VII
Eu esmurrei o vidro e nada, bati com o banquinho na intenção de quebrar e foi em vão, gritei até ficar rouca e nada aconteceu, mas se ele acha que isso vai ficar assim está muito engando. O frio se fazia presente já que anoiteceu e tentei me acalmar, eu não serei subjugada, mais do que já fui por ser obrigada a aceitar esse relacionamento de merda.
Caminhei pela ampla varanda me desfazendo do vestido molhado e ficando apenas de trajes íntimos, vasculhei as gavetas e vi meio tablete de coca em uma gaveta, não tinha acendedor então continuei procurando até ver a churrasqueira ampla sorri feito uma maníaca homicida.
Haaa Haruchiyo, eu vou foder com você e não gostará disso...
[...]
SANZU
Eu estou puto, Kim é difícil de lidar, mas nada que uma boa doutrina não resolva. Depois que saí da cobertura segui para o bar reservado e separei um pouco de cocaína e umas bebidas alcoólicas, mal preparei e aceitei o trabalho de uma prostituta qualquer, que se foda essa acordo, qualquer coisa eu me resolvo com a vadia que casei.
Brin fazia um bom boquete até que assumi o comando puxando os cabelos dela e forçando-a ir fundo, cada vez mais rápido, até que eu gozasse e quando isso aconteceu mandei que saísse. Para o meu azar ela passou pela porta no mesmo momento em que Ran adentrou o local sorrindo vitorioso, eu odeio essa cara de satisfação dele.
-- Mikey está te procurando, pelo visto você aprontou Haruchiyo.
-- Eu não sou nenhuma criança caralho! -- Soquei a mesa observando-o acender um cigarro.
-- Então por que raios houve uma explosão na sua cobertura e para piorar está em todos os canais de tv aberto. -- Olhei para o barman que imediatamente entendeu que deveria mudar o canal e pude ser helicópteros sobrevoando o meu andar, além de mostrarem tudo queimando, havia uma mulher com o rosto coberto e de peças íntimas adentrando a cobertura. Aquela maldita.
-- Além de traidor, tentou machucar o pacote. Você é uma perda de tempo mesmo. -- Ran ironizou e me aproximei puxando a arma.
-- Fica fora disso Haitani. -- Ele ergueu as mãos se pondo de lado e me dando passagem, mal sai do bar e dei de cara com inúmeros seguranças.
-- O chefe solicitou a sua presença superior. -- O líder dos seguranças baixou a cabeça em sinal de respeito e simplesmente segui o caminho até o escritório, tendo em mente que vou matar aquela filha da puta.
Mikey me olhou em desaprovação e tédio. Ayumi estava ao seu lado e isso não é bom, uma vez que meu chefe nunca permite que sua esposa esteja nos compromissos da gangue.
-- Ela ficará comigo até amanhã, de um jeito nisso Manjiro, você me prometeu. -- E assim a prateada saiu do local me olhando com desgosto.
-- Eu te dei uma ordem Sanzu, desde quando ficou tão rebelde? -- A voz densa de quem estava puto e descontaria em mim evidência o quanto estou fodido.
-- E eu a cumpri, não encostei em um fio de cabelo daquela vagabunda. Ela me desrespeitou diversas vezes e tudo o que fiz foi trancá-la na varanda. -- Mikey sabe que não estou mentindo, não há necessidade.
-- Se vire para reparar isso, Hajime já entrou em ação para tirar das mídias as imagens e vídeos de Kim de trajes íntimos na varanda e torça para que o odioso pai dela não veja. Mesmo tendo se submetido, Taehyun pode se virar contra a Bonten pelo fato da princesa dele estar em perigo.
Respirei pesado, Mikey tinha razão e agora terei que agir tranquilamente com aquela cretina se quiser manter esse controle antes que as coisas piorem para o meu lado.
KIM
Depois que me liberei daquela vã tentativa de me punir por porra nenhuma, segui para o quarto, tomei um banho quente e vesti roupas limpas. Optando por uma calça jeans de lavagem em degradê e blusa social branca ao qual dobrei as mangas, óbvio que hidratei meu corpo e o perfumei antes, fiz uma maquiagem bela e leve, assim como deixei meus cabelos soltos e minutos depois escutei batidas na porta do quarto, pela forma educada sei que não se trata de Sanzu, fui até o armário pegando um bolsa de mão, calcei meus saltos e abri a porta dando de cara com o mais novo dos Haitani me encarando tediosamente.
-- Estou encrencada? -- Perguntei contendo minha ironia e ele sorriu.
-- Se dependesse de mim estaria de quatro apanhando, você conseguiu causar mais prejuízo e confusão do que qualquer outro que tentou peitar a Bonten.
Me aproximei sorrindo e fiz um carinho em seu peito.
-- O que posso dizer? Eu sou um furacão e para poucos, fora que não depende de você. -- Pisquei olhando-o de cima a baixo. -- Se bem que... Não me importaria de estar ao cuidados dos famosos Haitanis. -- Passei por ele descendo as escadas em silêncio, mas seu que o olhar de Rindou está em mim.
[...]
Mikey me encarava ao lado de Sanzu, que não ousou se dirigir a mim.
-- Pelo visto, Haruchiyo não está cumprindo com o acordo. -- O líder comentou e por dentro reverberei, esse rosado encapetado deve estar se correndo.
-- Lembre-se Haruchiyo ela ainda não subiu no altar, para que outro assuma seu lugar basta uma ordem. -- Bom Kim você vai com a rainha hoje.
Apenas concordei deixando a sala notando o clima pesado que se formou, antes que saísse pude ouvir o restante da conversa:
-- E então Hajime? -- Mikey perguntou.
-- Está feito. O incidente não passou de um acidente com o gás devido a um turista curioso. -- Kokonoi acendeu um cigarro.
-- Excelente, Ran acompanhe Kim até a sala privativa o restante, temos uma reunião e alguns assuntos a encerrar.
Não fiz questão de olhar para Sanzu, ainda estou com raiva de tudo o que ele fez sem motivo algum, então aceitei o braço cavalheiro do Haitani mais velho e seguimos pelo saguão, Ran a todo momento sustenta um ar de arrogância que me faz duvidar do que realmente quer.
-- Sabe princesa, tem algo que temos que conversar. -- Encarei Ran com a certeza de que o assunto me deixaria completamente estressada, uma vez que esse Haitani só diz coisas que me atraiam para ele e eu não sou idiota o suficiente para cair nessa lábia, mesmo flertando com eles, sei que não valem nada, afinal são a Bonten e é uma pena que meu pai não pense assim.
-- Diga, sou toda ouvidos -- sussurrei.
-- Você não fez um acordo de morte com o Sanzu? -- Ele perguntou. Todos sabem que esse não é o teor do meu acordo, apenas sou posta no mesmo nível que ele. Isso me resguarda a possibilidade de não ser tratada como um simples objeto nas mãos de Haruchiyo e sei que ele aceitou simplesmente por que o desafiei e tive ajuda da Takeomi, e do próprio Mikey que parecia estar estressado.
-- Não é assim que funciona, aquele acordo, só o obriga a me tratar com respeito e não como uma qualquer, ou da forma que vocês tratam as profissionais do sexo ou qualquer outro ser humano que julguem ser descartável.
-- Deve ser terrível estar nas mãos erradas. -- Deslizou a destra por minha cintura, se concentrando ali.
-- E acredito que as suas sejam as certas. -- Ironizei.
-- Posso ser tão cruel quanto ele, mas não com você princesa. -- Beijou meu ombro.
-- Agora sobre o assunto...
-- Ah, sim não faz diferença, vamos? -- Apenas aceitei e seguimos para uma sala fechada com um bar privativo onde Ran me deixou, mas, não sem antes beijar o dorso da minha mão.
"Quem não te conhece que te compra Haitani, eu que não conheço a fundo cairia nessa lábia só por curiosidade, mas sou casada. Muito mal casada." -- Pensei parando em uma das baquetas e pedindo um suco de laranja puro e sem açúcar, ao qual não demorou de ser feito e entregue. Degustei meu suco tranquilamente recordando que deixei o celular na cobertura, mas não tem problema, comprarei um novo e uma capinha com detalhes de ouro só para aquele filho da puta reclamar, vou gastar tanto que se arrependerá. Pensando dessa foram, terminei meu suco e me concentrei no que realmente importa: O que Terano pretende com aqueles papéis? Eu o conheço o suficiente para saber que aquela invasão foi uma declaração de guerra, só que agora as gangues da Coreia do Sul estão se aliando a Bonten e ele também faz parte do sistema.
-- Isso vai dar um problema e tanto fora a retaliação. -- Sussurrei, antes que pudesse dizer algo, meu braço foi tocado gentilmente e ao virar encarei uma mulher de cabelos escuros e olhos castanhos que me encarava em um sorriso.
-- Com licença, senhora Akashi, me pediram para entregar isso. -- A mulher deslizou um envelope pelo balcão e saiu sem que eu pudesse ao menos perguntar de quem era.
-- Não devia abrir. -- O barman afirmou. -- Poderia ser uma bomba ou até mesmo estar envenenado.
Revirei meus olhos, a Bonten age nas sombras, para todos, esse cassino foi aberto por um empresário multibilionário.
-- Nesse caso me dê sua luva. -- A contragosto ele obedeceu e me afastei ao máximo para abrir o envelope e não havia nada, enfiei a mão e só vi algumas fotos, quando parei para compreender do que se tratava senti o ódio tomar proporções inimagináveis dentro de mim. Eu poderia muito bem esfaqueá-lo sem remorso, mas, nesses meses de convivência, aprendi que tem algo que deixa Sanzu ainda mais louco, então simplesmente vou mexer com o seu ego de um jeito que ele nunca vai esquecer.
Guardei as fotos na minha bolsa e simplesmente coloquei um sorriso no meu rosto, não posso deixar transparecer antes da hora. Um tempo se passou até que a senhora Sano adentrou o local com alguns seguranças.
-- Como você está senhorita Moon? -- Ela sorriu amavelmente.
-- Estou bem senhora Sano, mas se veio me levar gostaria de ficar sozinha, tem outro lugar que quero ir.
Ela sorriu e tirou da bolsa de mão um cartão:
-- Se precisar vá para esse endereço. Amanhã teremos uma sessão de spa às dez e meia da amanhã, compareça por favor, esses seguranças obedecem apenas a nós, então pode ficar tranquila. -- Eu assenti, ao sair, informou que dois seguranças ficariam comigo e eu permaneci naquele local por mais algum tempo lutando contra minha mente e meus próprios pensamentos. Se eu fizer isso, vou me sentir tão suja, e serei mais uma traidora, uma escória nesse mundo podre.
Respirei pesado sentindo minha pele arrepiar pelo pensamento que mais pareciam gatilhar minha mente e eu tenho que me controlar, não posso por tudo a perder.
-- Me vê uma caipirinha. -- Pedi e esperei, quando ficou tudo pronto, tomei de uma vez e me levantei, os seguranças logo atrás, passei pela porta e fui em direção ao saguão, dando a volta e entrando em uma das lojas de eletrônicos onde comprei um celular novo, um ship e disquei o número da casa que conheço bem, sendo atendida no terceiro toque:
-- Continua disposto a me receber?
Do outro lado da linha só ouvir a voz rouca em uma leve risada.
-- Difícil será sair daqui princesa. -- Desliguei e apaguei o histórico de ligações, adentrei mais algumas lojas e fiz compras, os seguranças carregaram tudo e no caminho em direção ao lobby, via a cabeleira rosa chamativa e acima de tudo o olhar mortal direcionado a mim, notei o quão estressado ele estava ao descer as escadas rolante apressado até parar a minha frente.
-- Afastem-se. -- Ordenou e os seguranças me olharam esperando por uma ordem ao qual concordei, o que deixou Sanzu ainda mais revoltado enquanto eles se viraram de costas dando alguns passos. -- O que estava p... -- A voz baixa não me causou nada, mas esse olhar estranhamente fez com que meus braços ficassem arrepiados.
-- Não tem direito de exigir nada, tudo o que está acontecendo e o que está por vir é culpa sua Haruchiyo. -- Sussurrou, ele arqueou a sobrancelha e me aproximei mais dedilhando seu peito e beijando a base do pescoço que é onde eu alcanço de salto, ele me encarou e beijei a ponta de seu queixo antes de sentir a mão pesada na minha cintura.
-- Se continuar de gracinha, vou te arrastar para o quarto agora. -- Mordeu a ponta da minha orelha.
-- Eu até iria de bom grado se não fosse tão idiota, agora... Contrata aquela prostituta que te chupou e se divirta. -- Tudo foi dito em um sussurro enquanto ele ficou surpreso pela minha descoberta, mas não o suficiente, tirei da minha bolsa, o envelope e bati com o papel levemente em seu peito e me apertou com vontade.
-- Se fizer alguma merda se arrependerá e não haverá contrato que te salve.
-- Ah, querido, eu te falei para não brincar com a minha lealdade. Agora tenho que ir. -- Beijei sua bochecha, antes de me afastar seguida pelos seguranças.
Deus como eu preferia estar presa.
[...]
Minha respiração está um pouco desregulada, conforme encaro a porta branca da mansão, em minhas mãos apenas a minha bolsa, ordenei que os seguranças levassem minhas coisas para o endereço que a senhora Sano indicou e bati na porta um pouco trêmula.
Quando foi aberta notei que não tinha mais ninguém além dele, minha garganta está seca e meu coração disparado, minhas pernas tremem e tenho certeza que essa foi a pior escolha que já fiz em minha vida.
-- Desistiu princesa?
Meu coração acelerou mais e senti tudo ao meu redor embaçar, os olhos âmbar que antes me fitavam de maneira divertida ficaram preocupados e sem dizer mais nada ele me puxou para dentro, fechando a porta e me poupando de passar por mais vergonha e humilhação, já bastava ter me tornado noiva de um gângster desgraçado.
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