38°: "Quase um dia comum"
Vitória me acordou cedo, queria que eu treinasse antes de irmos ao café.
Por algum motivo Juno estava vestida antes mesmo de Vitória entrar no quarto, deveria ter se vestido durante a noite, ela odiava dormir sem roupas.
Fui até a frente da casa fazer exercícios, o céu estava nublado, tudo ao redor estava nublado, foi uma chuva fina que deve ter conseguido chegar até a outra cidade.
O céu estava carregado, a previsão era de chuva forte.
Me exercitei até suar. Quando voltei ao quarto Juno já estava pronta para sair.
_ O que vamos comer hoje?._ ela amarrava seus cabelos.
_ Mingau de aveia._ disse a buscando para um abraço.
_ Arg!_ ela fez cara de nojo_ Sabe que não gosto.
_ Sei que eu estou com fome._ A olhei embolada sobre meus braços, sorridente, ela devolveu o sorriso e me deu um beijo.
_ Vamos logo vocês dois!_ Disse Vitória na porta do quarto._ Quem tem fome tem pressa.
Abri a janela do quarto, olhei para baixo, Polo parecia ainda estar dormindo, sua janela estava fechada, a casa estava quieta.
Saí de casa, fomos curtindo o caminho, a conversa era boa.
_ Eeei!!_ uma voz gritou atrás de nós na rua. Era Pipper_ Me esperem!
_ O que há de novo? Você está na rua uma hora dessas?_ Vitória sorria ao ver Pipper as duas se animavam rapidamente uma com a outra.
_ Me atrasei para Caramba, acho que dá pra ver na minha cara de morta!_ ela apontou pra os olhos inchados de quem acabou de acordar, entretanto ela estava muito arrumada para alguém que havia acabado de acordar.
_ É... sei, queria acordar acabada assim todo dia._ Juno Falou._ Normalmente eu acordo com os cabelos arrepiados, embaraçados, extremamente cansada e sem maquiagem...
_ E continua sendo a coisa mais linda que eu já vi acordando..._ Falei.
_ Que fofo!_ disse Pipper._ Talvez eu tenha me arrumado um pouco.
Vitória colocou fez cara de nojo, fingia colocar o dedo na garganta.
_ Pipper é muito vaidosa, é seu maior problema._ Vitória se virou para Juno_ o porquê de andar acordando cansada eu sei, eu consigo ouvir a noite toda do meu quarto._ Vitória não tinha filtro.
_ Como assim?_ Perguntou Pipper para Pipper._ Você tá dormindo na casa de Juno agora?
_ Não que a casa seja minha, mas acho que seria o contrário._ Vitória disse sorridente.
_An?_ Pipper ficou confusa.
_ Vitória!_ Juno estava um pouco vermelha, e mesmo que não admitisse a ninguém, estava envergonhada.
EU RI. Pipper continuava confusa, perguntando para todos o que significava.
_ Dei o pau e mostrei a cobra... É só ligar os pontos._ Vitória falou.
_ Ein?_Pipper estava mais confusa.
_PELO AMOR DOS DEUSES!_ Vitória encostou e cochichou no ouvido de Pipper._ Entendeu?
_ Aaah sim, mas porque esse segredo? Porque não disse que Juno dormiu na casa de Karl!_ Ela disse a frase olhando para nossos rostos. _ Por isso que ela está cansada..._ Murmurou para si mesma. Ela teve um raciocínio de três segundos e teve clareza da resposta._ Aaaaaaaaaaah! MEU DEUS, POR ISSO ELA TA CANSADA! AAAAH, NÃO PRECISAVA DESSA INFORMAÇÃO!! Porque eu fiquei sabendo disso! Como foi?
Ninguém a respondeu.
Vitória ria, estava rindo auto o bastante para chamar atenção das pessoas que passavam na rua.
_ Você não presta Vitória._ Falei com falso senso de moralidade.
_ Estou divulgando fatos, não mentiras._ Ela falava risonha, ainda rindo de Pipper que lerdeava para entrar no ritmo.
_ Não precisava!_ Disse Juno.
Pipper parecia está pensativa.
_ Vai demorar para eu parar de pensar nisso!_ Ela disse um tanto encabulada com a recém descoberta.
_ Eu que o diga._ Vitória ria satisfeita.
Chegamos a Cafeteria mais rápido pela pressa de Pipper que estava atrasada, e pela conversa boba q fez o tempo passar. Chegando ela praticamente pulou o balcão e foi trabalhar.
Uma moça esperava revoltada no balcão, parecia estar ali a algum tempo, reclamou com Pipper do tempo que demorou para que chegasse o seu doce, parecia precisar muito daquilo.
Tomás encostou para fazer um comentário, mas Pipper pareceu nem se importar.
_ Hoje estamos um tanto agitados._ Juno disse observando.
_ Parece um bom dia, as pessoas estão um pouco animadas de mais.
_ Não sei se isso é energia de animação não, tá mais para um moribundo desejo coletivo de matar._ Juno disse.
_ Concordo, mas eu sinto isso sempre._ Vitória falou levantando a mão.
_ Oi Também Vitória._ Disse Polo entrando na cafeteria._ acordou de bom humor que já falou comigo de primeira?
_ Não... estava chamando o garçom e você entrou na frente._ Ela disse pedindo ele pra sair_ Mas bom dia.
Ele arqueou as sobrancelhas.
_ Bom dia a todos!_ Ele olhou por cima do balcão e acenou para Pipper. _ Bom dia linda!
Ela parece ter respondido, ele se juntou a mesa.
Pipper saiu trazendo nossos cafés e os doces da moça da outra mesa.
O dia era um tanto quando comum, as pessoas que costumavam ir ao café estavam presentes, o dia nublado trazia consigo uma sensação de conforto.
_ Acho que hoje vou me dar um descanso de você. Estou precisando descansar, e não tenho muita coisa para te ensinar, você só precisa praticar._ Vitoria disse pegando seu copo rápida.
_ Por mim tudo bem._ Falei escondendo a extrema satisfação que eu estava sentindo por poder descansar.
_ Ele claramente está respirando aliviado_ Juno Riu.
_ É muito óbvio._ Disse Vitória.
_ Nem precisei ler uma expressão pra ver isso_ Polo ria também.
Passamos mais um tempo rindo, me senti rodeado de pessoas olhando para nós. Uma criança fazia birra numa mesa logo atrás de nós, Tomás vinha com algo nas mãos em nossa direção.
Ele colocou algo na mesa, pareciam torrões de açúcar.
_ São manjares Turcos. Podem comer.
_ Não pedimos nada_ falei.
_ Na verdade é por conta da casa!_ Tomás disse.
_ Porquê? _ Perguntou Polo.
_ Por que Pipper disse que Hannah falou com ela que vocês mereciam tudo desse lugar._ Ele olhou para Polo, de uma forma um tanto embaraçosa_ Este eu fiz especialmente para você.
Ele entregou um doce embalado num papel, tinha o mesmo formato dos manjares turcos.
Tomás saiu apressado.
_ Porquê o seu é diferente?_ Perguntei surpreso .
_ Também não sei..._ Disse Polo abrindo o papel_ É...
_ O que há? Nos diga!_ Juno estava tão curiosa quanto eu.
_ Um número de telefone._ Polo estava confuso.
Nós fizemos uma algazarra, Vitória não perdeu o momento para brincar com Polo, por mais estranho que aquela cena tenha sido, nós rimos e brincamos e ele continuou sem entender.
_ Sério Polo?_ disse Vitória_ É o telefone dele, ele quer que você ligue, e se eu fosse você eu ligava, ele é um gato.
Polo olhou para trás e Tomás olhou ao mesmo tempo e acenou. Polo estava vermelho.
_ Eu... eu não acho uma boa ideia.
_ Salva logo esse contado._ Vitória pegou o celular dele e digitou o número. Estava salvo.
_ Você está realmente com o humor alterado hoje._ Polo disse desconcertado com a situação e pegou o celular.
_ Já estava antes de conseguir te tirar do eixo._ Ela tinha um sorriso maligno._ Agora estou bem mais.
Era animador vê-los se dando tão bem, por mais estranho que fosse.
Pipper mesmo tendo chegado um pouco atrasada parecia estar dando conta do trabalho. Encostou na mesa para roubar um manjar turco.
_ O que há com a moça irritadinha?_ Perguntei curioso._ Vi ela falando um monte mais cedo com você.
_ Parece que está tendo um péssimo dia, eu atendo ela a muito tempo e nos últimos dias parece que ela tem brigado bastante com muita gente, ela senta ali e fica desenhando as pessoas, os desenhos dela são incríveis.
_ Uma artista então? Ela tá comendo doces, não é? Mande mais para a mesa dela, não precisa falar quem pagou, ela vai se anima.
_ São Alfajjors, e não precisa pagar, eu já estava pensando nisso. Ela se anima com aqueles doces.
_ Ela tem bom gosto._ Falei. Deixando Pipper voltar ao trabalho.
Continuamos, comendo e conversando o papo era ótimo pelo visto todos estavam se férias. Ou folgados por algum motivo. O dia reluzia pelas pequenas nuvens que cobriam os céus.
_ Vamos então, eu preciso fazer outras coisas_ Disse Vitória após algum tempo.
_ Vamos!_ Disse me levantando._ Tchau Pipper, até outra hora!
_ Tenha um Bom dia Pipper_ Disse Juno e Vitória.
_ Adeus Pipper!_ Disse Polo, por cima do ombro de Pipper Tomás acenou discreto, Polo respondeu.
Caminhamos um pouco na rua em silêncio, até que.
_Seja sincero consigo mesmo, você gostou dele não foi?_ Juno perguntou.
_ Ele é interessante, mas não tenho certeza disso..._ Ele a olhou um pouco distante.
_ Vamos lá, esqueça disso, ligue para ele._ Vitória disse, dando um empurrão leve.
_ Mas ele está no trabalho!
_ Ele vai dar uma fulga pra poder te responder, tenho certeza.
Ele negou.
_ Vamos Polo, não é má ideia._ Eu disse parando um pouco._ Tente, talvez seja uma experiência divertida. O não você já tem.
Ele parou, pensou um pouco e assentiu duvidoso.
No meio do caminho pegou o telefone.
Enquanto ele procurava eu olhei ao redor, a esquina que nós estávamos dava na casa de El, ou pelo menos no que já tinha sido a casa dele. Olhei pela rua, bastante acidentada, muitas casa tinham rachaduras e/ou estavam em
reformas, aquele lado da cidade estava quase que deserto agora, dava medo de se olhar. Muito tempo havia se passado, mas o sentimento ainda era o mesmo, o sentimento de dor, tristeza e ódio.
O celular chamou. Chamou... chamou mais uma vez e ele atendeu.
_ Alô?_ era a voz de Tomás.
_Er... _ Polo estava nervoso_ Sou eu, você me passou seu número. O Polo, que estava na cafeteria agora a pouco.
_ Estava esperando que me ligasse mais tarde, mas pelo visto alguém também estava observando pelos cantos, você nem esperou chegar em casa!
_ Bem..._ ele nos olhou, embravecido, não sabia o que responder._ me senti um pouco forçado a fazer isso.
_ Eu te forcei?_ disse Tomás.
_ Não... Não, quer dizer, eu me senti na vontade de ligar_ Polo parecia querer nos matar, seu olhar fuzilava a todos nós.
_ Ótimo, nós podemos conversar outra hora? Eu estou um pouco ocupado agora.
_ Acho que sim.
_ Ótimo, posso te ligar ou você quer um encontro mais próximo?
_Eu..._ Polo ficou sem respostas, estava vermelho feito cereja, se tocasse sua mão sentiria o suor frio.
_ Rápido! tenho que voltar ao meu trabalho._ Ele disse com a voz apressada.
A expressão de Polo era de dor.
_ Responde ele Polo!_ murmurei para não ser ouvido na ligação.
_ Karl..._ ele disse, alto de mais, talvez não quisesse o encontro? SUA EXPRESSÃO REALMENTE ERA DE DOR!
_Karl? O que ouve Polo?_ disse Tomás na ligação. O celular caiu da mão de Polo.
_ Me... ajude... Karl!_ suas palavras falhadas saíram com sangue da sua boca.
O sorriso de todos que o olhavam sumiu, ele empalideceu não estava com vergonha, estava ferido.
Sua blusa começou a encharcar de sangue, de dentro para fora, era uma ferida aberta.
ELE CAIU DE JOELHOS NO CHÃO. O segurei antes que seu tronco caísse também a adaga de Harry estava enfiada em suas costas.
_POLO!!_ Gritei Desesperado.
_ São eles Karl!_ Disse Vitória Extremamente irritada.
_ Eu sei.
"AQUI COMEÇA OUTRA HISTÓRIA!
Marry sofrerá o acidente."
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