23°: "Sono profundo"
Sonhei com duas coisas que se ligaram, primeiro eu vi Minerva, ela sobrevoava e atacava com toda sua força, ela estava em ótima forma e me atacava de todos os lados, eu não conseguia nem me mexer, atrás dela surgiu uma chama azul que com uma forte pancada lançou Minerva ao chão me salvando, com seu salvamento brusco a chama veio em minha direção e me abraçou me envolvendo em chamas ardentes até que eu me transformasse em uma chama de lareira, que agora olhava uma família sentada, com uma menina pequena e fofa brincando com seus brinquedos. Minerva estava sentada lendo um livro, outra mulher estava com a mão na sua coxa olhando diretamente para a chama que eu era.
O sonho mudou de cenário, eu me via de longe agora, segurava um punhal curvado com a frase" ULTIMO SUSPIRO" escrita em letras tortas, como se estivesse sido feito por outra lamina.
Com o punhal na mão eu me segui, meu eu foi até o café, entrou e sentou-se, a mesa estava cheia: El, Hannah, Juno e Pipper estavam sentadas, todos riam, estavam felizes, coloquei o punhal na mesa, ninguém pareceu se importar, continuavam rindo e conversando, rodei o punhal como uma brincadeira de roleta russa, todos paralisaram e olharam para o centro da mesa onde punhal girava como um peão, perdendo velocidade até sua última volta.
Acordei logo em seguida, sem ver onde o punhal parou.
Estava molhado de suor como se tivesse tomado um banho e deitado sem me secar senti que o meu corpo estava quente mais de um lado do que do outro. Consegui me mexer um pouco, o corpo quase não doía.
Era noite, estava escuro, uma garoa leve caía lá fora só era possível ver as luzes da rua entrando pela janela.
Do meu lado estava Pipper agarrada em mim como se sentisse que eu estava ali, na verdade sua perna e seu braço estavam sobre mim, de forma inconsciente ela estava me tocando. Atravessei-a e sentei na cama, não fazia ideia do porque eu me sentia tão suado, não estava com calor, o que o clima aparentava é que o dia estava frio.
Olhei para o outro canto da cama por cima de Pipper que dormia profundamente, El não estava mais lá já havia saído.
Me levantei, logicamente eu nem devia conseguir me colocar de pé, porém a armadura fazia um trabalho interessante sobre meu corpo, el
e estava quase que recuperado, não sentia mais do que pequenas dores musculares.
Saí do quarto, olhei para todos os lados, era uma casa realmente simples, porém organizada. Andei até uma luz acessa, era a sala de estar, Hannah estava sentada num canto com um livro na mão, El estava sentado de costas para mim olhando para a chuva.
_ Cara, não sabia que não precisar dormir era tão bom, li duas séries de livros daquele seu autor preferido o Rick, tô me apaixonando pelos Deuses agora.
_Quando você terminar o último livro, você vai chorar, pode ter certeza, eu amava o cara pirracento._ respondi.
_ Eu ia te odiar se você estivesse estragado o fim, ainda bem que eu terminei esta tarde.
Eu ri.
_ Como foi o sono?_ perguntou El.
_ Monótono, nada de mais, só acordei com um peso em cima de mim.
Fui me juntar a eles no sofá.
_ Pipper é fofa, mas como ela conseguiu?_ questionou Hannah.
_ Pessoas inconscientes podem tocar a armadura se quiserem, não é um defeito, alguém que não responde nem lembra de suas ações não é bem algo perigoso aos soldados._ disse El
_ E o contrário?_ Hannah novamente estava curiosa.
_ Nós tocarmos pessoas inconscientes? Só sobre ordens diretas, no caso de matar pessoas ou algo do tipo, os soldados só podem matar pessoas conscientes ou que estejam numa área de ataque grande, como caso de um terremoto.
_ Graças a Deus, odiaria ser morto enquanto dormia.
_ Eu acabei de explicar que é possível.
_ Por catástrofes, não seria assassinado sozinho em casa._ falei.
_ A não ser que fosse inimigo do estado._ El deu um sorriso.
_ As vezes você é sombrio.
O chuvisco da noite molhava a janela e esfriada o vidro.
_ Porque eu estou me sentindo tão bem?_ perguntei olhando para minhas mãos.
_ A armadura quer proteger seu hospedeiro, ela salvou sua vida, por isso dormimos por tanto tempo, na verdade você dormiu um dia a mais do que eu, a armadura suga toda a energia para a cura do corpo, é claro que você poderia se mover e sair por aí na última vez que acordou, mas você sabia que isso ia doer mais do que sua queda do céu.
_ Sério? E como tu sabe da queda? Não estava desacordado?
_ Sim, sei e sim, acordei na manhã passada, fiquei na casa desde então, esperava que tu levantasse em seguida mas tu demorou bastante, perguntei para Hannah o que havia acontecido com você, ela me contou da tempestade e chuva de pedras, disse que parecia granizo quente caindo na cidade, falou também que viu sua luz caindo junto com um enorme meteorito que esta dividido no meio da praça imagino que depois de perder toda sua força a queda praticamente estraçalhou seus músculos e ossos, por isso tu demorou mais para se recuperar.
_ E a armadura invencível?
_ Descarregou-se, você tem noção do quanto de energia gastou para ajudar a cidade? O bastante para manter o país inteiro um ano, usou além da capacidade do céu, Hannah disse que enquanto estávamos dormindo nem uma nuvem passou, disseram nas redes que foi a maior tempestade do século.
_ Além de ter sido um fenômeno natural exuberante, onde uma tempestade de raios e uma chuva de meteoritos se juntaram numa só noite._ Hannah dizia olhando para o teto.
_ Viramos uma cidade turista em um dia, o mundo inteiro está naquela praça olhando um pedaço de pedra gigante que caiu do céu._ Disse El.
_ QUAL É! Quem pegou minhas sandálias?_ Pipper rugia enquanto saia do quarto.
Ela parou na sala e olhou em volta.
_ Que Droga eu não sei se estão aqui, mas Hannah você não pode pegar minhas coisas assim.
Hannah apareceu para Pipper.
_ Cara eu não peguei nada não, acho que foi o Karl, ele tá sentado aqui.
_ Espera... ele não tá mais no quarto?
_ Não.
_ Então vou fazer um café a todos._ disse Pipper saindo e murmurando._ droga cara! Eu sonhei que dormi agarrada nele.
_ Foi um belo Corte_ disse El rindo.
_ E que corte viu,_ Falei rindo também _ sabia que ela gostava de mim, mas até sonhar comigo.
_ Vocês dois são horríveis, deviam fingir que ela não falou em voz alta._ disse Hannah voltando a prestar a atenção em nós.
_ Perdão, mas ela deveria esquecer disso sabe, ela é bem observadora, imagino que já tenha notado._ insinuei.
_ Que tu gosta de Juno? _ compreendeu Hannah_ Já sim, mas tem muita gente que não desiste fácil dos sonhos.
_ Isso é extremamente triste vida não devia permitir essas coisas._ Disse El.
_ A vida é triste, a gente só tenta viver o mais positivo que pode.
_ É verdade_ disse Hannah.
_ Independente disso,_ El voltou ao assunto_ estamos no olho do mundo agora, e certeza de que em algum momento vamos acabar sendo rastreados e atacados, é melhor estarmos todos muito bem preparados caso algo aconteça.
_ Eu tenho certeza de que vocês voltaram a se mexer mais ainda não estão bem._ a observou Hannah.
_ Estamos bem, podemos lutar, temos que ter um plano.
_ Fale por si, meu corpo tem pelo menos um mês de dor acumulado_ Falei_ temos que ter um plano sim, porém tenho certeza de que bem mão estamos, Não aguentaríamos outra luta como aquela, principalmente com um soldado em potencial total.
_ Tudo Bem, você está certo. Então precisamos nos unir no momento, nada de sair sozinho ou algo do tipo._ El analisava._ não podemos lutar a toda ou acabaremos como o rapaz da cratera.
_ Certo_ Disse Hannah.
_ Inclusive, o que aconteceu com o cara da cratera?_ perguntei.
El apontou para Hannah.
_ Não encontrei nada, quando cheguei, talvez ele queimou até sumir.
_ O que significa que uma luta agora e morte na certa._ falei.
_ Exato! _ confirmou Hannah.
_ Devemos nos manter neutros e escondidos até termos condições para ser atacado._ disse El.
_ Não devíamos atacar?
_ Não vamos incitar! Se não formos atacados é melhor para todos nós e para cidade que a gente fique quieto, previne curiosos do mundo e maiores perdas.
_ Você está certo, vamos continuar como antes._ disse Hannah.
_ Vocês como antes, eu ainda tenho o problema de não voltar ao normal, de não poder ir aos lugares comuns e ter conversas._ Reclamei.
_ Por hora, você vai se manter calmo, sem se meter em confusão o resto eu vou fazer, como já havia dito._ El parecia sincero, me dava esperanças
_ Certo, por enquanto calmo.
_ Vamos ficar aqui, até o corpo parar de doer
Pipper entrou na sala com um chocolate quente e mais alguns copos dos quais El e Hannah adoravam. Ela se sentou e serviu à mesa de centro a todos presentes, Hannah e El se mudaram para conversar um pouco com ela, meu copo sumiu de repente da mesa aos olhos de Pipper, eu havia pegado para tomar.
Ela observou um pouco o lugar onde estava a mesa depois voltou a atenção aos dois na sua frente, parecia já acostumada aquela coisa de pessoas sumindo e aparecendo toda hora num piscar de olhos.
Já era de manhã, o sol nascia opaco, as nuvens no céu agora o cobriam por completo, junto ao nascer do sol uma neblina densa se tornava agora um nevoeiro, o dia era frio de doer os ossos, o clima mais gostoso que podia se existir, dava vontade de me enrolar em uma coberta grossa e ficar tomando chocolate quente na janela.
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