12°: "Um dia incomum"

(Romance Bônus)

Acordei junto ao nascer do sol, não sentia dores no corpo nem cansaço, o dia estava ensolarado de novo, mas frio como os outros dias do outono que chegava cada vez mais perto do fim, o inverno daquele ano seria mais frio do que dos anos anteriores, infelizmente não iria poder usufruir disso esse ano. Esse era o clima que me trazia o sentimento de paz ao acordar.

Digamos que aquele era um dia bom, era aconchegante, meu problema é que eu só não podia mais ser visto, nem escutado por ninguém. Dias aconchegantes não deveriam ser deprimentes.

Me levantei, bem não sabia muito o que fazer além de seguir minha rotina comum, então eu fui correr um pouco, aquele não era o meu horário rotineiro de acordar, mas eu não precisava mais dormir.

Por algum motivo, eu abri a porta, me virei e tranquei, o costume era maior do que a realidade do momento. Bem, eu estava correndo pelas quadras sem precisar me preocupar com ninguém.

Não tinha um bom motivo para correr, eu só queria poder espairecer um pouco a cabeça, talvez um pouco mais de cansaço me distraísse e tirasse um pouco da ansiedade que se acumulava com a solidão, estar preso dentro de uma casa onde eu não podia conversar com ninguém nunca foi o meu forte, pelo menos não por longos períodos, e agora sabendo que certamente não poderia conversar com ninguém após o tempo de solidão, isso tornava o tempo ocioso cada vez mais cansativo e me deixava mais apreensivo, tirando muito daquela vontade criativa que normalmente eu teria.

A forte sensação de não ter ninguém naquele momento só me fez querer correr até conseguir perder o fôlego, mas aquela armadura miserável não ajudava nada,era uma maldição embalada em lindos papéis de presente. Ela aumentava os meus limites, a desfadiga, a minha resistência, e muitas outras coisas que me faziam parecer um atleta treinado, era como se eu deslizasse ao invés de correr, eu corria mais veloz do que nunca havia corrido, e mesmo assim parecia uma caminhada sutil no bosque acompanhando uma senhora. Não havia fadiga, pelo menos não a física que eu gostaria, minha mente não conseguia se esvaziar dos problemas como normalmente teria acontecido.

Tentei começar a observar as pessoas que passavam por mim, as poucas pessoas que saiam de casa nesse horário, eram trabalhadores de todos os tipos, alguns saiam de casa entrando em seus carros e simplesmente não olhavam para trás, sem dar tchau para suas esposas, maridos, filhos e outras pessoas que ficavam para trás, queria que eles pudesse imaginar o que era estar daquele jeito que eu estava, simplesmente perdido no meio de todos sem poder ser visto por ninguém, talvez assim eles dessem mais valor para cada instante da vida, cada momento com a família, cada momento com um amigo ou mesmo com um conhecido, eu daria tudo para poder me sentar com qualquer estranho e ter uma conversa estranha sobre o clima estranho de nossa cidade.

Me deparei parado, estacionado no tempo, olhando para as pessoas saindo de casa, uma a uma, dirigindo carros que param de ser fabricados a muito tempo, indo para outro lugar, para passar grande parte de seu dia longe de tudo que gostavam, ou não. Imaginei ali quantos voltariam de novo para casa no horário, quantos se sentiriam felizes para sentar à mesa e ter uma janta ao final do dia para conversar.

Voltei a andar, não esperava mais me cansar, mas queria ver algo que pudesse me distrair, ou mesmo que simplesmente pudesse me tirar daquele mar esgotamento que me assolava.

Como uma reza a um ser divino, algo na veneta de meu olhar me chamou a atenção, uma cor branca que desfilava ao passar, virando a esquina, em uma caminhada matinal, estava ela, estupefata, harmoniosa, apessoada.

Juno cortava a esquina e se virava em minha direção, não sorria estava séria. Vinha em minha direção com o olhar cravado, parecia um tanto quanto apressada, seu olhar sério fixava-se em mim, ela vinha marchando como um turbilhão, seus passos nos meus ouvidos ecoavam como se um exército marchasse imponente em direção a vitória. Ela se aproximava cada vez mais, trazia em seu corpo uma blusa de gola alta, mangas compridas, talvez estivesse com frio pela garoa matinal comum de todos os dias, usava hoje uma calça de boca de sino que escondia suas botas.

Carregada de todo esse glamour ela vinha com uma peça antiga pendurada em suas orelhas junto a seus famosos brincos redondos, hoje de cor azul, ela carregava um fone de bluetooth , algo que a muito tempo eu já não via, e segurando em sua mão ela carregava um aparelho estranho que era muito mais antigo do que o próprio fone, provavelmente do tempo de sua avó ou de talvez algo mais antigo, algo talvez de um pouco depois da grande tempestade, uma tela de policristais, era arredondada como todas eram na época. era um disco musical de apenas 3 terabytes, um daqueles que vinham com apenas um nanochip.

Por um único instante eu esqueci que eu não era visível, ela vinha em minha direção com tanto anseio, que imaginei que ela estava irritada com o encontro que não tivemos, ou talvez ela só não estivesse num bom dia e não estivesse afim de falar comigo. Inventei mil e uma desculpas para iniciar uma conversa com ela, eu queria poder abrir um sorriso naquele rosto, tornar as maçãs do rosto dela redondas ao ponto de eu querer mordê-las apenas por olhá-las. Ela chegou cada vez mais perto, marchando impertinente, sem sequer olhar para o lado, ela vinha com aquele olhar fugaz em minha direção.

Eu percebi que ela estava perto o bastante para me ouvir. Abri a boca para falar e.

— Ju... — Eu me lembrei.

Ela não podia me ver, ela não podia me ouvir, ela não podia me sentir. não havia porque eu tentar qualquer tipo de comunicação. Ela continuou passando até eu perceber que o olhar pertinente dela era só no caminho, minhas esperanças foram embora e eu soltei um suspiro amargurado.

— Que caralho. — E suspirei novamente ao vê-la passar.

Talvez por força do destino, ou por algo naquele mar de angústia que eu espalhava no ambiente o vento soprou junto com meu suspiro.

— Droga. — Ouvi ela dizer passando ao meu lado com um movimento brusco indo em direção ao rosto. — Vento miserável.

Foi forte o suficiente para derrubar o fone dela, que caiu aos meus pés.

Ela havia acabado de passar por mim, estávamos de costas um para o outro quando vi aquela bolotinha rolando no chão, ela se virou imediatamente para pegar, ao ver essa cena eu me adiantei, me abaixei e parei o fone com minha mão, me virando novamente de frente para ela. Levantei a cabeça e olhei na direção dela que estava um pouco espantada com a parada repentina do fone, quase que em dúvida de que havia visto o fone parar de rolar tão repentinamente.

— O... Obrigado?? — disse ela, me surpreendendo com a resposta voluntária e duvidosa que ela deu. — Você é a calçada que para fone mais rápido que eu conheço.

Ela deu uma risada, como se estivesse se perguntando o porquê de estar conversando com uma calçada no meio da rua, em uma manhã como aquela.

O som que a pequena bolota emitia era de uma guitarra, estava um pouco mais alto do que um médico recomendaria, mas por ser médica acho que ela já sabia disso, e pela distância que eu estava do outro e também conseguia ouvir, não acho que ela estava se importando.

Ela se abaixou para pegar o fone que eu segurava, foi quase como sentir o toque dela na minha mão, até que sua mão atravessou o meu dedo e pegou o objeto e levou próximo ao ouvido novamente. Ela se levantou, virou de costas e continuou a andar.

Eu estava criando falsas esperanças, tudo o que eu sentia era vontade de gritar ao mundo que eu estava ali, que eu não queria sumir, que eu queria estar do lado dela a todo instante, ou pelo menos até que ela se sentisse cansada de mim e me mandasse para casa. Um aperto afagou meu peito, não era como se minha voz não pudesse sair, mas ela não podia ser escutada.

Me levantei, triste, cambaleando, por me sentir tão longe de alguém que estava literalmente ao meu alcance, se distanciando a poucos passos de mim. Andei, andei atrás dela como se pudesse acompanhá-la, me satisfiz com a ideia de que se eu estivesse ali para protegê-la de algum mal eu já me sentiria bem, como eu faria isso eu não faço ideia, mas me senti melhor apenas de poder acompanhar.

Juno andou constante, às vezes murmurando um verso ou outro da música que ela estava escutando até chegar no hospital, onde entrou e deu bom dia a seus colegas.

Voltei a correr, agora não mais pensando em toda a minha solidão, mas o que eu faria em seguida.

Cheguei em casa depois de um tempo de corrida, quase não suei, estranhei.

— Não preciso abrir a porta, as pessoas vão se assustar em algum momento com a porta abrindo e fechando sozinha toda hora. — Atravessei-a, era uma sensação estranha.

Tomei um banho, troquei a roupa, sai pra poder tomar um café na cafeteria, ainda não sabia como eu iria fazer isso, mas eu ia tentar.

— Essa armadura é uma brincadeira de mal gosto feita por uma mente genial. Ela é quase como uma doença, enquanto eu não me acostumar com ela, com toda certeza, vai me consumir por dentro com toda essa angústia e sentimentos ruins que me fazem mal.— Eu andava em direção à cafeteria conversando comigo mesmo, não seria louco já que ninguém poderia me escutar. — Ao mesmo tempo, ela me transforma em um "deus", me dá poderes e a chance de ver e escutar o que quiser. Eu só posso me tornar um deus se eu deixar de existir pra sociedade, a partir do momento que souberem que eu estou aqui, eu não seria um deus e sim algum monstro ou fantasma assombrando todos. Chega a ser engraçado como isso retrata um pouco das nossas crenças na sociedade.

Eu estava rindo, mas não fazia sentido pensar nisso agora, não fazia sentido conversar daquela forma.

— Então é assim que um fantasma deve se sentir.

Cheguei à cafeteria, entrei, ninguém me notou, não tinha uma ideia de como eu poderia comer ali. Lembrei do que El me disse na outra noite, e busquei algo para mandar uma mensagem para Pipper, eu precisava de um chocolate quente.

Achei um papel e escrevi. Deixei o papel no balcão enquanto Pipper entregava um pedido. Hoje, ela estava mais jovial que nos outros dias, ela sorria bastante, parecia que esperava algo muito bom.

Ela encontrou o bilhete no balcão, ela sorria, ficou um pouco vermelha, seu sorriso era lindo e brilhante, olhou em volta me procurando, eu estava na sua frente a admirando, mas seu sorriso diminuiu de tamanho.

— Ele não está aqui...— ela olhou para o bilhete e murmurou. — Mas se deixou um bilhete para deixar pronto seu chocolate na mesa, deve estar por perto.

— Isso é uma droga, sabia? — Respondi.

Ela entrou e foi preparar meu pedido. Na porta, Hannah parecia procurar um de nós sentado na mesa, acenei por costume, mas não ela viu ninguém. Se sentou e Pipper a viu de dentro da cozinha, o que a fez preparar o pedido de sempre da graciosa patroa. Hannah estava bela como sempre, seus cabelos cacheados, hoje, estavam soltos, faziam contraste com sua pele que estava um pouco avermelhada pelo frio, como sempre.

El entrou em seguida, aquele moreno estava fechado, rosto sério e másculo, mas ao ver Hannah abriu um sorriso, seu sorriso era contagiante, me deu vontade de sorrir, e fez Hannah dar um pulo, era outra pessoa.

— El! Você por aqui?

Ela se levantou e abraçou ele.

— Que saudades que eu estava de te ver gastando dinheiro no meu estabelecimento — ela deu risadas— tomando café e conversando comigo também, é claro.

— Mas eu achei que estava te devendo pelo menos umas duas semanas. — Ela deu um sorriso.

— Tudo bem, vou te deixar pagar a partir de hoje, sente-se.

Amizade igual àquela não existia, ela não se importava de que algum de nós a pagasse, ela só estava com saudades de conversar.

— E o Karl? Ele já devia ter chegado, não? Ontem, ele nem pisou o pé aqui, deve ter achado outro lugar para comer.

El levantou a cabeça em minha direção, ele me sentia, mas não fixou seus olhos em mim, não podia me ver nem me escutar se não estivesse no mesmo estado da matéria que eu.

— Preciso te contar algo, Hannah. — A expressão de ambos mudou.

Eles se sentaram, De dentro da cozinha Pipper olhava atenta enquanto terminava o café de Hannah, viu El e murmurou.

— Eles são incríveis, mas podiam chegar juntos! — Balbuciou e foi fazer o pedido de El, nenhum de nós precisava dizer a ela o que queria, ela já sabia, sempre preparava com carinho.

Eu também me sentei, não conseguia mais ficar em pé sem ser visto. El entregou o livro a Hannah e começou a contar a história que eu inventei.

— Espera, El! — ela olhava para o livro na mesa. — Você quer mesmo que eu acredite nessa história?

— Foi o recado que ele deixou. — Disse indiferente.

— Ok, o livro parece ser legal, mas a história de Karl ir embora pra ver a família não é coisa para se brincar, o que aconteceu com o exército e as outras conversas?

— Não estou brincando com você, ele foi embora. Deu até um bolo numa moça chamada Juno, a coisa foi séria, ele se foi mesmo.

— Ok ele ter sumido, ido em bora ou sei lá, eu só não acredito que foi para ir atrás da família dele.

— Como? — El se surpreendeu, não esperava que Hannah reagisse daquela forma. — O que está dizendo?

— Primeiro foi a conversa do exército e agora essa? — ela se revoltou — Ou uma das duas é mentira ou ambas.

— Mas, Hannah...— El tentou argumentar.

— Mas nada! — interrompeu abruptamente — Ele estava a semana toda preocupado, não quis me dizer o que era, você passou a semana toda sumido e não me falou o porquê. Se fosse a família dele, tenho certeza de que ele teria me contado, não vou engolir essa, tem mais alguma coisa aí, e você tem um dedo nisso.

Ela foi direta e clara. Eu sinceramente havia me surpreendido.

— Ela está totalmente certa, cara, e você sabe. — Comentei.

— O que você está insinuando? — Disse El.

— Desculpa, El, mas passei na tua casa depois que tu saiu, encontrei um bocado de coisa, anotações e outras coisas, você tinha algum projeto e envolveu o Karl nisso, como sempre! — o tom de Hannah era sério, não tinha aquele sorriso alegre e exuberante de sempre, ela estava fechada e isso era intimidador.— É óbvio que algo aconteceu e vocês dois não podem me contar por ser "supersecreto", isso me irrita muito, cara, ele foi para o hospital há pouco e tenho certeza que o fato de você estar com ele no dia não era coincidência.

Pipper chegou com os pedidos.

— Parece que seu amigo voltou hoje não é mesmo, Srta. Summer? — ela olhou em volta procurando por algo. — Mas queria saber onde Karl está agora, ele fez o pedido por uma carta e ainda não apareceu, nem vi o rosto dele hoje, será que foi ao banheiro?

Por um momento, percebi que eu acabava de complicar ainda mais a história de El. El olhou assustado. Hannah olhou satisfeita. Pipper continuou confusa. Eu apenas Ri, entramos em uma cilada.

— Pipper, querida — Hannah mudou o tom pra falar com Pipper, adicionou um sorriso simpático e uma voz doce a sua expressão —, você pode preparar algo pra você e vir se sentar conosco hoje? Te achei uma ótima companhia ontem e adoraria se você viesse.

Hannah estava sendo verdadeira.

— Vocês dois parecem estar em uma conversa séria, não quero atrapalhar. — Pipper disse tentando se afastar.

— Não se preocupe, até você voltar a gente já resolveu.

— Eu não sei se devo...— Hannah fechou a cara para Pipper, foi claramente uma ordem. — Certo, vou ir preparar algo pra mim.

Pipper se foi, Hannah olhou para o El, agora tinham três copos na mesa, pãezinhos de queijo que só eu comia, um fantasma, uma mulher irritada e um corpo quase sem alma. Tinha certeza de que ela não me notara ali, entretanto, a mesa era óbvia demais.

— Gosto de como o Karl conversa por telepatia com Pipper, enviando até cartas para fazer bebidas quentes para ele da casa da família, lá em Porto dos desaparecidos. — disse Hannah com fogo nos olhos, era puro sarcasmo.

— Que droga, Karl— El reclamou sem me olhar mas passou um olhar nervoso na minha direção e focou em Hannah. — Me desculpe, mas trabalho para o governo, sabe como é.

Disse El sabendo que não tinha fuga.

— Ótimo, agora sei que você realmente estava envolvido e além disso, tá me escondendo coisas que você conta para Karl, achava que tínhamos uma amizade igual.

— El, Você é uma droga nesse tipo de conversa, está me deixando com fome — eu disse, estava louco para pegar um pão de queijo, mas Hannah iria ver.

— Está bem, você me pegou... bom, eu não devia contar isso, mas você e Karl são meus amigos e você merece saber o que aconteceu com Karl.

— Certo, me conte.

— Ele vai se casar com Juno!

Eu ri, não tinha mais o que eu pudesse fazer.

— EL!!! A verdade! — Agora, realmente Hannah estava nervosa.

— Calma — ele deu uma risada nervosa, perdia o amigo, mas não perdia a piada —, é uma brincadeira, vou falar a verdade agora.

El contou tudo bem rápido, acho que nem eu conseguiria digerir aquilo tão rápido quanto Hannah.

— Então aqueles planos na tua casa eram pra tentar fazê-lo voltar ao normal?

— Espera, nessa história você acredita, mas eu fugindo pra ver a família, não? — Eu questionei sabendo que não haveria resposta.

— Sim, mas não deu certo. — Continuou El.

— E onde ele está agora? Invisível?

—Certo, Ela acreditou mesmo. — Completei.

— Ele está no lugar de sempre.

— Oi — falei quando ela se virou para me olhar, mas ela não conseguia me ver nem me ouvir.

— Isso é mentira. — Indagou.

— Posso te provar — ele arrastou meu copo até perto de mim. — Pode pegar agora, Karl.

— Deuses, como eu estava esperando por esse momento. — Disse satisfeito, agora que a história já tinha sido revelada.

Peguei o copo, fiz ele sumir instantaneamente e pude consumir aquela bebida deliciosa, o manjar dos deuses.

— Mas que PO...

— Ei relaxa, eu expliquei, ele está aí e pode transformar as coisas em invisíveis, é normal.

Piper chegou.

— Que cara de surpresa é essa? Viu um fantasma? — Hannah estava congelada, ela estava surpresa, Pipper olhou na mesa e não viu nada, apenas sentiu falta de meu copo. — O Karl passou por aqui? Que droga, eu nem o vi.

— El... Desde quando? — Hannah estava ainda desacreditada.

— Desde sempre.

— Desde o quê? — Pipper parecia perdida, eu também me sentiria se eu não soubesse o assunto, se eu não estivesse na mesa rindo de Hannah, Pipper e El enquanto tomava minha bebida.

— Puta merda, só pode ser brincadeira. — Murmurou Hannah.

Daquele momento em diante, Pipper assumiria um lugar na nossa mesa de café da manhã, infelizmente eu não faria parte.

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