O locutor se aproximou, e deixei meu melhor sorriso cafajeste surgir. Eu adoro essa parte; chegou a hora da sorte fazer seu papel.

O locutor falou calmamente, incitando a plateia, e a sorte do meu oponente deixou um selar nele antes de me encararem. Eu me aproximei de Kim, segurando em ambos os lados de sua cintura, e sorri minimamente.

-- Vê se não se apaixona, princesa. -- Pisquei, e ela sorriu de forma arrogante.

-- Digo o mesmo a você. -- Assim que tomei seus lábios, pouco me importei. Prendi o corpo dela ao meu, sentindo seu perfume gostoso, e com a mão direita envolvi sua nuca, deslizando o polegar pela sua face enquanto aprofundava o beijo. Senti a língua dela na minha, lentamente pela timidez, algo que eu abandonei ao tomá-la com mais vontade, dominando sua boca. A mão de Kim foi no meu traje, apertando como se tentasse me parar, e respirou calmamente.

-- EI! -- Ouvimos um grito pelo alto-falante, e me afastei apenas quando precisamos respirar. Kim estava com vergonha. Olhei para o vidro e vi meu irmão e Takeomi segurando Sanzu, um pelos ombros e o outro contendo a arma, e só por isso já valeu.

Dei um sorriso para ela enquanto adentrávamos o carro, e ela colocou o cinto. Logo, a bandeirinha veio para o meio da pista, e toquei na marcha. Acelerei o carro e esperei. Quando a bandeira desceu, arranquei, levando o público aos gritos extasiados pela adrenalina e entorpecentes, o que me fez revirar os olhos. Corrida para mim não é por diversão; simplesmente faz parte das minhas obrigações, e eu sempre ganho, e isso sim é divertido.

Fui diminuindo até deixar meu oponente com esperança de que venceria. A primeira bandeirada foi dada quando ele passou em primeiro lugar, garantindo a primeira volta. Logo na segunda, fui mais forte e notei que Kim se segurou, o que me fez rir e encarar rapidamente seu semblante durante a volta. Quando passamos à frente, o empate foi iminente. Agora, a última volta seria ao entorno da arquibancada, saindo da pista e passando por fora, desviando de alguns carros que vinham na pista em sentido oposto.

-- Deus, eu vou morrer. -- Kim sussurrou, e passei a marcha, apertando a coxa dela com vontade.

-- Relaxa, princesa, eu sou profissional. -- Apesar da minha fala entediada, dei um drift durante a curva, assumindo a posição de primeiro lugar e mantive o ritmo acirrado até fazer mais uma volta. Dirigi de ré antes de voltar ao normal e passar de vez pelo ponto inicial, finalizando assim a corrida. Parei o carro perfeitamente em um ângulo de trinta graus, ficando com a traseira bem próxima do pit stop.

-- E então, gostou? -- Ela estava ofegante no banco do carro e até meio assustada.

-- Nem pensar que entro nisso novamente, ouviu, Haitani? -- Ela tirou o cinto, saindo do carro um pouco nervosa, e não pude deixar de achar graça. O locutor continuou falando, deixando claro que a partir de agora a corrida estava aberta. Fui até ela e a puxei para mim, envolvendo seu pescoço com minhas mãos e tomando seus lábios de maneira sedenta. Kim tentou se afastar, mas não permiti, era o beijo da sorte, e obviamente, que estou me aproveitando. Depois que me afastei, com ela ofegante, senti o lado direito do meu rosto quente e a face dela irritada, o que me fez segurar o pulso dela.

-- Quem você pensa que é, princesa, para me agredir desse jeito? -- Apesar de segurar seu braço, não o apertei.

-- Sou Kim Akashi, preciso me apresentar pra você? -- Ela ironizou, e eu gostei; um bom desafio sempre é bem mais divertido. Puxei-a para mim e embrenhei os dedos nos fios de sua nuca.

-- Nunca mais faça isso -- sussurrei, em uma ameaça, e ela riu.

-- Ou vai fazer o quê? -- O olhar desafiador dessa mulher é uma tentação para dobrá-la.

-- Vou dar um jeito de você passar vinte e quatro horas comigo. -- Kim sorriu convencida antes de levar a mão até o meu pulso e o segurar, como se fizesse uma ameaça velada. Depois de apertar os lábios de maneira sedutora e ainda me encarando, ela sussurrou no meu ouvido, devido à proximidade.

-- Boa sorte em tentar, Haitani, mas até lá, me solta antes que eu te machuque de verdade. -- Acompanhei o olhar dela, que desceu pelo meu pescoço até o punho, e só então notei que havia uma faca direcionada para o meu coração. Soltei os fios dela lentamente e não consegui evitar de sorrir.

-- Princesa, você está jogando um jogo muito perigoso. -- Afirmei, levando minha mão até meu rosto, tentando conter minha vontade de pegar essa mulher. Ela simplesmente rodou a faca entre os dedos e a enfiou de volta na bota.

-- E para o seu azar, eu sou uma excelente jogadora. -- E assim caminhou em direção aos seguranças que, ao abrirem espaço, pude ver o rosado desgraçado com as mãos nos bolsos e um sorriso de satisfação. Quando ela se aproximou, ele passou a mão pela cintura dela, a puxando para si e saindo dali.

Eu provavelmente estou muito fodido, afinal, passei dos limites, mas valeu a pena.

O carro mencionado:

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