O que você vê? (+18)

(+18 no meio, revisado OUT/2023 com novas cenas)




Surpreendeu-me que conseguiram até mesmo trazer Nanami para reunião, Mei Mei e o Reitor também já estavam ali. Assim como Ijichi que também estava pronto para passar as informações, teríamos sido os últimos se Akira não tivesse entrado correndo pela porta pouco depois.

Satoru não estava brincando quando disse para deixá-lo para trás.

Estava sentada ao lado do meu amigo loiro, e Satoru estava de pé encostado na parede atrás de mim.

— Akira-kun? — Mei Mei tombou a cabeça em sua direção — Parece que as coisas são realmente sérias.

— Me alegra saber que pelo menos alguém aprecia minha presença.

— Não foi o que eu disse.

Segurei o riso e o homem que estava com o rosto vermelho, de correr até ali. Cumprimentou os outros feiticeiros da sala e tomou seu lugar na roda, se mantendo de pé ao lado de Ijichi. Não sem lançar um olhar de aviso em minha direção, e consequentemente Satoru.

— Suguru Getou, o feiticeiro das trevas de nível especial que controla maldições. Ele absorve maldições que surgem naturalmente e que não possuem pactos — Ijichi leu nas anotações para o grupo e em seguida levantou o rosto para continuar falando —, parece que usava o grupo religioso que fundou para obter maldições de seus seguidores. Além das maldições que reuniu antes disso.

Meus olhos instintivamente foram para Shoko, sabia dos sentimentos de Satoru, mas minha amiga não havia se pronunciado sobre a questão. Ao menos não comigo, por precisar me disfarçar como aluna de primeiro ano não tive muito tempo com Getou, a maioria ouvi de Haibara, me pergunto qual seria a reação dele em saber que alguém que admirava tanto trocou de lado.

— Portanto, é bem possível que não esteja blefando sobre ter duas mil delas.

— Mesmo assim, estatisticamente a maioria deve ser de nível inferior a 2 — Yaga-san tomou a fala —, quanto aos feiticeiros, não acho que sejam mais de 50.

— Essa é a pior parte — o comentário veio de Satoru —, não acho que ele iniciaria uma batalha se não tivesse certeza de vitória.

— Droga! — o diretor não estava nem um pouco feliz.

— Sem contar que ele provavelmente não estará sozinho — Akira agradeceu Ijichi e usou o quadro de informações para colar algumas fotos —, não existe uma maneira fácil de falar isso, então irei direto ao ponto. Além de ser um culto, Getou também está recebendo ajuda de fora.

— Como sabem as instituições estrangeiras são poucas, e um pouco mais colaborativas, então facilita as informações de espalharem. Depois dos ataques ao receptáculo de plasma e aos alunos anos atrás, algumas pessoas se dedicaram a vigiar a Corporação Gaia. Após anos sem ter um traço, eles tropeçaram numa transferência bancaria. — o homem apontou para a imagem de duas meninas — Mimiko e Nanako Hasaba.

— Sobreviventes do ataque que expurgou Getou desta mesma instituição. Sobre os participantes: Miguel, membro de um clã único africano, soubemos que as ligações dele no submundo eram fortes e eventualmente acabou se unindo a causa. — ele apontou mais uma foto com um grupo de aproximadamente seis pessoas —, não temos informações sobre os demais, mas parece não haver mais do que isso.

— Chamem os alunos formados, os três clãs e a associação jutjutsu dos ainus. Vamos com tudo! — Yaga-san só faltou bater na mesa baixa — Vamos exorcizar de uma vez por todas essa maldição que é Suguru Getou.

Antes mesmo dele terminar de falar Shoko se levantou e saiu da sala, pouco a pouco os professores e outros funcionários também se afastaram. Nanami apenas me cumprimentou e disse que tudo aquilo era 'um saco' e que falaria comigo nos dias seguintes.

Não havia muito tempo, para nada. Naquela tarde tentei falar com Ieiri, mas suas respostas eram sempre vagas e pareciam não querer realmente revelar seus pensamentos. Talvez ela tivesse um sentimento de culpa, me despedi com votos de que iria ficar tudo bem, mesmo que nem eu acreditasse tanto em minhas palavras.

Akira ficou hospedado na escola, o diretor tinha alguns assuntos burocráticos a resolver com ele, então a noite depois de um dia cheio de surpresas me permiti tomar um longo e quente banho. Minha cabeça estava baixa deixando que a água caísse na minha nuca, os braços caídos na lateral do corpo sem qualquer movimento.

A porta se abriu deixando entrar um ar frio que em contato com a minha pele quente causou calafrios, que logo foi substituído por arrepios pelo corpo nu que colou contra o meu. Um suspiro alto e cansado deixou a boca de Satoru, enquanto suas mãos repousavam na minha cintura.

Quando jovens, ele deixou o amigo ir embora, mas agora não existia a possibilidade. Se chegasse o momento, Satoru teria que ceifar a vida de Getou.

— Eu sei, não precisa falar — virei para o encarar de frente tirando os fios grudados em seu rosto para poder ver seus olhos —, não posso falar que sei como é. Mas posso imaginar, se pudesse tirar esse peso das suas costas, eu o faria, mesmo que me odiasse depois.

— Nunca iria acontecer — segurou minha mão em sua bochecha, seus lábios se curvaram um pouco —, odeio concordar com Akira, mas a maldição realmente parece com você.

— Mas tem o seu sorriso, e a sua personalidade.

— Fala como se isso fosse uma coisa ruim — riu, começando a dedilhar os dedos da mão livre por caminhos tortuosos. A fala veio na ponta da minha língua, mas antes de ser proferida já estava sendo calada por sua boca contra a minha.

— Posso imaginar o que está passando na sua cabeça e não se atreva a pedir desculpa por algo que não é sua culpa, é perfeita para mim.

Minha esterilidade nunca foi uma questão, mas ver a maldição sendo um espelho nosso me colocou numa posição delicada regada de incertezas e perguntas que talvez nunca tivessem respostas. Considerar possibilidades, e vontades, que hoje são impossíveis.

— Não deixe seu cabelo crescer mais que isso — desviei o assunto —, não combina com você.

— Vou manter isso em mente.

Não havia nada além de poucos centímetros de vapor entre nossos corpos, espaço esse que logo foi eliminado. Meu corpo arqueou para frente quando minhas costas bateram contra a parede gelada, me forçando a cravar os dedos nas costas de Satoru.

O homem tomou essa oportunidade para puxar meu quadril em sua direção descendo as mãos pela lateral do meu corpo e puxando uma perna para enlaçar sua cintura, a água no chão fez com que eu escorregasse e batesse de leve a cabeça na parede.

— Não comece a inventar posições agora, sabe o tanto de pessoas que morrem escorregando no banheiro.

— Desculpe, mas você é tão irresistível — a outra mão levantou a minha outra perna, sem apoio precisei abraçar seu pescoço como suporte —, se eu te segurar assim não tem problema não é, kardía?

As malditas palavras gregas sussurradas em tons baixos com certeza era um ponto fraco, e ele bem sabia disso, de repente já não ligava para frieza em minhas costas. Apenas para o calor pulsante entre minhas pernas, segurei seu rosto com uma mão apertando suas bochechas — Se eu ficar doente a culpa é sua.

Satoru virou o rosto se livrando do meu aperto, em seguida prendendo meu dedo indicador entre os dentes — Feito.

O puxei até mim, selando nossas bocas, seu membro rijo se esfregou contra a minha entrada antes de encontrar morada em meu interior quente. Meu corpo o queria tanto que não teve nenhuma dificuldade em começar as estocadas, estava completamente molhada. Em todos os sentidos.

Suas mãos me sustentavam no lugar e mantinham o ritmo, a água do chuveiro ainda caindo escondia os sons pervertidos nascidos do movimento. Pele contra a pele, suspiros trocados, meus seios sensíveis pelas muitas temperaturas foram pressionados pelo tronco definido.

Escondi meu rosto na curva de seu pescoço, tentando sem sucesso recuperar o fôlego — Olhe para mim enquanto eu te foda, quero ver seu rosto.

Satoru parou dentro de mim me preenchendo por completa, arfei sentindo as minhas pernas tremerem, ele beijou a base do meu pescoço mordendo o lóbulo da minha orelha em seguida — Quero ver você. A sempre tão centrada [Nome] Kismet, virando uma bagunça só para mim.

— Já disse que te odeio? — enfim tomei força para o olhar nos olhos.

— Algumas vezes, mas geralmente é mentira, então só ignoro.

Minhas pernas tremeram e meu interior ficou quente, o coração batia descompassado enquanto gemidos de prazer escapavam da minha boca. Satoru me segurou contra ele, mas minhas pernas enfim desceram para o chão, o homem inclinou a cabeça para trás deixando a água cair em seu rosto. Exibindo para mim as marcas que deixei em seu pescoço e ombros.

Um passo para trás e quem estava embaixo da água agora era eu, não percebi estar com tanto frio até que voltar para debaixo do chuveiro.

— Você está gelada.

— Estamos no inverno, e vapor não necessariamente esquenta, então não é uma novidade — como se fosse o carma já voltando para me pegar espirrei —, fala sério.

Ele riu e depois de um banho apropriado nos enfiamos embaixo das cobertas, as pernas entrelaçadas e deitados um de frente para o outro. Ele fazia movimentos circulares na base das minhas costas, sabendo que foi a área mais afetada durante as atividades anteriores.

Fechei os aproveitando mais de sua presença — Tentei falar com Shoko de tarde, ela parece estar segurando bastante coisa dentro dela. Desde a reunião.

— Não é como se eu também gostasse do modo que o diretor fala da situação, mas são dois casos diferentes. Se preciso, eu vou lidar diretamente com Getou, Shoko vai cuidar das vítimas que ele vai fazer. Se ao invés dele fosse o Kento, o que faria?

— É como o dilema do trem, qual lado vai perder menos. Não me parece tão diferente das escolhas que os antigos nós tiveram que fazer, um sacrifício para o mundo continuar a ser um mundo. Dói, mas precisamos lidar com o peso das nossas escolhas.

— Você o mataria. — concluiu, abrindo os braços para que pudesse me aninhar encostada no seu peito.

— E viveria com culpa o resto dos meus dias, sabendo que não consegui o salvar.

Encostei a cabeça para ouvir seu coração, estava calmo, mas não necessariamente significa estar tranquilo.

Silêncio nos envolve, numa proporção igual a de calor. Um brilho azul cintilou na minha visão e então tudo se tornou ainda mais preguiçoso. Sendo seguido por um reflexo mais escuro que marcava um ponto de decisão.

Tudo que o futuro reserva a partir desse momento, é algo que nunca pode ser mudado. Porque essa é a linha de Kairós, é como uma porta que desaparece assim que se passa por ela.

— O que está pensando? — sua voz soou baixa, sonolenta, doce como as guloseimas açucaradas que ele mesmo gosta de comer.

— Não podemos salvar nada além de nos mesmos — fechei os olhos — e às vezes, nem isso.

Algo me dizia, que essa seria a última noite tranquila em algum tempo.






N/A: Novas cenas, e um pouco mais organizado. 

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