4°: "A armadura"

Tudo parecia está girando, abri os olhos, estava tudo claro e começando a estabilizar aos poucos. Depois de algum tempo as coisas se colocaram em seus lugares. Eu estava em um quarto de hospital, a janela estava entreaberta, entrando um ventinho frio. O dia lá fora juntava algumas nuvens, na minha frente tinha uma televisão desligada, ao meu lado estava El.

_ Ei você acordou_ ele falou_ fiquei meio assustado com tudo o que aconteceu contigo, não achei que você fosse simplesmente ficar desacordado, a reação do seu corpo foi pior do que o pior dos soldados.

_ Você ta se divertindo com isso tudo não é? _ resmunguei_ O que foi que aconteceu?

_ Coloquei a minha armadura de última geração em você, a melhor que eu tinha, mais poderosa. Parece que você simplesmente não resistiu, não é compatível com ela ou é muito mais compatível que todo mundo. Você teve uma reação diferente, o que seria estranho, já que nunca aconteceu antes, seria o tipo de coisa que acontece nos livros que você escreveu._ Ele tinha um olhar preocupado, não aparentava que fosse uma missão que tinha dado certo_ O que aconteceu é que ela se fundiu e ta se apegando a seu DNA, ela não quer se desfazer.

_ Isso é uma coisa boa ou ruim? não estou entendendo a sua expressão, se é uma coisa que eu escreveria em um livro meu é bom não é?

_ Sim é muito bom, você se tornaria um herói que ninguém pode ver, algo surpreendente até para o que eu previ.

_ Você ta falando coisas boas, mas não ta com uma expressão de coisa boa, não me convenceu em nada de tudo isso, qual o porém?

Ele me encarou, assentiu com a cabeça, o que não era uma resposta concreta do que eu tinha respondido.

A porta se abriu entraram duas moças.

_ Sr. Otuoc? O senhor..._ era Juno Mystar a médica, estava sublime como sempre, cada detalhe, encarei ela por um tempo até que ela me viu_ Karl? Passou mal pra me ver? Sabe que isso é falta de ética não sabe?

_Longe mim, eu realmente passei mal e desmaiei, eu não tenho nem certeza de como e porque que eu vim parar aqui.

_ Ei Karl, como que você ta?_ Hannah estava atrás de Juno e entrou um pouco aflita_ O El me ligou, disse que você passou mal, me preocupei.

_ Passei mal?_ encarei El, que fez cara de quem não sabe de nada_ É... Em resumo foi mais ou menos isso que aconteceu. Inclusive, o El ia me explicar bem agora o que aconteceu.

_ Eu te explico em sua casa, a médica e Hannah parecem precisar conversar com você._ Ele mudou de assunto e  saiu_ Enquanto você sai daqui eu vou terminado de entender o que aconteceu e posso te explicar direitinho.

Na minha mente, o melhor de tudo foi ele sair e a médica e Hannah não se importarem com ele ter alguma coisa haver com o que estava acontecendo ali. "Opa amigos se ele tinha envolvimento com o fato, vocês deveriam detê-lo." Pensei enquanto ele fechava a porta.

_ Eu volto em dez minutos_ Juno era gentil e compreensiva, quase imaginei que ela ia trás dele. _ acho que a moça precisa falar contigo a sós, mas volto pra conferir se você esta bem, para poder liberar você ou não.

_ Certo!_ respondi. A observei sair, fechar as portas.

_ Ela é linda._ disse Hannah, também a observando._ Fiquei preocupada contigo! Quando El me ligou, quase tive um infarto. Você não é de andar passando mal por aí.

_ Você demostra tanta preocupação comigo, chega a ser estranho as vezes.

_ O que você está dizendo? Eu sou sua amiga a muito tempo, porque eu não estaria preocupada contigo?

_ Não é isso que estou dizendo, a preocupação é legal, o que quero dizer é...

Eu estava envergonhado, seria o momento ideal para dizer a verdade de tudo que eu sentia pra ela. Andava me sentindo precionado por El, precisava contar pra ela o que meu coração sentia. O medo fez a espinha gelar.

_ Hannah, o que quero dizer é o que sinto por você...

_ Ei, eu imagino o que vai dizer,_ Ela me cortou_ O que posso dizer é que nossa amizade é muito longa e eu não queria ter que fazer isso, para mim você é muito importante, e todas essas coisas bobas então eu vou te deixar falar primeiro, depois te dou uma resposta.

_ Eu não quero ser injusto contigo, jogando coisas no ar e esperando uma boa resposta, vamos falar os dois juntos, assim não vai ficar algo estranho pra nenhum de nós dois.

_ Tudo bem no três._ ela disse tensa.

"1 !"

"2!"

"3! E"

"Eu não gosto de você como você gosta de mim, você é só um amigo(a)!!"

MOMENTO ESTRANHO. Aquele foi definitivamente o momento mais estranho da minha vida.

Achei que ela ia dizer "eu te amo", ela provavelmente achou o mesmo. Existia amor entre nós, porém era mais para um amor fraternal, como irmãos.

Foi aliviante.

Dei um suspiro e falei surpreso:

_ Mas... E toda aquela história de ficar sozinha comigo? De dar em cima de mim, daquelas olhadas estranhas?

_ Além de te deixar sem jeito?_ Disse ela como se fosse algo engraçado_ Achei que você estava gostando de mim. Queria tentar fazer dar certo para que você se sentisse feliz com isso, mas percebi que isso não me fazia tão bem quanto eu queria, então resolvi falar para você caso fizesse uma tentativa romantica. Parece que o momento ideal foi agora. Fora que o El estava me enchendo a paciência, dizendo que você estava querendo se declarar.

_ Cara eu tô surpreso! Estava realmente esperando um climão estranho entre nós dois agora, mas parece que tudo se resolveu da forma mais complicada possível, estou super aliviado de não ter acontecido o que eu previa.

_ Eu também._ ela deu seu belo sorriso.

_ O que você teria dito se eu tivesse me declarado?

_ Pra você tomar vergonha na cara, tu é praticamente meu irmão de outra mãe. Seu estranho!_  demos algumas gargalhadas.

Trocamos um pouquinho do sufoco que foi não falar antes. Depois de algum tempo Juno entrou no quarto, Hannah se levantou

_Vou partir para cuidar da minha cidade agora, já vi que você está muito bem. Até o café?

_ Até o café então._ respondi.

Após Hannah sair do quarto Juno me olhou e falou:

_ Você conhece pessoas peculiares, El Gunes e Hannah Summer? Como nunca tinha te visto antes? _ ela estava aferindo a minha pressão, olhou nos meus olhos, que ainda estavam perdidos pelo que havia acabado de acontecer_ Parece que alguém tem um encontro, esse sorriso bobo na sua cara não engana ninguém.

_ Não... não é bem isso._ Falei dando atenção a Juno_ Foi um fora! O melhor fora da minha vida, nunca me senti tão bem.

_ Mas ela saiu feliz também, está tentando me enganar Karl? em um fora um dos dois lados saem mal.

_ É porque foi reciproco._ eu dei uma risada e foquei nela_ É estranho, "um fora reciproco", eu admito, porém não é algo que acontece todos os dias não é mesmo? Por isso a afeição no momento.

_ Estranho te define bem. Você é a pessoa mais louca que eu já conheci, fica observando as pessoas pela janela, gosta de levar foras, é amigo das pessoas mais "interessantes" da cidade, é escritor de livros legais, o que mais você faz?

_ Se você quiser, pode me conhecer melhor, acabei de levar um fora, então se não me engano..._ Fingi procurar algo numa agenda imaginária_ Acho que estou livre na sexta.

_ Você não é do tipo que perde tempo, não é?_ ela deu uma risada e se levantou_ Você está de alta em uma hora, deixe só o soro acabar e pode sair, venho te liberar.

Ela foi em direção a porta, tudo que ela fazia era lindo, a forma como andava, conversava, olhava para tudo sempre atenciosa, conferindo para não esquecer nada.

_ Sábado às oito._ ela falou enquanto fechava as portas_ Venha me buscar aqui no hospital.

Acho que finalmente me apaixonei por alguém, vou arrumar alguém como o El falou.

_ Está marcado._ gritei após a porta se fechar.

Lembrando de El, o que será que tanto o preocupava? Ele não estava muito bem na hora que saiu, e não sei se gosto de ter uma armadura penetrando no meu corpo.

Assim que fui liberado, fui para minha casa. O dia estava meio nublado, entretanto o sol estava se pondo, ele iluminava a parte que costuma fazer sombras na terra. A cor do céu era um alaranjado bonito, criava uma coloração monocromática incrível no céu que trazia sensação de aconchego.

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