V


A respiração de Kim está desregulada enquanto de suas mãos pingam sangue, Takeomi foi mandado para o hospital e South ferido levemente e agora tanto eu quanto os Haitanis nos perguntamos como é que um simples roubo de droga pode ter acabado nessa chacina?

Três horas antes:

KIM

Andar com Terano de carro é sempre uma surpresa. Agora mesmo enquanto ele dirige, mantém uma de suas mãos em minha coxa a alisando e relembrando alguns dos momentos que passamos juntos.

-- South o que exatamente foi roubado de você? -- Virei em sua direita enquanto ele sorria.

-- Um milhão em drogas e uma fórmula de fabricação.

-- E como perdeu isso Terano? Se tratando de você, mataria o vacilão na base do soco.

-- Meu bem -- Apertou minha coxa -- Um filho da puta infiltrado invadiu o meu depósito na Colômbia e roubou a droga, como ele estava afiliado ao EB se escondeu aqui na Coreia e agora que Manjiro os submeteu a um "acordo" Eu vou recuperar o que é meu.

-- E claramente matará o responsável. -- Afirmei.

-- E depois vou te levar pra jantar. -- O carro dele rodeou um prédio extremamente alto enquanto conversávamos e depois partiu, como a pista faz parte da rotatória para pegar a principal não levantará suspeitas. -- Vou precisa que se troque, vamos andar naquele lugar como um casal simples. Essa é a corretora fantasma dos Eagles, eles usam a garagem para fabricar e no penúltimo andar fica o cofre, no andar abaixo dele a sala de reuniões onde deixaremos claro que Precisamos de uma casa de férias. -- Ele afirmou calmamente, Terano está planejando tudo de propósito, afinal de contas bastava entrar naquele lugar e quebrar as pernas de quem ele tanto quer e se resolveu agir com tanta cautela provavelmente quer a cabeça de quem planejou o roubo.
Respirei fundo olhando para ele.

-- Façamos do seu jeito então.

-- Excelente, faz tempo que quero bancar o disfarçado

-- Está vendo muita série policial não acha? -- Ele gargalhou.

-- Amor. Se engana se acha que apenas policias se infiltram e enquanto eles fazem por trabalho, vou fazer por diversão. -- Terano apertou minha coxa e respirei pesado, ele sabe que ainda mexe comigo então apenas balancei minha cabeça de maneira negativa enquanto ele sorria, se estar de tão bom humor é evidente que não será apenas um que ele matará.

[...]

Adentrar esse prédio fingindo sermos casados foi fácil, o problema de verdade começou depois desse teatro. Em algum momento entre a troca de informações e o pessoal adentrando pela garagem, Terano saiu do personagem matando um dos subordinados da EB de maneira silenciosa enquanto eu abri o cofre levando cerca de vinte e oito minutos, peguei tudo o que tinha lá dentro inclusive uma calibre trinta e oito, uma nove milímetros e dois pentes carregado, antes de saí conferir os documentos e me alarmei com o que estava em minhas mãos. Quanto mais eu lia, entendia o motivo de Terano ter armado tudo isso e adentrar esse prédio com tanta pressa, só não justifica ele ter mentido para o Mikey e principalmente pra mim, não demorou muito para o loiro invadir o local e guardei os documentos junto ao meu corpo sobre seus olhares atentos.

-- South estamos com problemas, tem cento e cinquenta membros armados dentro desse prédio. -- O rádio soou e o loiro me encarou.

-- Quantas balas você tem amor? -- Olhei os pentes e conferi o revólver.

-- Um total de 48.

-- Matem qualquer um que tentar nos atacar  e mantenham a discrição. -- afirmou no rádio e depois me olhou: -- Kim coloque isso. -- Terano enfiou a mão no bolso e pegou uma máscara e a vesti sem pensar assim como ele.

-- Qual é o plano?

-- Evacuação pelas escadas até o terceiro andar, ai saímos pela janela de incêndio. --  Respirei pesado estou detestando esse plano e essa situação.

-- Vamos boneca, eu cuido de você.

Não demorou muito para sairmos, cada novo andar vinha com outros membros da EB armados facões e alguns com armas, Terano não via problema nas armas brancas, ele os derrubava com tanta vontade que dava para ouvir os ossos quebrando e eu cuidei dos armados sempre atirando em pontos que os impossibilitasse de segurar a pistola.
Quando próximos do quinto andar a porta foi aberta e South bateu com ela no provável inimigo.

--Aí porra! Eu vim ajudar. Esse seu plano de merda vai repercutir bastante e Bonten está a caminho. -- A voz do Akashi que me encarava sorrindo.

-- Sem máscara?

-- Ah porra. -- Meu cunhado veio até mim e sorriu, depois aprontou a arma pra cada cabeça que estava no chão da escada e atirou. -- Onde foi que deixei aquela merda? -- Vasculhou os bolsos do paletó.

-- Ah sim. -- Enfiou a mão no bolso da calça. -- Está Aqui. -- Takeomi colocou uma máscara no rosto sorrindo. -- Cortesia do marido agora vamos embora. -- Desceu os óculos e engatilhou a arma, eu recolhi algumas munições dos corpos, além de uma faca curta e respirei pesado, não era pra ser desse jeito.

Terano parecia estar se divertindo com a arma na maior conforme continuamos a descer e dessa vez havia mais caras armados e a troca de tiros foi intensa, em determinado momento eu senti um tiro de raspão passar por meu braço e vi que estavam nos cercando por cima, troquei de lugar com Takeomi e descarreguei a arma errando apenas um tiro, algo quente espirrou em minhas mãos e senti Takeomi vacilar.

-- Porra acertaram meu quadril. Vamos logo com isso. -- Afirmou enquanto Terano descia massacrando quem estava na frente, adentramos o terceiro andar e nos aproximamos da Janela e a sala foi invadida.

South reconheceu o homem e nem deu tempo de falar atirando com tudo e não restou outra pra mim, tive que matar era eu ou eles. Utilizamos as paredes desniveladas como apoio e quando meu pente acabou Takeomi jogou a arma pra mim e eu fiz o que devia fazer.

No fim não sobrou um ser vivo da outra gangue pra contar história, uma baixa de mais de quarenta vidas, Takeomi está bem ferido já South levou apenas um tiro no braço e não para de sorrir. A porta foi aberta mais uma vez e apontei a arma, entretanto antes de atirar também senti as armas apontadas pra mim e ofeguei.

-- Mas que porra aconteceu aqui? -- A voz de Sanzu rapidamente preencheu o ambiente enquanto Ran e Rindou olhavam ao redor.

-- Então é assim que uma princesa se comporta? -- Ran riu. -- Gostei.

-- Vamos embora. -- Sanzu se aproximou e um dos corpos no chão se mecheu, ele respirou fundo tirou a própria arma do coldre a atirou na cabeça. -- Levem o Takeomi ao hospital, creio que seus assuntos com minha mulher tenham acabado.

Terano riu.

-- Ainda temos um encontro mais tarde. -- Piscou pra mim e Sanzu apontou a arma para a cabeça dele sorrindo de maneira maníaca assim como o Terano.

-- Se você morrer aqui foi um simples acidente.

-- Acha mesmo que pode comigo Haruchiyo? Eu te derrubo antes de disparar.

Eu me aproximei tocando o cano da arma e entrando na frente.

-- Sanzu abaixa isso.

-- Não me dê ordens vadia! -- Revirei meus olhos e saí da frente, peguei ambas as armas e apontei uma para a cabeça dele e a outra para o meio das pernas.

-- Me xinga de novo pra ver se eu não te deixo eunuco seu babaca! -- Sanzu sorriu ácido antes de baixar a arma e ouvir o risinho de Ran.

-- Sem querer interromper a briga das garotas, mas eu preciso de um médico. -- Takeomi acendeu um cigarro se levantando, enquanto South me observava.

-- Boneca você tem algo pra mim? -- A pergunta mais saiu como uma ordem melodiosa e enfiei a mão no meu traje entregando a ele o documento. -- É sempre um prazer trabalhar com você Kim. -- Piscou pegando o rádio e avisando que sairiam pela garagem.

Eu encarei os outros enquanto Takeomi apagava o cigarro.

-- Foi surpreendente. Se meu irmão não tomar conta de você, há outros a espera.

O olhar de Haruchiyo era mortal e o mais velho riu.

-- Estou brincando Haru, relaxa aí vai. -- Akashi seguiu até os Haitani e observei alguns homens utilizando roupas pretas adentrando o prédio.

-- Você vem comigo. -- Sanzu não me deu tempo para assimilar mais nada me puxando para fora do local, saímos pelos fundos para que ninguém visse que se tratava da Bonten. O rosado me arrastou com força e quando viu que eu empaquei no local alisou os cabelos. -- Haja santa paciência, anda mais rápido porra.

-- É só você me soltar.

Como resposta ele me pegou no colo feito um saco de batatas e me atirou dentro do carro assim que chegou perto. Senti meu quadril doer enquanto ele simplesmente adentrou o veículo dando a partida e agindo com agressividade.

[...]

SANZU


Eu estou tão puto que até meu raciocínio está inclinado a puni-la. Ouvi toda a conversa desde que essa vagabunda colocou o pé pra fora do apartamento e sinceramente não sei o que é pior, ter que lidar com essa situação desgracenta ou não poder tocar num fio de cabelo dela.

-- Preciso passar na farmácia -- A voz de Kim estava me irritando e por isso não disse nada, simplesmente continuei a dirigir. -- Por acaso além de cego, está surdo?

Meu autocontrole me fez frear o carro com brusquidão, por sorte estamos de cinto.

-- Se continuar a me irritar eu juro que vou te prender dentro daquele apartamento até que implore.

Ela riu.

-- Não, você não vai. Agora dirige até a merda da farmácia e me deixa em paz! Se não tivesse me jogado no banco com tanta vontade estaria livre disso.

Revirei meus olhos.

-- Se esse corpinho é frágil isso não é culpa minha. -- Voltei a dirigir e senti algo quente correr pelo meu braço na direção da axila direita além da dor leve, o sangue pingou no banco e Kim sorria segurando o cabo e forçando o metal na minha pele.

-- Acho que agora você vai precisar de um médico querido. -- Sorriu vitoriosa.

-- Sua vad... -- A faca foi puxada com gosto e direcionada ao meu pescoço.

-- O que eu te falei sobre me xingar? -- Nem me dei conta de que com a outra mão ela apontava uma arma para o meu pau. -- Acho que com esse corte, deixei claro que não estou brincando Haruchiyo.

Kim se afastou guardando as armas e fechou os olhos.

-- Eu ainda vou te matar.

-- A recíproca é verdadeira, mas até lá, passa na porra da farmácia! -- Minha edionda mulher ordenou e eu espero que Mikey tenha uma ideia melhor do que fazer a respeito dessa merda, pois, eu não vou ficar quieto enquanto não acertar as contas!

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