XIV
SANZU
Tinha algo de errado com essa mulher e meus pensamentos se concretizaram quando ela me açoitou tão bem, nunca vi o corpo dela completamente nu, então sei que está escondendo alguma coisa, mesmo que haja uma cicatriz de cirurgia em sua barriga, sei que Kim e perfeitamente capaz de camuflar algo com maquiagem e pegá-la desprevenida é a melhor forma de ter certeza.
-- Sanzu você perdeu a noção? -- Tentou se afastar e forcei mais seus braços abrindo de vez a peça e ela desviou o olhar, analisei a frente de seu corpo em silêncio e depois puxei o resto da peça. -- Vire. -- A contragosto me obedeceu e me aproximei tirando o cabelo longo das costas, toquei bem no meio da coluna espinhal dela com minha mão enluvada e me afastei satisfeito.
-- Temos uma festa hoje a noite, parece que aquele puto desgraçado quer fechar negócio por lá. Tem algo a me dizer a respeito docinho? -- Notei que Kim continuou estática, até que entendeu que não estou mais próximo e então pegou o roupão e se cobriu.
-- Dá próxima vez me pergunte idiota! Nunca mais faça algo assim! -- Pude notar seus pelos arrepiados e sorri.
-- Já falei que você ainda virá até mim, não tenho vontade alguma de te tocar. Por hora se arrume, teremos a um dia de casal e depois você cuidará das minhas costas.
Saí do quarto deixando-a sozinha e estou começando a achar essa mulher interessante... Muito interessante.
KIM
Minha respiração chegou a falhar após aquele momento, minha mente parece fervilhar como se tentasse me fazer recordar de uma parte da minha vida apagada, mas agora não é hora para isso. Pensando desse jeito fui até o closet me vestindo adequadamente, optei por uma calça preta com forro, camisa de cetim branca e sobretudo, nos pés botas de salta e nas mãos uma chanel clássica preta com alças em acabamento de corrente, peguei meu cachecol da fendi que combinaria com todo o meu look e passei apenas um batom após hidratar minha pele e me perfumar, meus óculos escuros já estavam nos cabelos e as luvas trouxe em mãos. Desci as escadas calmamente e lá estava Sanzu, me esperando.
-- Até que você sabe se vestir. -- Revirei os olhos.
-- Basta dizer que estou bonita. Onde vamos?
-- Quero comer em um bom restaurante antes de passear com você, será a minha guia Kim. -- Pisquei diversas vezes, desde quando ele me chama pelo meu nome? E assim partirmos para o que deveria ser uma tarde normal, no entanto, se tratando de Sanzu Haruchiyo, não existe o fator normalidade.
[...]
Foi estranho passar um dia inteiro ao lado de Sanzu sem sentir qualquer tipo de hostilidade por sua presença, pelo contrário, diria que passei uma tarde excelente. O rosado quando quer sabe tratar como uma mulher, fizemos todos os programas de um verdadeiro turista com ele vestido em trajes sociais. Depois de nos divertimos bastante o rosado me guiou até uma praça ao qual sem motivo algum me beijou, deslizando os lábios pelos meus tranquilamente e o pior é que nem posso recusar, com isso apertei um dos lados cintura dele enquanto sentia sua mão em minha nuca. Porra... Eu vou acabar gostando dos toques desse homem.
No fim Sanzu se afastou sorrindo convencido e me olhando nos olhos, antes de morder o lábio inferior e me olhar de uma ma neira que parecia me despir em plena praça pública.
-- Vamos docinho... -- Esse lado dele as vezes me causa uma incerteza fodida e para piorar eu estou bem instável com tudo o que tive de fazer. No fundo só preciso me afastar de tudo o que me faz tão mal...
Sanzu estava arrumado enquanto eu coloquei um vestido longo e vermelho sem mangas e de corte reto, com uma fenda na coxa direita, passei um batom bordô e fiz um delineado gatinho, passei um pouco de blush em tom caramelo e fiz um contorno suave, apliquei iluminador e finalizei a produção com um pouco de pó e fixador. Meus cabelos estão repartidos de lado e jogados para esquerda, no pulso uma pulseira fina de diamante da tiffany & co e do mesmo conjunto coloquei a gargantilha e o aparador de aliança em ouro branco dezoito quilates com uma pedra de diamante enorme no meio. Coloquei meus saltos e peguei minha chucth antes de descer as escadas e encontrar Sanzu em um terno escuro me olhando como se eu fosse sua próxima refeição.
-- Cuidado para não babar docinho... -- Ironizei repetindo seu tão famigerado apelido e ao passar por ele tive meu pulso segurado, o rosado se aproximou cheirando meu pescoço e me arrepiando completamente antes de se afastar e todos os meus sentidos foram afetados por esse simples contato.
[...]
Sanzu me encara sério e o olhei um pouco desconfiada, antes de Kaesa o afastar devido aos negócios, Ran foi junto já que há sempre dois homens da Bonten em um acordo e o terceiro fica de sobreaviso.
Fui deixada em uma das enormes salas da mansão enquanto a festa ocorre no andar debaixo, Yekaterina logo adentrou o local me vendo ao lado de Rindou.
-- Boa noite. -- Sorriu gentilmente praticamente comendo o Haitani com os olhos.
-- Realmente são um deleite esse homens da Bonten. --- Yekaterina comentou em russo apenas para mim.
-- Não é? Tem que ver os outros, você vai querer transar com eles de uma só vez. -- Comentei em russo levando-a a rir.
-- E quanto ao seu homem, quando me dará detalhes? -- Revirei os olhos.
-- Que tal nunca? -- O olhar de Kate foi para o meio das pernas de Rin que fingiu não ver enquanto bebia.
-- Esse mesmo é bem bonitinho... -- Francamente hoje ela está descontrolada provavelmente tem haver com o fato de que já bebeu mais do que devia, visto que essa é uma festa onde Kaesa não precisará dos encantos ou trabalho de Yekaterina.
-- Kate você pode ter o homem que quiser então pare de se meter com drogados, agiotas e gangsteres, pelo amor. Procure um governador, um presidente.
Ela riu se levantando e mandando um beijo.
-- Para quê? Se as melhores noites sempre veem daqui. -- Piscou se retirando da sala e por um momento notei o olhar do Haitani em mim.
-- Sabe que falo Russo. Tirando o seu drogado favorito. -- Ironizou.
-- Sabe que não me importo não é? -- Ele revirou os olhos e dei de ombros.
-- Mas deveria. -- Afirmou como se me conhecesse bem e quer saber foda-se. Eu não queria ser grossa, mas esquece, eu serei.
-- Pra você é fácil falar Haitani, se fosse uma mulher e estivesse casada com Sanzu entenderia.
-- Eu não seria tão burra, estourar os próprios miolos dar menos dor de cabeça. -- Ironizou e resolvi entrar na brincadeira.
-- Sim meu caro, você seria burra em um grau sem precedentes. Tirar a própria vida em prol de um relacionamento que no instante seguinte te substituirá feito lixo trocado não vale a pena. --Atraí atenção de Rindou que agora parecia intrigado.
-- Entendam de uma vez que minha vida é só minha, eu nasci livre e não no tempo da escravidão pra ficar sendo açoitada toda vez que um macho tiver vontade e já demonstrei que não deixo barato, pouco importam as consequências, eu sustento a minha posição e o meu livre arbítrio. Então no dia em que você ou qualquer outro cara de gangue souber o que é ser mulher nesse meio infernal conversamos. Até lá nem tente impor alguma coisa. -- Massageei minhas têmporas e ele riu antes de me encarar e se levantar, foi até a máquina de lanches dessa sala privativa e comprou duas bebidas, sendo um suco e um chá e me entregou, obviamente agradeci.
-- Sabe, eu não deveria estar te contando -- abriu a lata calmamente -- Mikey já escolheu o sucessor de Sanzu caso ele falhe com você. -- Bebeu calmamente e fiz o mesmo abrindo minha latinha após limpar a parte de cima.
-- Contando que não seja Akashi afinal ele é meu cunhado ou Murcho que parece que vai me esquartejar com aquele olhar de ódio, sinceramente não me importo.
Rindou riu de lado jogando a cabeça para trás e seu olhar demonstrou algo que nunca parei para observar, uma mistura leve de arrogância e lasciva, característica de seu irmão mais velho.
-- Não quer tentar adivinhar?
-- Não faz a menor diferença, mas já que estamos aqui. Só consigo pensar em Ran. -- O Haitani mais novo sorriu.
-- Errou. -- Me encarou sério. -- Pense mais um pouco garota.
-- Realmente devido a minha posição, Kakucho, seria mais apropriado pelas leis.
Rindou riu de leve.
-- Não nos importamos muito com isso se é que me entende.
-- Então... Hajime. Não tem mais ninguém. -- Ele me encarou sério, parecia com raiva e tudo o que fiz foi olhá-lo sem entender, até que algo me ocorreu e desacreditada afirmei:
-- Só falta me dizer que é você. -- Ele se recostou na cadeira e voltou a beber. -- Sem ofensas, mas estou surpresa.
-- E por quê?
-- Você não me parece muito apto Haitani, fora que nunca o vi com mulheres. -- Se bem que, também nunca vi Kakucho ou Kokonoi acompanhados, Rindou se aproximou olhando em meus olhos e apesar de não me tocar a minha respiração intensificou.
-- Já esteve com um Haitani antes, Kim? -- Neguei e ele balançou a cabeça. -- Exatamente, Mikey me escolheu por que diferente de Sanzu, sou mais apto a por juízo em você, por exemplo, se você tivesse fugido e me traído eu a prenderia no meu quarto pessoal e a faria implorar por piedade só para ser negada. Se tivesse me esfaqueado, talvez não estaria viva para contar história e acima de tudo jamais chegaria a uma agressão.
Tudo foi dito em um sussurro tão leve que infelizmente, arrepiou a minha pele, um pouco atordoada pisquei antes de retornar a mim e tomar a liberdade de tocar em seus cabelos.
-- Mas você não é o Sanzu não é mesmo? E se estivesse no lugar dele e quisesse ser tratado melhor, bastava não se referir a mim de forma tão pejorativa ou me tratar como um nada. -- Ironizei, por um minuto Rindou largou a lata e subiu os dedos pela minha cintura, apalpando firme até chegar em minha nuca e de maneira imprevisível puxar meus fios.
-- Você pediria por isso e tenho certeza de que Ran adoraria participar. -- A boca dele roçou no meu pescoço em seguida se afastou. -- Eu não seria um completo filho da puta com uma mulher que tem tanto a me oferecer, não vale a pena.
-- Você me dividiria com seu irmão? -- Mordi a parte interna da minha bochecha e ele sorriu.
-- E não é isso que você quer? -- O Haitani se levantou e saiu da sala, eu respirei fundo, antes de cruzar minhas pernas sentindo o efeito desse maldito no meu corpo, misturado com a leve embriaguez isso é um inferno e o pior de tudo é que não posso sair dessa maldita festa, não até Sanzu determinar, do contrário serei um alvo fácil em meio a uma farsa.
Pensando desse jeito sair do local com um sorriso falso nos lábios, passei pelos segurança e segui para a pista de dança, de longe os olhos de Sanzu estão em mim e não deixei de me divertir até que cansei. Após mais de quarenta minutos sem parar, segui para o bar onde pedi uma vodka pura e uma rodela de limão. Chupei a fruta primeiro e depois tomei o shot, pedi mais um e resolvi voltar para a sala, observando como as pessoas se divertiam sem preocupação, sem saber que essa festa pertence a máfia Russa e que todos virariam um alvo fácil dependendo das escolhas feitas, suspirei um pouco cansada pela forma de pensar, ou minha vida é uma merda ou realmente não vejo mais graça nesse mundo. Tomei o Shot e dancei mais um pouco antes de voltar a caminhar em direção a sala reservada, no meio do caminho esbarrei em alguém.
-- Me desculpa... -- Meus olhos sobressaltaram, minha respiração imediatamente acelerou antes de parecer ter se perdido. Pisquei diversas vezes e quando olhei para frente o homem não estava mais lá.
O que está acontecendo? Andei um pouco pelo local atrás daquela cabeleira branca e não encontrei, no fundo prefiro assim e com isso retornei para o bar convicta de que lá era o melhor lugar e dali em diante eu sabia que minha noite seria uma merda.
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