XV
O grito que ecoou da minha garganta o fez rir cada vez mais abertamente, principalmente com os tremores em minha carne enquanto meus gritos se desfaziam em um choro intenso.
Se não aguentar não vai ter graça meu bem. -- E assim se moveu, eu só queria chorar e pedir que me matasse, mas quando aquilo finalmente acabou eu ainda teria que conviver com as marcas deixadas por eles.
Acordei suando e respirando fundo, levei minha destra ao meu rosto e notei que estava molhado e ao virar para o lado vi Sanzu me encarando seriamente.
-- Desculpa, eu não queria ter te acordado. -- Foi tudo o que disse antes de levantar e segui para o banheiro, lavei meu rosto e apertei o mármore contando de um até dez, era só um pesadelo e não tinha por que sentir tanto.
-- Kim... -- O toque dele me assustou.
-- Você precisa de algo? -- Tentei ser o mais plausível possível.
-- São duas da manhã, apenas vá dormir quando conseguir. -- Encarei o espelho e vi algo que nunca imaginei em seus olhos: um misto de confusão e pena. Sanzu estava preocupado com essa reação quebrada, visto que sempre fui a mulher que entrou em conflito ele. Apenas assenti a esse pedido antes dele sair e apertei a borda da pia com força, me recusando a ver meu próprio reflexo agora que estou plenamente sozinha.
Em pensar que tudo ocorreu rápido demais durante aquela festa.
Eu bebi tanto que esqueci até mesmo onde estava, depois que aqueles olhos amendoados com um fundo tão âmbar apareceram em minha mente, por um segundo desejei morrer e me afogar no álcool parecia a opção correta, pois, nessa noite eu não tinha um sobrenome, era apenas a bonequinha do Haruchiyo, a noiva perfeita que seguia a risca as ordens dele. Pelo menos essa era a porra de imagem que devíamos passar e desde que eu pudesse encher minha cara sem ninguém me questionar, estava tudo bem e foi exatamente isso que fiz.
Bebi pela família inteira, ou como a expressão brasileira detalha: enchi o cu de cachaça. No caso whisky, vinho branco, vinho tinto e champanhe. Uma mistura e tanto para quem não curte fazer isso. Após perder praticamente os meus sentidos e sentir os olhos de Sanzu queimarem minhas costas, subi para a área de descanso que me era permitida trocando as pernas e depois disso apaguei. Quando acordei eu já estava no carro e não lembro de nada após subir os degraus daquela mansão, o fato é que a bebida me deixou extremamente agitada e quando chegamos em casa, fui direto para o banheiro me trancando nele, eu vomitei toda a porcaria que ingerir, tomei um banho de praticamente uma hora e exigi que a cozinheira preparasse algo delicioso e que curasse essa sensação de merda, tudo isso antes das duas da manhã. Parabéns, Kim, se sua mãe estivesse aqui provavelmente bateria na sua cara, dei um belo sorriso antes de encarar a realidade, no fim das contas, eu não tenho ninguém que se importe sem que veja algum tipo de vantagem e só posso contar comigo mesma.
OFF
Respirei pesado e encarei meu semblante no espelho, abri as portas dos armários atrás de um comprimido para dormir e depois de tomar, lavei meu rosto e retornei para o quarto, eu só tenho que descansar e esquecer que a pessoa em quem eu mais confiei foi a que acabou comigo. Preciso acabar de uma vez com essa missão antes que todo o meu Eu que tanto construí vá ao chão e para piorar, aqueles olhos não saem da minha cabeça, me causando cada vez mais temor, tentando me afundar em um poço ao qual não posso me permitir tocar.
Não mais.
Na ponta dos pés retornei para a cama e me deitei ao lado de Haruchiyo, no início, ao fechar os olhos a lembrança vinha com força me fazendo entrar em agonia e apertar minha própria roupa, mas... Com o tempo, o remédio fez efeito, minha mente aos poucos ficou nublada e eu não senti mais nada, entretanto não consegui dormir. Não sei quanto tempo se passou ou o quanto me movi nessa cama, só sei que meu corpo está quente e minha boca extremamente seca, como se eu estivesse em um frenesi ruim, Sanzu estava apagado ao meu lado e nossa, desde quando Haru é tão belo? Ele parece tão gostoso desse jeito, sentei em seu quadril alisando sua face e seu torso, passei a ponta dos meus dedos por todo o seu belo corpo até meu quadril se moveu sozinho e apesar de não achar isso certo eu não consigo controlar as minhas funções motoras ou sequer tenho a capacidade de parar.
O rosado abriu os olhos me encarando de maneira séria e nem percebi que estava abrindo a camisa dele.
SANZU
Meu sono estava confortável até que senti um peso sobre meu corpo e depois disso toques que só poderiam vir da Moon, mas isso é impossível. Porra! Essa seca está me fazendo alucinar, só pode, não há outra explicação!
A presença e o cheiro de seu perfume foram ficando mais intensos, assim como a respiração próxima do meu pescoço e não hesitei em abrir os olhos de uma só vez:
-- Kim, o que caralhos você está fazendo? -- Questionei a mulher que agora rebolava no meu colo enquanto desabotoava a minha camisa.
-- Eu quero muito sentar em você. -- Beijou meu pescoço dedilhando meu peito calmamente enquanto se movia em meu colo, essa mulher não pode estar falando sério, deve está armando algo pra cima de mim, nada é tão simples quando se trata da Moon.
-- Não é a toda fodona que diz que nunca vai dar pra mim? Ou será que a seca está te matando? -- Afirmei e ela voltou a beijar a linha do meu maxilar sem se importar, depois meu pescoço e eu já estou duro com essas reboladas cada vez mais intensas, que inferno estou há muito tempo sem foder e tudo por culpa dessa maldita, então quer saber, foda-se!
-- Tudo bem vadia, abaixa minha calça e senta. -- Ela foi mais do que rápida em colocar meu pau para fora e arrastar a calcinha para o lado e sentar com gosto descendo até a metade, causando um puta expectativa e depois sentando de uma vez e gemendo alto, me fazendo arfar. Nunca pensei que pudesse me fazer querer provar, pra mim ela não passa de um problema e apenas isso. Kim começou a subir e descer e olhei para ela tão inerte, agarrei seus cabelos pela nuca e estapeei suas coxas, observando-a se dar prazer e não há como negar que está fazendo isso muito bem, deixei que continuasse assim até gozar para depois empurrá-la na cama, na minha cabeça ainda perdura todas as ofensas e malcriações dessa mulher.
-- De quatro agora! -- Ela obedeceu e bati com força do lado esquerdo de sua bunda, rasguei a calcinha e bati de novo do outro lado.
-- Me fode logo Sanzu! -- Bati de novo.
-- Pede direito, vadia! -- Puxei seus cabelos e ela grunhiu pelo aperto enquanto me esfrego entre suas pernas.
-- Me fode por favor Haru. -- Cheguei a pulsar com esse pedido manhoso.
-- Depende... A quem essa putinha pertence hein? -- Continuei com meu joguinho, sussurrando próximo ao seu ouvido enquanto a masturbo com o meu pau.
-- Ela pertence a você e a mais ninguém. Só sua putinha. -- Sorri satisfeito e entrei de uma vez ouvindo-a gritar, me movi com força e notei-a agarrar os lençóis.
-- Vai devagar Sanzu! -- Deixei um sorriso escapar, me desfazendo da minha camisa.
-- É diferente quando eu estou metendo não é boneca? Agora aguenta. -- Ela não para de pulsar e com isso fui mais forte.
Um gemido extremamente alto ecoou por parte dela.
-- Tá me apertando com gosto. Serei bonzinho com você -- Diminuí o impacto, enquanto ela tremia, como se seu corpo se acostumasse comigo e logo depois voltei a me mover com violência cada vez mais rápido e intenso, levando uma de minhas mãos até o meio das pernas dela a masturbando.
-- Awhhh Haru, isso. -- Ela tentou baixar a cabeça e só não conseguiu porque estou mantendo seus cabelos segurados e assim me senti praticamente esmagado conforme ela gozava e eu fiz o mesmo estocando mais duas vezes antes de gozar dentro e gemer em satisfação. Porra, agora eu quero bem mais do que uma rapidinha.
-- Você foi uma boa garota, muito boa. -- Me afastei sorrindo enquanto ela recuperava o fôlego, fui ao banheiro e ao acender a luz notei que havia um pouco de sangue no meu pau, respirei pesado, talvez eu tenha pegado pesado com ela.
[...]
KIM
A luz castigava o quarto e sinto minha cabeça doer, ah merda por que eu tomei aquele remédio? Se bem que eu não os comprei... Isso provavelmente são as dragas de Sanzu. Porra! Por isso estou tão mal, eu nunca fiz isso antes, tentei me sentar e senti meu baixo ventre doer muito e uma leve ardência se formar. Porra... Uma lágrima escorreu por meus olhos e respirei fundo, fechando os olhos e algumas imagens distorcidas da noite anterior vieram em minha mente.
-- Não, isso não pode ser verdade. Eu não fiz isso, não fodi com ele! -- Por instinto meti a mão no meio das minhas pernas e senti pegajoso, olhei para os lados e tive a certeza de que estava sozinha.
-- Pelo visto acordou boneca. -- Sanzu estava parado na porta do quarto segurando duas canecas, me entregou uma ao qual fiquei confusa pela boa ação.
-- E você teve uma boa noite.
-- Ao que parece você não se aguentou. -- Ele ironizou enquanto bebi o café forte.
-- É, pelo visto a minha buceta faz milagres. -- Ele riu antes de se aproximar.
-- Tem meia hora para se arrumar. -- Respirei pesado sentindo a mão dele alisar meus cabelos. -- Ah... Use saltos.
Esse desgraçado está fazendo de propósito. Assim que ele saiu eu tentei me levantar mais uma vez e novamente lágrimas vieram aos meus olhos, porra tá doendo muito.
Com dificuldade sai da cama notando algumas gotas de sangue no lençol e então me arrastei até o banheiro, eu não sei o que foi pior, usar o vaso sanitário ou tomar banho e lavar minhas partes íntimas. Depois que acabei, procurei por um anestésico até que encontrei um, não muito indicado por deixar o corpo meio dormente, mas foda-se ou eu tomo isso, ou não vou conseguir manter minha pose. Se bem que foram esses malditos comprimidos que me fizeram transar com Sanzu e eu não farei isso nunca mais.
A contra gosto pus um vestido midi com decote nas costas, estou usando uma calcinha sem costura com forro duplo por conta desse pequeno inconveniente e estou levando outra na bolsa de mão, além de que vou passar na farmácia, me maquiei, peguei os saltos e dessa vez desci descalça e com muita calma.
-- Kim vamos tomar café. -- Eu concordei e segui para a mesa lentamente sendo apressada por ele. Tomamos café em silêncio e enquanto Sanzu atendia o telefone, eu calcei meus saltos e ajeitei meus cabelos mantendo minha clutch em mãos, fiquei de pé e respirei fundo. -- Até que está jeitosinha -- Ironizou.
-- Tem um espelho enorme no nosso quarto, eu sei que estou deslumbrante.
-- Acho melhor você de apressar querida. -- Uma coisa eu entendi sobre ele, Haruchiyo muda de assunto toda vez que tenho razão, após o café seguimos para a Ferrari Portofino na cor roxa que obviamente possui pintura exclusiva, Sanzu abriu a porta pra mim com um sorrisinho cínico nos lábios.
-- Pare na farmácia por favor.
-- E para quê?
-- É sério Haruchiyo? Você vai mesmo se fazer de desentendido? -- Ele ligou o carro se fingindo de ofendido e o pior disso tudo é que nem posso fazer esforço.
-- Você gozou dentro e eu não vou ser mãe, tão cedo, pelo menos não tem doenças se não eu estaria contaminada. -- Não é como se fosse fácil engravidar depois de todas as complicações que meu corpo sofreu após certa violência, mas não vou pagar para ver.
-- E se eu quiser que tenha um filho?
-- Tá de brincadeira né? O mínimo que se espera dos pais de uma criança é que tenham respeito e sejam responsáveis e vamos concordar que você não possui um pingo de respeito por mim, então, vamos passar porcaria da farmácia.
Sanzu não disse nada e preferi assim, quando paramos na farmácia ele ficou no carro e eu andei até o estabelecimento, comprei uma pílula, meu anticoncepcional e por fim uma cartela de comprimidos para aliviar a dor do corpo, desses básicos que não precisam de receita, fora lubrificante, relaxante muscular, camisinha e mais algumas coisas. Voltei para o carro chupando uma bala e ao sentar do lado dele ele pegou a sacola inspecionado.
-- Você é curioso assim ou está de implicância? -- Tomei meu remédio bebendo o chá-preto que comprei.
-- Por que se deu ao trabalho de comprar camisinha? Se for pra foder, farei questão de gozar dentro de você. -- Mordeu o lábio inferior, provavelmente se lembrando da rapidinha da madrugada.
-- Foi por isso mesmo. Óbvio se voltar a acontecer, por que eu não pretendo...
-- Nem termine essa frase, afinal de contas foi você quem foi atrás essa madrugada, vai dizer que nunca mais vai querer sentar pra mim, e durante um surto esfregar essa buceta no meu pau até dizer chega. Ontem eu fui bem generoso, posso não ser tão delicado da próxima vez. -- Me calei enquanto ele ria da situação, Sanzu colocou as coisas no porta luvas e voltou a dirigir.
[...]
Era para ser mais um evento comum e infernal, e estava seguindo a risca esse exato termo.
Infernal por que meu corpo está cansado e comum por se tratar de negócios, mesmo assim minha cabeça está distante, não consigo tirar os flashes da madrugada da minha cabeça. Haruchiyo é um puta de um gostoso, mas é muito bruto e eu nunca gozei tão rápido na minha vida, resta saber se foi pela forma que transamos ou pelas drogas... Será que ele não notou que eu estava drogada? Será que ele se aproveitou disso? São tantos questionamentos que eu não vou conseguir ficar quieta.
-- Então estamos acertados, será um prazer fazer negócios com a Bonten e bem-vindo a família. -- Meu padrinho apertou a destra dele e sorriu pra mim que apenas retribuí.
-- Bom agora que finalizamos essa união, nada mais justo do que um almoço digno da minha princesa não acham? -- Piscou pra mim e neguei.
-- Aprecio os seus cuidados, mas temos algo marcado antes de retornar ao Japão. -- Assumi a palavra passando a frente de Sanzu que apenas arqueou a sobrancelha de maneira tão imperceptível que creio que somente eu tenha prestado atenção. Haru concordou e após nos despedirmos de todos eu me afastei um pouco com Yekaterina para algo mais informal e fora da visão de tantos mafiosos.
-- Espero vê-la em outro cenário que não seja de negócios. -- Sorri para ela minimamente antes de abraçá-la.
-- Avise para o meu pai que ele conseguiu o que queria e me dê o seu telefone sei exatamente que tipo de homem lhe agrada. -- Pisquei para ela que concordou me passando o número rapidamente pela retro compatibilidade, vulgo encostar um aparelho no outro após acionar a opção.
-- Acredite quando digo que esse não era o objetivo do seu pai. -- Deixei meu riso leve ecoar.
-- Kate somente um idiota acreditaria nisso, mas, tudo bem. Sou eu por mim mesma. -- Dei um beijo nela e caminhei dignamente até o rosado cretino que encarava minhas pernas e meu quadril. Esse filho da puta.
-- Vamos docinho? -- Sanzu me ofereceu o braço ao qual aceitei. -- Haitanis de merda nos vemos no aeroporto em algumas horas.
E assim partimos, Sanzu dirigia calmamente para fora do local, quando estávamos próximos do shopping notei que ele fez uma curva acirrada e ajeitou o retrovisor.
-- Parece que estão nos seguindo, coloca o cinto querida. -- Piscou, era como se ele estivesse gostando dessa sensação de perigo e então, só vi o movimento rápido do meu noivo deslizando os dedos pelos botões do painel e abrindo o compartimento entre os bancos, ali havia uma pistola e dois pentes carregados.
-- Considere-se com sorte, parece que terá a honra de usar a minha arma.
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