VI

Momentos antes de Kim cumprir com o acordo ao lado de Terano:


MIKEY

Eu estou um pouco inclinado a pensar que South está mentindo, respirei pesado enquanto minha mulher terminava de se vestir.

-- Manjiro eu tenho uma reunião com Sanju e Yuzuha, se incomoda de almoçar sozinho? -- Perguntou se aproximando e simplesmente beijei-a antes de puxá-la para o meu colo.

-- Volte para o jantar e não dispense os seguranças. -- Apertei a coxa direita e quando ela assentiu deixei que saísse e fui para o meu escritório. Não vejo a hora de encerrar esses acordos e retornar de vez para o Japão, ter que vir a Coreia em todos os fins de semana é algo relativamente estressante. Ordenei que Akashi viesse a minha cobertura:

-- O que deseja Mikey? -- A empregada serviu duas taças de vinho antes de sair.

-- Quero que siga a Kim. -- Fui direto.

-- Claro, mas... Por que não Haru?

-- Simples, quando se trata dela ele age de maneira irracional. Quero que observe Terano pra mim, parece que South está armando alguma coisa.

-- E como quer proceder?

-- Apenas observe. Agora vá Akashi.

[...]

Ran foi o responsável por me informar sobre a situação de Takeomi, bem como o fato de que Sanzu está com Kim. Infelizmente, essa garota não pode sofrer nenhum arranhão, afinal, prometi a minha mulher. Conforme o tempo passava, a demora de Haruchiyo em voltar me deixava estressado, então decidi enviar apenas uma única mensagem. Espero não ter que resolver essa situação do meu jeito.


SANZU


Parei na farmácia e tentei estancar o sangramento, Kim estendeu a mão e a olhei incrédulo.

-- Eu não levei meu cartão. -- Afirmou. -- Fora que a culpa é toda sua, então não gastarei um centavo.

Essa filha da puta. Me ergui um pouco e peguei a carteira, ela tomou das minhas mãos e pegou todo o dinheiro.

-- Já volto querido. -- Ao sair do carro estava mancando, acho que peguei pesado com ela.

Kim não demorou a voltar com uma sacola de papel cheia de remédios, fora as latas de água e refrigerante e barrinhas de cereais.

-- Toma. -- Ela jogou as coisas no meu colo. -- Agora se vira.

Eu vou matar essa cretina, quer saber, tenho uma ideia melhor e com isso sorria a deixando apreensiva, dirigi por mais cinco minutos e parei em um hotel qualquer.

-- O que você...

-- Apenas cala a boca e vem. -- Peguei a bolsa e paguei por um quarto, ela não saiu do carro. -- Ou sai por bem, ou vai acabar fraturando um osso.

Após revirar os olhos me seguiu e por algum motivo creio que essa mulher não leve minhas ameaças a sério.

Adentramos no 306 e tirei meu paletó deixando-o estendido sobre a cadeira, abri os botões do colete e fiz o mesmo deixando sobre o assento, por fim tirei a camisa.
Joguei tudo que ela comprou sobre a cama e encarei meu ferimento, realmente dói devido ao corte, mas não sinto dificuldade alguma em respirar, o que comprova as palavras da minha mulher e, mas faz questionar onde aprendeu a fazer um corte tão perfeito. Kim seguiu parar o banheiro batendo a porta, ouvi o barulho de água e um tempo depois a mesma abriu a porta, vi seu sutiã amostra assim como a barriga, observei a região um pouco vermelha de seu quadril e ela ficando a minha frente antes de pegar o saco com gel térmico, automaticamente puxei sua cintura com minhas mãos e terminei de baixar o zíper do vestido. Contemplei as marcas finas pela barriga dela, pareciam de uma cirurgia e peguei o saco. Passei lentamente no local ouvindo-a murmurar e então deixei de lado beijando sua pele que se arrepiou toda. Essa desgraçada é gostosa pra caralho, tirei seu vestido de vez e percebi que a calcinha dela tem umas tirinhas na lateral e foi só puxar que abriu, corri meus dedos por sua pele massageando por cima e no primeiro gemido ela se afastou, fechou a peça e me encarou com raiva.

-- Isso não vai acontecer Haruchiyo. -- A respiração lentamente descompassada, essa mulher quer enganar a quem? Está tão suscetível que por pouco não cedeu.

Apenas dei meu melhor sorriso a ouvindo dar um leve chilique antes de retornar para o banheiro e minutos depois sair vestida. Fiz meu curativo e retornamos ao carro, não vim aqui transar com ela e sim arrumar essa merda de facada para chegar ao cassino apresentável, mas não perderia a oportunidade por nada, afinal uma foda é uma foda.

Meu celular tocou e respirei pesado vendo o nome do meu chefe. Pelo visto estamos atrasados.

[...]

Quando adentramos a sala principal, os mais importantes da Bonten estavam, exceto a esposa do líder. Mikey olhou para as minhas roupas manchadas com desgosto e pude notar o sorriso de Ran.

-- Ele não se feriu na missão. -- Foi tudo o que Haitani mais velho disse, percebi que Kim ficou envergonhada e por isso segurei em seu quadril mantendo-a junto ao meu corpo.

-- Tivemos uma briguinha de casal, nada preocupável.

Até mesmo Hajime e Kakucho se entreolharam, provavelmente surpresos.

-- Jovens. -- Takeomi divagou rindo e Mikey simplesmente nos encarou, fazendo com que todos ficassem em silêncio.

-- Tem algo á relatar Kim?

Observei minha mulher desviar o olhar enquanto o líder se aproximava dela com uma taça em mãos ao qual lhe foi entregue.

-- Beba, imagino que esteja louca para se retirar. -- Afirmou. Kim respirou fundo antes de degustar o suco e pôr a taça na mesa.

-- Sabem o que são arquivos de evidências? -- Todos a encararam. -- O que Terano levou foi exatamente isso. Aparentemente Souh omitiu o fato de que lhe roubaram algo bem mais valioso do que uma formulação primária de cocaína pura.

Fiquei em silêncio, ela em momento algum me disse o que aconteceu naquela porra de lugar.

-- E sabe sobre o que era? -- Kakucho perguntou.

-- Não. -- A resposta ela foi direta. -- Não tive tempo de ler o arquivo, apenas visualizei a capa escrito confidencial e entendi do que se tratava.

Essa cretina está mentindo, mas isso eu acerto depois.

-- Nesse caso já pode ir. Hajime certifique-se de que todo o conteúdo de monitoração do país referente a esses dois dias estejam limpos de qualquer vestígio que nos ligue a essa chacina. Takeomi, você e Murcho irão para a Bolívia e o resto comecem a se preparar para voltar ao Japão.
Percebi a satisfação no olhar dos demais conforme fiz meu papel e ofereci eu braço para Kim, essa mulher tem muito a me explicar e ela não vai muito longe se continuar mentindo para mim.

KIM

Estar no hotel me fez sentir alívio, finalmente poderei descansar e ainda tem a porcaria da dor no meu quadril graças a brutalidade desce rosado de merda. Mal adentramos a cobertura e respirei pesado, sei que Sanzu bancará o segundo no comando infernizará a minha vida, entretanto, eu jamais trairia South, ele nunca me fez mal algum e eu li o documento antes de guardá-lo, sei exatamente que se tratam de provas contra um assessor do governo estadunidense ligado diretamente com o tráfico boliviano, as ramificações dessa merda de sistema imundo se estendem por todo o mundo, como os tentáculos de um polvo.

Acham mesmo que as drogas que entram nos Estados Unidos e pertencem a Terano são apreendidas?

Óbvio que não, ele tem as costas protegidas, não é atoa que quis causar tanto alvoroço nesse roubo, sendo que a Black Eagles também se aliou a Bonten, ou seja, a menor descoberta possível pode gerar uma verdadeira guerra. Fechei meus olhos momentaneamente imaginando como seria ter uma vida normal e para isso, minha mãe deveria ter me feito com um cara comum, ou simplesmente ter me abortado. Vislumbrei o luxo desse local antes de apreciar a vista magnífica tanto da cidade quanto do cassino, sei exatamente como isso funciona, minha família trabalha nesse ramo há vida inteira.
Um cassino de fachada para lavar o dinheiro sujo, as drogas vinda das Américas sendo comercializada em dólar para facilitar a saída de câmbio, o cassino também foi feito para lucrar com turistas, tendo a moeda diversificada em Wons, próprio da Coreia do Sul, Yens Japão e Dólar para transações gerais e exportação e sei que meu pai jamais aceitaria essa parceria se não precisasse me salvar, o ódio que ele sente pelos inimigos é imenso, mas negócios são negócios.

-- Mikey é realmente destemido se levarmos me consideração os anos de rancor e rivalidade entre mais da meta da Ásia e o Japão. -- Comentei por alto mudando de ares com a intenção de evitar questionamentos e Sanzu gargalhou.

-- Isso não é ser audaz garota e sim, possuir sabedoria e influência o suficiente para saber que se forem contra, poderá haver retaliação.

-- Eu não me empolgaria tanto e até mesmo esperaria por uma traição. -- Afirmei fazendo com que me encarasse.

-- Se isso acontecer ficará órfã. -- Ameaçou e respirei pesado relaxando no sofá.

-- Eu ainda tenho mãe Haruchiyo e se algum dia, ela sonhar que você encostou em mim, vai implorar pela morte.

Sanzu me olhou de maneira desafiadora.

-- Se ela for tão detestável quanto você, eu mesmo ponho uma bala na minha cabeça.

-- Por favor, faça isso. -- Ironizei e ele riu, tirando o paletó, seguido do colete e dobrando as mangas, antes de se aproximar e me tomar nos braços a força. -- O que pensa que está fazendo?

-- Já ouviu falar de banho?

-- Me solte agora Haruchiyo! -- Ele não obedeceu, simplesmente seguiu até a varanda antes de adentrar a água da hidro com tudo. Resfoleguei um pouco incerta e ele riu.

-- Me deve uma bela e longa explicação. -- Me fingi de desentendida.

-- Ah, Kim não faça assim. -- Sanzu me prendeu entre os braços subindo o meu vestido para que se acomodasse entre as minhas pernas. -- Se eu perder a paciência -- segurou no meu cabelo com força os puxando pela nuca: -- Visitaremos a minha sala favorita e você não gostará do resultado, então aproveita que o chefe está sendo benevolente e me contendo no processo, porque uma hora isso acabará.

Beijou meu pescoço.

-- Vamos querida, o que tinha naquele envelope?

-- Eu já disse que não li.

-- Kim-Kim, você pode até enganar os outros, mas estamos juntos há tanto tempo que isso não funciona comigo. Vou perguntar mais uma vez. -- Ele apertou minha cintura dolorida e gemi levemente. -- O que tinha naquele envelope?

A voz de Haru estava densa e um calafrio percorreu por todo o meu corpo, me virei de lado com ele me prendendo e olhe em seus olhos mais uma vez.

-- Eu não faço a menor ideia do que tinha naquele envelope. Quer me torturar Akashi? Faça bom proveito, mas não use essas desculpinhas de merda. -- Como se explodisse em fúria, ele me empurrou para o lado e saiu da banheira, foi até a bancada e pegou um cigarro tragando logo após acender.

-- Você não tem jeito, não quero ouvir reclamação depois. -- Sanzu saiu da varanda e fiquei ali por um tempo até que ele sumisse e quando não tinha mais traços do rosado na sala tentei abrir a porta da varanda, falhando miseravelmente.

O desgraçado não fez isso, ele não me trancou aqui!



Pré revisado. 

Só pra que não restem dúvidas. UA-Máfia dessa fic é formada por famílias(termo atribuído aos clãs principais) russas, coreanos, japonesas e mais algumas.

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