3°: "O Presente"
Após algumas semanas escrevendo tive um de bloqueio, isso torna toda a vida criativa complicada, precisava de algo para mudar minha rotina e reestabelecer minha criatividade.
Tomando café com os amigos decidi mudar um pouquinho a rotina que eu seguia a algum tempo.
Depois que El e Hannah foram pra seus serviços resolvi ficar um pouco mais na cafeteria, para passar o tempo e criar um pouco de idéias para escrever. O dia estava ainda mais frio que os outros, o Sol estava esquentando a terra, entretanto era tão fraco que mesmo radiante era necessário usar algumas blusas e agasalhos enquanto estivesse debaixo de uma sombra.
Passei algum tempo vislumbrando as coisas que passavam enquanto tomava minhas canecas de chocolate quente, esperava por algo que ativace minha criatividade.
Em algum momento da viagem interna, que estava tento junto a janela, me senti num déjà-vu. A moça de jaleco surgiu no fim da rua, tão perfeita como antes, acho que o sol nascia todos os dias apenas pra iluminar aquele momento, não era possível que algo fosse tão simples, porém tão radiante. Seu andar parava o tempo, ela estava agora com cabelos presos demonstrava cansaço, mas nada que fosse o suficiente para tirar o ar de beleza que ela exalava.
Fiquei observando ela surgir e vir em direção a janela, dessa vez ela não voltou, ela continuou vindo lentamente.
_Karl? Pelo que o senhor esta tão interessado? Viu alguma coisa fascinante?_ era a moça que trabalhava na cafeteria, ela costumava encher meus chocolates quentes de espuma, e tinha a receita que eu mais gostava entre todas. Seus dias de folga eram minhas condenações. O seu nome era Pipper Eva, moça jovem e simpática que estava sempre servindo a todos educadamente._ Pois olha essa agora, está observando a Srt. Juno? ela toma café nessa mesa que o senhor está desde que o pai dela morreu, se quiser conhecer ela, é só ficar aí, tenho certeza de que ela já vem.
_Piper, não me vem com histórias, isto não é coisa com que se pode brincar.
_ O senhor acha que eu brinco com coisas do tipo?_ ela entregou outra caneca pra mim, parecia meio chateada, voltou para atender um moço que a chamou.
Voltei os olhos para a janela, a procura de uma moça que mais parecia um sonho, uma obra de arte ambulante. Pelo menos agora sabia que não estava delirando, as outras pessoas também a viam e ela tinha até um nome, Juno, nome de deusa romana. Não conseguia encontrar ela em lugar algum do lado de fora.
_ Diabos, Piper me distraiu com aquelas conversar bobas, a moça foi embora._pensei alto_ deve ter passado a pouco aqui perto.
_ Ela era bonita?_ disse uma voz suave na minha frente.
Olhei, era ela, parada ali, ela tinha um sorriso fofo. Não era nada incomum ter gente bonita como ela na cidade, todavia o olhar dela era diferente, me senti petrificado, o que ninguém sabe é que a medusa era linda. Com o cabelo preso em uma poupa, toda uniformizada com seu jaleco ainda no corpo, mesmo assim não perdia tudo de belo que tinha. O pequeno e redondo brinco em suas orelhas eram simples, pouco detalhados, mas a tornava modestamente linda, uma beleza simples que galanteava por si só. Aquele sorriso, com olhos brilhantes escondidos por um óculos de grau demostrava como a humildade dela a tornava linda.
_ Essa mulher indo pra uma festa deve parar o mundo_ murmurei baixinho.
_ Você é meio paranoico né? acho que é aquele escritor que ganhou um renome um dia desses. seus livros são interessantes, porém não devia ficar encarando as pessoas pela janela.
Deuses! Era estranho não olhar pra ela. Parei de encarar e pedi desculpas para ela.
_ Tudo bem acontece de vez em quando, mas não é legal._ Seu sorriso aumentava suas bochechas trazendo fofura as palavras, ela estendeu a mão._ Prazer Juno Mystar.
_ Juno! Como a deusa, o prazer é todo meu, Karl..._ apertei sua mão estendida
_Eu sei quem você é, e não me vem com esses papinho de ficção com deuses, aqui não tem lugar para isso._ ela parecia fazer graça com as palavras, mas demonstrava divertimento_ agora vou tomar meu café aqui e você trate de não me encarar, não é algo que eu goste que as pessoas façam o tempo todo.
Ela se acomodou na minha frente.
Voltei a olhar pela janela, porém sem esquecer que aquele ser estava ali, deusa ou não ela era linda.
Depois do café dela ela saiu e foi para o trabalho. Mais tarde Piper me contou que ela era médica, que eu não devia dar em cima dela, porque ela ia acabar parando de frequentar a cafeteria e isso seria ruim, porque ela tomava café sempre ali. e o lugar trazia lembranças do falecido pai dela, decidi apenas observar o dia a dia dela dali em diante.
Depois de algum tempo o sol chegou a pico, precisava voltar para minha casa e tentar fazer algo de bom, mesmo que fosse comida. Após sair sentei na moto e vi alguns carros blindados passando na avenida, por ser uma cidade com muitos militares não era incomum, porém eles pareciam procurar algo importante.
_Uma das invenções de El deve ter criado pernas e saído andando por aí_ murmurei ligando a moto.
Fui pra casa.
Chegando, tinha um pequeno pacote na porta, como uma entrega do correio, o peguei e entrei. depois de dar algumas olhadas e ter certeza de que era para mim, abrir.
Percebi que era algum presente estranho do El. parecia um top feminino de renda, era um pouco mais pesado que isso, mas seguia o mesmo modelo, como uma pequena blusa sem mangas que mostra toda a barriga.
_O Cara ta me sacaneando me mandou um top, deve ser aquela grande armadura que ele falou, ou não..._ analisei mais um pouco a estrutura da roupa_ certeza que é alguma idiotice.
Tinha um pequeno bilhete no pacote que dizia:
" 'Este é um equipamento especial, projetado simplesmente para proteção de super soldados, não deve ser usado por qualquer pessoa, está em fase de testes. Deve ser utilizado apenas com supervisão. É necessário que para ser ativado o operador tome um um pouco de sol diretamente no produto, ou alguma luz especial.'
Ps: é do El! cara pode usar e ir pro sol que não tem problema. CONFIA."
_Os militares deveriam está procurando por isso, parece ser importante, O El parece ser um cabeça de vento por mandar isso para minha casa._ analisei um pouco_ Vou colocar!
Eu realmente estava com medo de implodir, se fundir com minha pele ou algo do tipo. Entretanto decidi usar por confiança no meu amigo, ou talvez pela experiência de ter um novo pico criativo.
Coloquei com certo receio, não tinha bem onde tomar sol dentro da minha casa então decidi sair um pouco na rua par.a aproveitar o pico do sol.
O sol estava forte, eu não sei bem o que estava acontecendo, senti meu corpo aquecer e me senti estranho era como se eu pudesse sentir as costas ardendo com o calor, fechei os olhos sentia que algo estava prestes a acontecer.
Em algum lugar a minha direita ouvi uma voz estranha, me virei para ver o que era.
_ Você está Perfeita de Top_ disse El tirando sarro, capturando o momento com uma foto_ A legenda vai ser, "Musa ao sol de meio dia".
_ Eu ainda não entendo porque acredito em você!_ eu falei, o encarando e entrando para a casa com ele atrás de mim._ ele terminou com "CONFIA" confesso que sou um tolo.
Depois de entramos e El deixar sua crise de risos de lado, ele me explicou que era apenas uma brincadeira.
_Você deveria ser mais animado. _ disse El.
Enquanto eu retirava a peça ele pegou algo de dentro da mochila.
_Aqui está a armadura de verdade minha "Musa do Sol" _ era de uma malha igual a outra, porém era uma blusa de manga longa dessa vez, ele balbuciou brincalhão _ Era pra eu ter escolhido um sutiã... Seria mais divertido te ver saindo na rua apenas de sutiã.
_ Este também precisa de um sol?_ eu perguntei em tom de sarcasmo pegando de sua mão.
_ Não se preocupe, dessa vez não vou te sacanear, você não vai precisar tomar sol dessa vez, quero fazer o experimento de verdade_ ele me olhou sério dessa vez, o conhecia o suficiente para saber quando ele estava brincando e quando estava sendo sincero.
Vesti a roupa. Parecia normal, só um pouco mais pesada que outras, ele tirou mais alguma coisa da mochila, uma pequena maquina, ele ligou uma luz na maquina e apontou pra mim.
_ Fecha os olhos, ou vai cega-lo_ El falou e veio na minha direção.
Fechei os olhos. Senti que ele me rodava com a máquina as vezes encostando um pouco, não demorou mais que 2 minutos. Quando abri de novo os olhos eu estava sem a blusa ela havia sumido por completo.
_ Tu tirou essa blusa de mim quando?_ fiquei abismado_ cara é uma blusa que fica invisível? qual a utilidade?
_Não é a blusa que fica invisível. Você não está sentindo nada? _Ele me observava_ formigamento ou algo do tipo?
_ Não, nad..._ meu braço adormeceu todo_ o meu braço desligou agora que você falou.
O meu corpo todo se desestabilizou, cai no chão sem sentir meu corpo.
_ DEU CERTO!!!_ ele gritou, pareceu bastante animado_ Não se preocupe, você volta em quinze segundos, ou desmaia e a gente tem que ir no hóspital.
Minha visão começou a ficar turva, sentia que meu corpo se amolecia cada vez mais, eu já não tinha forças para falar, quase não entendia o que El falava.
Ele me olhou no fundo dos olhos antes de eu desligar e falou algo sorrindo, não entendi mais nada que ele disse.
Acho que foi a segunda opção, não senti nada voltando ao normal e apaguei totalmente. A ultima coisa que eu lembro de ter visto foi El guardando tudo na bolsa enquanto falava alguma coisa sem sentido comigo.
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